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UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE CURSO DE FÍSICA MÉDICA LABORATÓRIO DE FÍSICA II Alzelinda Rocha Bruna Lovato Letícia Fröhlich Pedro Paulo Cavalcante RELATÓRIO: Determinação experimental do coeficiente de dilatação linear de um material. Relatório final apresentado para a disciplina Laboratório de Física II, sob regência do professor Silvio Buchner. Porto Alegre, 20 de julho de 2016. 1. INTRODUÇÃO Para realização deste relatório, foram feitos experimentos que visavam a determinação do coeficiente de dilatação linear de três materiais: cobre, latão e alumínio, nos quais analisamos as temperaturas e o comprimento inicial da barra de cada material, respectivamente, e relacionamos tais fenômenos com o coeficiente de dilatação dos materiais, e deste modo comparar os dados coletados com a teoria aplicada em aula. 1.1. OBJETIVOS No nosso caso os procedimentos foram feitos em função dos objetivos abaixo: Medir a variação de comprimento sofrida por uma haste metálica em função da temperatura; Encontrar a lei empírica para expressar o fenômeno de dilatação da haste; Definir e determinar o coeficiente de dilatação térmica de metais (latão, ferro e alumínio no caso); 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Sabemos que quase todas as substâncias se expandem ligeiramente quando aquecidas e se contraem um pouco quando esfriadas. Esse efeito é chamado de expansão térmica e ocorre em sólidos, líquidos e gases. Ao aquecer um determinado sólido, podemos perceber alteração nas suas dimensões: comprimento, espessura e largura; o aumento da temperatura gera uma maior vibração entre as suas moléculas, logo, essas ficam mais afastadas umas das outras provocando o que chamamos de dilatação. 1 Cedendo-se calor (energia) a um sólido, ou seja, aumentando-se a temperatura do mesmo, esta energia é repartida entre os átomos, resultando num aumento na amplitude de vibração dos mesmos e consequentemente num aumento da distância média entre os átomos que corresponderá a um aumento das dimensões do sólido. Dependendo do formato desse sólido esta dilatação poderá ser linear, superficial ou volumétrica.2 Figura 1. Dilatação linear de uma haste metálica. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/dilatacao-termica-dos-solidos.htm. Acesso em: 16 de junho. Vamos considerar a expansão linear de um objeto sólido cujas dimensões lineares podemos representar por l0 e que se expandirá por um montante ∆l quando a temperatura for elevada de um montante ∆T . Verifica-se experimentalmente que para a maioria das substancias no intervalo normal de temperatura, a expansão linear ∆l é proporcional a l0 e a variação de temperatura ∆T. Podemos escrever 2 Δ𝑙 = 𝛼𝑙0Δ𝑡 (Equação 1) onde α é o coeficiente de dilatação linear e é uma característica de cada material, ou seja tem valores diferentes para materiais diferentes e pode variar muito de um material para outro. Achando o valor de α teremos 2 𝛼 = Δ𝑙 𝑙⁄ Δ𝑡 (Equação 2) Como dito anteriormente, cada material possui o seu coeficiente, e esse é constante. Na tabela a seguir podemos analisar claramente as propriedades de cada material usado no experimento.3 Material Coeficiente de dilatação (α) Alumínio Latão Cobre Tabela 1. Materiais e seus respectivos coeficientes de dilatação encontrados na literatura. Disponível em: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Dilatacao/linear.php. Acesso em: 16 de julho. No seguinte relatório, abordaremos os princípios da dilatação linear, tendo como estudo três hastes metálicas de diferentes materiais para comprovar se, sob uma mesma temperatura (100 0C), as dilatações seriam distintas. O estudo foi realizado em uma aula de física experimental, no laboratório de Física II da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). 3. PROCEDIMENTOS Este experimento será realizado em três partes, sendo necessário para a sua montagem os materiais a seguir: Dilatômetro linear de precisão; Fonte térmica (bico de Bunsen ou lamparina); Uma pinça de 70mm com mufa; 2,4 𝑥 10−5 2 𝑥 10−5 1,4 𝑥 10−5 Uma rolha com furação longitudinal; Balão volumétrico de 300ml com 50 ml de água; Haste; Multímetro; 3 corpo de prova de (latão, cobre, alumínio); Conjunto conector simples. Figura 2. Esquema do experimento feito em sala de aula. Foto: Bruna Lovato. O primeiro passo foi verificar a temperatura do ambiente (laboratório), fixar o balão volumétrico à pinça com mufa e conferir o funcionamento do relógio comparador micrométrico que foi posicionado em “zero”. Após adicionamos 50ml de água, que já se encontrava previamente aquecida, no interior do balão volumétrico e em seguida conectamos a ele uma das pontas da mangueira e a outra ponta foi encaixada na barra de metal de cobre. Posicionamos a lamparina abaixo do balão e acendemos o dispositivo que fez com que a água