Buscar

DIREITO EMPRESARIAL AULA 01

Prévia do material em texto

DIREITO EMPRESARIAL - AULA 01 (19/04/12)
Bibliografia:
- Manual de Direito Comercial – Fábio Ulhoa Coelho
01) Atos de Comércio
- Teoria adotada pelo Código Comercial de 1850 (teoria francesa).
- O Cód. Comercial de 1850 possui três partes:
Parte I: tratava do comércio em geral (trata da teoria dos atos de comércio);
Parte II: trata do comércio marítimo;
Parte III: das quebras, que foi revogado pelo Dec.-Lei 7.661/45, que foi revogado pela L. 11.101/05.
- A Parte I tratava do comerciante (pessoa física) ou da sociedade comercial (pessoa jurídica), no que concerne às suas habitualidades e atos de comércio
02) Teoria da Empresa
- É uma teoria italiana que foi adotada pelo CC/2002, no art. 966 e ss.
- O art. 2.045 do CC só revogou a Parte I do Código de 1850. A Parte II ainda está valendo (Comércio Marítimo).
- Agora temos a figura do empresário (PF) e sociedade empresária (PJ).
03) Empresário
- O art. 966 do CC, é aplicado para pessoa natural ou pessoa jurídica.
- Pessoa natural é o Empresário Individual (se estiver dentro do conceito de Empresário Individual).
- Pessoa Jurídica é Sociedade Empresária.
- Conceito de Empresário: Empresário é aquele que profissionalmente exerce uma atividade econômica organizada.
- Atividade econômica significa finalidade lucrativa (lucro), mas não significa que sempre terá lucro.
- Empresário não é aquele que tem registro. O registro apenas o torna regular.
- Profissionalmente quer dizer que tem habitualidade e continuidade.
- Organização: Haverá organização empresarial quando a atividade-fim for exercida com a colaboração de terceiros. Não haverá organização empresarial quando a atividade-fim depender exclusivamente da pessoa natural ou da figura dos sócios da sociedade.
- Empresário individual é pessoa física, pessoa natural. Ex: A, sozinho, organiza tudo para abrir uma churrascaria, contrata garçom, gerente, etc.
- Sociedade é Pessoa Jurídica. Ex: A e seu sócio se organizam para abrir uma churrascaria; Ex2: A faz trufas, embrulha e vende, sem ajuda de terceiros, não se fala em organização empresarial; Ex3: cabeleireiro (que faz tudo sozinho) não será empresário. Ex3: A e B resolvem abrir uma pastelaria, para isso, montam uma sociedade, porém um faz o pastel e o outro vende. Não há organização empresarial, sendo assim, não há como falar em sociedade empresária.
- Aquele que vende trufas, bem como a sociedade constituída na forma de uma simples pastelaria não desenvolvem suas atividades com organização empresarial, pois a atividade-fim é realizada exclusivamente pela pessoa natural ou pelos sócios da sociedade.
- Produção de bens. Ex: Fábrica de móveis, indústria cerâmica.
- Produção de serviços. Ex: Prestadora de serviços, bancos.
- Circulação de Bens. Ex: farmácia, loja de roupas.
- Circulação de serviços. Ex: agência de turismo.
- Empresário Individual: Pessoa física que sozinha se organiza.
- O empresário individual possui CNPJ para ter o mesmo tratamento tributário que a sociedade (PJ), mas não é PJ.
- Cabe desconsideração da personalidade jurídica do empresário individual? R: Não, pois ele não é pessoa jurídica.
OBS: Quem exerce a atividade empresarial é a sociedade (PJ), e não os sócios. Portanto, não podemos classificar o sócio de sociedade empresária como empresário, pelo simples fato dele figurar como sócio.
- A Organização é a conjugação dos 04 fatores de produção: mão de obra, matéria prima, capital e tecnologia. Estes elementos são indispensáveis para o conceito de empresário trazido pelo CC.
04) Excluídos do Conceito de Empresário
- Está no art. 966, p. único do CC.
- São eles:
Profissão intelectual: científica (médico – ciências médicas; contador – ciências contábeis; advogado; engenheiro/arquiteto), literal (autor, escritor e jornalista), ou artística (desenhista, artista plástico, ator, cantor e dançarino). É o chamado Profissional Liberal (autônomo).
Isto se aplica para a sociedade também. A sociedade de advogados e uma clínica médica não são uma sociedade empresarial.
Se não é empresário/sociedade empresária, é o que? R: Pessoa natural é autônomo e pessoa jurídica é sociedade simples, de acordo com o art. 982 do CC.
A clínica médica que contrata uma secretária, faxineira, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, não é sociedade empresária. Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
- A exclusão promovida pelo p. único do art. 966 decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades. Nelas o essencial é a atividade pessoal.
- As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoal, e ainda que contenham auxiliares ou colaboradores, o personalismo prevalece.
- Elemento de empresa: ocorre quando a natureza pessoal da atividade cede espaço a uma atividade maior de natureza empresarial. Isso ocorre em dois casos: 1º - quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade empresarial. Ex: veterinário com Pet Shop (será uma sociedade emrpesária); 2º - será também elemento da empresa a atividade intelectual sem caráter personalíssimo, mas sim um serviço impessoal e objetivo, realizado por pessoas intelectuais, contratadas a serviço da pessoa natural ou da sociedade. Ex: empresa fotográfica que presta serviços de fotografia em eventos como casamento, formatura, etc. Neste caso, o serviço é prestado pela equipe contratada pelo empresário ou pela sociedade empresária. Ex2: franquia de dentistas, em que o cliente vai em razão da franquia e não em razão do dentista específico.
- A atividade intelectual não é atividade empresária, porém se a atividade intelectual for elemento de empresa, será sociedade de empresários.
- Sociedade de advogados nunca pode ser sociedade empresarial, por força de lei (Estatuto da Advocacia, art. 1º).
05) Empresa Individual
05.1) Pessoa Natural
- Será pessoa natural ainda que tenha CNPJ.
05.2) Requisitos para ser Empresário Individual
- Estão descritos no art. 972 do CC.
- São eles:
Pleno gozo da capacidade civil;
Não ter impedimento legal.
- O menor pode ser empresário individual? R: De acordo com o art. 974 do CC, ele não pode iniciar a atividade, mesmo se estiver enquadrado nas hipóteses de emancipação. Mas ele poderá continuar uma empresa que já está em atividade. Para continuar, o menor precisa de 02 requisitos: ser assistido/representado e ter autorização judicial (art. 974, § 1º, do CC).
- O Juiz, Promotor, Servidor Público civil e federal não podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios de sociedade desde que não exerçam a administração.
05.3) Empresário Casado
a) Alienação de Imóveis.
- Para vender o imóvel, o empresário individual precisa de autorização do cônjuge? R: De acordo com o art. 978, do CC, não é necessária autorização, podendo alienar independentemente do regime de bens.
- O art. 1.647 do CC não se aplica ao empresário.
- O art. 978 do CC é aplicado para os imóveis destinados à atividade empresária.
- O empresário casado pode sem autorização do cônjuge, qualquer que seja o regime de bens, alienar bem imóvel que integre o patrimônio da empresa ou gravá-lo de ônus real (dar em hipoteca).
- Mas se for um bem do casal, irá se aplicar o art. 1.647 do CC.

Continue navegando