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Longevidade Humana

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LONGEVIDADE HUMANA
Aspectos sociobiológicos
Longevidade define-se pelo aumento da expectativa de vida além do normal. Novos avanços tecnológicos na ciência e na saúde têm contribuído para uma maior longevidade nos seres humanos, aliados a uma melhora na qualidade de vida e na educação, estamos quebrando barreiras antes intransponíveis aos nossos ancestrais. No entanto, o envelhecimento ainda é um processo irremediável e intrínseco a todos os seres vivos, cabendo-nos apenas compreender como se dá tal processo e quais são seus mecanismos de ação.
Os Radicais Livres e o Oxigênio são um dos principais agentes do envelhecimento.
Nossas células estão constantemente consumindo energia por meio da respiração aeróbica. Nesse processo, Oxigênio é consumido e transformado em Gás Carbônico, produzindo ATP, a moeda energética do organismo. Porém, no decorrer da reação, radicais livres são formados, moléculas essas que irão reagir com a própria célula, danificando-a por meio da oxidação. Ainda, o organismo está imerso em oxigênio que realizará o mesmo processo dos radicais livres. Estes são alguns dos fatores que levam ao envelhecimento nos seres-vivos.
Todavia, vale ressaltar que a expectativa de vida nem sempre foi a mesma. Em tempos pretéritos, um ancestral da linhagem humana denominado Australopithecus vivia em média 22 anos. A explicação para tal fato deve-se às condições de vida precária do indivíduo. O Australopithecus precisava ir atrás do seu próprio alimento, arriscando-se a ataques de predadores e intempéries do mundo primitivo. No entanto, mecanismos evolutivos iriam dar ao Australopithecus e aos seus descendentes a oportunidade de dar passos cada vez mais importantes em direção a uma melhor qualidade de vida.
O Aumento na Expectativa de Vida na Raça Humana.
Nós somos uma espécie social. Compartilhamos experiências, sentimentos e tarefas. Em um grupo, o trabalho é dividido entre seus membros, sendo que, cada indivíduo é relacionado à tarefa em que ele possui mais aptidão, gerando assim uma especialização do mesmo. Tendo isso em vista, nota-se um melhor saldo de distribuição de energia gasta pelo indivíduo, que pode ser relocada para a manutenção do organismo. Ademais, a divisão das tarefas e especialização nas mesmas, gera uma relação de interdependência entre os componentes da comunidade, onde cada ser depende do outro e, ainda mais, dos mais velhos que foram os primeiros a se especializar e dominar a técnica para a realização do trabalho, gerando uma pressão adaptativa para que os idosos vivam mais e a comunidade não acabe. Aliado a isso, com o ensino das técnicas de trabalho e sobrevivência dos mais velhos para os mais novos, a qualidade de vida dos descendentes da comunidade torna-se melhor e a morte desses indivíduos mais novos, torna-se mais rara. Isso acarreta a diminuição da quantidade de filhos gerada por um casal. Um dos principais meios para que uma espécie possa ter sucesso, é conseguir passar seu material genético para as gerações futuras. Porém, com a diminuição da taxa de mortalidade nos estágios iniciais da vida, os pais não sentirão a necessidade de ter mais filhos, relocando a energia usada em tal processo para a regulação da homeostase, prolongando ainda mais a longevidade. 
A mudança na dieta nos tornou mais inteligentes. No começo da linhagem humana, nos alimentávamos exclusivamente de plantas, raízes e frutas, assim como os chipanzés atuais. Aos poucos, tornamo-nos menos especializados em relação à dieta. Começamos a comer carne também, isso proporcionou um aumento na massa corpórea e na massa cerebral, nos tornando maiores e mais inteligentes, capazes de competir e predar outras espécies em grau mais elevado na cadeia alimentar. Com o cérebro maior, começamos a compreender melhor o meio onde vivíamos e a nos comunicar de maneira mais eficaz. Não corríamos mais tantos riscos, aprendemos quais coisas boas eram boas para comer e quais não eram contribuindo também para a longevidade.