fervesse resultando vapor que circulou pela mangueira aquecendo a barra de metal provocando uma pequena dilatação. Com os termômetros na entrada de vapor e na saída, observamos que os ponteiros do relógio comparador começaram a mover-se proporcionalmente de acordo com a elevação da temperatura do vapor que passava pela barra metálica e esta condição só ocorreu quando a temperatura do termômetro da entrada de vapor atingia a temperatura próxima de 100°C. O mesmo procedimento foi feito com barras de alumínio, latão e cobre. Registrado os dados do ponteiro do relógio comparador, determinamos os valores dos coeficientes de expansão linear dos metais analisados (alumínio, latão e cobre). Porém percebemos que, esta análise só foi possível após o equilíbrio da temperatura do sistema entre a entrada e saída de vapor que é próxima de 100°C. Foi notada com facilidade a dilatação de cada uma das barras de metal pela sensibilidade do dilatômetro linear. Porém as dilatações não ocorreram na mesma proporção pois se trata de materiais com propriedades diferentes e, portanto com coeficientes de dilatação linear diferentes, como observaremos no gráfico da secção seguinte. 4. ANÁLISE DE DADOS A partir da tabela 1 indicada acima, faremos uma comparação dos valores encontrados no experimento e os valores tabelados pela literatura. Utilizando-se da equação 2, calculou-se os coeficientes de dilatação linear. 4.1 Determinação experimental do coeficiente de dilatação linear: Alumínio Alumínio Temperatura inicial 19°C Temperatura final 100°C Comprimento inicial 0,400m Comprimento final 0,40092m Variação de temp. 81°C Variação de comp. 0,00092m Cálculo do coeficiente de dilatação linear: 𝛼 = Δ𝑙 𝑙⁄ Δ𝑡 = 0,0023 81 = 2,83 𝑥 10−5 4.2 Determinação experimental do coeficiente de dilatação linear: Latão Latão Temperatura inicial 19°C Temperatura final 100°C Comprimento inicial 0,400m Comprimento final 0,40072m Variação de temp. 81°C Variação de comp. 0,00072m Cálculo do coeficiente de dilatação linear: 𝛼 = Δ𝑙 𝑙⁄ Δ𝑡 = 0,0018 81 = 2,22 𝑥 10−5 4.3Determinação experimental do coeficiente de dilatação linear: Cobre Cobre Temperatura inicial 19°C Temperatura final 100°C Comprimento inicial 0,400m Comprimento final 0,40064m Variação de temp. 81°C Variação de comp. 0,00064m Cálculo do coeficiente de dilatação linear: 𝛼 = Δ𝑙 𝑙⁄ Δ𝑡 = 0,0016 81 = 1,97 𝑥 10−5 A seguir, gráfico comparando o coeficiente de dilatação encontrados nos respectivos materiais acima para uma temperatura de 100°C Na próxima seção analisaremos precisamente as informações obtidas nos procedimentos. 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Apesar de termos feito medições em temperaturas iguais, observamos através do gráfico, que as “curvas” de dilatação são distintas, mesmo diferenciando umas das outras apenas por pequenas frações. Isso se deve ao coeficiente de dilatação (α) que é diferente para cada material. As dilatações observadas de acordo com a mudança de temperatura podem ser comprovadas posteriormente ao usarmos a fórmula do cálculo da dilatação térmica. 0,0000283 0,0000222 0,0000197 0 0,000005 0,00001 0,000015 0,00002 0,000025 0,00003 Alumínio Latão Cobre Coeficiente de diatação (α) Coeficiente de dilatação dos materiais Ao pegarmos as medidas de temperatura e dilatação de cada material e aplicar na fórmula o coeficiente obtido foi bem próximo do que constava na tabela que tínhamos em mãos. Entretanto, toda atividade experimental apresenta erros, sejam eles relativos ao instrumento de medida, que de alguma forma afeta a quantidade que desejamos medir, ou das limitações impostas por nossos sentidos que devem registrar as informações coletadas. É importante ressaltar que a palavra erro não tem, aqui, o significado de distração, descuido ou engano, pois estes podem ser evitados, enquanto o erro experimental não pode ser evitado, mesmo nas medições mais precisas. A minimização de erros experimentais pode ser alcançada através da aferição cuidadosa dos equipamentos a serem utilizados e da capacitação e treinamento do indivíduo que irá desenvolvê-lo. No caso deste experimento, o erro ocorreu ao anotarmos as medidas do coeficiente de dilatação linear mostradas no dilatômetro, pois não conseguimos manter a temperatura constante nos 100°C, o que resultou em pequenos erros nos cálculos de dilatação linear de cada material. 6. REFERÊNCIAS 1. SERWAY, Raymond A.; JEWETT, John W. Princípios de Física: Movimento ondulatório e termodinâmica, Vol. 2. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 2. Halliday, Resnick, Walker; Fundamentos de Física, v.2: gravitação, ondas e termodinâmica/ David Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker; Rio de Janeiro – LTC, 2013. 3. Moysés, H. Curso de Física básica, 2 : Fluidos, oscilações e ondas. São Paulo, 2013. 5ª edição: Blucher;
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