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Instalações Hidrossanitárias e o Projeto de Arquitetura (somente a parte de esgoto) - Roberto de Carvalho Júnior

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ESGOTOS SANITÁRIOS 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
As instalações prediais de esgotos sanitários destinam-se a coletar, 
conduzir e afastar da edificação todos os despejos provenientes 
do uso adequado dos aparelhos sanitários, dando-lhes um rumo 
apropriado, normalmente indicado pelo poder público competente. 
O destino final dos esgotos sanitários pode ser a rede pública 
coletora de esgotos ou um sistema particular de recebimento e 
pré-tratamento em regiões (locais) que não dispõem de sistema 
de coleta e transporte de esgotos. 
As condições técnicas para projeto e execução das instalações 
prediais de esgotos sanitários, em atendimento às exigências míni-
mas quanto a higiene, segurança, economia e conforto dos usuários, 
são fixadas pela NBR 8160. De acordo com a norma, o sistema de 
esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: 
• Evitar a contaminação da água, de forma a garantir sua quali-
dade de consumo, tanto no interior dos sistemas de suprimento 
e de equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores. 
• Permit ir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos 
introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação 
de depósitos no interior das tubulações. 
• Impedir que os gases provenientes do interior do sistema pre-
dial de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização. 
• Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do 
sistema. 
• Permitir que seus componentes sejam facilmente inspecionáveis. 
• Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação. 
• Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispo-
sitivos que facilitem sua remoção para eventuais manutenções. 
163 
Figura 4.1 Sistema individual. 
Edificação 
164 
SISTEMAS DE COLETA 
E ESCOAMENTO DOS 
ESGOTOS SANITÁRIOS 
SISTEMAS INDIV IDUAIS 
Nos sistemas individuais de esgoto, cada prédio possui seu próprio 
sistema de coleta, escoamento e tratamento, como, por exemplo, 
o conjunto de fossa séptica e sumidouro. Todo sistema particular 
de tratamento, quando não houver rede pública de coleta de esgo-
to sanitário, deverá ser concebido de acordo com a normalização 
brasileira pertinente. 
O dimensionamento da fossa e do sumidouro deverá ser feito 
por um engenheiro, em função do número de moradores e o padrão 
da construção, uma vez que os resíduos gerados são proporcionais 
ao volume de água consumido. A fossa séptica pode ser construída 
com alvenaria ou ser pré-fabricada. Nos dois casos, ela deve atender 
às normas: 
• NBR 7229 - Projeto, construção e operação de sistemas de 
tanques sépticos; 
• NBR 3969 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento 
complementar e disposição final dos efluentes líquidos -
Projeto, construção e operação. 
Águas servidas 
Sumidouro 
CI 
1 
CI 
Fossa séptica 
Águas servidas 
Sumidouro 
SISTEMAS COLETIVOS 
Nos sistemas coletivos, existem redes coletoras assentadas nas 
ruas da cidade, que encaminham os esgotos até um determinado 
local, para tratamento e posterior lançamento a um curso de água. 
Cada edificação deve ter a própria instalação de esgoto, inde-
pendentemente de prédios vizinhos, com ligação à rede coletora 
pública, ou seja, cada edificação deve ter um só ramal predial, 
exceto em construções de grande porte (shopping centers, hotéis, 
hospitais etc.), que podem, a critério da concessionária local, ter 
mais de uma ligação de esgoto ao coletor público. 
Figura 4.2 Sistema coletivo. 
o o ,ro ,ro 
u,, u,, 
ro ro 
u u 
~ ~ 
-o w -o w 
Caixa de 
inspeção inspeção 
-~ -~ -o -o 
Q.) Q.) 
a. a. 
ro ro 
E E 
ro ro 
a::: a::: Rede colet ora pública 
Rua 
o ,ro 
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u 
~ 
-o w 
Caixa de 
inspeção 
-~ -o 
Q.) 
a. 
ro 
E 
ro 
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e 
~ 
"' "' o -o g,o 
I.U 
165 
166 
SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO 
As principais partes constituintes de uma instalação predial de 
esgoto sanitário estão representadas de forma esquemática nas 
Figuras 4.3 e 4.4. 
Os principais componentes de um sistema predial de esgoto 
são: aparelhos sanitários, desconectores ou sifões, ralos, caixas 
sifonadas, ramal de descarga, ramal de esgoto, tubo de queda, co-
luna de ventilação, subcoletor, dispositivos de inspeção (caixa de 
inspeção e caixa de gordura), coletor predial e válvula de retenção. 
Figura 4.3 Partes constituintes de uma instalação predial de esgoto. 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
Banheira 
N40 
--....... 
Ventilação 
DN 50 
Lavatório 
DN 40 
Ramal esgoto 
banheiro DN 75
1 
1 
1 
1 
Ramal esgoto 
___ i..__ lavanderia DN 75 
"' Vaso' .... - ... _ 
sanitário ------
DN 100 
Fonte: Manual Técnico Tigre. 
Máquina de 
lavar roupas 
DN 50 Tanque 
/ DN40 
/ 
Pia 
DN 40 
/ 
Figura 4.4 Partes constituintes de uma instalação de esgoto de 
banheiro em corte esquemático. 
Coluna de 
ventilação 
Tubo de -+-+• 
queda 
Ramal de 
ventilação 
Ramal de 
esgoto 
RAMAL DE DESCARGA 
Caixa 
sifonada 
Ramal de descarga é a tubulação que recebe diretamente os efluen-
tes de aparelhos sanitários (lavatório, bidê, bacia etc.). O ramal da 
bacia sanitária deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção 
(edificação térrea) ou no tubo de queda de esgoto (instalações em 
pavimento superior). Os ramais do lavatório, do bidê, da banheira, 
do ralo do chuveiro e do tanque devem ser ligados à caixa sifonada. 
Os ramais com efluentes de gordura (pias de cozinha) devem ser 
ligados à caixa de gordura (edificação térrea) ou a tubos de que-
da específicos, denominados "tubos de gordura" (nas instalações 
em pavimento superior). Para o dimensionamento de ramais de 
descarga, utiliza-se tabela apropriada (ver "Dimensinamento das 
tubulações"), conforme recomendação da NBR 8160. 
DESCONECTOR (SIFÃO) 
Desconector é um dispositivo dotado de fecho hídrico, destinado a 
vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do 
esgoto. Nas instalações prediais de esgoto, existem dois tipos bási-
cos de desconectores: o sifão e a caixa sifonada. Os desconectores 
podem atender a somente um aparelho (sifão) ou a um conjunto 
de aparelhos de uma mesma unidade autônoma, como é o caso da 
caixa sifonada. 
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O() 
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I.U 
167 
168 
De acordo com a NBR 8.160, todos os aparelhos sanitários de-
vem ser protegidos por desconectores. Todo desconector deve ter 
fecho hídrico com altura mínima de 50 mm, e apresentar orifício de 
saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de descarga a ele 
conectado. Segundo a norma, deve ser assegurada a manutenção do 
fecho hídrico de acordo com as solicitações impostas pelo ambiente 
( evaporação, tiragem térmica, ação do vento, variações de pressão) 
e pelo uso propriamente dito (sucção e sobrepressão). É preciso, 
na compra de sifões, estar atento a essa exigência da norma. 
Figura 4.5 Pia com sifão. 
