Buscar

Caos e Complexidade em economia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caos e 
Complexidade
NO LIMIAR DA ECONOMIA NEOCLÁSSICA
Ordem da apresentação
 1) O pensamento neoclássico ou ortodoxo e sua base 
metodológica;
 2) Críticas ao método padrão;
 3) Sistemas Complexos;
 4)A abordagem do instituto Santa Fé; 
 5) Transformações em outras linhas de pensamento derivadas de 
insights da complexidade;
 6) Comparação: modelo analítico VS modelo computacional; 
 7) Vídeos;
 8) Considerações finais, referências e agradecimentos;
 9) Perguntas.
nos impede de entender na economia?
S
D
q*
p*
1. O que a análise neoclássica
(devido aos seus pressupostos metodológicos)
Pressupostos 
metodológicos da 
ortodoxia em economia¹
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual a 
partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Fundamentação em relações 
entre preços e quantidades em 
mercados interdependentes;
 6. Equilíbrio.
1- (OSER e BLANCHFIELD, 1983: p. 207)
Teorias e abordagens críticas ou 
alternativas
Um passeio nada ortodoxo...
A crítica de Karl Marx
Crítica da Economia Política:
“A história das sociedade é a história 
das lutas de classes.”
Pressupostos metodológicos 
comparados
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual a 
partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Fundamentação em relações 
entre preços e quantidades em 
mercados interdependentes;
 6. Equilíbrio.
 1. As unidades de análise são sempre classes sociais.
 2,3. O comportamento dos indivíduos é afetado pela 
visão de mundo e valores criados pela classe 
hegemônica – sua racionalidade é condicionada.
 4. Construção lógica (dialética) em torno de 
regularidades politicas e socioeconômicas 
historicamente fundamentadas. 
 Dialética é usada para descrever os fenômenos sociais 
como não lineares, cumulativos e passíveis de quebra 
estrutural.
 5. O escopo de análise é amplo, indo desde as 
macroestruturas de relações (produtivas e políticas) 
que sustentam o status quo, até a análise dos 
determinantes de juros, preços, nível de atividade 
econômica, etc.
 6. Existem equilíbrios de mercado (no sentido de Adam 
Smith) mas o enfoque é sobre as leis orgânicas de 
movimento do sistema capitalista como um todo. 
A crítica keynesiana
 Os teóricos clássicos lembram geômetras euclidianos em um
mundo não-euclidiano que, descobrindo que na experiência linhas
retas aparentemente paralelas muitas vezes se encontram,
repreende as linhas para não manter em linha reta, como o único
remédio para as colisões infelizes que estão ocorrendo. No
entanto, na verdade, não há remédio a não ser jogar fora o
axioma das paralelas e elaborar uma geometria não-euclidiana.
 Incerteza fundamental sobre o futuro e sobre a ação humana.
 O papel das expectativas e a dinâmica de curto prazo.
(o processo importa)
Insuficiência do enfoque sobre o 
equilíbrio e importância da dinâmica;
"No longo prazo estamos 
todos mortos"
macro
micro
Pressupostos metodológicos 
comparados
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual 
a partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Fundamentação em relações 
entre preços e quantidades em 
mercados interdependentes;
 6. Equilíbrio.
 2. O indivíduo (e sobretudo o empresário) mantém a 
racionalidade, mas devido a existência da incerteza 
fundamental sua ação é endogenamente instável.
 5. Fundamentação também na macroestrutura que 
emerge dos mercados e os condiciona.
 6. A dinâmica torna-se essencial.
A crítica Institucionalista
“as situações atuais moldam as instituições futuras 
mediante um processo seletivo e coercivo, que age sobre 
a visão habitual que os homens têm das coisas, e, assim, 
alteram e fortalecem um ponto de vista ou uma atitude 
mental herdada do passado. As instituições – isto é, os 
hábitos de pensamento – sobre cuja orientação os homens 
vivem, são, desta forma, recebidas de uma época anterior. 
[...] As instituições são produto do processo passado, 
são adaptadas a circunstancias passadas e, portanto, 
nunca estão de pleno acordo com as exigências do 
presente. [...] Ao mesmo tempo, os hábitos atuais do 
homens tendem a persistir indefinidamente, exceto as 
circunstancias forçam a uma mudança. Essas instituições, 
que assim foram herdadas, esses hábitos de pensamento, 
pontos de vista, atitudes e aptidões mentais, são, portanto, 
fatores conservadores. Este é o fator de inércia social”
Thostein Veblen
Pressupostos metodológicos 
comparados
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual 
a partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Fundamentação em relações 
entre preços e quantidades em 
mercados interdependentes;
 6. Equilíbrio.
 1. Existem padrões de ação coletiva;
 2,3. Racionalidade instrumental mas também 
substantiva.
 4,5. Construção de conhecimento sobre 
processos sociais de forma ampla. Abordagem 
interdisciplinar envolvendo política, sociologia, 
psicologia com enfoque sobre lei, costumes, 
ideologia, tradição, etc.
