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Estudo dirigido: Educação Física: Teoria e Prática. SILVA, Raul Felipe. As três partes necessárias para compor a aula de Educação Física são: 1) Aquecimento / Alongamento 2) Desenvolvimento (objetivo) 3) Volta à calma Brincar: O despertar psicomotor 1- Introdução: Todos os seres humanos brincam. As brincadeiras e os jogos constituem as nossas funções, o nosso viver; os papéis que representamos, realizando tarefas bem ou mal, tendo parceria ou não. Em todo esse brincar nossa participação é com o corpo. Esse corpo motor e psicomotor é que serve como equipamento para essa atividade vital ao homem: BRINCAR. Não podemos nos preocupar apenas com a saúde física das nossas crianças, mas também com a saúde emocional. Proporcionar à criança o espaço lúdico deixa-la brincar é fundamental para o bom desenvolvimento emocional, através do brincar a criança exercita a relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. 2- Brincar: É a oportunidade de desenvolvimento. Brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades. Estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoestima. Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. É uma arte, um Dom natural que quando bem cultivado, irá contribuir no futuro para a eficiência e o equilíbrio do adulto. Quando brinca a criança pode elaborar uma situação desprazerosa que já aconteceu. A criança brinca de vir a ser (ou até de ser). É um jogo de ensaios, de faz-de-conta, que sai do imaginário, passa pelo simbólico e se expressa no real. 3- Brinquedos: Os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. É tudo o que a criança utiliza como passaporte para o reino mágico da brincadeira. O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Podem ser entendidos como suportes que ajudam a criança a crescer de modo saudável, nas áreas física, social, intelectual e emocional, sem os quais fica prejudicado o processo de desenvolvimento infantil. O adulto não tem o direito de invadir a privacidade da criança. Não se trata de dar a criança qualquer brinquedo, mas oferecer lhes aqueles que melhor atendam as características infantis, suas necessidades e faixa etária. No período sensório-motor de 0 a 24 meses, a criança passa dos comportamentos reflexos aos automatizados e chega aos voluntários, num constante crescimento físico mental. É um período de grande exploração do espaço e de enormes descobertas. Nesse estágio os brinquedos devem promover a facilitação dessa evolução motora. EX: 1- Encaixe; 2- Cavalinhos; 3- Velocípedes; etc. No período de operações concretas, dos 2 aos 4 anos, o estágio pré-operacional, pré-conceitual. EX: 1- Empilhagem; 2- Encaixe; 3- Modelagem 4- Construção; etc. Dos 3 aos 5 anos a criança atravessa um período de grande criatividade, ela dramatiza o seu dia-a-dia e coloca sua fantasia em quase todas as situações reais. EX: 1- Carrinhos; 2- Bonecas; (utensílios são os personagens do brincar). Já no período pré-operacional, intuitivo, dos 4 aos 7 anos, inicia-se um acúmulo de conhecimentos. Já há maior atenção e concentração em suas atividades, que são mais sociais, pois a criança começa a perceber e aceitar regras e brinca mais em grupo. EX: 1- Construção, com peças pequenas; 2- Matérias de desenho e modelagem; 3- Jogos e ferramentas. Classificação de brinquedos: 1- A primeira idade e atividades sensório-motoras; 2- Atividades fiscais; 3- Atividades intelectuais; 4- Reproduzem o mundo técnico; 5- O desenvolvimento afetivo; 6- Atividades criativas; 7- Relações sociais. 4- Características dos brinquedos: A) Serem estimuladores da imaginação infantil; B) Possuírem força socializadora; C) Liberarem a emoção infantil; D) Serem meios facilitadores do processo de construção do conhecimento; E) Auxiliarem na aquisição da autonomia, da autoestima e da iniciativa. 5- Tipos de brinquedos: 1. Brinquedos de berço: São valiosos para a estimulação sensorial e motora do bebê. Ex: Móbiles, chocalhos, bichinhos de vinil, brinquedos para olhar, ouvir, pegar e morder. 2. Brinquedos para “ Faz de conta”: O “faz de conta” dá oportunidade para expressão e elaboração em forma simbólica de desejos e conflitos. Ex: Miniaturas de objetos reais, carrinhos, barquinhos, aviões, panelinhas, etc. 3. As bonecas: Dão à criança a oportunidade de exercer poder sobre elas, como um adulto. Faz parte do “faz de conta” e é importante tanto para as meninas como para os meninos que também gostam delas, mas como não as tem, usam objetos para representar pessoas. 