Ar ambiente 
-sifão 
Ar com 
odores 
CAIXA SIFONADA 
A caixa sifonada é uma caixa de forma cilíndrica provida de des-
conector, destinada a receber efluentes de conjuntos de aparelhos 
como lavatórios, bidês, banheiras e chuveiros de uma mesma uni-
dade autônoma, assim como as águas provenientes de lavagem de 
pisos- nesse caso, devem ser providas de grelha. Sua tampa deve 
ser facilmente removível para facilitar a manutenção, mesmo a 
tampa dos ralos cegos. 
A vedação hídrica evita que odores e insetos provenientes dos 
ramais de esgoto penetrem pelas aberturas dos ralos. É fabricada 
em PVC e fer ro fundido, com diâmetros de 100 mm, 125 mm e 
150 mm. Possui de uma a sete entradas de esgoto para tubulações 
com diâmetro de 40 mm e tem apenas uma opção de saída, com 
diâmetros de 50 mm e 75 mm. 
Deve ter sua localização adequada para receber os ramais de 
descarga e encaminhar a água servida para o ramal de esgoto. A 
posição ideal para sua localização é aquela que atenda à estética 
e à hidráulica. 
Os desconectores em geral (sifões, caixas sifonadas) e os ralos 
simples precisam ser posicionados em locais de fácil acesso, de 
modo a permitir a limpeza e manutenção periódica. 
Os chuveiros e as águas de lavagemde pisos podem ser co-
letados em ralos simples (secos), os quais devem ser ligados às 
caixas sifonadas. Entretanto, devido a razões de estética, alguns 
projetistas preferem localizar a caixa sifonada no box do chuvei-
ro. Nesse caso, o ralo do box não deve ser localizado no centro 
geométrico dessa pequena área, pois fatalmente o usuário se posi-
cionará sobre ele, podendo danificá-lo ou ser vítima de acidentes. 
Portant o, deve-se posicionar o ralo num dos cant os do box, de 
preferência junto à parede oposta à por ta de acesso, não somente 
para se evitar que a água saia do box, como para se eliminar os 
problemas acima citados. 
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"' "' o -o g,o 
I.U 
169 
170 
Figura 4.6 Caixa sifonada montada com grelha (com 7 entradas). 
A 
B 
Fonte: Tigre. 
RALOS 
D 
i 
-------.!..--
1 
i 
i 
i 
1 
Existem dois tipos de ralo: seco (sem proteção hídrica) e sifonado 
(com proteção hídrica). Normalmente, os ralos secos são ut ilizados 
para receber águas provenientes de chuveiro (box), pisos laváveis, 
áreas externas, terraços, varandas etc. Não devem, entretanto, 
receber efluentes de ramais de descarga. 
Os ralos também são fabricados em ferro fundido e em PVC. 
Existem diversos tipos e modelos de ralo em PVC, porta-grelhas, 
grelhas sem suporte, grelhas com dispositivo de vedação rotativo 
e grelhas em inox e em alumínio anodizado. 
Além dos ralos tradicionais (seco e sifonado) a Tigre apresenta 
outros modelos, tais como: ralo de saída articulada, antiespuma, 
anti-infilt ração e o ralo linear (ver Figura 4.8). 
Figura 4.7 Ralo seco. 
r···· 1 
Fonte: Tigre. 
RALO DE SAÍDA ARTICULADA* 
A função do ralo com saída articulada é coletar águas servidas e 
pluviais de terraços e pisos e permitir flexibilidade na saída para 
o ramal de descarga. O ralo com saída articulada apresenta vários 
benefícios em relação aos ralos convencionais: 
• Facilidade de instalação e racionalização do traçado da 
instalação; 
• Permite a instalação de prolongamentos DN 100, anti-
-infiltração e antiespuma Tigre; 
• Impede o entupimento do sistema de esgoto; 
• Maior vazão de operação (melhor desempenho hidráulico). 
RALO ANTIESPUMA* 
É um dispositivo que bloqueia o retorno do ralo ou caixa sifonada, 
permitindo a captação de água no local onde está instalado. 
Esse bloqueio acontece porque quando a espuma começa a ser 
escoada pela tubulação de entrada das caixas e ralos e tenta passar 
pela grelha, a bor racha interna do antiespuma dobra e impede sua 
passagem. 
Além de evitar o refluxo de espuma, evita a contaminação do 
ambiente por insetos, e é o único compatível com todas as caixas 
sifonadas do mercado. Estão disponíveis nos seguintes diâmetros: 
DN 100 e DN 150. 
Os principais benefícios do ralo antiespuma são: 
• Vedação eficiente e durável garantida pelo anel de vedação 
em borracha nitrílica; 
• Acaba com o incoveniente do retorno da espuma; 
• Pode ser aplicado em ralos e caixas sifonadas instaladas 
nas áreas de serviços ou até de banheiros; 
• É fácil de limpar e instalar; 
• Coleta a água do piso enquanto bloqueia a espuma. 
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I.U 
' TUBOS e Conexões Tigre S.A . 
Manual técnico Tigre : orienta-
ções técnicas sobre instalações 
hidráulicas prediais/Tigre S.A . 
Joinville : Tigre, 2008. 171 
172 
' TUBOS e Conexões Tigre S.A. 
Manual técnico Tigre: o rienta-
ções técnicas sobre instalações 
hidráulicas prediais/Tigre S.A. 
Joinv ille: Tigre, 2008. 
RALO ANTI-INFILTRAÇÃO* 
Sua função principal é impedir a infiltração de água entre o piso e 
a caixa sifonadajuntamente com o sistema de impermeabilização. 
São fabricados nas bitolas DN 100 e 150. 
A grande vantagem desse tipo de ralo é coletar a água de uma 
provável infiltração entre o piso e o sistema de impermeabilização 
que se integra ao corpo da caixa sifonada, conduzindo a água para 
o interior da caixa sifonada e, desta forma, impedindo que a in-
filtração percole para a parte inferior da laje ou do terreno. Além 
disso, de acordo com o fabricante, apresentam outros benefícios: 
• Ser de fácil instalação: as ranhuras na parte inferior faci-
litam a fixação e impedem a formação de bolhas de ar na 
argamassa de assentamento; 
• Ser compatível com todos os sistemas de impermeabilização 
do mercado; 
• Possuir limitadores e área recartilhada para fixação na 
manta, impedindo sua má instalação. 
RALO LINEAR* 
A sua função principal é captar água servida em sacada, box de 
banheiros, lavanderias etc. Também é muito utilizado em transição 
de sacada-sala. 
De acordo com o fabricante, o produto resulta em boa economia 
de mão de obra e material, pois como o caimento é feito em uma 
direção única, não há necessidade de recortes e adaptações no piso. 
São fabricados em PVC, com as seguintes dimensões: 50, 70 e 
90 cm de comprimento e 5,5 cm de largura. As cores disponíveis 
são: grelhas brancas e areia (corpo branco) e grelhas cinza e inox 
(corpo cinza). 
Os principais benefícios do ralo linear são: 
• Design inovador: combina com qualquer ambiente; 
• Maior vazão de captação de água; 
• Fácil instalação: conexões soldadas com adesivo para PVC; 
• Fácil limpeza: material de PVC livre de incrustações; 
• Versatilidade: pode ser usado para escoamento de água 
do chuveiro ou aplicado em varandas, lavanderias e pisos 
comerciais. 
Figura 4.8 Ralos especiais (saída articulada, antiespuma, anti-infiltração e ralo linear). 
