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direito ao corpo

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Integridade física, disposição do 
corpo e bons costumes 
▪ O art. 13 alude à noção de “bons Costumes”, ideia vaga 
e imprecisa, que pode causar sérias dificuldades em 
um terreno que sofre decisiva influência de inovações 
tecnológicas e científicas 
 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso (não é 
permitido) o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou 
contrariar os bons costumes. 
 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido 
para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
 
▪ Exigência médica: O terceiro critério pode derrogar 
os outros dois. O legislador já ponderou nesse caso. 
 1) Não diminuição permanente da integridade física 
 2) Não afronta aos bons costumes 
 
▪ a amputação voluntária de um membro ou qualquer 
outra forma deliberada de redução definitiva 
da capacidade física está vedada, só havendo exceção 
feita em caso de situações motivadas por “exigência 
médica” 
Tatuagem e concurso publico 
Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do 
Relator, apreciando o tema 838 da repercussão geral, deu 
provimento ao recurso, vencido o Ministro Marco Aurélio, 
fixada tese nos seguintes termos: "Editais de concurso 
público não podem estabelecer restrição a pessoas com 
tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de 
conteúdo que viole valores constitucionais". 
→ Elas não podem ferir valores constitucionais e 
dos órgãos administrativos. 
 
Doação de sangue por homossexuais 
STF – ADI 5543 (2017) movida pelo Partido Socialista 
brasileiro (PSB) pede a suspensão da proibição prevista na 
portaria 158/2016 do Ministério da Saúde e na resolução 
34/2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) 
De que homens que fazem sexo com homens doem 
sangue, a fim de reduzir o risco de contaminação por HIV 
em transfusões. 
→ O ministério e a Anvisa dizem que a regra se baseia em estudos 
científicos, enquanto o PSB afirma ser discriminação. 
 
 
 
 
 
Caso da mudança de sexo 
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 276 - O art. 13 do 
Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por 
exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, 
em conformidade com os procedimentos estabelecidos 
pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente 
alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. 
 
▪ O transexualismo é considerado uma doença, patologia. 
Afirma-se que o termo mais adequado 
seria Transexualidade. A jurisprudência admite a 
Resolução e os parâmetros criados pelo Conselho 
Federal de Medicina para definir a alteração de sexo. 
 
A Resolução CFM nº 2.265/2019 Dispõe sobre o cuidado 
específico à pessoa com incongruência de gênero ou 
transgênero e revoga a Resolução CFM nº 
1.955/2010. prevê a ampliação do acesso ao atendimento a 
essa população na rede pública e estabelece critérios para 
maior segurança na realização de procedimentos com 
hormonioterapia e cirurgias de adequação sexual 
Art. 11. Na atenção médica especializada ao transgênero é 
vedada a realização de procedimentos cirúrgicos de 
afirmação de gênero antes dos 18 (dezoito) anos de idade. 
 
 
Art. 13, parágrafo único do CC: O ato previsto neste artigo 
será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
 
LEI 9.434, Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente 
capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do 
próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou 
para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos 
até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, 
ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, 
dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação dada 
pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001) 
 
Art. 9o § 3º Só é permitida a doação referida neste artigo 
quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, 
tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o 
organismo do doador de continuar vivendo sem risco para 
a sua integridade e não represente grave 
comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e 
não cause mutilação ou deformação inaceitável, e 
 
Corpo 
http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/232
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10211.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10211.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10211.htm#art1
corresponda a uma necessidade 
Terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa 
receptora. 
§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por 
escrito e diante de testemunhas, especificamente o tecido, 
órgão ou parte do corpo objeto da retirada. 
§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos 
responsáveis legais a qualquer momento antes de sua 
concretização. 
 
LEI Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997 - Dispõe sobre 
a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano 
para fins de transplante e tratamento e dá outras 
providências. 
 
 
▪ Uma pessoa somente pode dispor de partes do seu 
corpo quando tal ato não implicar prejuízo para sua 
saúde. Adicionalmente, determina o legislador que o 
transplante não pode ser objeto de negócio oneroso. 
 
▪ A exigência de autorização judicial para transplantes 
para pessoas que não componham o núcleo familiar 
(alteração da Lei 10.211) visa a evitar o tráfico de órgãos, 
sendo dispensada apenas em relação à doação de 
medula óssea. 
 
 
Disposição do corpo para depois da 
morte- disposição post mortem 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a 
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em 
parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode 
ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de 
pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade 
terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou 
parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta 
ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada 
em documento subscrito por duas testemunhas presentes 
à verificação da morte. (Redação dada pela Lei nº 
10.211, de 23.3.2001) 
 
▪ O art. 4º da Lei 9.434 exige o consentimento dos 
familiares para que a doação de órgãos após a morte 
seja concretizada, enquanto o art. 14 do CC não traz tal 
exigência. Ficando assim uma dúvida sobre como 
prosseguir . 
 
