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Aula Ensino Médio O conceito de feudalismo como um sistema, envolvendo o nível econômico, o social, o político e o ideológico

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Ciências Humanas e suas 
Tecnologias - História
Ensino Médio, 1ª Série
O conceito de feudalismo como um sistema, envolvendo o nível econômico, o social, o político e o ideológico 
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FEUDALISMO
Sistema econômico, político, social e cultural característico da Europa na Idade Média (476-1453).
Imagens da esquerda para direita: (a) M. Pujadas/ Equestrian armor of Philip II, 1879/ Historia General de España, Tomo II, p. 9, Montaner y Simon Editores/ public domain. (b) Michel wal/ Mixtec shield, wood and turquoise, from Tehuacan, state of Puebla, Mexico. 1200-1521/Musées Royaux d'Art et d'Histoire, Brussels, Belgium/ GNU Free Documentation License.(c) Roberto Lyra / 17th century Portuguese armor of D. Pedro II, King of Portugal, with Buff Coat 1658–1708 /Metropolitan Museum of Art - New York / public domain
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IMPORTANTE
Nenhuma descrição do regime feudal pode ser rigorosamente precisa, porque este regime variava muito de um lugar para o outro;
O feudalismo inglês, por exemplo, foi muito diferente do que se estabeleceu no continente europeu (1).
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CURIOSIDADE
A palavra feudalismo vem do latim feodum e significa a concessão – geralmente uma propriedade territorial – que um nobre recebia de outro senhor, igualmente nobre, mediante certas obrigações (2).
Imagem: René d'Anjou/ Livre des tournois France Provence XV e siècle Barthélemy d'Eyck/ public domain
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AS CAUSAS
 Invasões Bárbaras;
 Elementos romanos - clientela e colonato;
 Elementos germânicos - comitatus e beneficium;
 Desmembramento do Império Carolíngio;
 Hegemonia muçulmana no Mediterrâneo.
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AS CARACTERÍSTICAS
 Poder político descentralizado;
 Sociedade estamental (imóvel);
 Influência da aristocracia rural;
 Economia natural;
 Pouco uso da moeda;
 Comércio pouco desenvolvido;
 Mão de obra servil;
 Predomínio do poder espiritual sobre o poder temporal.
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O FEUDO
Unidade de produção do Feudalismo;
Era uma propriedade territorial indivisível, hereditária e reversível;
Senhor feudal (suserano) doava o feudo ao servo (vassalo), mediante certas obrigações. 
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AS OBRIGAÇÕES SERVIS
Talha  pagamento ao senhor em dinheiro ou em produtos;
Corveia  trabalho obrigatório na reserva do senhor, dois ou três dias por semana, sem pagamento;
Banalidades  taxa que o servo pagava pelo uso das instalações do castelo (moinho, forno, celeiro, etc.);
Mão-morta  taxa paga na transmissão da herança.
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A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Poder político descentralizado, exercido pelos senhores feudais;
O rei era o "suserano dos suseranos", possuía o poder de direito, mas não o exercia de fato;
Feudos autônomos  poder localizado.
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O CONTRATO DE ENFEUDAÇÃO
 Homenagem  era a declaração solene da dependência do vassalo para com o suserano;
 Juramento  era feito pelo vassalo sobre os Evangelhos ou a relíquia de um santo;
 Investidura  era o ato pelo qual o suserano investia o vassalo na posse do feudo, simbolizado por um objeto qualquer.
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Vale salientar que...
A relação entre o vassalo e o suserano implicava deveres para cada um deles;
Na realidade, o vassalo apenas “possuía” o feudo, mas não sua propriedade. Enquanto prestasse serviços, continuaria a manter o feudo e a transmiti-lo a seu herdeiro.
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OBSERVAÇÃO
REI  chefe do poder temporal (do Estado).
PAPA  chefe do poder espiritual (da Igreja).
Imagens da esquerda para direita: (a) Maycoll F. Vieira/ domínio público. (b) Giotto di Bondone/ Basilique Assise, Legend of St Francis, Confirmation of the Rule by Innocentius III / public domain .