Ralo de saída articulada Ralo antiespuma 
Ralo linear 
Ralo anti-infiltração 
"' o 
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I.U 
173 
174 
RAMAL DE ESGOTO 
O ramal de esgoto recebe os efluentes dos ramais de descarga. Suas 
ligações ao subcoletor ou coletor predial devem ser efetuadas por 
caixa de inspeção, em pavimentos térreos, ou tubos de queda, em 
pavimentos sobrepostos. 
Em edifícios com mais de um pavimento, o ramal de esgoto 
do térreo deverá ser ligado diretamente à caixa de inspeção, por 
tubulação independente. Para seu dimensionamento, utiliza-se 
tabela apropriada (ver "Dimensionamento das tubulações") , de 
acordo com a NBR 8160. 
Figura 4.9 Ligação de ramal de esgoto. 
Tubo de queda 
Ramal de 
ventilação 
RAMAL COM EFLUENTE DE GORDURA 
Os ramais com efluentes de gordura (pias de cozinha) devem ser 
ligados à caixa de gordura (edificação térrea) ou a "tubos de gor-
dura" (nas instalações em pavimento superior). 
TUBO DE QUEDA 
Tubo de queda é a tubulação vertical existente nas edificações de 
dois ou mais pavimentos, que recebe os efluentes dos ramais de 
esgoto e dos ramais de descarga. Ele deve ser instalado, sempre que 
possível, com alinhamento vertical (sem desvios) e diâmetro uni-
forme. O tubo de queda não deve ter diâmetro inferior ao da maior 
tubulação a ele ligada (normalmente, o ramal da bacia sanitária, 
que possui diâmetro de 100 mm). O diâmetro nominal mínimo do 
tubo de queda que recebe efluentes de pias de copa, cozinha ou de 
despejo é igual a 75 mm. 
Para o dimensionamento de tubos de queda, deve ser consul-
tada tabela específica (ver "Dimensionamento das tubulações"), de 
acordo com recomendações da NBR 8160. 
Figura 4.10 Tubo de queda em edifícios com mais de dois pavimentos. 
CV TO 
Cobertura 
3º Pavimento 
2º Pavimento 
1 º Pavimento 
Térreo 
1::1:==~ Subcoletor 
Subsolo 
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O() 
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I.U 
175 
176 
TUBO VENTILADOR E COLUNA 
DE VENTILAÇÃO 
Tubo ventilador é aquele destinado a possibilitar o escoamento de 
ar da atmosfera para o interior das instalações de esgoto e vice-
-versa, com a finalidade de protegê-las contra possíveis rupturas 
do fecho hídrico dos desconectores (sifões). 
Quando desenvolvido por um ou mais pavimentos, esse tubo 
denomina-se "coluna de ventilação". Sua extremidade superior, 
nesse caso, deve ser aberta à atmosfera e ultrapassar o telhado ou 
a laje de cobertura em, no mínimo, 30 cm. 
Para impedir a entrada de folhas, água de chuva e outros tipos 
de obstrução na colunade ventilação, a TIGRE oferece os "Termi-
nais de Ventilação," fabricados nos diâmetros de 50, 75 e 100 mm. 
Esses dispositivos dispensam a colocação de cotovelos com telas de 
proteção (Figura 4.13) nas extremidades das colunas de ventilação. 
De acordo com a NBR 8160, a extremidade aberta de um tubo 
ventilador ou coluna de ventilação deve situar-se a uma altura mí-
nima igual a 2 m acima de terraço, no caso de laje ut ilizada para 
outros fins além da cobertura. Com relação ao projeto arquitetônico, 
não deve estar situada a menos de 4 m de qualquer janela, porta 
ou vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1 m das vergas 
dos respectivos vãos. 
O tubo ventilador e a coluna de ventilação devem ser verticais 
e, sempre que possível, instalados em uma única prumada. De-
vem ter diâmetros uniformes, sendo que, em residências térreas, 
normalmente, adota-se como diâmetro o valor de 50 mm e, em 
edifícios com mais de dois pavimentos, o mínimo de 75 mm. Para 
o dimensionamento das colunas de ventilação, devem ser consulta-
das tabelas apropriadas (ver "Dimensionamento das tubulações"), 
conforme recomendações da NBR 8160. 
RAMAL DE VENTILAÇÃO 
É o trecho da instalação que interliga o desconector, ou ramal de 
descarga, ou ramal de esgoto, de um ou mais aparelhos sanitários 
a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário. 
A ligação do ramal de ventilação a uma coluna de ventilação 
(tubo ventilador primário) deve ser feita de modo a impedir o acesso 
de esgoto sanitário ao interior dele. Dessa maneira, toda tubula-
ção de ventilação deve ser instalada com aclive mínimo de 1 % , de 
modo que qualquer líquido que porventura nela venha a ingressar 
possa escoar totalmente, por gravidade, para dentro do ramal de 
descarga ou de esgoto em que o ventilador tenha origem. O ramal 
deve ser ligado a coluna de ventilação 15 cm, ou mais, acima do nível 
de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos sanitários 
(referente aos aparelhos sanitários com seus desconectores ligados 
à tubulação de esgoto primário, como bacias sanitárias, pias de 
cozinha, tanques de lavar, máquinas de lavar etc.), excluindo-se 
os que despejam em ralos ou caixas sifonadas de piso. 
A distância entre o ponto de inserção do ramal de ventilação 
ao tubo de esgoto e a conexão de mudança do trecho horizontal 
para a vertical deve ser a mais curta possível, sendo que, entre a 
saída do aparelho sanitário e a inserção do ramal de ventilação, a 
distância deve ser igual a, no mínimo, duas vezes o diâmetro do 
ramal de descarga. 
Figura 4.11 Detalhes da ventilação. 
2,00 m 
• -- ••• ti • ................... ·-·· ... ·-·· ·-··. 
VP 
Terraço 
.. ·- .... . . -·· 
"' o 
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e 
ra 
"' 
"' o -o 
O() 
"' I.U 
177 
178 
Figura 4.12 Ventilação do ramal de esgoto. 
Figura 4.13 Detalhe 
da ventilação primária 
(ligação da ventilação no 
último pavimento). 
;;.300 mm 
Cobertura 
DET. 
Te rmina l de 
ventilação 
Último 
pavimento 
Ramal de ventilação 
Tubo de 
queda 
Figura 4.14 Detalhe da ligação do ramal de 
ventilação. 
Vem do vaso Esgoto 
Corte AA 
SUBCOLETOR 
Subcoletor é a tubulação horizontal que recebe os efluentes de um 
ou mais tubos de queda ou de ramais de esgoto. Devem ser cons-
truídos, sempre que possível, na parte não edificada do terreno. No 
caso de edifícios com vários pavimentos, normalmente, são fixados 
sob a laje de cobertura do subsolo, por meio de braçadeiras. Nesses 
casos, devem ser protegidos e de fácil inspeção. 
Os subcoletores deverão possuir um diâmetro mínimo de 100 
mm para uma declividade de 1 % (mínima) , intercalados por caixas 
de inspeção ou conexões que possuam dispositivos para tal finali-
dade. Esses elementos de inspeção deverão ser previstos sempre 
que houver mudança de direção do subcoletor ou quando houver 
a interligação de outras tubulações de esgoto. Os subcoletores 
podem ser dimensionados pelo somatório das Unidades de Hunter 
de Contribuição (UHC), conforme a tabela extraída da NBR 8160 
(ver "Dimensionamento das tubulações"). 