Teoria dos avós
Existem diversas teorias que buscam justificar como nossa longevidade foi evoluindo no decorrer no tempo. Destacaremos, agora, a “Teoria dos avós” que diz que os mimos dos mais velhos teriam contribuído para o aumento da expectativa de vida e longevidade. 
Quando a fêmea tinha seu segundo filho, o primeiro e mais velho que parou de mamar deveria ir atrás do seu próprio alimento, já que a mãe estava ocupada cuidando do recém-nascido. É aí que entra a grande contribuição da participação das avós. Elas eram raras entre os Australopithecos, mas, à medida que foram aparecendo, também foram tendo um grande papel na evolução. As avós, que já tinham perdido a capacidade reprodutiva, passariam grande parte do seu tempo coletando alimentos para seu neto mais velho que tinha parado de mamar. Assim, estariam contribuindo para a melhor suplementação e crescimento da criança, ajudando na formação de indivíduos mais sadios e que viveriam mais. 
Esta teoria foi proposta pela primeira vez em 1997 pelos antropólogos Kristen Hawkes e James O’Connell da Universidade de Utah (EUA). Nos anos 80, eles realizaram um estudo baseado em observações de uma tribo africana de caçadores-coletores que vive isoladamente na Tanzânia e mantém o mesmo estilo de vida dos seus antepassados há milhares de anos, chamada Hazda. Nessa tribo, os antropólogos perceberam que as mulheres mais velhas passavam o dia coletando alimento para seus netos.
Telômeros 
 Atualmente, um dos temas mais citados no que tange a longevidade e sua relação com a genética são os telômeros. Telômeros (do grego telos, final, e meros, parte), são estruturas ricas em DNA não-codificante e repetitivo, localizadas nas extremidades dos cromossomos. Uma de suas funções é proteger a integridade do genoma e evitar a fusão com outros cromossomos, essas estruturas são ricas em Guanina e Citosina. Entretanto, sabe-se que após cada replicação do DNA telomérico, uma das fitas fica incompleta, esse segmento de DNA poderá ficar livre ou formar uma alça sobre ele mesmo chamada “t-loop” e assim gradualmente os telômeros vão se encurtando ao decorrer das gerações celulares. Observou-se que esse encurtamento contínuo é um dos fatores que levam à senescência replicativa (envelhecimento celular) e através dessa limitação da capacidade replicativa (que está associada ao tamanho da sequência em que o telômero se encontra) estabeleceu-se um limite de replicação celular associado a essas estruturas, o Limite de Hayflick. Esse parâmetro associa o tamanho da sequência telomérica à sua capacidade replicativa, no qual diz que as células têm uma expectativa de vida de aproximadamente cinquenta gerações, quando chegam num tamanho mínimo, que determina a senescência celular.
 Além disso, existe uma enzima diferencial que polimeriza a região telomérica, a telomerase. A telomerase é uma enzima do tipo Transcriptase Reversa, constituída de um componente proteico e uma molécula de RNA, que possui uma sequência invertida da sequência telomérica, a qual será utilizada como molde. Essa enzima naturalmente se encontra em baixa atividade na maioria das células humanas. Estudos recentes sugerem uma relação da expressão da telomerase com a diferenciação celular: baixa ou nenhuma atividade em células somáticas normais (ou seja, células que têm expressão normal da telomerase) e alta atividade em células germinativas, células-tronco e células somáticas que sejam do tipo endotelial, endometrial ou linfócitos B e T (quando induzidos). É importante destacar a relação da telomerase com o câncer: a grande maioria das células cancerígenas possuem essa enzima em atividade contínua, imortalizando essas células tumorais, mas 10% a 15% das neoplasias malignas não utilizam a reativação da telomerase para a sua imortalização, nesse caso é acionado um mecanismo de permutação entre bases para o processo de manutenção dos telômeros. Em síntese, ao associar o limite de Hayflick e atividade da telomerase, pode-se inferir que os telômeros são um relógio moleculardas células. Todavia, vale ressaltar que a senescência celular não está restrita apenas a aspectos genéticos, mas também a bioquímicos, como o stress oxidativo.
