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A Educação na Grécia Antiga

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A Educação na Grécia Antiga
 *Bruna Letícia L. Lobo
 **Fabrício Moura
 História Medieval 1° período
	Ao falarmos da história da educação na Grécia Antiga, temos que ter conhecimento que a Grécia era formada por ilhas, penínsulas e uma parte do continente europeu. Várias cidades tinham seu próprio estado, denominados de cidades-estado. Cada cidade-estado tinha seu próprio paradigma de educação a partir de sua necessidade. Cada qual projeta uma concepção do que vem a ser um jovem educado, súdito ou cidadão ideal. Em Esparta, por exemplo, a educação era voltada para o militarismo. Já em Atenas, a educação foi induzida para as áreas culturais.
De acordo com Haddock Lobo (1982, p.115) os homens helênicos pouco frequentavam seus lares. Quando não estavam a fazer suas obrigações ou seus afazeres militares, estavam a frequentar ginásios, palestras, jardins, fazendo prática de esportes, conversando ou ouvindo filósofos, poetas ou pessoas outras que debatiam idéias de seus interesses. Já em relação à educação de seus filhos nas famílias helênicas, Haddock Lobo afirma que, a educação dividia-se em dois momentos. Até os sete anos a criança permanecia no gineceu aos cuidados da mãe. Aos sete, os meninos eram submetidos à preparação para a vida de cidadão. Os ensinamentos se davam por um preceptor ou pedagogo, frequentavam a escola onde professores os ensinavam à gramática, musica, a ginástica, dança e o manejo de armas. 
	Quando chegavam à maior idade, Haddock Lobo (1982, p.115) diz que através de uma cerimônia simples, isso aos dezoito anos, era declarado então obrigatório a prestação de serviços militares, a sua regulamentação varia de cada estado. Quando ocorriam guerras, era obrigatória a apresentação dos livres e válidos para lutar. Ser militar era considerado um privilégio, mais que um dever. Já em relação à educação para as meninas, elas eram ensinadas em casa com educação precária. 
	Partindo da visão de Vivian da Silva Lobato (2001, p.25), em que ela diz que o governo ateniense não controlava os alunos e as escolas. Segundo ela, um menino ateniense dava inicio a sua vida escolar aos seis anos e o responsável por sua educação era um pedagogo que lhe ensinava aritmética, literatura, musica, escrita, educação física, decoravam diversos poemas e aprendiam a fazer parte dos cortejos públicos e religiosos. As meninas não eram educadas na escola. Sendo orientadas por suas mães para aprender afazeres domésticos e trabalhos manuais. A educação para os gregos era dar ensinamentos necessários para formar bons cidadãos, sem intenção de levá-los a ter uma carreira acadêmica, profissional ou negocio. 
	Quanto Delfim Leão, José Ribeiro Ferreira, Maria do Céu Fialho (2010, p.20) diz que na Lacedónia as crianças desde o seu nascimento até sua morte pertencem ao Estado, entretanto, menos as portadoras de deficiência. Sendo educadas pela pólis, educação essa expressa pelo estado como uma preparação fundamental para a formação de sua índole física, ao ar livre, e todas as praticas de guerra. Os ensinamentos duram ate os seus vinte anos. Vestidos com o suficiente, cabelo cortado, descalços, e obrigados a dormir em esteira de canas, sendo sujeitos a viver de forma austera, os jovens espartanos eram proibidos de praticar trabalhos manuais. Eles eram divididos em dois grupos, de acordo com suas idades, aprenderiam a suportar a dor, falar somente o necessário, ou seja, a serem lacônicos. A finalidade dessa forma de educação era os tornar soldados. Essa se tratava de uma educação coletiva.