Figura 4.15 Rede coletora no subsolo de um prédio. 
T0 -1 
0 150 Pelo teto 
T0-2 
Figura 4.16 Detalhe de pé de coluna. 
. ~. 
Curva 87° 30' curta 
8 
z 
o 
com bolsas para pé de coluna. 
Obs.: prever visita de inspeção:-----
Fonte: Tigre. 
T0-4 
Tubo de queda 
Laje 
. -· . . - . 
DN-1 00 Subcoletor 
ro 
"O 
ro 
U'> 
ro u 
Caixa de 
"' o 
·;: 
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e 
~ 
"' "' o -o g,o 
I.U 
179 
180 
CAIXAS DE INSPEÇÃO E GORDURA 
CAIXA DE INSPEÇÃO 
É a caixa destinada a permit ir a inspeção, limpeza e desobstrução 
das tubulações de esgoto. É instalada em mudanças de direção e 
de declividade ou quando o comprimento da tubulação de esgoto 
(subcoletor ou coletor predial) ultrapassa 12 m. Pode ser de con-
creto, alvenaria ou plástico. Quanto à forma, pode ser prismática, 
de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 60 cm, 
ou cilíndrica, com diâmetro mínimo de 60 cm. 
A profundidade máxima dessa caixa deve ser de 1 m. A tampa 
deve ficar visível e nivelada ao piso e ter vedação perfeita, impedindo 
Figura 4.17 Caixas de inspeção e gordura em alvenaria. 
Tampa de 
concreto armado 
0 
Revestimento interno 
com arg. cimento/areia 
Nível 
Alvenaria de tijo los 
de barro assentes 
com argamassa de 
cimento/areia 
0 
Lastro de 
Corte concreto 
(a) Caixa de inspeção 
1 
(1) 
> 
•m 
·;: 
0 
"' > 
' 10) . _JJf' 
." r 
T 
1 
Corte 
(b) Caixa de gordura 
1 Ta mpa removível de 
oncreto armado c 
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60 x 60 (mín.) 
Planta 
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norma loca l 
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L 
Planta 
a saída de gases e insetos de seu interior. Em lugares como gara-
gens, a caixa deve ser localizada de forma a não ser afetada pelo 
peso dos veículos. 
Em prédios com vários pavimentos, as caixas de inspeção não 
devem ser instaladas a menos de 2 m de distância dos tubos de 
queda que contribuem para elas. 
CAIXA DE GORDURA 
É a caixa destinada a reter, em sua parte superior, as gorduras, gra-
xas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser 
removidas periodicamente, evitando, dessa maneira, que esses com-
ponentes escoem livremente pela rede de esgoto e gerem obstrução. 
Nas instalações residenciais, é usada para receber esgotos 
que contêm resíduos gordurosos provenientes de pias de copa e 
cozinha. Sua utilização é exigida em alguns códigos sanitários es-
taduais e posturas municipais. Quando o uso da caixa de gordura 
não for exigido pela autoridade pública competente, sua adoção 
ficará a critério do projetista. No uso corporativo (hospitais, 
restaurantes, indústrias) a sua obrigatoriedade abrange todo o 
território nacional. 
As caixas de gordura pré-fabricadas ou pré-moldadas podem 
ser construídas em concreto armado, argamassa armada, plástico 
ABS, fibra de vidro, cerâmica, placas de PVC, polietileno, polipro-
pileno ou outro material comprovadamente resistente à corrosão 
provocada pelos esgotos. 
As caixas de gordura pré-moldadas em concreto apresentam o 
inconveniente de não se adaptarem aos tubos em PVC, provocan-
do trincas com o passar do tempo e posteriores infiltrações. Já as 
fabricadas em plásticos (ABS, PVC) ou mesmo, em fibra e vidro, 
permitem a conexão de anel de PVC flexível. 
De acordo com a NBR 8160, para a coleta de apenas uma cozi-
nha, pode ser usada a caixa de gordura pequena (CGP) ou uma cai-
xa de gordura simples (CGS). A CGP é cilíndrica, com as seguintes 
dimensões mínimas: diâmetro interno de 30 cm; parte submersa 
do septo de 20 cm; capacidade de retenção de 18 litros; diâmetro 
nominal da tubulação de saída de 75 mm. A CGS também é cilín-
drica, com as seguintes dimensões mínimas: diâmetro interno de 
40 cm; parte submersa do septo de 20 cm; capacidade de retenção 
de 31 litros e diâmetro nominal da tubulação de saída de 75 mm. 
Em edifícios com pavimentos sobrepostos, os ramais de pias 
de cozinha devem ser ligados em tubos de queda independentes(tubos de gordura), que conduzirão os efluentes para uma caixa 
de gordura coletiva, localizada no pavimento térreo. Nesses casos, 
não é permitido o uso de caixas individuais em cada pavimento. 
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181 
Tabela 4.1 Caixa de gordura prismática (base retangular) 
Quantidades Dimensões internas mínimas (cm) 
Núm e ro de Núme ro de Capacidade Comprimento Largura Altura Altura da 
cozi nhas refeições da caixa ( L) (c) (L) (H) saída 
(n) (a x c x L) (A) 
1* 13* • * * * -
2 - 31 44 22 47 32 
3 - 44 50 25 50 35 
4 - 50 52 26 52 37 
5 - 56 54 27 53,5 38,5 
6 - 63 56 28 55 40 
7 - 71 58 29 57,5 42,5 
8 - 77 59 29,5 59 44 
9 - 83 60 30 61 46 
10 - 90 62 31 62 47 
11 - 97 64 32 62,5 47,5 
12 - 105 66 33 63 48 
13 - 111 68 34 63 48 
14 - 118 70 35 63 48 
15 - 124 72 36 63 48 
16 a 28 100 216 90 40 75 60 
29 a 36 125 288 120 40 75 60 
37 a43 150 360 120 50 75 60 
44 a 57 200 432 120 60 75 60 
58 a 73 250 504 120 70 75 60 
74 a 86 300 588 140 70 75 60 
87 a 100 350 756 140 90 75 60 
101 a 115 400 810 150 90 75 60 
116 a 129 450 918 170 90 75 60 
* Info rmações a respeito de caixas de gordura me no res e /o u de formato cilíndrico constam da 
182 no rma NBR 8160 - Sistemas Prediais de Esgoto Sanitári o - Pro jeto e Execução. 
Figura 4.18 Esquema de funcionamento da caixa de gordura. 
Tampão 
Camada 
de gordura 
a ser retirada 
Septo 
CAIXA MÚLTIPLA 
É uma caixa de plástico desenvolvida pela Tigre, que pode ser uti-
lizada como caixa de gordura, de inspeção e de águas pluviais. De 
acordo com o fabricante, o produto consiste de kits com componen-
tes intercambiáveis, que, em função da necessidade da instalação, 
podem ser montados para uso de qualquer uma das três versões. 
As caixas já vêm pré-montadas, bastando completar com tampa ou 
grelha e com prolongadores, se necessário. Para a montagem, basta 
encaixar as peças por meio das juntas elásticas. 