Genes das Subunidades da Telomerase e regulação
hTERT: 5p15.33
Subunidade suficiente para imortalizar células em cultura. Rara imortalização expontânea in vivo pois é submetida a forte controle negativo em células que não exigem intensa multiplicação. 
No seu promotor, há diversos sítios de ligação para reguladores negativos e positivos.
Reguladores positivos:
C-myc (oncogene)
Sp1(fator de transcrição)
Proteína E6 (do HPV 16)
Reguladores negativos:
Mad1 (fator de transcrição)
P53 (supressor de tumor)
pRb (supressor de tumor)
E2F: se liga ao pRb e anexa-se à cromatina, inibindo replicação
TERC: 3q26.2
RNA não codificante, que compõe a telomerase, para servir de molde para a transcriptase reversa
TEP1: 14q11.2
Coordena a montagem do complexo
P23: 12q13.3
Chaperona
OBS: Em células HeLa, a superexpressão 4 a 6 vezes maior da telomerase causa diminuição da divisão celular (!)
Doenças genéticas relacionadas ao envelhecimento
1º - PROGÉRIA (síndrome de Huntchinson-Gilford)
Enfermidade genética extremamente rara (1 caso em 4 milhões) cujos sintomas se assemelham ao processo do envelhecimento manifestando-se logo nos primeiros anos de vida.
Diferentemente de outras mutações genéticas, a progeria não é uma doença familiar. Em vez disso, a mudança de gene tem uma chance de ocorrência que, acreditam os pesquisadores, afeta um único espermatozóide ou óvulo, logo antes da concepção. Nenhum dos pais carrega a mutação, o acidente genético que acontece na criança é absolutamente novo.
As crianças afetadas pela progeria tem uma aparência normal ao nascimento, mas a partir de pouco mais de um ano de idade apresentam retardo no crescimento em relação a outras crianças e não ganham peso como seria o normal.
Elas começam a desenvolver uma aparência facial característica, que inclui: olhos proeminentes, nariz fino com ponta em bico, lábios finos, queixo pequeno, perda de cabelos, perda de gordura subcutânea e orelhas protrusas
Os portadores de progéria sofrem um severo endurecimento das artérias (arteriosclerose), que começa na infância. Essa condição aumenta enormemente a possibilidade de um infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral) na tenra idade. A morte acomete essas pessoas geralmente na faixa dos 14 a 16 anos.
Teoria da Helicase: mutação no gene da helicase impede replicação
Teoria dos telômeros: Telômeros encurtados causam senescencia celular.
Teoria dos genes mutantes:
88% dos doentes possuem mutação de ponto no gene LMNA, que corresponde à prelamina A e C, que após processadas tornam-se Lamina A/C. Ela confere estabilidade mecânica ao envelope nuclear. Ao interagir com a cromatina, participa na determinação da organização tridimensional do núcleo interfásico
A versão mutante da Lamina A é a progerina, que começa a se acumular e há perturbação na divisão das células, em sua aparência, causando herniações e lóbulos, bem como prejuízo na organização da heterocromatina.
A Síndrome de Werner
Uma síndrome rara, hereditária, caracterizada por envelhecimento prematuro, com início na terceira década de vida e com características clínicas cardinais, incluindo catarata bilateral, baixa estatura, embranquecimento e enfraquecimento do cabelo, doenças de pele características e início precoce de alterações adicionais relacionadas com a idade.
A prevalência nas populações japonesa e da Sardenha é estimada em 1/50,000 devido à presença de mutações fundadoras. A prevalência em outras populações é desconhecida, mas deve rondar 1/200,000.