 
 
 
Questão PGE/RJ) 
Um rapaz manifestou em vida em documento inequívoco a vontade de 
realizar a doação de órgãos após a morte. Os familiares proibiram o 
transplante de órgãos. Qual das vontades deve prevalecer? 
 
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 277 - O art. 14 do Código Civil, ao 
afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo 
científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a 
manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a 
vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 
ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador. 
 
Art15 do código civil Ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a 
intervenção cirúrgica. 
▪ “Risco de vida”: relativa ao “risco que será criado ou 
agravado” pelo tratamento ou intervenção cirúrgica 
que se pretende empregar. 
 
▪ O doente não pode ser constrangido a se submeter a 
tratamento ou a cirurgia arriscada. 
▪ Recusa ao tratamento médico: A proteção 
da integridade física abrange também o direito de 
recusar tratamento médico ou intervenção cirúrgica. 
No entanto, essa recusa não pode ser caprichosa e 
imotivada, mas se assentar em motivo de relevância 
manifesta. 
 
▪ No caso em que o médico preveja que a cura de 
determinado mal somente se dará por meio de 
tratamento ou de cirurgia que submeta o paciente ao 
risco de vida, este deverá ser previamente 
comunicado, paraque escolha livremente 
(sem constrangimento) se prefere se submeter a ele. 
 
Enunciado n. 533 da VI Jornada de Direito Civil do CJF: O 
paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos 
os aspectos concernentes a tratamento médico que possa 
lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as 
situações de emergência ou no curso de procedimentos 
médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos. 
 
▪ A escolha de tratamento médico ou cirúrgico que 
imponha risco de vida ao paciente deve ser a ele 
comunicada pelo médico responsável, com minuciosa 
descrição das consequências danosas, especialmente 
daquelas que possam impor ao paciente risco de vida. 
 
▪ Ainda que o diagnóstico médico da doença aponte 
para tratamento ou intervenção cirúrgica arriscada, não 
pode ser o paciente constrangido a suportá-los. É o 
dever legal de informação que se impõe aos médicos 
com relação a seus pacientes. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10211.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10211.htm#art1
http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/227
Código de Ética Médica 
 
▪ É vedado ao médico: 
 
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante 
legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas 
ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. 
 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o 
prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo 
quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, 
devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu 
representante legal. 
 
▪ Consentimento informado é a concordância do 
paciente após explicação completa e pormenorizada 
sobre a intervenção médica que inclua a sua natureza, 
objetivos, métodos, duração, justificativa, protocolos 
atuais de tratamento, contraindicações, riscos, 
benefícios, métodos alternativos e nível de 
confiabilidade dos dados. (Carlos Nelson Konder) 
 
▪ Consentimento tem que ser livre e informado 
 
Art. 22.: Deixar de obter consentimento do paciente ou de 
seu representante legal após esclarecê-lo sobre o 
procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco 
iminente de morte. 
 
Testemunha de jeová X 
transfusão de sangue 
Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
 VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e 
a suas liturgias 
 
▪ Atualmente, vem sendo aceita a recusa à transfusão 
de sangue em razão da religião. 
 
“Por que as Testemunhas de Jeová não aceitam 
transfusão de sangue? 
Isso é mais uma questão religiosa do que médica. Tanto o 
Velho como o Novo Testamento claramente nos ordenam 
a nos abster de sangue. 
(Gênesis 9:4; Levítico 17:10; Deuteronômio 12:23; Atos 15:28, 
29) Além disso, para Deus, o sangue representa a 
vida. (Levítico 17:14) Então, nós evitamos tomar sangue por 
qualquer via não só em obediência a Deus, mas também 
por respeito a ele como Dador da vida.” 
 
▪ Com base nos direitos constitucionais à vida digna e à 
liberdade de crença, a procuradora-Geral da República 
ajuizou no STF a ADPF 618, no qual visa assegurar às 
Testemunhas de Jeová maiores de idade e capazes o 
direito de não se submeterem a transfusões de sangue 
por motivo de convicção pessoal. 
 
▪ A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental) é uma ação de controle concentrado de 
constitucionalidade trazida pela Constituição Federal de 
1988. A ação tem como finalidade o combate a atos 
desrespeitosos aos chamados preceitos fundamentais 
da Constituição. 
 
Enunciado 403 : V Jornada de Direito Civil - O Direito à 
inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 
5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa 
que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de 
sangue, com ou sem risco de morte, em razão do 
tratamento ou da falta dele, desde que observados os 
seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o 
suprimento pelo representante ou assistente; 
b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; 
c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria 
pessoa do declarante. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.jw.org/pt/biblioteca/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/9/#v1009004
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https://www.jw.org/pt/biblioteca/biblia/biblia-de-estudo/livros/atos/15/#v44015028-v44015029
https://www.jw.org/pt/biblioteca/biblia/biblia-de-estudo/livros/atos/15/#v44015028-v44015029
https://www.jw.org/pt/biblioteca/biblia/biblia-de-estudo/livros/Lev%C3%ADtico/17/#v3017014
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5769402
http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/207

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