A caixa múltipla apresenta algumas vantagens em relação às 
tradicionais de concreto e alvenaria: pelo fato de ser fabricada em 
PVC, não sofre ataque químico do esgoto sanitário; é facilmente 
adaptável em qualquer tipo de terreno; possui um isolamento que 
impede a passagem de odores; fácil acabamento com o piso, pois o 
formato quadrado das tampas facilita o acabamento para qualquer 
tipo de piso (cimentado, cerâmico, pavimentado) permite ligação 
em desnível (por meio de prolongadores podem ser criadas entradas 
em alturas diferentes das demais ligações); profundidade ajustável 
(de 1 cm em 1 cm, por meio dos prolongadores sem entrada); é 
fácil transportar em função da leveza do material; fácil de limpar 
(a superfície lisa não gera incrustação de gordura e impurezas). 
Além dessas vantagens, as juntas elásticas previnem contra vaza-
mentos de esgoto para o solo (que podem poluir os lençóis de água 
e fazer o solo ceder) e garantem que a água do solo não entre na 
caixa, como acontece em regiões com nível do lençol de água muito 
elevado - litoral, por exemplo. 
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183 
184 * Manual Técnico Tigre. 
Figura 4.19 Caixa múltipla. 
Fonte: Tigre. 
/ / * 
CARACTERISTICAS TECNICAS 
Caixa de inspeção de esgoto 
• Possui três entradas e uma saída DN 100; 
• Fundo em formato de canaleta, com declividade; 
• Estanqueidade garantida por juntas elásticas; 
• Dimensões: DN 300 x 218; 
• Possuem versões com e sem Tampa e Porta Tampa. 
Caixa de gordura 
), 
• Possui 2 entradas DN 75 e 1 entrada DN 50 e com saída DN 100; 
• Superfície totalmente lisa, não gera incrustação de gordura; 
• Contém cesta de limpeza para auxiliar na retirada dos resíduos 
sólidos (gordura) ; 
• Volume de retenção de 19 litros (superior ao exigido pela norma 
NBR 8160), atendendo a uma pia de cozinha residencial; 
• Dimensões: DN 558 x 300; 
• Possui versões com e sem Tampa e Porta Tampa. 
COLETOR PREDIAL 
De acordo com a NBR 8160, coletor predial é o t recho de tubulação 
compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de es-
goto ou de descarga ou caixa de inspeção geral, e o coletor público. 
Toda edificação deve ter a própria instalação de esgoto, com 
a respectiva ligação ao coletor público, que deve ser feita por gra-
vidade. Portanto, ter cota de nível suficientemente mais elevada. 
A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o 
disposit ivo de inspeção mais próximo não deve ser superior a 15 m. 
O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo de 100 mm. O 
dimensionamento é feito pelo somatório das Unidades de Hunter 
de Contribuição (UHC), conforme a tabela extraída da NBR 8160 
(ver "Dimensionamento das tubulações"). 
Figura 4.20 Coletor predial. 
Tubo de ventilação 
Esgoto 
secundário Esgoto primário 
Caixa sifonada 
Máximo 15 m 
VÁLVULA DE RETENÇÃO 
É uma conexão instalada nos ramais prediais, após as caixas de 
inspeção, que impede o retorno do esgoto em situações como: 
inundações, enchentes, refluxo de marés, entupimentos, vazões 
elevadas em período de chuva. Pode também ser utilizada em ra-
mais prediais de águas pluviais. 
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185 
186 
MATERIAIS UTILIZADOS 
De acordo com a NBR 8160, os materiais a serem empregados nos 
sistemas prediais de esgoto sanitário devem ser especificados em 
função do tipo de esgoto a ser conduzido, de sua temperatura, dos 
efeitos químicos e físicos e dos esforços ou solicitações mecânicas 
a que possam ser submetidas as instalações. Os materiais usual-
mente empregados nas tubulações e conexões de esgoto são o 
PVC linha sanitária (série normal e reforçada) , o ferro fundido e a 
manilha cerâmica. Não podem ser utilizados, nos sistemas prediais 
de esgoto sanitário, materiais ou componentes não constantes da 
normalização brasileira. 
Em virtude de suas vantagens o PVC é o material mais utiliza-
do nos sistemas prediais de esgoto. Para as tubulações aparentes, 
instaladas na horizontal e suspensas em lajes, é recomendável a 
utilização de tubos mais reforçados, como da Linha Série R, da 
Tigre. Nos pontos críticos da instalação, como nos pés de coluna 
(tubos de queda), podem ocorrer choques provocados pela queda de 
resíduos sólidos normalmente encontrados nos esgotos. As curvas 
da Linha Série R da Tigre, para pé de coluna , foram fabricadas 
com um reforço extra de espessura de parede. Por isso, são espe-
cialmente indicadas para uso nesses pontos críticos. 
Os tubos de ferro fundido são incombustíveis e possuem alta 
resistência a choques. Por essa razão, são mais utilizados nas ins-
talações aparentes, particularmente em garagens de subsolos ou 
pilotis, onde exista a possibilidade de ocorrer acidentes. Também 
apresentam como vantagens: alta resistência a produtos químicos; 
alta durabilidade; resistência a altas temperaturas. As manilhas 
cerâmicas são mais utilizadas para receber efluentes industriais e 
solventes orgânicos e também possuem resistência à ação de solos 
agressivos e de correntes eletrolíticas. 
TRAÇADO DAS INSTALAÇÕES 
É de fundamental importância uma análise minuciosa dos pro-
jetos de estrutura e arquitetura, antes de elaborar o traçado das 
instalações. 
As prumadas de esgoto e ventilação, assim como as de água 
fria e quente, devem ser definidas pelo profissional de instalações, 
para adequar-se às barreiras impostas pelo projeto de estrutura e 
integrar-se de forma harmônica ao projeto arquitetônico. 
As canalizações embutidas não devem estar solidárias às peças 
estruturais do edifício. Deve-se condicionar a escolha dos pontos 
de descida dos tubos de queda para o mais próximo possível de 
pilares, ou da projeção dos pilares e paredes do térreo. 
Com relação às conexões, deve-se utilizá-las de forma racional, 
evitando, sempre que possível, as mudanças bruscas de direção no 
traçado das redes. É preferível a utilização de caixas de passagem 
(inspeção) nas mudanças de 90º, em trechos horizontais. 
Para a escolha do posicionamentoda caixa sifonada com grelha, 
devem-se levar em consideração aspectos estéticos, já que o piso 
deverá apresentar declividade favorável ao escoamento das águas 
para a caixa. De forma geral, quanto mais próxima a caixa sifonada 
(ralo) estiver da ligação com o ramal de esgoto, mais simples será 
a instalação da ventilação. 
A Figura 4.21 apresenta uma sequência de passos a ser seguida 
no traçado de uma instalação sanitária. 
Figura 4.21 Sequência de passos para o traçado de uma instalação de esgoto. 
(a) Identificação dos e lementos estruturais 
(previsão de shaft) 
(c) Ligação do tubo de queda à bacia sanitária 
Ralo seco 
i 
o 
(e) Ligação da caixa sifonada ao rama l da bacia 
Ra lo seco 
(g ) Ligação do tubo ventilador ao rama l 
de esgoto 
Tubo de 
queda 
Coluna de 
ventilação 
(b) Escolha do ponto de descida do tubo de 
ueda e de subida da coluna de ventila ão 
Ra lo seco 
! • 
(d) Localização do ra lo seco e da caixa sifonada 
Ra lo seco 
(f) Ligação do ralo seco e dos ramais de 
descarga à caixa sifonada 
Ra lo seco 
(h) Colocação dos diâmetros 
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187 
188 
DIMENSIONAMENTO DAS 
TUBULAÇÕES 
As vazões de água servidas (esgotos) que escoam pelas tubulações 
são variáveis em função das contribuições (UHC) de cada um dos 
aparelhos. A Unidade Hunter de Contribuição (UHC) é um numero 
que representa a contribuição de esgotos dos aparelhos sanitários 
em função da sua ut ilização habitual. Cada aparelho sanitário pos-
sui um valor de UHC específico, conforme pode ser visto na Tabela 
4.2, fornecida pela norma NBR 8160. 