Os doentes com WS são normais ao nascimento e durante a infância, excetuando a ausência de surto de crescimento pubertário. A WS apresenta-se entre os 20 e 30 anos sendo os principais sintomas catarata bilateral de início precoce, enfraquecimento e embranquecimento do cabelo, baixa estatura e alterações da pele (ulceração do tornozelo, hiperqueratose, pele firme, manchas senis, face "tipo-pássaro" e atrofia subcutânea). Na maioria dos casos, observam-se alterações adicionais relacionadas com a idade incluindo osteoporose, diabetes mellitus, neoplasias mesenquimais e aterosclerose. As mudanças na voz são frequentes e por vezes ocorre pé plano. Doentes com WS têm um risco elevado de desenvolver cancro, em particular sarcomas de origem mesenquimal e melanomas que não são devidos à exposição ao sol. A morte é geralmente devida a doenças malignas ou enfarte do miocárdio causado por aterosclerose extensa.
A WS é causada por uma mutação no gene WRN , localizado no cromossomo 8p11-12. O gene WRN codifica uma das cinco RecQ helicases em seres humanos, estas helicases também funcionam como exonucleases ao encontrarem erros no DNA.
Mutações nonsense, inserções e/ou deleções ou substituições no gene WRN levam todas à instabilidade do genoma. Mutações no gene WRN são encontradas em cerca de 90% dos casos de WS clinicamente diagnosticados. Os outros 10% são operacionalmente classificados como síndrome de Werner atípica e são devidos a outras causas (como uma mutação no gene LMNA).
Um diagnóstico clínico baseia-se na presença de todos os sintomas principais (cataratas, alterações cutâneas, embranquecimento/enfraquecimento precoce do cabelo e baixa estatura) e dois sinais adicionais (como osteoporose ou mudança de voz), apresentando-se após a adolescência. A análise molecular pode identificar a maioria das mutações no gene WRN por sequenciação convencional dos exões, sequenciação de produtos de RT-PCR, em combinação com a análise de Western blot mostrando ausência da proteína WRN normal.
Os diagnósticos diferenciais incluem displasia mandibuloacral (MAD), lipodistrofia parcial, síndrome de Rothmund-Thomson (RTS) e Síndrome progeria de Hutchinson-Gilford (HGPS; ver estes termos). A Diabetes mellitus tipo 2 também pode compartilhar semelhanças com a WS.
A WS é herdada de forma autossômica recessiva. Logo que um doente é diagnosticado com WS, o doente e sua família devem receber aconselhamento genético, com o objetivo de identificar aqueles que poderão desenvolver a doença e os que são portadores. Os descendentes de um doente com WS são portadores obrigatórios, mas dificilmente serão afetados dada a baixa probabilidade de casar com um portador, a menos que haja consanguinidade.
Não há cura para a WS e o tratamento envolve uma equipa multidisciplinar. As cataratas podem ser tratadas com cirurgia. São necessários exames físicos regulares para verificar se há úlceras de pele, diabetes, neoplasias ou doença cardiovascular. As neoplasias malignas devem ser tratadas com cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Fumar deve ser evitado e deve ser seguido um estilo de vida saudável, incluindo exercício regular e uma dieta baixa em gordura. O aconselhamento psicológico também pode ser benéfico no apoio a doentes e familiares afetados pela WS.
Doentes com WS têm uma esperança de vida curta, mas o prognóstico depende da presença de doenças relacionadas com a idade e da sua gravidade.
Raça e longevidade
As raças humanas se originaram da migração dos primeiros grupos humanos, que saíram da África há mais ou menos 1,9 milhões de anos. Esses povos se tornaram nômades porque o seu ambiente estava mudando (a vegetação estava diminuindo, além de períodos glaciais) e sua alimentação estava se tornando mais variada. Assim, em busca de novos alimentos, novos climas e de um ambiente mais seguro, estes hominídeos foram caminhando, explorando e povoando os cantos mais distantes da Terra. Esses ancestrais começaram indo para a Europa, Ásia, Oceania e, por fim, a América. 
Ao longo dessa grande jornada, alguns grupos foram se fixando em determinados lugares de acordo com suas preferências, criando um isolamento geográfico. De acordo com a região na qual escolheram viver, esses ancestrais foram sofrendo mudanças fenotípicas à medida que a pressão do ambiente exigia, ou seja, mudando sua aparência pela seleçãonatural. Dessa forma foram surgindo os alelos e as diferentes expressões dos genes, contribuindo para as diferenças físicas dos indivíduos, que evoluíram até as diversidades atuais.