	Segundo Henri Irénée Marrou (1965, p.53) baseado nos pensamentos de Plutarco, diz que essa educação durava treze anos, divididos em três ciclos: dos 7 aos 11 anos; dos 12 aos 15; e dos 16 aos 20. A época em que o jovem era eiren, época da efebia como denominavam. Henri Irénée Morrou ainda fala que só quem podia ter acesso a educação das letras e da musica era o sujeito que teria condições necessárias para o exercício dos direitos cívicos. Delfim Leão, José Ribeiro Ferreira, Maria do Céu Fialho (2010, p.22) diz que o ensino da musica tenha sua primeira aparição e ficou como data de inicio do século V a.C. O paidódono, como se chamava o responsável à educação espartana, ele era um magistrado especial. Ele dava muita importância ao aspecto moral como a preparação técnica para o soldado.
Haddock Lobo (1982, p.121) ressalta a oratória ateniense, pois o seu desenvolvimento era fundamental na educação. Sendo indispensável a quem se interessasse pela carreira política ou quisesse influir nos negócios do Estado, pois a oratória, segundo Haddock, era capaz de impressionar o povo, reunido nas grandes assembléias. Temístocles, Péricles e Alcebíades são exemplos de oradores que conseguiam convencer e empolgar as massas. Falar de oradores atenienses sem citar Demóstenes é impossível, pois foi o mais famoso e um dos maiores da historia, que viveu no século IV a. C. 
“Seja qual for o profissional com quem entre em competição, o orador conseguirá que o prefiram a qualquer outro, porque não há matéria sobre a qual um orador não fale, diante da multidão, de maneira mais persuasiva do que qualquer outro profissional. Tal é a qualidade e a força desta arte que é a retórica.” (PLATÂO, Górgias, 1973, p. 456). Partindo dessa idéia, Vivian (2001, p.31) diz que os sofistas eram considerados educadores imorais, pois corrompiam a juventude, que de fato, este modo de educação desconsiderava os valores tradicionais. Para os sofistas o importante era convencer o público ouvinte pelo falatório, ela estando correta ou não. 
Sócrates primeiramente se encantou com as idéias de oratória, porem, mudou seus conceitos, pois alguns sofistas que se dedicavam a prática na época em que viveu cobravam pelos ensinamentos. De acordo com René Ferri (2006, p.87) os sofistas eram professores que se bem pagos, ensinavam os jovens de Atenas a ter certo poder com as palavras. Eles próprios se denominavam sábios, e diziam que os filósofos não precisariam mais se preocupar em revelar os segredos do universo, já que os pré-socráticos já haviam feito. Os sofistas defendiam a idéia de que o melhor discurso era quem decidia a verdade, e não a verdade em si. Não importava o motivo, vencia o melhor discurso defendido.
René Ferrari (2006, p.88) ainda ressalta a indignação de Sócrates para com os sofistas dizendo que, Sócrates chegou a acusá-los de terem má fé, de usarem mascaras de filósofos para exporem idéias maldosas à sociedade e principalmente para os jovens. Sócrates não perdoou os sofistas em uma de suas falas, chamando-os de prostitutas, pelo fato de cobrarem por seus ensinamentos. O jovem ateniense que se interessasse nos ensinamentos dos sofistas teria de desembolsar uma boa quantia em dinheiro. Se fossemos falar atualmente de discurso sofista, poderíamos engajar a figura de alguns políticos que usam de má fé da oratória para enganar os seus eleitores.
Segundo René Ferrari (2006, p.87) os sofistas cobiçavam em executar os ideais do homem da polis, pois antes era somente para os aristocratas que anteriormente eram exclusivos a receber uma boa educação. Nessa nova reforma, todos teriam a chance de receber. A solidariedade dos sofistas acaba a partir do momento que apenas o grupo dos melhores oradores poderia usufruir dos privilégios. Nas assembléias publicas estes teriam a palavra, articulando um discurso convincente. 
A noção que se tem na cultura helênica sobre Aretê e Paidéia, é que as duas são inseparáveis, porem ambos com definição incapaz de se realizar. Os dois conceitos obtiveram uma evolução, contudo preservando os sentidos de nobreza e de formação, indicando uma educação tridimensional que teria por fim a formação intelectual, física e virtuosa. Aponta Jane Assa, (1974, p.8-14) que “os primeiros educadores gregos foram ospoetas. Homero é o mais antigo, o mais lido, o mais comentado”. Ele havia se prendido ao “espelho ideal”, onde tinha que mirar todo grego que se pretendia paidêutico- um espelho que se colocava diante das aspirações profundas do povo grego. 
