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1 UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO TECNOLÓGICO DISCIPLINAS: INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS PREDIAIS E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Profº Mario Tachini INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTOS SANITÁRIOS NORMAS: (a) NBR 8160/83 – Instalações prediais de esgoto sanitário (b) NBR 8160/99 (c) NBR 5688/99 – Sistemas prediais de água pluvial, esgotos sanitários e ventilação – Tubos e conexões de PVC, tipo DN - Requisitos 1. Generalidades: São instalações destinadas a retirar as águas servidas, a partir de aparelhos, caixas sifonadas ou ralos até a rede coletora pública ou outro destino final. Divide-se em três partes: Esgoto Primário, Esgoto Secundário e Ventilação. 2. Princípios Gerais: � Permitir rápido escoamento dos despejos e fáceis desobstruções; � Vedar a passagem de gases e animais das canalizações para o interior dos edifícios; � Não permitir vazamentos, escapamentos de gases ou formação de depósitos no interior das canalizações; � Impedir a contaminação da água de consumo e gêneros alimentícios. 3. Terminologia: � Aparelho sanitário - aparelho ligado à instalação e destinado ao uso da água para fins higiênicos ou receber ejetos e águas servidas; � Caixa de gordura - caixa destinada a reter gorduras; 2 � Caixa de inspeção - caixa destinada a permitir a inspeção e desobstrução de canalizações; � Caixa sifonada fechada - caixa dotada de fecho hídrico, destinada a receber efluentes de aparelhos sanitários, exclusive os de bacias sanitárias, e descarregá-los diretamente em canalização primária; � Caixa sifonada com grelha - ... Dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas de lavagem de pisos e efluentes de aparelhos sanitários, exclusive os de bacias sanitárias e mictórios; � Canalização primária - canalização onde tem acesso gases provenientes do coletor público ou de fossas sépticas; � Canalização secundária - canalização protegida por desconector contra o acesso de gases provenientes do coletor público; � Coletor predial - canalização compreendida entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga e a rede pública ou o local de lançamento dos despejos; � Coluna de ventilação - canalização vertical destinada à ventilação de sifões sanitários situados em pavimentos superpostos (permitir o acesso do ar atmosférico ao interior das canalizações de esgoto e a saída dos gases, bem como impedir a ruptura do fecho hídrico); � Desconector - sifão sanitário ligado a uma canalização primária; � Fecho hídrico - coluna hídrica que, em um sifão sanitário, veda a passagem de gases; � Peça de inspeção - dispositivo para inspeção e desobstrução de uma canalização; � Ramal de descarga - canalização que recebe diretamente efluentes de aparelho sanitário; � Ramal de esgoto - canalização que recebe efluentes de ramais de descarga; � Ramal de ventilação - tubo ventilador secundário ligando dois ou mais ventiladores individuais a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário; � Ralo - caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiro; 3 � Sifão sanitário - dispositivo hidráulico destinado a vedar a passagem de gases das canalizações de esgoto para o interior do prédio; � Subcoletor - canalização que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto; � Tubo de queda - canalização que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga; 4. Dimensionamento: 4.1. Estimativas de Descarga: Para a estimativa de descargas adota-se a Tabela 1, em que a unidade de descarga (correspondente à descarga de um lavatório de residência) é considerada igual a 28 l/min. 4.2. Ramais de Descarga: � De lavatórios, banheiras, bidês, ralos e tanques de lavagem podem inserir- se em desconector, canalização primária ou secundária; � De pias de cozinha ou de copa em caixa de gordura, tubo de queda ligado a caixa de gordura, canalização primária ou caixa de inspeção; � De bacias sanitárias, mictórios e pias de despejos, em cananalização primária ou caixa de inspeção. Obs: Os RD’s, quando Canalização Primária, devem ter início em sifão sanitário com fecho hídrico devidamente protegido; Obs: fixa-se em 2% a declividade mínima dos respectivos trechos horizontais. 