Hoje os Homo sapiens apresentam características físicas e culturais próprias que são facilmente notadas e diferenciadas; mas não são suficientemente diferentes para serem consideradas subespécies – todas as raças compartilham 99,9% do material genético e todos os indivíduos cruzam entre si. Alguns cientistas dividem nossa sociedade atual em três grupos:
Negróide
Características físicas: pele, cabelos e olhos escuros; cabelos geralmente crespos; nariz achatado e de abas largas; lábios grossos.
Sabemos que a população africana apresenta uma cultura bem diversificada de acordo com os lugares; assim, não há como definir um único estilo de vida que valha para todos os povos negroides. No entanto, podemos afirmar que a maioria dos países africanos tem condições precárias de saúde e saneamento básico e uma economia não valorizada, por ter enfrentado um passado rigoroso de luta e escravidão.
Principalmente por esses aspectos econômicos e históricos, o negro possui uma longevidade baixa devido aos poucos investimentos na região (favorecendo o surgimento de epidemias) e, em outros lugares, pelo preconceito sofrido por essa raça (aumentando as taxas de violência contra este grupo). 
Em contradição o negroide parece envelhecer mais devagar, sua pele fica enrugada mais lentamente e o mesmo acontece com seus cabelos brancos. Isso ocorre porque a pele do negro tem fibroblastos maiores e é constituída por fibras de colágeno mais grossas e posicionadas de forma mais paralela, provavelmente pela maior expressão dos seus genes, especialmente do colágeno tipo I, II, III, V e IX, conferindo maior firmamento e aderência das células da pele, diminuindo as rugas e flacidez. Além disso, devido a grande produção de melanina pelos melanossomos, vesículas que são duas vezes maiores e mais distribuídas nos negros, a pele negra tem maior proteção solar, retardando o envelhecimento já que os raios do sol são grandes contribuintes para este fenômeno. Os cabelos brancos só aparecem nos negroides por volta de 50 anos, porque os melanócitos, células que produzem melanina, conseguem viver mais por sofrerem menos agressão do ambiente, prolongando a produção dessa proteína no coro cabeludo e atrasando o aparecimento do cabelo grisalho.
Atualmente os negroides possuem uma das expectativas de vida mais baixa do mundo, tendo a média de 63 anos (CIA World Fact Book 2009).
Europóide 
Características físicas: cabelo liso ou ondulado com colorações desde o louro ao preto; olhos claros ou castanhos; nariz afilado; lábios delgados; pele geralmente clara com coloração rosada no rosto.
Essa raça tem a pele mais clara que as demais, porque na região em que se encontram o clima é mais frio pela baixa incidência solar, forçando o corpo a produzir menos melanina para melhor absorção de raios solares (para a produção de vitamina D, por exemplo), conferindo a coloração mais clara da pele, cabelos e olhos. Os melanócitos do europoides têm melanossomos menores e menos distribuídos no citoplasma; por esse motivo, essas células são menos protegidas dos raios do sol, sofrendo uma agressão maior deste, levando ao envelhecimento mais cedo em relação aos negroides.
No dia 1º de março deste ano foi publicado um estudo realizado pela University College of London, no qual se descobriu que determinada versão do gene IRF4, que está envolvido na regulação da melanina, deixa a pessoa predisposta a ter cabelo branco mais cedo. Este estudo foi realizado com 6000 pessoas de diversas etnias, mas este alelo só foi encontrado em descendentes europeus, mostrando que esta raça apresenta cabelos grisalhos cedo, por volta dos 30 anos. Ainda estão pesquisando como isso ocorre. 
Atualmente, os europoides têm longevidade de 79 anos, sendo a Suécia o país europeu com a maior expectativa de vida, provavelmente por ter uma melhor administração política e qualidade de vida.
Mongoloide 
Ela divide-se em três sub-raças:
Setentrional ou asiático-continental:
Localiza-se no norte da Ásia, inclui mongóis, chineses, coreanos e japoneses.
Características físicas: a cor da pele clara, olhos puxados; rosto grande e chato.
