Buscar

Conceito de Soberania no Estado Moderno

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Elementos constitutivos do Estado Moderno
2
Soberania: conceito moderno
O conceito de soberania é uma das bases do Estado Moderno.
Na antiguidade, a soberania era inexistente:
GRÉCIA: superioridade da cidade-Estado era justificada pelo conceito de autarquia (não indica supremacia de poder, significando apenas que a cidade-Estado era auto-suficiente, capaz de suprir às próprias necessidades); 
ROMA: os termos majestas, imperium e potestas, não indicam poder supremo do Estado em relação a outros poderes ou para decidir sobre determinadas matérias.
Antigüidade não chegou a conhecer o conceito de soberania por faltar ao mundo antigo o único dado capaz de trazer à consciência o conceito de soberania: a oposição entre o poder do Estado e outros poderes.
Idade Média: desapareceu a distinção entre as atribuições do Estado e as de outras entidades (feudos e comunas). 
Após o século XIII o monarca vai ampliando a esfera de sua competência exclusiva, afirmando-se soberano de todo o reino, acima de todos os barões, adquirindo o poder supremo de justiça e de polícia, acabando por conquistar o poder legislativo. Ao mesmo tempo vai ficando mais independente do poder papal.
3
Alguns teóricos da soberania
JEAN BODIN (1530-1596)
Os seis livros da República, de 1576. 
Soberania é perpétua, imprescritível. Se deixar de existir, desaparece o Estado;
Soberania é uma capacidade absoluta: no sentido político de que revestia o Estado de uma capacidade política ilimitada (esse ilimitado estaria na própria raiz da formação do Estado absolutista europeu); ou no sentido jurídico que, no âmbito do direito interno, só prevalece uma ordem jurídica, a do próprio Estado, excluindo qualquer outra.
Nenhuma lei humana pode limitar o poder soberano. As leis divinas e naturais são as únicas limitações ao poder do soberano. 
JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778)
O contrato social, de 1762.
Transferência da titularidade da soberania da pessoa
	do governante para o povo (soberania popular). 
4
Alguns teóricos da soberania
O pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus membros, e este poder é aquele que, dirigido pela vontade geral, leva o nome de soberania. 
É inalienável: por ser o exercício da vontade geral,	não podendo esta se alienar e nem mesmo ser representada por quem quer que seja.
É indivisível: porque a vontade só é geral se houver a participação do todo.
Limites do poder soberano:
	O poder soberano, completamente absoluto, sagrado e inviolável, não ultrapassa nem pode transgredir os limites das convenções gerais. A regra básica da limitação é que o soberano não pode sobrecarregar os cidadãos de coisas inúteis à comunidade e tampouco pode exigi-las, devendo fazer exigências iguais a todos os súditos.
5
Soberania popular e soberania nacional
A teoria constitucional francesa do século XVIII e XIX procedeu a distinção sistemática entre soberania nacional e soberania popular.
Soberania nacional
Está fundamentada no mandato representativo, que é uma criação do final do século XVIII. O mandato representativo apresenta dois fenômenos:
Há uma autonomia jurídica absoluta entre o representante e o representado;
Por consequência, existe uma ficção jurídica; ele não é mais o nosso representante, e sim o representante da Nação.
Soberania popular
Está fundamentada no mandato imperativo. Esse mandato na verdade é uma procuração, e tem uma raiz essencialmente privada. O representante tem que expressar o que o representado quer, assim, seria mais democrática. A soberania popular é de difícil operacionalização.
6
Mecanismos de participação direta para o exercício da soberania
A teoria constitucional contemporânea busca uma saída para o impasse entre uma e outra forma de soberania. 
Mecanismos de participação direta para o exercício de soberania: 
Referendum: projetos de lei ou emenda constitucional aprovados pelo legislativo devem ser submetidos à vontade popular, desde que atendidas certas exigências, tais como pedido de certo número de eleitores, de certo número de parlamentares ou do próprio chefe do executivo. No caso brasileiro é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizá-lo (Cf. CF art. 14, II; art. 49, XV);
Plebiscito: é uma consulta popular que visa decidir previamente uma questão política ou institucional, antes de sua formulação legislativa. No caso brasileiro pode ser usado pelo Congresso Nacional e em outros casos específicos, para a formação de novos Estados e de novos Municípios (Cf. CF art. 14, I; art. 18, § § 3o e 4o);