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OS DEVERES DOS SUSERANOS
A natureza da obrigação do suserano era simples: devia defender o vassalo na posse do feudo;
Caso o vassalo fosse atacado por outros senhores, o suserano convocava os outros vassalos para defendê-lo.
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AS PRERROGATIVAS DOS SENHORES FEUDAIS
 Administrar a justiça;
 Arrecadar impostos e taxas;
 Declarar guerra, recrutar soldados para a defesa e assinar a paz;
 Receber dádivas dos servos.
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A ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Sociedade rural, dividida em três estamentos:
clero  aqueles que rezam;
nobreza  aqueles que lutam;
campesinato  aqueles que trabalham.
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Um texto medieval...
“O próprio Deus quis que entre os homens alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os senhores venerem e amem a Deus, e que os servos amem e venerem a seu senhor, seguindo temporais com amor e apreensão; senhores, tratai vossos servos de acordo com a justiça e a equidade.”
V. H. Green (bispo católico)
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O CLERO
A Igreja, nos primórdios do feudalismo, foi um elemento dinâmico e progressista;
Preservou muito da cultura romana, fundou escolas, ajudou os pobres, cuidou das crianças desamparadas, construiu hospitais, administrou melhor suas terras e prestou auxílio espiritual (3).
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PORQUE A IGREJA TORNOU-SE PODEROSA
Os homens, temerosos do inferno, pela vida que tinham levado, doavam-lhe antes de morrer, suas terras;
Recebia dos reis e dos nobres, vencedores de guerras, doações valiosas;
Não dividiu as terras, como o fizeram os nobres, procurava adquirir cada vez mais;
Cobrava o dízimo (imposto territorial) e outros tributos.
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A NOBREZA
Estava dividida em:
Alta nobreza  duques, condes, marqueses;
Baixa nobreza  barões, viscondes, cavaleiros.
 Apenas a alta nobreza tinha o direito de “enfeudar” (conceder feudos a outros nobres)
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O CASTELO
Era a residência do senhor feudal. Até o século XI era construído de madeira. Mais tarde, passou a ser construído de pedra, em lugar elevado, cercado por muralha e fosso.
Imagem: Manfred Heyde/ GNU Free Documentation License
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OS TORNEIOS
Eram competições disputadas pelos cavaleiros (ou nobres) em épocas de paz. Os torneios (ou justas) desapareceram no século XVI.
Imagem: David Ball/ GNU Free Documentation License
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A CAÇA
Era uma atividade importante na vida do senhor feudal. Propiciava carne para a alimentação e exercícios físicos. Isso era privilégio dos nobres.
Imagem: Autor desconhecido/ Azulejos in Biscainhos Palace, in Braga, Portuga/ Creative Commons Licença 3.0
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A VIDA DOS NOBRES
A GUERRA PRIVADA
Era a guerra travada entre os senhores feudais;
O motivo dessas guerras era a ambição de conquistar feudos ou o espírito belicista dos senhores feudais.
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Curiosidade Histórica
A Igreja procurava impedir as guerras privadas servindo-se de dois expedientes;
A Paz de Deus, que punia os que violassem os lugares de adoração e roubassem os pobres;
A Trégua de Deus, que proibia a luta desde o anoitecer da sexta-feira até o amanhecer da segunda e em época de plantio e de colheita;
Quem desobedecesse, era excomungado.
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A CAVALARIA
Era um código de honra, de conduta e de comportamento dos cavaleiros medievais, de caráter militar e religioso;
A Cavalaria, além da influência cristã, recebeu influências germânicas e sarracenas.
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A CAVALARIA
Exaltava o ideal do cavaleiro bravo, fiel, generoso e defensor dos oprimidos;
A educação de um cavaleiro passava por três etapas: pajem, escudeiro, cavaleiro;
As principais ordens da cavalaria foram: os Templários, os Hospitalários e os Teutônicos.
