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RESPOSTA À ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
AÇÃO PENAL N°: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx(nº do processo)
		VALDEMIR CORDEIRO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus procuradores signatários desta, com fulcro no art. 396-A, do Código de Processo Penal, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos seguintes termos: 
I – DOS FATOS
O Ministério Público, com base no IP sob nº 039/04 denunciou o acusado da prática do crime previsto no art. 155, do Código Penal Brasileiro.
 Narra à denúncia que o acusado no dia 15 de outubro de 2004, aproveitando-se que a porta do Supermercado Bom Preço estava aberta, adentrou no local e subtraiu para si diversos produtos que eram comercializados no referido estabelecimento comercial, os quais se encontram enumerados no auto de apreensão de fls. 14 e laudo de avaliação indireta de fls. 16, que atesta que a vítima sofreu um prejuízo total de R$ 800,00 (oitocentos reais).
O MM. Juiz de Direito da 9ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, recebeu a denúncia na data de 06 de novembro de 2008, conforme despacho de fls. 65, pelo que se determinou a citação do acusado para apresentação de defesa, no prazo de 10 (dez) dias conforme o faz a seguir.
II – DAS PRELIMINARES
II. 1 – DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA/ EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE/ ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, ART.397, IV, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
O acusado como já citado acima na descrição dos fatos contidos na denúncia cometeu o delito previsto no art.155, do Código Penal, ou seja, o crime de furto. Todavia, tal crime prevê pena de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão e multa.
No entanto, o art.109, IV, do Código Penal preleciona sobre a prescrição antes de transitar em julgado a sentença, aduzindo que:
“a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §1º do art.110 deste Código, regula-se pelo máximo de pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: IV- em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro)”.
Por conseguinte, ao caso em epígrafe será aplicado o prazo prescricional de 8 (oito) anos, visto que a pena do crime de furto é de no máximo 4 (quatro) anos.
Dessa maneira, é de suma importância observar que o acusado quando praticou o crime era menor de 21 anos, visto que este tinha somente 19 anos de idade. Neste sentido, o art. 115 do Código Penal, preleciona sobre a redução dos prazos prescricionais alegando que: 
“são reduzidos de ½ (metade) os prazos de prescrição quando criminoso era ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos”.
Ademais, percebe-se que entre a data da consumação do crime e o recebimento da denúncia já se passaram os 4 (quatro) anos relativos ao prazo prescricional, visto que o prazo prescricional a priori eram de 8 (oito) anos, porém percebida a menoridade do acusado na época do fato, este terá que ser reduzido a metade, ou seja, ao prazo de 4 (quatro) anos. Importante ressaltar que a consumação do crime se deu em 15 de outubro de 2004, enquanto que o recebimento da denúncia se deu na data de 06 de novembro de 2008, a partir daí comprova-se a prescrição da pretensão punitiva em relação ao crime.
Igualmente, aplica-se a tal fato a extinção da punibilidade contida no art.107, IV, do Código Penal, extinguindo-se assim o feito pela “prescrição, decadência ou perempção”, como preleciona o inciso IV, do artigo citado. 
Neste sentido, a extinção da punibilidade em tal caso se dará pela prescrição da pretensão punitiva, ficando assim, portanto o Estado com seu direito de punir prescrito.
O acusado, depois de extinta a sua punibilidade deverá ter ainda sua absolvição sumária com base no art.397, IV, do Código de Processo Penal, visto que, o juiz após vislumbrar todo o cumprimento contido no artigo 396-A, do Código de Processo Penal, que aduz sobre o que o acusado poderá arguir em sua resposta, ou seja, em sua defesa, bem como se esta se apresenta no prazo legal de 10 (dez) dias, deverá assim o juiz proceder à absolvição sumária do acusado baseado em seus respectivos incisos, ressaltando que para o caso em questão o acusado será absolvido pela extinção da punibilidade do agente.
III – DO MÉRITO
 
Superada a preliminar acima arguida, no tocante ao mérito, mostra-se necessário esclarecer que o acusado agiu amparado por excludente de ilicitude, sendo imprescindível a absolvição sumária, com fundamento no artigo 397, I, do Código de Processo Penal, como se passa a demostrar.
Inicialmente, cumpre esclarecer que a prescrição da pretensão punitiva é um instituto pelo qual o Estado, por não ter tido capacidade de fazer valer o seu direito de punir em determinado tempo previsto em lei, faz com que ocorra a extinção da punibilidade.
Ou seja, ainda que o réu supostamente tivesse praticado um fato típico, ilícito e culpável, o Estado está impedido de fazer valer o seu direito de punir em decorrência da existência manifesta de uma causa de extinção da punibilidade.
Conforme consta dos autos, o réu teria cometido o crime de furto simples, Art. 155, caput, do Código Penal, com a idade de 19 anos na data do crime, no dia 15 de outubro de 2004.
Ocorreu que a denúncia somente foi recebida no dia 06 de novembro de 2008, ou seja, quando o crime já estava prescrito. Pode-se chegar a tal conclusão pelo fato de o réu ser menor de 21 anos ao tempo do crime, razão pela qual o seu prazo prescricional é reduzido a metade, nos termos do Art. 115 do Código Penal.
Desta forma, como o crime de furto simples tem uma pena máxima em abstrato de 4 anos, o seu prazo de prescrição da pretensão punitiva que seria de 8 anos, nos termos do Art. 109, IV, do Código Penal, foi reduzido a metade, passando a ser de 4 anos.
Assim, como o crime foi cometido no dia 15 de outubro de 2004, a denúncia somente poderia ser recebida até 15 de outubro de 2008. Entretanto como a denúncia foi recebida após o lapso temporal da prescrição, mais precisamente no dia 06 de novembro de 2008, ocorreu à extinção da punibilidade do crime.
IV – DAS PROVAS
Arrola as testemunhas, abaixo discriminadas, as quais imprescindivelmente, nos termos do art. 461, deverão depor em juízo:
1 – Alexandre Nardoni
Rua Felipe Camarão, 228.
Bairro Esplanada, CEP 30-260-290 Belo Horizonte/MG
2 – Antônio Carlos Abadia
Rua Hortência, 52. 
Bairro Esplanada, CEP 30-280-250 belo Horizonte/MG
V – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
o reconhecimento da preliminar de prescrição e extinção da punibilidade em razão da pretensão punitiva e consequente absolvição sumária nos termos do art. 397, inciso IV;
a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, aquelas especificas acima.
Nestes termos,
Requer deferimento.
Belo Horizonte 23/06/2016
KARINE GARUZZI CALDEIRA
 OAB 27327/MG

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