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DIREITO EMPRESARIAL PARTE GERAL AULA 08

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DIREITO EMPRESARIAL
Professor: Prof. Me. Fernando Passos
fernando@pss.adv.br
Assistente: Prof. Me. José Branco Peres
brancoperes@hotmail.com 
Aula 08–12/03/2016 – TODAS AS TURMAS
Aula de Hoje
Incapaz e a Atividade Empresária.
O Incapaz e a Sociedade Empresária.
O Casamento e a Atividade Empresária.
O Incapaz e o Exercício da Atividade Empresária
Art. 974 do Código Civil - Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Cont.
Regra: O incapaz não pode ser empresário.
Observações:
O incapaz nunca poderá iniciar uma atividade empresária.
Entretanto, em algumas situações poderá continuar a empresa.
 Cont.
CONTINUIDADE DA EMPRESA, nas seguintes situações:
a empresa antes exercida por ele enquanto capaz;
por seus pais;
ou pelo autor de herança.
Enunciado 203 do Conselho de Justiça Federal
“O exercício de empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, somente é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte”. 
A Necessária Autorização Judicial:
 § 1o do Art. 974: “Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros”.
 O incapaz exercerá a empresa mediante representante (incapacidade absoluta) ou assistente (incapacidade relativa);
Do Resultado da Empresa:
§ 2º  do Art. 974 - Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização 
Eventual Impedimento do Representante ou Assistente
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
Gerentes: Nomeação e Responsabilidade pela Nomeação
Se o representante ou assistente for impedido de realizar a atividade empresarial, poderá nomear um ou mais gerentes, com aprovação judicial.
A aprovação judicial não retira a responsabilidade do representante ou assistente pelos atos dos gerentes nomeados.
Necessária Publicidade dos Atos que envolvem o incapaz:
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
Efeitos da Publicidade:
A prova da emancipação e da autorização do incapaz, e a revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis, para que seja dada publicidade a tais atos.
Somente após esse ato de registro é que o ato terá validade contra terceiros (publicidade).
* Averbação é o ato de registro conhecido como Arquivamento pela Lei 8.934/94.
Do Uso da Nova Firma*
Uso da nova Firma:
pelo incapaz devidamente assistido, quando possível.
pelo representante
pelo gerente
*Como o incapaz está sendo autorizado a continuar a empresa, esta já possuía um nome empresarial (Firma). Agora será necessário alterar o nome empresarial.
O Incapaz e a Sociedade Empresária
§ 3º  do art. 974 do CC - O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
Requisitos para o Sócio Incapaz
 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. 
Observações sobre o Incapaz e a Sociedade Empresária
Nesse caso o sócio incapaz poderá iniciar ou continuar a atividade empresária por meio de sociedade empresarial; 
Não há necessidade de alvará judicial para participação do sócio incapaz em sociedade empresária;
O Casamento e a Atividade Empresária
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou* com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
* Leia-se: “ou ambos com terceiros”
O Casamento e a Atividade Empresária
REGRA:
Os cônjuges em regra são livres para contratar sociedade entre si ou com terceiros.
EXCEÇÃO: os cônjuges casados sob os regimes de comunhão universal de bens e o da separação obrigatória, que não poderão formar sociedade empresarial entre si ou os dois conjuntamente com terceiros.
Regimes de bens no casamento
comunhão parcial de bens (art. 1.658)
separação de bens (convencional) (art. 1.687)
participação final nos aquestos (art. 1.672)
Comunhão universal de bens (art. 1.667)
Separação Obrigatória de bens (art. 1.641)
Regime de Comunhão Parcial de Bens (art. 1.658 e seguintes)
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Exceção ao Regime de Comunhão Parcial de Bens (art. 1.658 e seguintes)
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Regime de Participação Final nos Aquestos (art. 1672 e seguintes)
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Regime de Separação de Bens (art. 1687 e seguintes)
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Regime de Comunhão Universal de Bens (art. 1667 e seguintes)
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Exceção ao Regime de Comunhão Universal de Bens (art. 1667 e seguintes)
	Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
	I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
	II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
	III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
	IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
	V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
	Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Regime de Separação Obrigatória de Bens (art. 1641 e seguintes)
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com
inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Lei 12.344/2010)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Justificativa para as Exceções
Regime de Comunhão Universal de Bens 
Regime da Separação Obrigatória de Bens
Nesses casos os cônjuges estão impedidos de contrair sociedade empresária entre si ou ambos com terceiros .
Justificativa – Comunhão Universal de Bens
No regime de comunhão universal de bens a vedação advém do fato que nesse regime há uma confusão patrimonial dos bens dos cônjuges, não existindo bens particulares.
Ou seja, há apenas um único patrimônio do casal, e portanto torna se inadmissível a formação de uma sociedade empresarial que exista apenas um único patrimônio, para garantir a eventuais credores. 
Obs: Seria a aceitação da sociedade unipessoal de forma definitiva. Entretanto atualmente temos a EIRELI.
Justificativa – Separação Obrigatória de Bens
No regime de casamento de Separação Obrigatória de Bens, a intenção do legislador é impossibilitar que se use a contratação de uma sociedade empresarial com intuito de burlar o regime de bens.
Vez que nesse caso haveria a possibilidade de que esses cônjuges transferissem os bens entre si, prática essa vedada pelo regime de separação de bens, fraudando assim o regime de bens.
Posicionamento Contrário
Ramos* defende em sua obra que o Código Civil errou ao alterar a possibilidade de contratação de sociedade entre cônjuges independentemente do regime de bens. Afirmando que essa alteração é injustificada.
*Ramos, André Luiz Santa Cruz, p. 31, “Direito Empresarial Esquematizado” Editora Metodo, 3ª Edição.
Cont.
Professor ÁLVARO VILLAÇA AZEVEDO*, defende que: 
“a vida dos cônjuges nada tem a ver com o direito de família. São empresários e dirigem, ou não, a sociedade, de acordo com sua participação nela. O regime de bens valerá para ser arguido no momento da dissolução da sociedade conjugal (separação, divórcio e morte de um ou de ambos os cônjuges). Os cônjuges não podem ser privados de realizar o negócio societário, sem restrições”.
*FIÚZA. Ricardo "O Novo Código Civil e as Propostas de Aperfeiçoamento". Colaboração de Mário Delgado. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 126.
Propostas de Alteração Legislativa
 I - Projeto de Lei 699/11 do Deputado Arnaldo Faria de Sá: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros.”
II – Projeto do Novo Código Comercial: “Art. 109. As pessoas casadas podem ser sócias entre si, independentemente do regime de bens do casamento. Parágrafo único. O regime de bens do casamento dos sócios não afeta seus direitos, deveres e obrigações de direito societário”.

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