7
Iniciativa popular e ação popular
Iniciativa legislativa popular: Se admite que o povo apresente projetos de lei ao legislativo, desde que subscritos por certo número de eleitores (1% do eleitorado nacional no caso brasileiro, distribuídos em pelo menos 5 Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Cf. CF art. 14, III; art. 61, §2o);
Ação popular: Atribui-se ao povo, ou parcela dele, legitimidade para pleitear, por qualquer de seus membros, a tutela jurisdicional de interesse que não lhe pertence individualmente, mas à coletividade. O autor popular faz valer um interesse que só lhe cabe como membro de uma comunidade, agindo, com isso, em favor do povo. Visa sempre a defesa do direito ou interesse público (Cf. CF art. 5o, LXXIII).
8
Soberania e Direito
A soberania é o primeiro elemento adotado pela TGE de origem alemã para definir o Estado e é o elemento mais importante na conceituação jurídica de Estado.
A noção de soberania está enraizada na própria teoria da personalidade jurídica:
Toda pessoa natural ou jurídica, por ter personalidade, é dotada e reconhecida de direitos;
A capacidade jurídica é um instrumento para o exercício desses direitos.
Na pessoa jurídica que é o Estado, a capacidade de efetivar direitos é estruturada pela soberania.
É importante destacar que se só o Estado tem essa capacidade, então, ao contrário dos outros entes, essa capacidade não pode sofrer limitações, porque à medida que sofrer restrições, o próprio Estado desaparecerá.
9
Soberania e Direito
Concepção jurídica da soberania:
	Soberania como o poder de decidir em última instancia sobre a atributividade das normas, sobre a eficácia do direito. Partindo do pressuposto de que todos os atos dos Estados são passíveis de enquadramento jurídico, tem-se como soberano o poder que decide qual a regra jurídica aplicável em cada caso, podendo, até, negar a juridicidade da norma. Portanto, não há Estados mais fortes ou mais fracos, uma vez que para todos a noção de direito é a mesma.
Segundo Reale:
	“A soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.”
Para Reale, a soberania não é simples expressão de um poder de fato, nem está integralmente submetida ao direito, encontrando seus limites na exigência de não contrariar os fins éticos de convivência. Dentro desses limites o poder soberano tem a faculdade de utilizar a coação para impor suas decisões.
10
Características da soberania
Una: porque não se admite num mesmo Estado a convivência de duas soberanias;
Indivisível: se aplica à universalidade dos fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissível, por isso mesmo, a existência de várias partes separadas da mesma soberania;
Inalienável: aquele que a detém desaparece quando ficar sem ela, seja o povo, a nação, ou o Estado;
Imprescritível: porque jamais seria verdadeiramente superior se tivesse prazo certo de duração. Todo poder soberano aspira a existir permanentemente e só desaparece quando forçado por uma vontade superior.
11
Justificação e titularidade da soberania
Teorias teocráticas:
Fim da Idade Média e período absolutista do Estado Moderno;
Ponto de partida é o princípio cristão de que todo poder vem de Deus. 
Apresentavam-se como de direito divino sobrenatural quando afirmavam que o próprio Deus concedera o poder ao príncipe, e de direito divino providencial, quando sustentavam quea soberania vem de Deus, como todas as coisas terrenas, mas que, diretamente, ela vem do povo, razão pela qual apresenta imperfeições. Em ambos os casos, o titular da soberania acaba sendo a pessoa do monarca.
Teorias democráticas: 
Soberania se origina do próprio povo. 
Apresentam três fases sucessivas: 
1a) aparece como titular da soberania o próprio povo, como massa amorfa, situado fora do Estado; 
2a) Revolução Francesa, século XIX e início do século XX, a titularidade é atribuída à nação, que é o povo concebido numa ordem integrante; 
3a) o titular da soberania é o Estado, o que começaria a ser aceito na segunda metade do século passado e ganharia grande prestígio no século XX.
12
Justificação e titularidade da soberania
Se a soberania é um direito, seu titular só pode ser uma pessoa jurídica. Ora, o povo, mesmo concebido como nação, não tem personalidade jurídica. Mas, como ele participa do Estado e é o elemento formador da vontade deste, a atribuição da titularidade da soberania ao Estado atende às exigências jurídicas, ao mesmo tempo em que preserva o fundamento democrático.

Continue navegando