4.3. Ramais de Esgoto (Tabela 2): � Os ramais de esgoto que recebem efluentes de bacias sanitárias e de pias de despejo serão sempre canalizações primárias; � Os que recebem efluentes de mictório não poderão ser ligados a caixas sifonadas com grelha. Obs: Declividades mínimas { D <= 75 mm = 2% ; D >= 100 mm = 1%}. 4 4.4. Tubo de Queda (Tabela 6): � Devem obedecer, sempre que possível, a um só alinhamento vertical, empregando-se nas mudanças de direção curvas de raio longo; � Nenhum tubo de queda poderá ter diâmetro inferior ao da maior canalização a ele ligado. 4.5. Tubo Ventilador: � Toda instalação predial de esgotos sanitários deve compreender, pelo menos, um tubo ventilador primário de diâmetro não inferior a 75 mm, constituído, nos prédios de dois ou mais pavtos, pelo prolongamento vertical de um tubo de queda até acima da cobertura do edifício. Os demais tubos de queda da instalação devem igualmente, prolongar-se até acima da cobertura do edifício, ou pelo menos acima de 15 cm, acima do nível máximo da água no mais elevado aparelho sanitário, ligando-se, então a um tubo ventilador primário. 4.4. Coluna de Ventilação (Tabela 5): � Diâmetro uniforme; � A extremidade inferior ligada a um subcoletor, a um tubo de queda, ou ramal de descarga ou de esgoto; � Todo Desconector deve ser ventilado, respeitando a distância limites da Tabela; 4.5. Ramal de Ventilação (Tabela 4): � Consideram-se devidamente ventilados os desconectores de pias, lavatórios e tanques, quando ligados a um TQ que não receba efluentes de bacias sanitárias e mictórios, observando as distâncias limites na Tabela; � A inserção do ramal de esgoto ao ramal de ventilação deve ser sempre que possível, acima do eixo da tubulação; � Consideram-se adequadamente ventilados os desconectores instalados no último pavimento ou pavimento único, quando se verificarem as seguintes condições: * UHC <= 12, 5 * A distância entre o desconector e a ligação do respectivo ramal de descarga a uma canalização ventilada não exceder os limites fixados na Tabela. 5. Prova de Estanqueidade: Todas as canalizações primárias da instalação devem ser experimentadas com água ou com ar comprimido, sob pressão mínima de 3 m.c.a., antes da instalação dos aparelhos, e submetidas a uma prova de fumaça, sob pressão mínima de 25 mm.c.a. depois da colocação dos aparelhos. Em ambas as provas as canalizações devem permanecer sob a pressão de prova durante 15 min. 6. Ventilação (Tabela 7): A ventilação da instalação de esgoto deve ser projetada da seguinte forma: 1. Em prédios de um só pavimento deve existir pelo menos um tubo ventilador de DN 100 ligado diretamente à caixa de inspeção ou em junção ao coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de um vaso sanitário e prolongado até acima da cobertura desse prédio. Obs.: se o prédio de um pavimento for residencial e tiver no máximo três vasos sanitários, o tubo ventilador pode ter diâmetro nominal igual a DN 75 mm. 2. Em prédios de dois ou mais pavimentos, os tubos de queda devem ser prolongados até acima da cobertura, sendo todos os desconectores (vasos sanitários, sifões e caixas sifonadas) providos de ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação. 3. Nos prédios cuja instalaçãode esgoto sanitário já possua pelo menos um tubo ventilador primário de DN 100 mm, fica dispensado o prolongamento de todo o tubo de queda, desde que estejam preenchidas as seguintes condições: � O comprimento não exceda ¼ da altura total do prédio, medida na vertical do referido tubo; � Não receba mais de 36 unidades Hunter de contribuição; 6 � Tenha a coluna de ventilação prolongada até acima da cobertura ou em conexão com outra existente, respeitados os limites da Tabela. 4. Toda coluna de ventilação deve ter: � Diâmetro uniforme; � A extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descarga, ou neste ramal de esgoto ou de descarga; � A extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a um tubo ventilador primário a 150 mm ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário Poe ele servido. 