Por questões evolutivas os asiáticos possuem olhos puxados. Acredita-se que esse formato de olho pode ter sido resultado da evolução genética em áreas frias do planeta. A fenda palpebral menor protege os olhos das baixas temperaturas e da grande luminosidade provocada pelo reflexo do sol na neve. A radiação refletida pela neve pode causar um tipo de cegueira momentânea ou outras lesões, aquelas pessoas que adquiriram essa proteção sobreviveram melhor e passaram seu gene para seus descendentes; assim, em milhares de anos de evolução, ter olho puxado se tornou uma característica desse povo e até hoje é repassado mesmo aos filhos mestiços. 
O Tibet, na China, é considerado a segunda região mais alta do mundo. O ser humano que está a partir de 2.300 metros acima do mar, geralmente começa a sentir falta de ar, estimulando o pulmão a trabalhar mais, a aumentar a produção de glóbulos vermelhos e a aceleração do coração. Portanto, os tibetanos possuem uma mutação no gene EPAS-1 que está ligado ao transporte de oxigênio, fazendo com que a 5000 metros de altitude o organismo se mantenha normal. Esta é uma adaptação herdada dos seus ancestrais, os denisovanos, que lhe possibilitaram uma melhor sobrevivência e longevidade.
A longevidade do mongoloide setentrional é por volta de 85 anos. No Japão, o acesso a saúde, dieta menos gordurosa, higiene, avanço da tecnologia estão entre os fatores da sua longevidade.
Meridional ou asiático-pacífico:
Localiza-se no sul da Ásia e inclui malaios, indianos, filipinos, tailandeses, etc
Características físicas: pele bronzeada; lábios grossos; nariz largo.
Os mongolóides meridionais têm a pele mais escura porque está localizado mais perto da linha do equador, onde há maior incidência dos raios do sol, aumentando a produção de melanina; e seu nariz é largo provavelmente pela descendência dos ancestrais negroides recém-saídos da África. 
Por causa da má administração política dessa região, a Ásia meridional é uma das regiões mais pobres do mundo, com grandes crises econômicas. É caracterizada por diversos problemas sociais e má distribuição de renda. Estes fatores diminuem a longevidade desses povos. Apenas a Índia, apresenta uma indústria e economia melhor.
A expectativa de vida dos mongolóides meridionais é cerda de 65 anos.
Americano (índios):
Localizam-se no continente americano e são descendentes dos asiáticos. 
Características físicas: cabelo liso e preto; pele de coloração amarelo-parda; olhos castanho-escuro; rosto largo.
O estilo de vida indígena antes era bem ativo: baseado em caça, pesca, rituais e, por terem nenhum conhecimento científico, tratavam doenças por métodos caseiros com plantas medicinais. Hoje, com projetos do governo, o indígena parece estar diminuindo sua expectativa de vida. A maioria dos índios contemporâneos é geneticamente propensa a obesidade e ao diabete tipo 2 quando ingere açúcar cristalizado (que foi inserido na sua dieta pelo “homem branco”), porque esta raça possui uma mutação do gene ABCA1, que aumenta a reserva de energia nas células e, com o excesso de caloria, faz com que o organismo acumule gordura facilmente. Este alelo predominou nestes povos, porque tem um efeito protetor contra algumas doenças infecciosas. A introdução de alimentos industrializados, como o refrigerante, tem se tornado uma ameaça para a saúde indígena. Atualmente, há muitos casos de obesidade e diabetes em muitos índios brasileiros.
Hoje, a expectativa de vida do índio no Brasil é de 48 anos.
Conclusões
Hoje sabemos que para alcançar uma expectativa de vida maior, fatores genéticos e ambientais estão envolvidos juntos. Não são apenas alelos que possibilitarão o organismo a viver por mais tempo, ou o contrário. A questão éter sorte no DNA que se carrega e ajudar o corpo com hábitos saudáveis. Praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação balanceada, manter a mente tranquila, evitar o fumo e o álcool são fatores que somam com a carga genética do indivíduo e o ajuda a viver mais e melhor.

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