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Direitos e Garantias Constitucionais

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Constitucional
Aula 16
- Direitos e Garantias
1) Introdução Histórica
a) 1ª Geração
b) 2ª Geração
c) 3ª Geração
d) 4ª Geração
2) Características
a) Historicidade
b) Universalidade
c) Relatividade
3) Direitos x Garantias
a) Dimensão Subjetiva
b) Dimensão Objetiva
4) Titularidade
a) Brasileiro
b) Estrangeiro
c) Pessoa Jurídica
d) Pessoa Jurídica de Direito Público
5) Sujeito Passivos
a) Estado
b) Particular: Eficácia Horizontal dos DF
6) Limitações: Direitos e Restrições
a) Restrições Legais Diretas
b) Restrições Legais Indiretas
A primeira relação dos direitos começou a se firmar entre os séculos XVII, XVIII e XIX, marcadas pelas revoluções burguesas,
todas as declarações escritas na Inglaterra e outros lugares concretizando os direitos do homem, os direitos de liberdade.
Isso nos ajuda a entender a origem. Eles eram basicamente direitos civils e políticos.
O Estado era muito atuante e com as revoluções burguesas se buscou as liberdades, com a posição de abstenção do Estado na vi
da privada. Com esse dever de abstenção, o Estado também deveria garantir a participação política da população, com eleições
frequentes, mesmo que não democratica.
Ao longo do séc. XIX, surgiu o conceito de estado liberal, causando uma grande desigualdade entre as pessoas, fazendo nascer
uma segunda geração de direitos: a concretização de direitos sociais, que vão aparecer na constituição de Waimar e outras do
início do século 20, porém, advém desde a segunda metade do século XIX. Ela será marcada como o dever do Estado em atuar na
sociedade, se opondo à primeira geração, onde garantiria direitos, esses que demandam recurso do Estado. Essa segunda geração
vai se concretizar no Brasil na década de 30.
A partir da segunda geração, com o final da segunda guerra mundial, inicia-se a terceira geração, com o desenvolimento da ide
ia de direitos que transcendem o homem, da coletividade, que só vão se concretizar no fim da década de 90 com o direito de
fraternidade, admitindo direitos difusos, como o ambiental, o do consumidor, entre outros. Essas três gerações são as princi
pais.
A quarta geração é um pouco indefinida, para alguns autores é o direito a democracia, que poderia se incluir no direito de
fraternidade da terceira geração. Para Bobbio, a quarta geração seria o direito à Engenharia Genética, logo, não é um concei
to pacífico. Essas duas formas fazem parte de outras gerações de direitos, só de um outro período.
A quinta geração não é muito conhecida, sendo referenciada por Paulo Bonavides, se define com o direito a paz, fazendo refe
rência a diversos relatórios da ONU, além de decisões das cortes constitucionais internacionais, como no caso da Costa Rica
a inconstitucionalidade do apoio do presidente à invasão do Iraque.
O professor compara tudo ao meio ambiente. No início, era tirar o esgoto da porta da nossa casa, um direito de primeira gera
ção. Após isso, a preocupação não era apenas tirar o esgoto, mas tratar ele para que não polua a natureza, se caracterizando
a segunda. Os direitos da primeira geração era contra o arbítrio do Estado e a segunda era a direcionar o Estado para que fi
zesse ações para melhorar a sociedade, já na terceira, não se tem apenas a preocupação da liberdade individual, mas que se vi
vesse em uma sociedade fraterna e para isso há direitos que começam a se desenvolver.
Os direitos fundamentais possuem diversas características e falaremos de três. A primeira é a historicidade, onde se acredita
que os direitos surgem na sociedade e com suas transformações, se concretizam e se tornam direitos. Outro exemplo disso é a
discussão da união homoafetiva, que hoje se tem alguma restrição, mas pode ser natural daqui a 30 anos. Outra é a universali
dade, que os direitos fundamentais tem um caráter que todas as pessoas são englobadas e possuem direitos fundamentais. A ter
ceira característica é a relatividade, pois alguns autores dizem que existem direitos absolutos, porém, no caso concreto eles
podem entrar em colisão. Para se resolver isso há a técnica da ponderação. A única excessão é a dignidade da pessoa humana,
pois é uma das mais fortes e os outros derivam de alguma forma da dignidade da pessoa humana, sendo considerada por alguns
autores como absoluta.