Imagem: The Bayeux Tapestry/ Chronicling the English/Norman battle in 1066 which led to the Norman Conquest/ domínio público
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OS DEZ MANDAMENTOS DO CAVALEIRO
 I - Acreditarás em tudo o que a Igreja ensina e observarás todos os seus mandamentos;
 II - Protegerás a Igreja;
 III - Defenderás todos os fracos;
 IV - Amarás o país onde nasceste;
 V - Jamais retrocederás ante o inimigo;
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OS DEZ MANDAMENTOS DO CAVALEIRO
VI - Farás guerra aos infiéis até exterminá-los;
VII - Cumprirás com teus deveres feudais, se estes não forem contrários à lei de Deus;
VIII - Nunca mentirás e serás fiel à palavra empenhada;
IX - Serás liberal e generoso com todos;
X - Serás o defensor do direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal (4).
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OS CAMPONESES
OS SERVOS DA GLEBA
Não eram escravos. Estavam presos à terra e não podiam ser vendidos separados dela. Quando um feudo era transferido a outro, os servos da gleba também eram transferidos.
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OS CAMPONESES
OS VILÕES
Eram os habitantes das vilas. Os vilões eram mais privilegiados social e economicamente do que os servos. Alguns estavam dispensados das dívidas, outros pagavam ao senhor uma parcela de sua produção como se fossem meeiros.
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A ECONOMIA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Agrária  a agricultura como atividade principal;
Autossuficiente  tudo o que o feudo precisava era produzido lá mesmo;
Natural  não visava lucro;
De subsistência  produzia os alimentos do feudo.
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A AGRICULTURA FEUDAL
A economia feudal era baseada na agricultura;
A terra arável dividia-se em duas partes: uma, do senhor, era cultivada para ele; a outra era dividida entre os arrendatários;
As terras não eram contínuas, mas sim dispersas em faixas;
Para não exaurir o solo foi adotado o sistema de rodízio de culturas.
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AS PRIMEIRAS MANUFATURAS
A indústria da época feudal era doméstica;
No pátio interno do domínio do senhor feudal, fiava-se, tecia-se, espremiam-se as uvas para fazer vinho, executavam-se os serviços rudimentares de ferreiro e moía-se o grão para fazer farinha.
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O COMÉRCIO E O FEUDALISMO
O comércio era pobre, na base da troca;
Os principais comerciantes eram os judeus;
A Igreja Católica dificultava o comércio porque pregava o preço justo (sem lucro) e condenava a usura (prática de empréstimo de dinheiro a juros).
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FATORES QUE IMPEDIAM O COMÉRCIO
 O feudo produzia aquilo de que necessitava e o dinheiro pouco mudava de mãos;
 As estradas eram péssimas, malfeitas, estreitas, enlameadas, frequentadas por salteadores e havia a cobrança de pedágio;
 As moedas variavam de um feudo para outro;
 Os transportes eram caros e inseguros;
 A Igreja possuía capital, mas estático, inativo, imóvel, improdutivo.
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AS CAUSAS DA DECADÊNCIA
 As Cruzadas;
 O Renascimento Urbano;
 O Renascimento Comercial;
 A Formação das Monarquias Nacionais;
 A Peste Negra;
 A Guerra dos Cem Anos;
 A Guerra das Duas Rosas (Inglaterra).
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CONCLUSÃO
Apesar da sua decadência no final da Baixa Idade Média, as relações feudais ainda vão existir por um longo tempo no continente europeu;
Os resquícios do feudalismo só serão abolidos totalmente em 1789, com a Revolução Francesa, de caráter burguês.
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Referências Bibliográficas
 A. MELLO, Leonel Itaussu & AMAD COSTA, Luís César. História Antiga e Medieval. São Paulo: Scipione, 1994.
 COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. Volume único. São Paulo: Saraiva, 1997.
FILHO, Orlando Paes Filho. O Código da Cavalaria. São Paulo: Manole, 2007.
 SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1992.
Imagem: Eugenio Hansen / public domain
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Tabela de Imagens
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Tabela de Imagens
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