O dimensionamento das canalizações é bastante simples. As 
tubulações têm diâmetro dependente do número total de UHC 
associadas aos aparelhos sanitários a que servirem. A NBR 8160 
fixa os valores dessas unidades para os aparelhos mais comumente 
utilizados. A bacia sanitária, por exemplo, possui maior vazão que 
o lavatório. Dessa maneira, entende-se que, para vazões maiores, 
teremos maiores diâmetros. 
Assim, com base na contribuição de cada aparelho e nas decli-
vidades preestabelecidas, dimensiona-se todo o sistema. 
Como o sistema de esgoto funciona por gravidade, as decli-
vidades devem ser especificadas em projeto. Em geral, adota-se 
declividade mínima de 2% para tubulações com diâmetro nomi-
nal igual ou inferior 75 mm; 1 % para tubulações com diâmetro 
nominal igual ou superior a 100 mm, com exceção dos casos pre -
vistos na tabela de coletores e subcoletores da NBR 8160. 
Isso faz com que, em pavimentos sobrepostos, exista a necessi-
dade de prever uma altura adequada de pé-direito para a colocação 
de forros, para esconder as tubulações sob a laje do andar superior. 
Tabela 4.2 UHC dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal mínimo dos ramais de 
descarga (NBR 8160/99) 
Diâmetro nominal 
Aparelho sanitário Número de UHC mínimo do ramal 
de descarga 
Bacia sanitária 6 100 
Banheira de residência 2 40 
Bebedouro 0,5 40 
Bidê 1 40 
Chuveiro De residência 2 40 
Coletivo 4 40 
Lavatório De residência 1 40 
De uso geral 2 40 
Mictório Válvula de descarga 6 75 
Caixa de descarga 5 50 
Descarga automática 2 40 
De calha 2* 50 
Pia de cozinha residencial 3 50 
Pia de cozinha industrial Preparação 3 50 
Lavagem (panelas) 4 50 
Tanque de lavar ro upas 3 40 
Máquina de lavar louças 2 50** 
Máquina de lavar ro upas 3 50** 
Obs.: * Mictório (por metro de calh a) - conside rar como ramal de esgoto (ver tabela). 
•• Devem ser conside radas as recomendações dos fabricantes. 
Tabela 4.3 Aparelhos não relacionados na Tabela 4.2 (NBR 8160/99) 
Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga Número de UHC 
40 2 
50 3 
75 5 
100 6 
Tabela 4.4 Dimensionamento de ramais de esgoto (NBR 8160/99) 
Diâmetro nominal mínimo do tubo Número máximo de UHC 
40 3 
50 6 
75 20 
100 160 
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Tabela 4.5 Diâmetro mínimo dos ramais de esgoto 
Quantidade de aparelhos Diâmetro (DN) 
Banheiros 
com 2 aparelhos sem banheira 40 
com 3 aparelhos sem banheira 50 
com banheira e mais apare lhos 75 
Cozinha (do sifão até a caixa de gordura) 
com pia de 1 c uba 50 
com pia de 2 cubas 50 
Lavanderias 
com 1 tanque 40 
com tanque e 2 c ubas 50 
com máquina de lava r roupas 75 
com máquina de lavar roupas e tanque 75 
Tabela 4.6 Dimensionamento de tubos de queda (NBR 8160/99) 
Número máximo de UHC 
Diâmetro nominal do tubo 
Prédio de até três pavimentos 
Prédio com mais de três 
pavimentos 
40 4 8 
50 10 24 
75 30 70 
100 240 soo 
150 960 1 900 
200 2200 3 600 
250 3 800 5 600 
300 6 000 8400 
Tabela 4.7 Dimensionamento de subcoletores e coletor redial (NBR 8160/99) 
Diâmetro nominal Número máximo de UHC em função das declividades mínimas (%) 
do tubo 0,5 1 2 4 
100 - 180 216 250 
150 - 700 840 1 000 
200 1 400 1 600 1 920 2 300 
250 2 soo 2 900 3 soo 4 200 
300 3 900 4 600 5 600 6 700 
400 7000 8 300 10 000 12000 
Tabela 4.8 Dimensionamento de ramais de ventilação (NBR 8160/99) 
Grupo de aparelhos sem bacias sanitárias Grupo de aparelhos com bacias sanitárias 
Número de UHC 
Diâmetro nominal do 
Número de UHC 
Diâmetro nominal do 
ramal de ventilação ramal de ventilação 
Até 12 40 Até 17 50 
13 a 18 50 18 a 60 75 
190 19 a 36 75 - -
Tabela 4.9 Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação (NBR-8160/99) 
Diâmetro nominal Diâmetro nominal mínimo do tubo de ventilação 
de tubo de queda 
Número de UHC 40 50 75 100 150 200 250 
ou do ramal de 
esgoto Comprimento permitido (m) 
40 8 46 - - - - - -
40 10 30 - - - - - -
50 12 23 61 - - - - -
50 20 15 46 - - - - -
75 10 13 46 317 - - - -
75 21 10 33 247 - - - -
75 53 8 29 207 - - - -
75 102 8 26 189 - - - -
100 43 - 11 76 299 - - -
100 140 - 8 61 229 - - -
100 320 - 7 52 195 - - -
100 530 - 6 46 177 - - -
150 500 - - 10 40 305 - -
150 1100 - - 8 31 238 - -
150 2 000 - - 7 26 201 - -
150 2 900 - - 6 23 183 - -
200 1 800 - - - 10 73 286 -
200 3 400 - - - 7 57 219 -
200 5 600 - - - 6 49 186 -
200 7600 - - - 5 43 171 -
250 4 000 - - - - 24 94 293 
250 7200 - - - - 18 73 225 
250 11 000 - - - - 16 60 192 
250 15 000 - - - - 14 55 174 
300 7 300 - - - - 9 37 116 
300 13 000 - - - - 7 29 90 
300 20 000 - - - - 6 24 76 
300 26 000 - - - - 5 22 70 
Tabela 4.10 Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador (NBR 8160/99) 
DN ramal de descarga Diatância máxima (m) 
40 1,0 
50 1,2 
75 1,8 
100 2,4 
300 
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
287 
219 
186 
152 
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191 
192 
INSTALAÇÕES DE ESGOTO EM 
PAVIMENTOS SOBREPOSTOS 
As instalações prediais de esgotos sanitários em pavimentos sobre-
postos se diferenciam das instalações em pavimentos térreos, pela 
presença do tubo de queda. Nas residências térreas, por exemplo, 
o ramal de esgoto do vaso sanitário é ligado diretamente à caixa 
de inspeção. Em pavimentos sobrepostos, é necessário prever, no 
projeto arquitetônico, a localização do tubo de queda e da coluna 
de ventilação, além do forro rebaixado, para esconder os ramais de 
esgoto. A parede escolhida para o posicionamento dessas pruma-
das deverá ter uma largura maior que o diâmetro das tubulações. 
A ligação do vaso sanitário é feita diretamente ao tubo de queda, 
e este é ligado à rede subcoletora de esgoto no subsolo do edifício. 