4. Os fantoches: de cara, de mão, de dedos, são sempre excelentes estimuladores da imaginação e da linguagem. Extravasam emoções e manifestam sentimentos que talvez não se autorizassem a expressar diretamente. 5. As fantasias: Serve para estimular o jogo simbólico, enriquecendo o “faz de conta”, facilitando a representação de papéis. 6. Bolas: É um brinquedo para todas as idades. Em todas as situações há ludicidade e desenvolvimento da coordenação dos movimentos amplos e da sociedade. 7. Brinquedos de guerra: Brincar de matar é comum entre as crianças., podemos conversar com elas e trocar ideias a respeito de seu significado. Propõe a solução de conflitos pela violência. 8. Brinquedos pedagógicos: Tem como objetivo a aprendizagem. 9. Quebra cabeça: Está diretamente ligado à relação entre o grau de dificuldade que ela apresenta e a capacidade de quem vai montá-lo. 10. Garrafas (Sucata) 11. Tampas: É um excelente material para as crianças brincarem e inventarem mil utilizações. 6- Brincadeiras. Viver é uma grande brincadeira. Para acriança a brincadeira gera em torno da espontaneidade e da imaginação. Para surgir basta uma bola, um espaço para correr ou um riso no chão. A criança constrói a sua personalidade brincando. Para o adulto as experiências tanto externas como internas podem ser férteis, mas para a criança essa riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e na fantasia. Na atuação com os brinquedos, a criança cria normas e funções que apenas tem significado naquela relação específica. Para a criança o brinquedo e a brincadeira representam uma parte do mundo que ela conhece, são os personagens da sua história atual que irão tomar novos papéis mais arde em sua vida. O direito de brincar, de ter e compartilhar brinquedos, estão na essência de ser criança. Faz parte das tradições, da cultura e talvez o mais importante legado da humanidade. 7- Classificação dos jogos Tradicional: Seu valor é cultural, registra a história de um povo. Adaptam fatos do nosso dia-a-dia as antigas brincadeiras, preservando as informações folclóricas. (ex: cabra cega). Exercício: Onde o sistema sensitivo é altamente requisitado, a nível tátil, visual, cenestésico, olfativo e gustativo. Mas não deixa de entrar em ação toda a motricidade infantil (ex: caixa de música). Simbólico: Nesse jogo a criança deixa aflorar sua imaginação, assumindo papéis, representando personagens e reinventando histórias (ex: fantoches). Construção: Aqui temos os de acoplagem, ordenação e montagem. Nesse tipo de jogo a criança desenvolve, não só habilidade manual, mas também, cores, etc. (ex: lego). Educativo: Aqui normalmente, o tema não é livre. São estabelecidos conteúdos para induzir a aquisição de conceitos como formas, tamanhos, cores, etc. (ex: quebra-cabeça). Regras: Que podem ser simples e complexas. Traduzem para a criança os limites pessoais e sociais da vida humana. (ex: xadrez, vôlei, etc.). A forma de brincadeira infantil pode mudar durante o seu desenrolar; quando acriança brinca (tempo), onde a criança brinca (espaço), com quem ela brinca (os parceiros), os objetos do brincar (bonecos, bolas, sucatas, etc.), mas a essência será sempre o prazer. 8- Sucata: uma alternativa e um desafio à criatividade. Costuma-se chamar de “sucata” ao material que aparentemente não tem mais utilidade: mas que com um pouco de criatividade, pode ser reaproveitado. A criação de brinquedos com sucata é também uma proposta de mudanças e um desafio à nossa capacidade e um convite para uma pequena aventura. O processo criativo nos introduz ao prazer de transformar, de tornar útil e belo algo que até então era considerado inútil e feio. Quando partilhamos com uma criança a descoberta de um objeto cuja utilização pode ser reinventada, estamos também mostrando o valor e o encanto das pequenas coisas. Esta atitude pode ser bem mais do que uma alternativa de material para brincar, e também uma alternativa para as escolas de valores. Utilizamos sucata não só por ser gratuita, mas porque nos proporciona oportunidade para criar e para nos libertarmos de vício do consumismo. SUCATA NATURAL: Constitui-se de sementes, pedras, conchas, folhas, penas, galhos, pedaços de madeira, areia, terra, etc. SUCATA INDUSTRILIZADA: Tipos de embalagens, copos, plásticos, chapas metálicas, tecidos, papéis, papelões, isopor, caixa de ovos, rolhas, palitos, etc. Uma característica importante é o valor afetivo que a criança dá ao material com o qual trabalha. Os objetos construídos por ela são tratados com muita atenção, fato que pode ser observado entre crianças. VELASCO,C.G. Brincar o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint, 1993.
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