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DIREITO CIVIL AULA 21

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DIREITO CIVIL - AULA 21 (15/09/12)
Continuação Direitos da Personalidade
CLASSIFICAÇÃO
- O CC partiu da premissa de que os direitos da personalidade se classificam em três âmbitos: integridade física, integridade psíquica e integridade intelectual.
- A integridade física é a do corpo humano. A integridade psíquica diz respeito aos valores imateriais. A integridade intelectual diz respeito à inteligência (idéias).
- Estes 03 âmbitos de proteção correspondem ao próprio direito à vida digna. O direito à vida digna é o pressuposto desta classificação.
- No CC/02 o art. 13 cuida da tutela jurídica do corpo vivo. O art. 14 cuida da tutela jurídica do corpo morto. O art. 15 cuida da autonomia do paciente. Do art. 16 ao 19 temos o direito ao nome civil. O art. 20 cuida da tutela jurídica da imagem. O art. 21 cuida da tutela jurídica da vida privada.
- O legislador do CC/02 manteve a mesma técnica da classificação doutrinária (integridade física, psíquica e intelectual), que tem como premissa o direito à vida digna.
01) Direito ao Corpo Vivo
- Previsto no art. 13, CC.
- Esta proteção do corpo vivo é contra o dano estético.
- O STJ (REsp. 575.576/PR) vem entendendo que caracteriza-se o dano estético mesmo que a seqüela não seja permanente.
- A Súmula 387, STJ admite a cumulação do dano moral e do dano estético. Ao admitir a cumulabilidade, a súmula demonstra que o dano estético é autônomo.
- O art. 13 traz a proibição de ato de disposição corporal quando gerar diminuição permanente da integridade física.
- A regra geral é que o titular pode dispor livremente do seu corpo, desde que não gere diminuição permanente. Ex: tatuagem e piercing.
- A exceção é que admite-se diminuição permanente da integridade física por exigência médica. Ex: amputações cirúrgicas. Nestes casos, é obrigatória a comprovação médica.
- Ocorre que o art. 13 refere-se ao corpo como um todo monolítico, deixando de lado as partes separadas do corpo humano. As partes separadas do corpo humano também necessitam de proteção.
- Questões polêmicas relativas ao art. 13:
Cirurgia de transgenitalização: A Resolução 1.652/02 do Conselho Federal de Medicina reconhece o caráter patológico do transexualismo (a pessoa sofre uma dicotomia fisio-psíquica – corpo de um sexo, cabeça de outro). Neste caso, havendo exigência médica, o art. 13, CC permite a cirurgia de mudança de sexo.
Autorizada a cirurgia de mudança de sexo, é possível mudar o nome e o registro indicativo do estado sexual (STJ, SE 1.058 – Itália).
O STJ, no REsp. 1.008.398/SP firmou o entendimento que não é necessário qualquer referência ao estado anterior (funciona como na adoção).
É possível, no caso de casamento, se caracterizar erro sobre a pessoa, de acordo com o art. 1.557, I, CC.
A Profa. Maria Berenice Dias defende a mudança do nome e do estado sexual independentemente da cirurgia de mudança de sexo.
Processualmente, a ação cabível é a ação ordinária de redesignação de estado sexual, de competência da vara da família.
Gestação por substituição ou gestação em útero alheio (Barriga de aluguel): É ato de disposição do próprio corpo, mas por não gerar diminuição é admitida. A Resolução 1.957/10 do CFM é que permite.
Esta Resolução estabelece alguns requisitos: capacidade das partes envolvidas; que as pessoas integrem uma mesma família (não o sendo, somente com autorização do Conselho de Medicina); comprovação da impossibilidade gestacional da mãe interessada; gratuidade.
Quando o médico lavrar o registro, ele o fará em nome da mãe hospedeira. Neste caso, pode ser que a mãe biológica entre com ação na Vara de Registros Públicos para alterar a maternidade.
- O p. único do art. 13, CC, afirma que o ato de disposição do corpo vivo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida na L. 9.434/97.
- Requisitos para o transplante entre vivos:
Gratuidade;
As pessoas envolvidas devem ser da mesma família. Se não forem da mesma família, só com autorização judicial;
O objeto deve ser órgão dúplice ou regenerável. Ex: fígado e rim;
Intervenção do MP, da Promotoria de Justiça da comarca do doador.
OBS: No caso de sangue, sêmen, óvulo, leite materno e medula não são necessárias a intervenção do MP nem que as pessoas sejam da mesma família.
02) Direito ao Corpo Morto
- Prevista no art. 14, CC.
- Este artigo afirma que é válido o ato de disposição do corpo (gratuitamente), no todo ou em parte, para depois da morte.
- O testamento vital ou living will afirma que não é possível dispor do corpo para antes da morte. Ele é proibido. Ex: a pessoa prefere morrer ao viver no estado vegetativo. Não deve ser confundido com a eutanásia porque é a própria pessoa que afirma a vontade.
- O p. único do art. 14 afirma que o ato de disposição pode ser revogado a qualquer tempo.
- Existem duas polêmicas:
01:11
03) Autonomia do Paciente
04) Direito ao Nome Civil
05) Direito à Imagem
06) Direito à vida privada

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