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Ensinar a pensar - skinner (meu segundo artigo)

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ENSINAR A PENSAR: UMA VISÃO PEDAGÓGICA DE BURRHUS F. SKINNER
Guilherme Oliveira¹
Isadora Deon Ceccato²
¹ Graduando em Psicologia na Faculdade da Serra Gaúcha.
² Graduando em Psicologia na Faculdade da Serra Gaúcha.
Orientador:
Drª. Tania Rudnicki
Palavras-chave: práticas. ensino. pensamento 
Resumo:
O Behaviorismo teve seu início com as contribuições de Watson, influenciado por Pavlov que era neurofisiologista e estudava condicionamento em animais, ao passar dos anos Skinner trouxe um novo avanço para esta teoria, denominado “comportamento operante”, mas Skinner não possuí somente este lado comportamentalista, que se preocupa somente com o comportamento e excluí o resto do homem, e é este lado pedagógico dele que queremos expor neste trabalho a partir do Capítulo seis ensinar a pensar do livro Tecnologia do ensino, é uma das obras de Skinner que vemos nitidamente o empenho ele na pesquisa e na melhoria da educação daquela época. Neste capítulo ele busca mostrar o erro de apenas “ensinar a aprender”, que consiste em adquirir técnicas que ao passar dos anos vai auxiliar o aluno a aprender novos conteúdos, diz também que é de grande importância que o professor não dê a resposta ao aluno, mas que dê a autonomia de pensar e de resolver problemas e aprender do seu modo. É importante que o professor equilibre o ensinar conteúdos e ensinar a pensar, melhor dizer é que ele junte essas duas práticas e faça delas, uma só.
1 INTRODUÇÃO
A Psicologia possuí muitas áreas de atuação e muitas correntes de pensamento. O Behaviorismo, como uma das principais teorias da área, é muito polêmica e não eram aceitas no meio científico. Nosso principal propósito é lançar luz ao trabalho de Skinner que não foi somente falar de estímulo e resposta. Ele deu grande contribuição a pedagogia. No capítulo seis do\	 /;~ÇP´Ç livro Tecnologia do ensino ele fala na importância de construir um ambiente estimulante para o aluno aprender a pensar de forma original. São esses fatores que abordaremos neste trabalho.
2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Teorias em conflito: behaviorismo metodológico x behaviorismo radical
O termo inglês behavior significa “comportamento”. O Behaviorismo como proposta de fortalecer ainda mais a psicologia como ciência, dá seu início no Século XX, contendo como principal agente desse movimento John B. Watson e Burrhus F. Skinner, estes dois homens geraram fortes conflitos teóricos dentro deste movimento. De um lado Watson com o behaviorismo metodológico que aparecerá como imposição à introspecção e ao mentalismo (ferramentas que eram utilizadas por Wundt que inaugurou o primeiro laboratório de psicologia). “Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando” (BOCK A; FURTADO O; TEIXEIRA M, 1999). Quanto a Skinner e seu Behaviorismo radical desenvolve teoricamente maiores avanços que Watson como por exemplo, o comportamento operante que introduzirá também o reforço positivo e negativo, estes são agentes importantes para a estruturação do homem para Skinner. 
Quem foi Skinner? 
Nascido no estado da Pensilvânia, Estados Unidos, em 1904. Formou-se em língua inglesa e depois cursou Psicologia em Harvard, fundou o behaviorismo radical e daí surgiram novos conceitos para a corrente behaviorista. 
Até hoje sua teoria é muito questionada e julgada precocemente por ter ado mis ênfase ao comportamento, os críticos dizem que sua teoria é reducionista, ele escreveu oito obras que mostram que isso não é realmente a verdade temos como exemplo os seguintes títulos: “Viva bem a velhice”, “Para além da liberdade e da dignidade” e “Tecnologia do ensino”, livro este que abordaremos neste trabalho.
Motivação deste trabalho
Por este motivo e por conhecer um pouco do outro lado da teoria de Skinner, seu lado pedagógico, que é abordado no livro Tecnologia do Ensino (1972), que pontua a necessidade de fazer uma escola que estimule o indivíduo a pensar e que não o leve apenas a aprender os conteúdos que o professor expõe em sala de aula.
O livro e a escolha de um capítulo específico
Decidimos escolher então um capítulo específico do livro citado acima e foi o Capítulo 6 intitulado “Ensinar a pensar”. Este texto mostra algumas atitudes errôneas no ensinar, isto veremos nos próximos parágrafos. A partir daqui serão mostrados os conceitos que mais chamaram à atenção e que parece mais favoráveis a esse lado pedagógico de Skinner que estamos buscando expor.
A necessidade de tentar
Para o autor é essencial que o aluno erre para aprender, mas que não erre sempre pois uma hora ele acabará desistindo da matéria, do exercício o que seja, por isso é importante fazer de maneira gradual, por nível de dificuldade, o ensinar. Não pode ser esquecido que o professor não deve dar de “graça” a resposta, sempre questionar o aluno, dando-lhe autonomia de pensamento.
O erro no ensinar
Skinner começou com o seguinte argumento: “a maioria dos programas adequados para uso em escolas e colégios foram concebidos para transmitir conhecimento verbal ou para desenvolver habilidades motoras ou perceptuais básicas. São os assuntos mais frequentemente ensinados e, por razões práticas e comerciais, foram construídos programas para ensiná-los. ” (SKINNER, 1972). Nesse ato de apenas “transmitir conhecimento” o professor estará fazendo com que o aluno apenas reproduza aquilo que já existe e o aluno ficará a mercê da visão do conteúdo exposto. O autor leva em consideração e forma aí o início de um significado de subjetividade mesmo que ainda seja algo muito distante do que é hoje.
 
