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Reflexão sobre o filme Persepólis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE-IMS 
CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA – IMS
DOCENTE: RAQUEL SOUZA
DISCENTE: CLEILIANY ARAÚJO
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
Reflexão sobre o filme Persepólis
Persepólis (2007) é um filme de animação adaptada da história em quadrinhos criada por Marjane Satrapi, a autora conta nessa obra a história de uma garotinha sonhadora – Marjane, que vive em um país que é governado por um regime ditador do Xá, que oprime a população de todas as maneiras possíveis, mas esse regime é derrubado por outro não menos opressor e cruel que o antigo – os aiatolás.
Marjane vive uma infância normal em seu país, mas faz parte de uma família de intelectuais, seus pais fazem parte de um grupo revolucionário e a sua avó que tem um papel importante na formação do seu caráter, pois a mesma oferece diretrizes morais que serão fundamentais para que a neta não sucumba diante dos dilemas que enfrentará posteriormente.
Talvez por esse motivo Marjane intercale a realidade em que vive com a sua subjetividade, pois ao mesmo tempo em que sonha em ser uma profetiza que salvará o planeta e depilar as pernas, ela não entende por que de tanta revolta das pessoas, já que o que aprendera na escola é que os xás estão no poder por escolha divina. Pode-se inferir que a partir dessa dúvida começam a surgir os conflitos internos que passarão a conviver com a heroína. Ela se dá conta que vê e o que sente não estão em harmonia, mas se conflitam.
Ao poucos a personagem vai se dando conta que várias atrocidades são cometidas pelos os Xás. E quando esse regime que governou o Irã durante quarenta anos cai, os seus conflitos aumentam, pois seu país embarcará em um contexto de um sistema cada vez mais opressivo e cruel, esse contexto tumultuoso da história iraniana se entrelaçará com a tumultuada vida de conflitos de Marjane.
Através da análise do filme pode-se perceber que em um mesmo lugar vários conflitos ocorrem devido às diferenças de ponto de vista e também por conta das contradições. Isso é visível em muitos países do nosso mundo contemporâneo. Levi- Strauss afirma que essas diferenças podem ocorrem não só por conta do isolamento, mas pela proximidade, por desejos de oposição, por exemplo. (Lévi-Strauss, 1952) 
Diante da preocupante situação, provocada pelo o novo regime, Marjane é enviada a Áustria e pela primeira vez ela tem contato com o ocidente. Nesse novo episódio da sua vida ela enfrentará questões como a liberdade, amor, nostalgia, solidão e melancolia decorrente de estar longe de sua família e seu país. A personagem se sente deslocada em seu novo refugio. Mas se quiser voltar para seu país ela terá que abrir mão de tudo que pensa, sente e sonha.
Além de todos esses dilemas e conflitos em que Marjane encontra-se mergulhada, ela se vê diante de um novo problema: o racismo por parte de alguns. Por ser estrangeira refugiada e “escura” a sociedade na qual se encontra a discrimina. Através da contribuição de Lévi- Strauss que diz que a diversidade cultural pode colocar um inconveniente para humanidade e que esta diversidade nunca foi vista como um fenômeno natural, decorrente de relações diretas e indiretas entre sociedades, mas como um escândalo. Pode-se tentar compreender tal comportamento desses personagens, pois é uma atitude antiga que possui fundamentos psicológicos sólidos: repudiar quaisquer tipos de costumes que se afastem dos que as pessoas se identificam.
Por fim o filme traz as perturbações de uma personagem que ao sair do seu país abalado por uma revolução e atolado em conflitos se vê em um novo país com novos costumes tendo de aprender a conviver e tentar aceitar alguns destes costumes, pois para ela muito destes são novos, estranhos e até errados,( o que nos mostra mais uma vez uma visão etnocêntrica,dessa vez pela a personagem), além de tentar lhe dar com o racismo das pessoas por ser de outro país e fazer parte de outra cultura.
REFERENCIAS
Persepólis (Persepolis), 2007, França/EUA.Direção: Vicent Paronnaud/ Marjane Satrapi. 
Race et Histoire. Claude Lévi- Strauss. Copyright. By Unesco, 1952

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