 6. Não existe equilíbrio, o sistema social está em 
constante evolução. Além disso “leis” em 
economia são apenas regularidades históricas 
que emergem das instituições presentes em uma 
dada sociedade circunscritas no espaço e no 
tempo.
A crítica neoshumpeteriana
 “O ponto essencial que se deve ter em conta é
que, ao tratar do capitalismo, tratamos também
de um processo evolutivo.”
Schumpeter (1961)
“O processo de difusão de cada revolução 
tecnológica e seu paradigma técnico-econômico 
constituem os sucessivos impulsos de crescimento 
econômico”.
Carlota Perez
Pressupostos metodológicos 
comparados
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual 
a partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Fundamentação em relações 
entre preços e quantidades em 
mercados interdependentes;
 6. Equilíbrio.
 1. Enfoque sobre as firmas.
 2. Racionalidade imperfeita (a là Herbert 
Simon).
 3. Agentes aprendem e se estabilizam em 
padrões de comportamento.
 5. Fundamentação no comportamento criativo 
e adaptativo “construindo” os mercados.
 6. Evolução e mudança estrutural.
A crítica de Hayek
 Defesa da liberdade como fundamento da riqueza.
 O mercado (capitalismo) se apresenta como um
conjunto de instituições capazes de coordenar a
informação dispersa e descentralizada, gerando uma
organização espontânea e estimulando o trabalho
humano em um sentido construtivo.
 Planejamento estatal reduz a eficiência na alocação
de recursos pelo mercado, provoca distorções no
sistema de preços relativos e não conduz há
melhorias. Na verdade tendem a causar reduções nas
liberdades sociais e políticas.
 Democracia é impossível sem capitalismo.
Pressupostos metodológicos 
comparados
 1. Individualismo metodológico;
 2. Racionalidade plena;
 3. Agentes decidem na margem;
 4. Construção teórico-conceitual 
a partir de modelos abstratos e 
hipotético-dedutivos;
 5. Enfoque sobre preços e 
quantidades entre mercados 
interdependentes;
 6. Equilíbrio.
 4. Economia como um sistema complexo com 
organização espontânea: modelos preditivos-
estruturais não captam sua essência.
 5. Enfoque especial sobre incentivos: capitalismo 
originariqueza devido aos incentivos dinâmicos de 
suas instituições.
 6. Equilíbrio fluído e não determinístico-estático. 
Mas o que é essa complexidade 
que Hayek tanto cita? 
 “As ciências sociais — como grande parte das 
ciências biológicas, porém ao contrário da 
maioria da ciências físicas — lidam com 
estruturas de complexidade essencial [...]”
 Os fenômenos essencialmente complexos —
como são as estruturas sociais — apresentam, 
porém, problemas específicos. [...] 
 Pode-se mesmo considerar que esta seja a razão 
primordial de distinguirmos conhecimento 
rotulando-os de "físicos", ao contrário daqueles 
que se prendem a estruturas muito mais 
organizadas, denominadas aqui de 
"essencialmente complexas"
Hayek (1974)
 Pra entendermos essa critica precisamos 
ir na definição que ele usa de sistemas 
complexos. Baseados em Hayek (1947 
apud Weaver, 1948), existem três tipos 
de problemas (ou sistemas) em ciência.
Problemas de simplicidade
 “O mais importante é lembrar que o amplo e 
rápido desenvolvimento das ciências físicas 
teve lugar em certas áreas que permitiam 
basear as explicações e as previsões em leis 
relacionadas aos fenômenos observados 
como funções de relativamente poucas 
variáveis — ou fatos singulares, ou 
acontecimentos de frequência 
relativa. (HAYEK, 1947).
 Podem ser explorados pelo método analítico 
cartesiano.
Problemas de complexidade 
desorganizada
 São sistemas com inúmeros elementos 
(variáveis).
 O estado do sistema reflete simplesmente a 
agregação dos estados de seus inúmeros 
elementos.
 Nesse sentido tais sistemas apresentam 
linearidade, pois “o todo é igual a soma das 
partes”(MITCHELL, 2009).
 Podem ser explorados e compreendidos 
através de análises estatísticas
Fenômenos de complexidade 
organizada
 Compostos por muito elementos. 
 Exibem usualmente um padrão ou estrutura que emerge 
da interação descentralizada e espontânea entre os 
(vários) elementos.
 Os métodos para compreensão de tais sistemas estiveram em construção ao longo 
do séc. XX e ainda hoje são um campo de pesquisa ativo...
O campo interdisciplinar da 
ciência da complexidade
 Herdeira contemporânea de esforços no século XX para compreender 
sistemas que exibem complexidade organizada
 Objetivo: Desenvolver métodos gerais aplicáveis à diferentes 
problemas de complexidade organizada.
 Métodos: utilizam principalmente matemática (em geral ligada à 
sistemas dinâmicos), computação, teoria da informação e teorias da 
evolução para explorar propriedades gerais de sistemas complexos 
evolutivos..
