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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Tributário - Aula 03 
Josiane Minardi 
1 
Princípio da Anterioridade 
 
O tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro, (coincide com o ano civil, inicia no dia 1º de 
janeiro e se encerra no dia 31 de dezembro), somente poderá ser exigido no próximo exercício e desde que te-
nham transcorridos 90 dias da data da publicação da lei que houver instituído ou majorado o tributo. (art. 150, III, 
“b” e “c” da CF). 
a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITA o Princípio da Anteriorida-
de) e nem 90 dias (NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal), ou seja, o tributo pode ser cobrado: IMEDIATA-
MENTE!!!! São eles: 
 
- Imposto extraordinário guerra (IEG) 
- empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública, 
- Imposto sobre importação (II), 
- Imposto sobre exportação (IE) 
- Imposto sobre operações financeiras (IOF) 
 
b) Existem tributos, no entanto, que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITAM o Princípio 
da Anterioridade) MAS precisam aguardar 90 dias, para poder ser exigido, (RESPEITAM o Princípio Nonagesi-
mal), são: 
 
- IPI 
- casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS Combustível (155, § 4º, 
IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF. 
 Contribuição Social (195,§ 6º da CF) 
 
c) Existem tributos que devem respeitar o Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o Princípio da Anterioridade 
do Exercício), mas não precisam respeitar 90 dias (NÃO RESPEITAM o Princípio Nonagesimal), são: 
 
-IR 
- alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA 
 
Dizer que esses tributos respeitam a anterioridade do exercício e não respeitam 90 dias significa dizer 
 
NRAE e NR90 
dias 
cobrança 
IMEDIATA! 
GUERRA, (IEG 
e Empréstimo 
Compulsório 
guerra ou cala-
midade pública. 
II IE IOF 
NRAE 
R90 dias 
IPI Reduzir e Restabelecer 
CIDE COMBUSTÍVEL 
Reduzir e Restabele-
cer 
ICMS 
COMBUSTÍVEL 
Contribuição So-
cial 
RAE NR90 dias IR Alteração Base de cál-
culo IPTU 
Alteração Base de 
cálculo IPVA 
 
 
Importante: o art. 150, III, “b” e “c” que se refere aos princípios da anterioridade do exercício e nonagesimal, só se 
aplicam no caso de instituição ou majoração de tributo. 
A mudança da data do prazo de pagamento do tributo não está sujeita aos princípios da anterioridade. Nesse 
sentido, temos a Súmula 669 do STF: 
 
Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anteriorida-
de. 
 
Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao 
princípio da anterioridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Tributário - Aula 03 
Josiane Minardi 
2 
Princípio do não-confisco 
 
O princípio da vedação ao confisco, disposto no art. 150, IV da CF, decorre do direito de propriedade, que coíbe o 
confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na desapropriação. O tributo não pode inviabilizar o direito de 
propriedade. 
Por essa razão, deve-se analisar individualmente cada situação à luz de todo o sistema tributário, isto é, analisar a 
soma de todos os tributos devidos pelo contribuinte e não apenas o tributo isoladamente. Deve-se, ainda, aplicar 
os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. 
Verifica-se, ainda, que a Constituição Federal, ao tratar do princípio do não-confisco em seu artigo 150, IV, refere-
se aos tributos, ou seja, de acordo com a literalidade desse dispositivo constitucional, apenas os tributos devem 
respeitar o não-confisco. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios: 
(...) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco. 
 
Nesse sentido, muitos indagam se as multas estariam sujeitas ao princípio do não-confisco, pois se sabe que mul-
ta não é tributo, mas sanção exigível pelo descumprimento de obrigação tributária. 
 
Princípio da Liberdade de Tráfego 
O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes Federativos de instituírem 
tributos interestaduais ou intermunicipais que visem estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ressal-
vada, contudo, a exigência do pagamento de pedágio pela utilização das vias conservadas pelo Poder Público. 
 
Princípio da Uniformidade Geográfica 
 
O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desen-
volvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País”. (art. 151, I da CF). 
Não é possível à União, por exemplo, instituir IPI com alíquotas diferenciadas para certos Estados, salvo se for 
concessão de incentivo fiscal. 
 
Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas 
 
A União não pode conceder isenção para tributos que não estejam em sua competência tributária. 
Art. 151. É vedado à União: 
(...) 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
 
A União não pode conceder isenções de tributos estaduais ou municipais, sob pena de violar o princípio do pacto 
federativo. 
Assim, só pode conceder isenção de determinado tributo o Ente Federativo que tem competência para a sua insti-
tuição. 
Quando um Ente Federativo diferente daquele que detém a competência para instituir o tributo concede a isenção, 
tem-se a isenção heterônoma. 
Será heterônoma, por exemplo, a concessão de isenção do ITBI pela União, vez que esse imposto é de compe-
tência dos Municípios. 
Como dito anteriormente, a isenção heterônoma é vedada no Brasil, mas há exceções: 
1) ISS sobre serviços prestados no exterior: O art. 156, § 3º, II da CF prevê a possibilidade da 
União, por lei complementar, conceder isenção do ISS nas exportações de serviços. O art. 2º, I da LC nº 116/03 
trata sobre a referida isenção. 
2) Tratados e Convenções Internacionais – O Supremo Tribunal Federal tem o entendimento pací-
fico de que os Tratados e Convenções Internacionais PODEM conceder isenções de tributos estaduais e muni-
cipais, visto que a União, ao celebrar o tratado, não se mostra como pessoa política de Direito Público Interno, 
mas como pessoa política internacional. 
 
 
 
 
 
 
 
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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Tributário - Aula 03 
Josiane Minardi 
3 
E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – GASODUTO BRASIL- -BOLÍVIA – ISENÇÃO DE TRIBUTO MU-
NICIPAL (ISS) CONCEDIDA PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MEDIANTE ACORDO BILATERAL 
CELEBRADO COM A REPÚBLICA DA BOLÍVIA – A QUESTÃO DA ISENÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS E/OU 
MUNICIPAIS OUTORGADA PELO ESTADO FEDERAL BRASILEIRO EM SEDE DE CONVENÇÃO OU TRA-
TADO INTERNACIONAL - POSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL – DISTINÇÃO NECESSÁRIA QUE SE IMPÕE, 
PARA ESSE EFEITO, ENTRE O ESTADO FEDERAL BRASILEIRO (EXPRESSÃO INSTITUCIONAL DA COMU-
NIDADE JURÍDICA TOTAL), QUE DETÉM “O MONOPÓLIO DA PERSONALIDADE INTERNACIONAL”, E A UNI-
ÃO, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO (QUE SE QUALIFICA, NESSA CONDIÇÃO, COMO 
SIMPLES COMUNIDADE PARCIAL DE CARÁTER CENTRAL) - NÃO INCIDÊNCIA, EM TAL HIPÓTESE, DA VE-
DAÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 151, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, CUJA APLICABILIDADE RESTRIN-
GE-SE, TÃO SOMENTE, À UNIÃO, NA CONDIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO – 
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - A cláusula de vedação inscrita no art. 151, III, da Constituição - que 
proíbe a concessão de isenções tributárias heterônomas - é inoponível ao Estado Federal brasileiro (vale 
dizer, à República Federativa do Brasil), incidindo, unicamente,no plano das relações institucionais domésticas 
que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito público interno. Doutrina. Precedentes. - Nada impede, 
portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais que veiculem cláusulas de exoneração 
tributária em matéria de tributos locais (como o ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o 
seu treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pes-
soa jurídica de direito internacional público, que detém - em face das unidades meramente federadas - o monopó-
lio da soberania e da personalidade internacional. - Considerações em torno da natureza político-jurídica do Esta-
do Federal. (…) 
(RE 543943 AgR/PR, Rel. Min. Celso de Mello, D.J. 30-11-2010) 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
 
Para José Souto Maior Borges: 
(...) a regra de imunidade insere-se no plano das regras negativas de competência. O setor social abrangido pela 
imunidade está fora do âmbito de tributação. 
(Teoria geral da Isenção Tributária. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 219) 
 
Paulo de Barros Carvalho conceitua como: 
(...) a classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no texto da Constituição Federal, e 
que estabelecem, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para 
expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente caracterizadas. 
 
(Curso de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 2010, p. 234). 
 
ISENÇÃO: 
Primeira Corrente: É um favor legal consubstanciado na dispensa do pagamento do tributo devido. 
Segunda Corrente: Hipóteses de não incidência legalmente qualificadas. 
Terceira Corrente: A regra de isenção investe contra um ou mais dos critérios da norma-padrão de incidência, 
mutilando-os, parcialmente. 
(...) A isenção é a dispensa do pagamento de um tributo devido em face da ocorrência de seu fato gerador. Cons-
titui exceção instituída por lei à regra jurídica da tributação. 4. A norma legal impugnada concede verdadeira isen-
ção do ICMS, sob o disfarce de não-incidência. 
(ADI 286, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 30-08-2002) 
 
ALÍQUOTA ZERO: Investe contra o critério quantitativo do consequente. 
REMISSÃO: É a dispensa do pagamento do crédito tributário, prevista no art. 172 do CTN.

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