A Paidéia é um termo do grego antigo, utilizado para resumir a noção de educação na sociedade grega clássica. Essa palavra deriva de paidós (pedós - criança), que significa criação dos meninos, se referia à educação familiar, as boas maneiras e princípios morais. O modelo de educação que se iniciou na Grécia, é relativamente semelhante ao que utilizamos hoje. Segundo Alighiero Manacorda (1992, p.46) há controvérsias entre as duas paideias, a de Homero e a de Hesíodo, dos guerreiros e dos camponeses. De maneira histórica, o supremo idealismo da educação ginástica trás diversas críticas e as oposições de outro ideal, ao aristói de confronto, pois deste, surgiram novas forças sociais. Enquanto Píndaro glorificava os jogos olímpicos, Xenófanes fazia críticas. 
Segundo Werner Jaeger (1979, p. 8) a palavra Paidéia não pode ser utilizada como algo para se representar a origem da educação grega, pelo fato da palavra só surgir no século V. De acordo com Vivian da Silva Lobato (2001, p.25) os gregos antigos usavam da figura de Aquiles para representar a aretê, na Ilíada, que designava a virtude, desde que esse conceito parece como primeiro ideal educativo formulado pelos gregos. Aquiles além de guerreiro significativo, valente, corajoso e honrado, seria o modelo ideal de cavalheiro por bons modos e cavalheirismo, na época homérica.
 Portanto, para Vivian da Silva Lobato (2001, p.27) a aretê na Ilíada era tida como algo superior, nobre e um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais, citando a bravura, coragem, força e a destreza do guerreiro. A eloqüência, a persuasão e diante de tudo a heroicidade formando esse conjunto. Se na Ilíada a noção que se tem da aretê é desta forma representada, na Odisséia é um poço diferente. A figura representada de herói é de um guerreiro chamado Ulisses e que além da força, bravura e eloqüência, representa também a astúcia, a manha, o engenho e a inteligência que lhe ajuda a se sobressair de complicadas situações.
Dessa maneira, o conto de Ulisses serviu como uma forte indução para os jovens em relação à importância da educação. Vivian da Silva Lobato (2001, p.27) da um breve resumo explicando que o conto fala que Ulisses tem um jovem filho chamado Telêmaco, que exclusivamente recebe ensinamentos que são ministrados pela Deusa Atena, disfarçada de Mentes, amigo e hospede de seu pai. Telêmaco passa de jovem dócil e passivo, como descrito no inicio do poema, a príncipe perceptivo de suas obrigações graças à educação dada por Atenas. Ele ainda vira companheiro de luta, valente e ousado, passará a ajudar o pai em uma vingança a fim de derrotar os pretendentes de Penélope, sua mãe e esposa de Ulisses.
Mario Alighiero Manacorda (1992, p.42) diz que a Ilíada também cita o conto do centauro de Quíron, que era um mestre ou perito na medicina. Ele também era um mestre de armas, já que as artes de medico e guerreiro estão relacionadas, podendo dizer que seriam até complementares: quem com lança fere, com remédio cura. Essa lenda pertence à tradição cultural que tem como representante um grande poeta Grego, Hesíodo. Tanto na Ilíada como na Odisséia, o mito serve como exemplo para o modelo e inspiração a se seguir, sendo fundada na pedagogia. A idéia que se formava era a de seguir o modelo dos heróis, para eles, ser herói era possuir a aretê heróica. 
Na ótica de Vivian da Silva Lobato (2001, p. 28) no final da época arcaica, pretendia-se alcançar a excelência tanto no plano físico como no plano moral, ter somente a honra e gloria já não bastava mais. Assim se forma um segundo crescente domínio de si, e para alcançar tal ideal, propõe a ginástica para o desenvolvimento do corpo e a musica como leitura e o conto das obras dos grandes poetas para o espírito. Esse seria o ideal de sabedoria pelo domínio dos instintos, desejos e apetites pela razão, um ideal de equilíbrio e harmonia.
