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Direitos da personalidade no Código Civil

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO CIVIL I - TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO I 
Direitos da personalidade no Código Civil 
- Direitos da personalidade é o direito que toda pessoa tem de defender sua própria existência. 
A ideia a nortear a disciplina dos direitos da personalidade é a de uma esfera extrapatrimonial 
do indivíduo, em que o sujeito tem reconhecidamente tutelada pela ordem jurídica uma série 
indeterminada de valores não redutíveis pecuniariamente, como a vida, a integridade física, a 
honra e outros. Esses direitos englobam a pessoa natural e a pessoa jurídica. 
- A matéria está prevista no capítulo II do Livro I, Título I, da Parte Geral do CC. 
- Sendo direitos inatos à pessoa, em suas projeções física, mental e moral, os direitos da 
personalidade possuem características particulares: 
● A integridade física (direito à vida, ao corpo, à saúde, ao cadáver, voz); 
● A integridade intelectual e psíquica (liberdade, direito à autoria científica ou literária, à 
liberdade religiosa e de expressão, dentre outras manifestações do intelecto, 
privacidade, segredo); 
● A integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal). 
- Esses direitos são indisponíveis > nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar 
de titular > essa indisponibilidade embarca tanto a intransmissibilidade (não podem ser 
alienados gratuita ou onerosamente por inter vivos e nem por causa mortis) quanto a 
irrenunciabilidade (a ordem jurídica não reconhece o abandono do direito > art. 11 - Com 
exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
- Ex.: por mais que uma pessoa queira doar um órgão seu para salvar a vida do seu filho e isso 
resultar na sua própria morte, isso não pode ser feito devido aos direitos da personalidade > 
integridade física. 
 
 
 
 
- O exercício de direitos da personalidade também é imprescritível > inexiste um prazo para seu 
exercício, não se extinguindo pelo não uso, no sentido de que a pretensão para fazer cessar a 
violação ao direito não prescreve > ATENÇÃO: porém, ocorre a prescrição da pretensão de 
ressarcimento pecuniário pelo dano sofrido, no prazo de 3 anos > art. 206, §3°, V > prescreve: 
em três anos – a pretensão de reparação civil” > CONCLUSÃO: imprescritível é o prazo para o 
exercício, mas não a pretensão de reparar pecuniariamente (financeiramente) um eventual 
dano sofrido > mas isso tem uma exceção > nos casos de reparação de danos por prisão e tortura 
durante o regime militar não prescreve o ressarcimento pecuniário, a não ser que seja um 
familiar daquele que teve seus direitos violados (se for familiar, o ressarcimento pecuniário 
prescreve). 
Obs.: essa indisponibilidade é relativa devendo ser entendida como parcial. A lei permite, 
eventualmente, a cessão do seu exercício contanto que não haja violação da dignidade do 
titular > art. 11 > “com exceção dos casos previstos em lei, ...” > Enunciado 4, Jornada de 
Direito Civil: “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, 
desde que não seja permanente nem geral”. 
- Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar 
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista 
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto 
grau. 
- A tutela jurídica conferida aos parentes do morto para proteção dos direitos da personalidade 
trata de um dano por ricochete (dano reflexo) > o dano é diretamente dirigido ao falecido, mas 
atinge, obliquamente, pessoas que estavam atreladas afetivamente a ele > ao dano moral por 
ricochete é incabível a aplicação da teoria da imprescritibilidade. 
- O aspecto físico da personalidade está contemplado nos artigos, 13, 14 e 15 do CC. O artigo 13 
tutela do corpo vivo; o 14 tutela do corpo morto e o 15 do livre consentimento informado pelo 
paciente: 
 
 
 
 
 
 
Obs.: ainda que a pessoa delibere sobre o seu cadáver para fins altruísticos, para fins de 
transplante a teor de legislação especial é necessária a expressa aquiescência (consentimento) 
do núcleo familiar > Lei 9.434/1997. Art. 4º A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de 
pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização 
do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o 
segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à 
verificação da morte. 
 
- Dispõe o art. 9º da mesma lei que “É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor 
gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para 
transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 
4º deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta 
em relação à medula óssea”. > no caso de transplantes entre pessoas vivas o doador pode 
escolher o beneficiário desde se trate de pessoa de sua família, no caso de doação pós mortem 
não é permitida a escolha do beneficiário. 
 
- Obs.: tatuagens, piercings e body art são permitidos por configurar manifestação cultural e não 
importar em redução permanente da integridade física. 
 
 
 
- Nenhuma pessoa pode ser compelida a tratamento médico ou intervenção cirúrgica contra a 
sua vontade > mas, em alguns casos, impera a necessidade da excepcional medida de internação 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo, 
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons 
costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, 
no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico 
ou a intervenção cirúrgica. 
forçada quando ficar explícito o interesse público justificável, como nos casos de doenças 
transmissíveis ou de perigo à convivência social. 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO: 
- Os principais direitos da personalidade: 
• Direito à vida; 
• Direito à integridade física; 
• Direito à voz (emanação natural de som da pessoa); 
• Direito à integridade psíquica; 
• Direito à liberdade; 
• Direito à liberdade de pensamento; 
• Direito às criações intelectuais; 
• Direito à privacidade; 
• Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico; 
• Direito à honra; 
• Direito à imagem; 
• Direito à identidade. 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao 
desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa 
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, 
os ascendentes ou os descendentes.

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