Nas instalações em pavimentos sobrepostos, o forro de gesso 
ou similar, eliminando os antigos rebaixos em lajes, é fundamental 
para a qualidade de um projeto, pois simplifica a execução, diminui 
a carga da estrutura, reduz custos e facilita a posterior manutenção. 
De acordo com NBR 8160, deve ser evitada a passagem das 
tubulações de esgoto em paredes, rebaixos e forros falsos de am-
bientes de permanência prolongada. Caso isso não seja possível, 
devem ser adotadas medidas no sentido de minimizar a t ransmissão 
de ruído para os referidos ambientes. 
Figura 4.22 Instalaçãode banheiro (pavimento térreo). 
c.s 
.------------
CI 
' ' • ________ .J 
Figura 4.23 Instalação de banheiro (pavimento tipo). 
RESIDÊNCIAS ASSOBRADADAS 
Na elaboração do projeto arquitetônico de residências assobradadas 
ou de pavimentos sobrepostos, é muito comum não se pensar nas 
instalações de esgoto. Essa falta de previsão acarreta a diminuição 
do pé-direito dos ambientes localizados sob essas instalações e a 
consequente colocação de forros rebaixados. 
Os fluidos de esgoto são escoados por gravidade e necessitam 
de um tubo de queda para transportá-los para a parte térrea da 
edificação. Portanto, se um sanitário for projetado sobre uma sala 
de grandes dimensões, é evidente que a tubulação de esgoto terá 
um percurso maior sob a laje, até encontrar um pilar ou uma pare-
de mais próxima para sua descida. Nesse caso, coloca-se forro na 
sala inteira, para esconder o ramal dessa tubulação, aumentando, 
dessa maneira, os custos da obra, além de diminuir o pé-direito 
previsto em projeto. 
Por essa razão, deve-se estudar com muito cuidado o posiciona-
mento dos compartimentos sanitários localizados nos pavimentos 
superiores das edificações. 
Na elaboração do projeto arquitetônico, por ocasião da pre-
visão de um forro, deverá haver espaço disponível para a passa-
gem de tubulações de hidráulica, ar-condicionado, instalação de 
luminárias e de outros sistemas. A altura do forro é determinada 
considerando-se as dimensões de vigas e espaços ocupados pelos 
sistemas de serviço. 
De modo geral, os ambientes das habitações deverão apresen-
tar altura mínima de pé-direito compatíveis com as necessidades 
humanas. A altura mínima do pé-direito não pode ser inferior a 
2,50 m. Em vestíbulos, halls, corredores, instalações sanitárias e 
despensas é permitido que o pé-direito seja reduzido ao mínimo 
de 2,30m. 
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193 
194 
Figura 4.24 Pé-direito em sala sob banheiro. 
111, 
LV 
Tubu 
~ ~ 
lação H Ra lo -Tubulação 
r ri lr 1 - Laje do pavimento superior 
Forro rebaixado 
H1 H1 < H2 H2 
Sala 
EDIFÍCIOS 
Geralmente, não ocorrem problemas com relação ao pé-direito dos 
banheiros e demais compartimentos dos pavimentos de edifícios, 
porque os compartimentos são sobrepostos, com previsão de forros 
rebaixados. 
No último pavimento tipo de um edifício, porém, costumam 
ser esquecidas as tubulações de esgoto e águas pluviais do terraço 
e da piscina localizados na cobertura. Nesse caso, deve ser previs-
to um pé-direito maior do pavimento, para a colocação de forros 
necessários para a passagem dessas tubulações. Deve-se prever 
também um pé-direito maior no pavimento térreo, em função dos 
desvios dos tubos de queda e subcoletores de esgoto. 
Em algumas edificações como, por exemplo, edifícios co-
merciais, hospitais etc., em função da manutenção periódica das 
instalações, o arquiteto deve adotar shafts horizontais (ver "Siste-
mas de shafts Visitáveis", na Parte 2) ou interpavimentos técnicos 
Uustificável apenas em alguns locais específicos). 
Figura 4.25 Previsão de forro (térreo e último pavimento). 
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Cobertura 
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Piscina! Dreno1 Ralol _,,. 
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Tubulação_J Forro----1 
Último pavimento 
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Pav. tipo 
Forro----1 
Térreo 
Figura 4.26 Pavimentos técnicos de manutenção. 
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196 
NÍVEIS DO TERRENO E REDES 
DE ESGOTO 
Os níveis projetados da edificação devem ser convenientemente 
estudados pelo arquiteto com relação ao escoamento do esgoto 
por gravidade. 
Muitas vezes, com a intenção de aproveitar o perfil natural do 
terreno, acaba-se comprometendo a ligação da rede de esgoto ao 
sistema público, sendo necessário, em alguns casos, o bombea-
mento do esgoto de pontos localizados abaixo do nível da rua. Esse 
sistema é bastante complexo e, por esse motivo, deve ser evitado 
sempre que possível. 
O arquiteto deve verificar se a cota de nível do coletor predial de 
esgoto é suficiente para sua ligação ao coletor público, por gravida-
de. Deve-se informar, na concessionária local, antes da execução do 
projeto, o nível em que se encontra o coletor público. Geralmente, a 
profundidade do coletor varia de 1,5 m a 2 m. Também é importante 
conhecer o posicionamento do coletor público em relação ao lote. 
Figura 4.27 Terreno em declive. 
Figura 4.28 Rede coletora de esgoto em terreno com declividade acentuada para o fundo. 
Nível 
Ciô=~:::d:r==========P=e=n=i=l=n=at=u=ra=l=:=~=~=e=r=re=n=o=============='~ [! 
C.I. Esgoto (decl. mín. = 2%) 
Figura 4.29 Detalhe de bomba submersível para esgoto. 
(a) 580 
90 
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Fo nte: SPV Hidrotécnica Brasilei ra Ltda. 
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Rede pública 
(esgoto) 
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I.U 
197 
198 
* WENZEL, Marianne. A gota 
d 'água. Arquitetura & Constru-
ção, São Paulo, Ab ril, p. 96-99, 
jun. 2003. CO STA, Danilo. Com 
todo o respei to, ap roveite a 
natureza. Arquitetura & Cons-
trução, São Paulo, Abril, p. 74-77, 
nov. 2004. 
CI CH INELLI, Gisele. Soluções 
não potáveis. Téchne, São Paulo, 
Pini, n . 133, p. 54 -57, abr. 2008. 
REÚSO DE ÁGUAS CINZAS* 
Além de a água potável não ser utilizada racionalmente, seu escoa-
mento pelos ralos também pode ser considerado uma forma de 
desperdício. Uma alternativa criativa para evitar isso pode ser o 
reúso de águas cinzas. 
O reúso consiste em direcionar a água servida de lavatórios de 
banheiros, chuveiros, banheiras, tanques, máquinas de lavar roupa 
e de lavar louças para uma "miniestação de tratamento" (a água, 
quando utilizada em outras atividades que não o consumo, não 
precisa apresentar todas as características que a tornam potável). 
Depois de tratada, a água é reconduzida para outras utilizações que 
não demandam água potável como: descargas em bacias sanitárias, 
irrigação de jardins e lavagem de pisos. 