Equilíbrio entre ensinar matérias e ensinar a pensar
Do pressuposto de que somente ensinar matérias não é ensinar a pensar, a questão é como equilibrar as duas práticas para que o convívio entre as mesmas seja possível? O que Skinner mais pontua é o ato da tentativa e erro, mas ele alerta que é necessário mais, mais que isso para que o aluno acredite que possa solucionar o problema, como por exemplo, a exposição gradual ao problema, é uma boa alternativa. E ao mesmo tempo o professor terá que dar conta de transmitir o necessário para que o aluno possa aprender com mais autonomia. Para reforçar, Skinner diz: “A dificuldade está em encontrar um meio termo, com a condição de que as duas coisas sejam feitas ao mesmo tempo. Se for possível analisar e ensinar a pensar separadamente, as coisas já sabidas poderão ser transmitidas com a máxima eficiência.” (SKINNER, 1972).
Questionar para aprender
Criar um espaço adequado e receptivo para o estudante se questionar e perguntar, criando um certo ar de reflexão, estimulando o aluno a desenvolver um olhar diferenciado, crítico. Skinner diz o seguinte: “O estudante que foi bem ensinado não teve ocasião de aprender como aprender — oportunidade desfrutada por aqueles que foram mal ensinados ou que simplesmente não o foram. Cada problema resolvido com o auxílio do professor é um problema a menos para o aluno aprender a resolver sozinho. ” (SKINNER, 1972). 
Ensinar a aprender
Precisamos ter muito cuidado no momento em que ensinamos o aluno a resolver determinados problemas, é preciso expor de forma que o aluno tenha de raciocinar, como lançar perguntas enquanto o conteúdo é explicado. Criar atividades que estimulem o uso dos sentidos. Ligando o ambiente com a interiorização do indivíduo, o professor estará criando o começo de um caminho para um sujeito possivelmente mais questionador. “Quando o aluno aprendeu como prestar atenção ao ambiente, não tem mais necessidade de filtro nem de seleção mental. Quando já aprendeu como estudar, pode dispensar os processos interiores de codificação, armazenagem e recuperação de informações. ” (SKINNER, 1972). 
3 CONCLUSÃO
Podemos ver então que Skinner é muito mais do que um pesquisador radical e reducionista, ele estas questões que até hoje tem muito significado, pela estrutura de ensino antiquada que ainda é mantido que reforça nada mais doque simples reprodução das matérias. Ele pode contribuir muito mais do que já contribuiu, mas agora para a pedagogia com sua visão comportamental, mas com um toque mais ampliado do que é o homem e que suas experiências criam novos comportamento.
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BOCK A. M. B; FURTADO O; TEIXEIRA M. L. T. Psicologias – uma introdução ao estudo de Psicologia. Editora Saraiva: São Paulo, 1999.
SKINNER B.F. Tecnologia do Ensino. 1 ed. EPU – Editora Pedagógica Universitária: São Paulo, 1972.

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