De acordo com Mario Alighiero Manacorda (1992, p.47) em Creta e Esparta no período clássico a educação era baseada na musica e na ginástica, considerado pelos conservadores gregos por muito tempo um modelo político e educacional. Nessas cidades a educação era encarregada essencialmente pelo Estado, que era atribuída a um magistrado, o pedônomo ou legislador para a infância, ela não era apenas para Aquiles, e sim aplicada nas tropas ou coros. Pólex, letrado do fim do século II d.C., fala em seu Onamástikon que, em Esparta, ou seja, entre os dórios, a escola era chamada choros, o mestre do coro, choregós e o ensinar choregbéin. A partir desta iniciação coral e social cumpria-se a preparação dos adolescentes para as tarefas da vida adulta do cidadão.
Na perspectiva de Henri Irénée Marrou (1965, p. 165) entre a saída das escolas elementares e a entrada na efebia se estendia para outro período que a antiga tradição não havia previsto nos anos de adolescência, porém na época helenística esses anos de anos de adolescência foram aproveitados e sancionados como “outros estudos”. Platão e Isócrates haviam declarado que era equivalente ao nosso ensino médio, que na época era segundo grau, certificando-lhes prosseguir mais tarde, com proveito um curso de nível superior.
Seguindo essa premissa de Henri Irénée Marrou (idem: p.165) onde ele diz que, nesta forma completa, esse ciclo de estudos nunca foi trilhado até o fim, somente uma pequena elite favorecida pelos seus bens de fortuna e do espírito, exclusivamente os graus primários eram franqueados a clientela maior, apesar de a educação clássica ser em principio um privilegio do homem livre, os pequenos escravos nem sempre eram excluídos. 
Já em relação à educação das mulheres, Henri Iénée Marrou (1965, p. 166) diz que elas adiante frequentaram, da mesma forma que os rapazes, as escolas primarias e secundarias ou a palestras e o ginásio. O ideal da mulher helenística havia mudado. Antes a expectativa que se tinha era de uma mulher que não ouvia, não falava e não perguntava nada. Ela somente saberia tecer, fiar, dar ordens as fiandeiras sobre a divisão do trabalho. 
Referencias 
DEBESSE, M. e MIALARET, G. Org. Tratado das ciências pedagógicas. História da Pedagogia. São Paulo: Nacional Edusp, 1974. v.2 
FERRARI, René. Grécia Antiga, ed.1, São Paulo: Escala 2006
JEAGER, Werner. Paidéia: A formação do Homem grego. São Paulo: Martins Fontes. Tradução de Artur M. Parreira, 1979.
LEÃO, Delfim Ferreira; FERREIRA, José ribeiro; FIALHO, Maria do Céu. Cidadania e Paidéia na Grécia antiga. Coimbra: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos; Imprensa da Universidade de Coimbra. Disponível em: <https://digitalis-dsp.uc.pt/jspui/bitstream/10316.2/2388/9/cidadania_e_paideia.pdf?ln=pt-pt.> Acesso em: 09 de abril de 2016 
LOBATO, Vivian da Silva. Revisitando a educação na Grécia Antiga: a Paidéia. Belém: Universidade da Amazônia - UNAMA, 2001. Disponível em: <http://www.pedagogiaespirita.net.br/biblioteca/filosofia_pedagogia/Educacao_Grecia.pdf.> Acesso em: 30 de Abril de 2016 
LOBO, Haddock. História Universal. ed. Livraria Everest , 1982.v1
MANACORDA, Mario Alighiero. História da educação. São Paulo: Cortez, 1989
MARROU, Henri Irénée. História da Educação na Antiguidade, São Paulo, 1990.
MARROU, Henri Irénée. Histoire de l’ éducation dans l’ Antiquité, Paris, 1965
PLATÃO, Górgias. O Banquete. Fredo, Lisboa, Verbo. 1973.

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