5. São considerados devidamente ventilados os desconectores instalados no último pavimento de um prédio, quando se verificarem as seguintes condições: � O número de UHC for menor igual a 15 UHC; � A distância entre o desconector e a ligação do respectivo ramal de descarga a uma tubulação ventilada não exceder os limites fixados na Tabela. 6. Consideram-se ventilados os desconectores das caixas retentoras e das caixas sifonadas, quando instaladas em pavimento térreo e ligadas diretamente a um subcoletor devidamente ventilado. 7. Quando o ramal de esgoto servir a mais de três vasos e houver aparelhos em andares superiores descarregando no tubo de queda, é necessária a instalação de tubo ventilador suplementar, ligando o tubo ventilador de circuito ao ramal de esgoto na região entre o tubo de queda e o primeiro vaso sanitário. 8. E necessária a instalação de tubo ventilador suplementar a cada grupo de no máximo oito vasos sanitários, contados a partir do mais próximo ao tubo de queda. 7 9. Nas instalações em prédios de dois ou mais andares que recebem descargas de aparelhos, como pias, tanques, máquinas de lavar e outros similares onde são usados detergentes que provoquem a formação de espuma, é necessários evitar a ligação de aparelhos ou tubos de ventiladores nos andares inferiores, em trechos da instalação considerados zonas de pressão de espuma. (ver Figura) 8 Tabela 1 – Unidades Hunter de Contribuição de Aparelhos Sanitários e Diâmetros dos Ramais de Descarga APARELHO Número de Unidades Hunter de Contribuição Diâmetro nominal do Ramal de Descarga (DN mm) Banheira de residência 2 40 Banheira hidroterápica fluxo contínuo 6 75 Bebedouro 0,5 40 Bidê 1 40 Chuveiro de residência 2 40 Chuveiro coletivo 4 40 Ducha escocesa 6 75 Lavador de comadre 6 100 Lavatório de residência 1 40 Lavatório geral 2 40 Lavabo cirúrgico 3 40 Mictório – válvula de descarga 6 75 Mictório – caixa de descarga 5 50 Mictório – descarga automática 2 40 Mictório de calha (por metro) 2 50 Pia de residência 3 50 Pia de serviço (despejo) 5 75 Pia de laboratório 2 40 Tanque de lavar roupa 3 40 Máquina de lavar prato 2 50 (1) Máquina de lavar roupa 2 50 (1) Vaso sanitário 6 100 Obs.: (1) ver recomendação do fabricante. 9 Tabela 2 – Dimensionamento de Ramais de Descarga Nº Unidades Hunter de Contribuição Diâmetro Tubo (DN mm) 3 40 6 50 20 75 160 100 620 150 Tabela 3 – Distância Máxima de um Desconector ao tubo Ventilador Diâmetro Tubo (DN mm) Distância Máxima (m) 40 1,00 50 1,20 75 1,80 100 2,40 Tabela 4 – Dimensionamento de Ramais de Ventilação Grupo de aparelhos sem vaso sanitários Grupo de aparelhos com vaso sanitários Nº Unidades Hunter de Contribuição Diâmetro Ramal de Ventilação (DN mm) Nº Unidades Hunter de Contribuição Diâmetro Ramal de Ventilação (DN mm) Até 12 40 Até 17 50 13 a 18 50 18 a 60 75 19 a 36 75 - 10 Tabela 5 – Dimensionamento de Coletores Prediais e Subcoletores Número Máximo de Unidades Hunter de Contribuição Declividades Mínimas (%) Diâmetro Tubo (DN mm) 0,5 1 2 4 100 - 180 216 250 150 - 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 Tabela 6 – Dimensionamento de Tubos de Queda Número Máximo de Unidades Hunter de Contribuição Prédio com mais de 3 pavimentos Diâmetro Tubo (DN mm) Prédio de até 3 pavimentos Em 1 pavimento Em todo o tubo 40 4 2 8 50 10 6 24 75 30 16 70 100 240 90 500 150 960 350 1900 11 Tabela 7 – Dimensionamento de Colunas e Barrilete de Ventilação Diâmetro Nominal Mínimo do Tubo Ventilador 40 50 75 100 150 Diâmetro do Tubo de Queda ou Ramal de Esgoto (DN mm) Número de Unidades Hunter de Contribuição Comprimento máximo permitido (m) 40 8 46 40 10 30 50 12 23 61 50 20 15 46 75 10 13 46 317 75 21 10 33 247 75 53 8 29 207 75 102 8 26 189 100 43 - 11 76 299 100 140 - 8 61 229 100 320 - 7 52 195 100 530 - 6 46 177 150 500 - - 10 40 305 150 1100 - - 8 31 238 150 2000 - - 7 26 201 150 2900 - - 6 23 183 7. EXEMPLOS DE INSTALAÇÕES: Fonte: Tigre/PINI 12 Caixas Sifonadas devem ter as seguintes características mínimas: a) ser de DN 100 mm, quando receberem águas servidas de aparelhos sanitários até o limite de 6 UHC; b) ser de DN 125 mm, quando receberem águas servidas de aparelhos sanitários de 6 a 10 UHC; c) ser de DN 150 mm, quando receberem águas servidas de aparelhos sanitários de 10 a 15 UHC. 13 14 15 16
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