É recomendado para as instalações hidrossanitárias privilegia-
rem a adoção de soluções, caso a caso, que minimizem o consumo 
de água e possibilitem o reúso, reduzindo a demanda da água da 
rede pública de abastecimento e minimizando o volume de esgoto 
conduzido para o tratamento, sem com isso reduzir a satisfação do 
usuário ou aumentar a possibilidade de doenças. 
No caso de reúso de água para destinação não potável, esta 
deve atender aos parâmetros estabelecidos nas Tabelas 4.11 e 4.12. 
Para evitar o desperdício, nas edificações, vários modelos de 
reutilização da água estão sendo estudados. Alguns modelos, ainda 
em fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento, chegam a econo-
mizar até 40% do fornecimento de água potável. 
A configuração esquemática de um projeto para o reúso da 
água servida nas edificações prevê um sistema de coleta, subsis-
tema de condução da água (ramais, tubos de queda e condutores), 
unidade de tratamento da água (gradeamento, decantação, filtro 
e desinfecção), reservatório de acumulação, sistema de recalque, 
reservatório superior e rede de distribuição. 
É importante lembrar que os custos dos sistemas podem variar 
de acordo com a finalidade e, consequentemente, com o grau de 
potabilidade da água a ser usada. A relação é direta: quanto maior 
a qualidade exigida, maior o investimento. A implantação desses 
sistemas, no entanto, não é simples e implica acréscimos de custo 
significativos à obra. 
Se por um lado o potencial de economia é enorme com o uso 
dessas águas, por outro lado ainda há obstáculos. Um deles é a falta 
de norma técnica brasileira. A solução encontrada por alguns pro-
jetistas é fazer o dimensionamento do sistema com base na norma 
técnica alemã ATV 122. 
Alguns modelos de reúso de águas cinzas ainda estão em fase 
de estudos e,portanto, não foram liberados. De qualquer maneira, 
a especificação de componentes como reservatórios, sistemas 
de tratamento e redes de distribuição exclusivas exige projetos 
criteriosos que devem ser acompanhados por engenheiros espe-
cializados, além de mão de obra capacitada para fazer a correta 
manutenção dos equipamentos. 
Separação líquido-sólido 
Sedimentação 
Filt ração 
Tratamento biológico 
Tratamento aeróbio 
bio lógico 
Desinfecção 
Tratamento avançado 
Coagulação 
Floculação química 
Tratamento co m cal 
Filtração de 
membrana 
Osmose reversa 
Sedimentação po r gravidade de subs-
tância part iculada, flocos químicos e 
precipitação. 
Remove partículas por passagem da água 
por areia ou po r outro meio po roso. 
Mecanismo bio lógico do esgoto po r 
micro-organismos em uma bacia de 
aeração ou processo de biofi lme. 
lnativação de organismos patogênicos 
usando químicos ox idan tes, raios 
ul travio let a, químicos corrosivos, 
calo r ou processos de separação 
física (mem branas). 
Uso de sais de ferro ou alumínio, 
poliletró lise e/ou ozônio para promover 
desastabilização das part ículas colo ides 
do esgoto recuperado e precipitação de 
fósforo. 
Precipi ta cátions e metais de solução. 
M icrofiltração, nanofiltração e 
ul trafiltração. 
Sistema de membrana para separar ío ns 
de solução baseados no diferencial da 
pressão osmótica reversa. 
Remove partículas suspensas que são 
maiores que 30µm. Tipicamente usado 
como tratamento primário e depois do 
processo bio lógico secundário. 
Remove partículas suspensas que são 
maiores que 3 µm . Tip icamente usado 
depois da sed imen tação (tratamento 
convencional) ou seguido de coagula-
ção/floculação. 
Remoção de matéria o rgânica suspensa e 
dissolvida do esgoto. 
Proteção da saúde pública por remoção 
de o rganismos patogênicos. 
Fo rmação de fósfo ro precip itado e 
floculação de partículas para remoção 
po r sedimen tação e fil t ração. 
Usado para promover precipitação de 
fósforo e modificação de pH. 
Remoção de partículas e micro-organis-
mos da água. 
Remoção de sais dissolvidos e minerais 
de solução; é t ambém eficiente na 
remoção de part ículas. 
Fonte: Adaptado do Manual de Conservaçãoe Reúso de Água em Edificações. 
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I.U 
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Tabela 4.12 Classificação e destinação das águas 
Tipo de água 
Aplicação Exigências mínimas da água não potável de reúso 
Classe 1 Descarga de bacias • Não deve deterio rar • Não deve ser • Não deve 
os metais sanitários abrasiva apresentar mau 
• Não deve manchar cheiro 
Lavagem de veículos • Não deve con ter superfícies • Não deve propiciar 
Lavagem de pisos 
sais ou substâncias infecções ou 
remanescentes após contaminações por 
secagem víru s ou bactérias 
Fins ornamentais • Deve ser incolor prejudiciais à saúde 
• Não deve ser turva humana 
Lavagem de roupas • Deve ser liv re de nem deteriorar os 
algas, de partículas metais sanitários e 
sólidas e de metais equipamentos 
Classe 2 Lavagem de • Não deve alterar as características de 
agregados, resistência dos materiais nem favorecer o 
preparação aparecimento de eflorecências de sais 
de concreto, 
compactação de so lo, 
controle de poeira 
Classe 3 Irrigação de áreas • Não deve conter compo nentes agressores 
verdes e rega de às plantas ou que estimule o c rescimento de 
jardins pragas 
Classe 4 Resfriamento de • Não deve: apresentar mau cheiro, ser 
equipamentos de ab rasiva, manchar superfícies, deteriorar 
ar co ndicionado máquinas, fo rm ar incrustações 
Fonte: Manual de Conservação de Água do SindusCon-SP. 
Tabela 4.13 Parâmetros de qualidade da água para usos restritivos não potáveis 
Parâmetro Valor 
Coliform es totais Ausência em 100 ml 
Coliform es termoto lerantes Ausência em 100 ml 
Cloro residual livreª 05, mg/L a 3,0 mg/L 
Turbidez < 2,0 uTb, para usos menos restrit ivos< 5,0 uT 
Cor aparente (caso não seja utilizado nenhum < 15 uHc 
corante, o u antes da sua util ização) 
Deve prever ajuste de pH para proteção das pH de 6,0 a 8,0, no caso de tubulação de aço 
redes de distribuição, caso necessário carbono ou galvanizado 
Nota: Podem ser utilizados o ut ros processos de desin fecção além do cloro, tal como a ap licação de raio 
ultravio leta e aplicação de ozôn io. 
ª No caso de serem ut ilizados compostos de cloro para desinfecção. 
b uT é unidade de turb idez. 
e uH é unidade Hazem. 
Figura 4.30 Reúso de águas cinzas. 
Coleta de águas cinzas 
(chuveiro e lavatório) 
1 fobo de queda 
t -
Reservatório exclusivo 
para reúso e desinfecção 
t--------,-,------,~=======~======-=====;;c=;jt ' 
t -
t -
t - ETE 
Torneiras de uso geral 
(acesso restrito) 
i -t 
Uso para rega de jardim 
e lavagem de piso 
Figura 4.31 Esquema de reúso de água do banho para descarga do vaso sanitário. 
{
Água do banho passa 
-------- por um filtro com cloro 
Fo nte: Planeta Verde. Disponível em:<www.planetaverde.org.br>. 
{ 
Fil~rada e clorada, a ~~ua 
vai para um reservatono 
Quando a desca rga é 
acionada, a água chega 
até o vaso impulsionada 
po r uma motobomba 
que não faz barulho 
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