 Resultados: Têm sido capazes nas últimas décadas de resolver 
problemas que são análogos em diferentes campos, indo desde 
problemas da física à gestão de empresas.
Semelhanças entre críticas heterodoxas e 
propriedades de sistemas complexos adaptativos
Criticas à ortodoxia
 A sociedade se processa e passa por 
transformações, não é estática como uma 
máquina. Como lidar com inovação e 
quebras estruturais endógenas?
 Leis (regularidades) econômicas não 
existem à priori, dependem de instituições. 
 A economia (sociedade) é construída e 
condicionada historicamente. 
 Retornos crescentes e condicionamentos 
históricos.
 Instabilidade e ciclos;
 Propriedade de sistemas complexos adaptativos.
 Sistemas complexos adaptativos (SCAs) evoluem (seja 
através de aprendizado dos agentes ou mudanças no 
ambiente que condiciona o sistema)
 As regularidades do sistema emergem em grande parte 
das formas (regras) de interação entre os elementos. 
 O estado e as estruturas do sistema dependem da 
trajetória (path-dependence). Condições iniciais causam 
grandes diferença (caos).
 Existem forças que tendem a acelerar processos e 
aprofundá-los, distanciando-o de atratores (equilíbrios).
 Relações não lineares entre componentes do sistema 
podem levar a comportamentos cíclicos e instabilidade 
endógena.
Vídeos
 Painel do INET sobre complexidade.
 http://www.youtube.com/watch?v=Kpq-u-gqX5E
A abordagem de Santa Fé: 
A economia como um sistema complexo adaptativo
O instituto Santa Fé é composto por uma rede de pesquisadores em 
área diversas que realizam pesquisa pura em ciências complexas ou 
exploram aplicações em campos diversos.
A abordagem do instituto sobre fenômenos econômicos conta com 
nomes como Brian Arthur e Kenneth Arrow, demonstrando que parte 
do mainstream do pensamento econômico. 
Os cientistas passam então a utilizar desenvolvimentos da ciência da 
complexidade para explorar propriedades inerentes aos sistemas 
econômicos baseados em mercados. 
Propriedade essenciais do sistema 
econômico:
 Interação dispersa
 Nenhum controlador global
 Adaptação contínua
 novidade perpétua
 Organização hierárquica transversal
 Dinâmica intrinsecamente fora de equilíbrio
Resultados
 Os principais resultados, modelos e aplicações desenvolvidos são 
periodicamente reunidos em uma coletânea chamada “ A 
Economia Como um Sistema Complexo Evolutivo”.
 Os modelos exploram insights, teoremas e métodos extraídos do 
campo da complexidade e suas bases em sistemas dinâmicos, 
computação, teoria da informação e evolução.
 O uso de métodos computacionais, em especial simulações de 
sistemas baseados em agentes, permitem relaxar hipóteses que 
eram antes muito simples e não realísticas (sobre equilíbrio, 
expectativas, etc.) e modelar a economia de forma mais rica e 
verossímil. 
Exemplo de um modelo da economia como 
um SCA utilizando simulação computacional. 
 1. Bar El Farol (equilíbrio parcial)
 http://ccl.northwestern.edu/netlogo/models/ElFarol
 2. Reservas bancárias e concentração de renda. 
 http://ccl.northwestern.edu/netlogo/models/CashFlow
Transformações em outras linhas de pensamento 
derivadas de insights da complexidade: 
(exemplos de pesquisadores brasileiros)
 Eleutério Prado – Incorpora insights da complexidade para construir 
modelos formalizados que captem melhor as propriedades da 
Economia Política Clássica e dialética marxiana. 
 Gilberto Tadeu Lima – Macrodinâmica (pós keynesiana). 
 Newton Paulo Bueno – Dinâmica de Sistemas aplicado à relações 
Inter-setoriais e ciclos endógenos no Brasil. 
Referências
 OSER, Jacob e BLANCHFIELD, Wiliam. História do Pensamento Econômico. São Paulo: 
Ed. Atlas, 1983.
 Hayek, Friedrich v. The Theory of Complex Phenomena: A Precocious Play on the 
Epistemology of Complexity in: Studies in Philosophy, Politics and Economics, London, 
1967. Disponível em: 
http://highmesa.us/Hayek/Theory%20of%20Complex%20Phemomena.pdf
 HAYEK, Friedrich v. A Pretensão do Conhecimento. 1974. Disponível em: 
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=222
 WEAVER, Warren. Science and Complexity. Classical Papers E:CO Vol. 6 No. 3 2004 pp. 
65-74. Disponível em: http://philoscience.unibe.ch/documents/uk/weaver1948.pdf
 MITCHELL, Melanie. Complexity: A Guided Tour. New York: Oxford University Press, 2009. 
 SHUMPETER, Joseph. Capitalismo, Socialismo e Democracia. 1961. Disponível em: 
ftp://ftp.unilins.edu.br/leonides/Aulas/Form%20Socio%20Historica%20do%20Br%202/sch
umpeter-capitalismo,%20socialismo%20e%20democracia.pdf

Continue navegando