O que são direitos e garantias? Para Rui Barbosa, direitos têm um caráter declaratório, enquanto as garantias vão ser assecu
ratórias, logo, toda vez que a constituição diz que você tem direito a vida, é apenas uma declaração. Porém essa garantia se
ria apenas geral, como no exemplo do inciso VI do art 5º, que diz em sua primeira parte sobre o direito de inviolabilidade
de crença, porém, o resto do texto se dá uma garantia geral. As garantias especiais são meios ou instrumentos que concretizam
direitos, são aquelas garantias do processo constitucional, o Habeas Corpus, Habeas Data, etc.
Os direitos fundamentais tem uma dupla assepção, as vezes se aproximando a uma dimensão subjetiva, a ideia de existir uma pre
tenção sua de garantir seu direito fundamental, porém, também há uma dimensão objetiva pois a garantia impõe uma limitação
ao Estado ou outrem. A dimensão subjetiva corresponde a característica desses direitos a ensejarem uma pretensão a que se
adote um dado comportamento ou se expressa o poder da vontade de produzir efeitos sobre certas relações jurídicas, podendo
ser positiva ou negativas. A objetiva constrói a base do ordenamento jurídico, irradiar sob todas as normas intraconstitucio
nais.
A constituição vai falar no caput do art. 5º que todos são iguais diante a lei sem restrição a qualquer natureza garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos fundamentais. Para estrangeiros não
serão excluidos disso, pelo caráter universalidade dos direitos, logo, embora esteja escrito apenas residentes também se apli
cam aos não residentes. O exemplo marcante disso são os desportistas cubanos que vieram ao panamericano e desaparecem, quando
o MP entrou com uma Medida Provisória para proteger esses direitos fundamentais, já que sua universalidade é prevalecente a
questão da jurisdição.
Os imigrantes universais, a princípio, têm direitos a direitos fundamentais, porém, o direito pode ser uma posição positiva
ou negativa do Estado, logo, não há resposta fixada no caso positivo, mas sim, no negativo.
Existem direitos de pessoas naturais e jurídicas, entes dotados de personalidade, que estão bem discernidas entre o direito
público e o direito privado, porém, essas pessoas jurídicas também são submetidas a direitos fundamentais? A resposta é sim,
pois há direitos exclusivamente elencados na constituição para pessoas jurídicas, além de outros que cabem tanto a pessoas
físicas como pessoas jurídicas.
Para casos de pessoa jurídica do direito público, é menos óbvia e equiparação, e nem todos os direitos são aplicáveis à pesso
a jurídica, com o exemplo do inciso LV, assegurando direitos processuais. Logo, também possuem direitos fundamentais, porém,
menos amplas e óbviamente aplicáveis que nos outros casos.
Os sujeitos passivos podem ser tanto o Estado quanto outra pessoa física ou jurídica, se definindo uma eficácia horizontal,
já que estão no mesmo patamar jurídico. Isso na dimensão objetiva é que configura um problema, já que é confuso como se dá
isso o tratamento jurídico horizontal entre particulares. Isso pode ser classificado em duas formas no âmbito objetivo, de
forma direta ou indireta. Na direta, as normas do artigo 5º incidiriam diretamente na relação civil, com o exemplo da ampla
defesa no contrato ou ainda a questão da não punição por norma prévia. Na indireta se diz que com todos esses direitos você
reduz a autonomia na relação particular, aplicando uma eficácia indireta ou mediata que regula os particulares, utilizando
institutos próprios do direito privado para evitar a diminuição da autonomia privada, como a boa
fé, os bons costumes e a
ordem pública. Esses institutos são limitadores do direito civil, diversas normas do direito civil agem ao respeito deles.
Essa discussão é inconclusiva, pois não consegue se definir tudo em uma ou outra restrição.
No caso das restrições legais, existem as diretas e indiretas. As diretas, no exemplo do inciso XI do art. 5º, estabelece di
retamente os direitos e garantias fundamentais que estão listados e como proceder, diferentemente das indiretas, que indicam
que deve ou pode haver lei ordinária que regule o direito ou garantia. A indireta se dá de diversas formas, podendo ser sim
ples ou qualificada. A simples é uma reserva geral genérica, onde a lei complementar tem que estabelecer tudo e não terá efei
to se o legislador não a aplicar. Diferente da qualificada, que elenca um assunto e uma garantia e estipula sua redação com
plementar à lei posterior.

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