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TRABALHO DE PLATÃO COM RESPOSTAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB
CCSA - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
EXERCÍCIO DE PLATÃO
1. Explique o seguinte trecho de uma das obras de Platão: “Quando a alma se serve do corpo para considerar algum objeto, seja pela visão, seja pela audição, seja por qualquer outro sentido, pois examinar alguma coisa é servir-se do corpo, ela é então atraída pelo corpo para aquilo que muda, ela se extravia, se perturba, tornando-se presa de vertigem como se estivesse embriagada, porque está em contato com coisas que estão nesse estado”. (Fédon)
Resposta: Na obra citada na questão, trecho de uma de suas obras explica que o filosofo Platão existem dois mundos: o primeiro mundo feito do que você pode ver, sentir, usar os sentidos para conhecer, que seria o mundo sensível. E o segundo mundo onde você deveria esquecer tudo do mundo sensível e se voltar para analisar tudo usando apenas as ideias, o saber, os olhos da mente, onde tudo é imutável, onde você deve procurar a essência do que você quer conhecer, que seria o mundo inteligível.
2. Platão indica algumas “ciências”, especialmente a matemática, como um modo de conhecimento importante no processo de recusa, de distanciamento do mundo sensível. Mas há limitações nestas “técnicas”. Elas são “capazes de resgatar alguma coisa do ser”, mas “seu conhecimento acerca de ser assemelha-se a um sonho”. Comente.
Resposta: Para Platão, cada ramo da matemática começa pela admissão de princípios não questionados, ou seja, definições cuja verdade é assumida sem que sua causa seja conhecida. Raciocínios que dizem que algo é correto ou verdadeiro a partir de definições e de premissas não demonstradas, ou seja, de hipóteses.
3. É preciso, para Platão, atrair para o alto o “olho da alma”. Há, para isto, um caminho, um método. Qual? Como se caracteriza? O que diferencia do conhecimento discursivo?
Resposta: O método para atrair para o alto o “olho da alma” é o da dialética. Se caracteriza como uma atividade que se realiza em duas etapas: a primeira, inferior, opera com as contradições das opiniões e crenças, isto é, com a multiplicidade sensível móvel de dispersa; a segunda, superior ou verdadeira dialética, opera ultrapassando demonstrações baseadas em hipóteses, isto é, a multiplicidade ordenada e sistematizada pelas matemáticas, para alcançar o incondicionado, a unidade da forma inteligível. E se diferencia da retórica, pois em vez de lhe impor opiniões, opera para que a alma, por si mesma, realize plenamente sua natureza.
4. No trecho abaixo, retirado do livro VII da República, de Platão, Sócrates afirma que não se trata de “implantar a visão”, mas de fazer “com que se volte e enxergue”. Explique relacionando com a teoria da reminiscência.
Sócrates Se tudo isso é verdade, é preciso estar atento para o seguinte: a educação não é como certas pessoas acreditam. Creem poder infundi-la na alma que não a possui como quem dá visão aos cegos.
Glauco De fato, assim creem.
Sócrates Ora, nosso argumento mostra que a faculdade de aprender e o órgão destinado a esse uso residem na alma de cada um e que, assim como os olhos só podem sair das trevas para a luz acompanhados de todo o corpo, também a faculdade da inteligência só pode apartar-se do mundo do devir por meio de um movimento de toda a alma até que esteja em condição de contemplar o ser e o que é o mais brilhante do ser, ou seja, aquilo que chamamos de bem. Não é assim?
Glauco Sim
Sócrates Por conseguinte, toda arte consiste em efetuar essa conversão da maneira mais simples e mais eficaz: não se trata de implantar a visão – que já existe – que não está voltada para o que deve e não enxerga onde seria necessário, mas de fazer com que se volte e enxergue.
Resposta: Como para Platão a alma é imortal, ela vai para um mundo inteligível após a morte do corpo, onde ali contempla as ideias, que são a verdadeira realidade. Após algum tempo a alma encarna num outro corpo e são levadas para escolher livremente a nova vida na Terra, após a escolha são conduzidas por uma planície onde corre as águas do rio Léthe (o esquecimento). As almas que escolheram uma vida de poder, riqueza, glória e fama ou uma vida de prazeres, bebem da água em grande quantidade, o que faz esquecer as ideias que comtemplaram, as almas dos que escolhem a sabedoria quase não bebem água e por isso, na vida eterna, poderão lembra-se das ideias que contemplaram e alcançar nesta vida, o conhecimento verdadeiro.
5. Comente a teoria da alma em Platão.
Resposta: A noção que Platão tem de justiça é reforçada pela sua teoria da alma. Para ele, assim como na cidade há três classes distintas, também a alma humana possui três partes, cada uma encarregada de uma função específica:
Parte concupiscente ou apetitiva: concupiscência é sinônimo de "cobiça de bens materiais", desejo de "prazeres sensuais". Situada no baixo-ventre (entre o diafragma e o umbigo), é a parte da alma responsável pela busca da bebida, da comida, do sexo, dos prazeres, enfim, de tudo quanto é necessário à conservação do corpo e à reprodução da espécie. É irracional e mortal.
Parte colérica ou irascível: irascível é quem se irrita ou se enraivece com facilidade. Localizada no peito, acima do diafragma, sua função é defender o corpo contra tudo o que possa ameaçar sua segurança. Também é irracional e mortal.
Parte racional: é a função superior da alma, o traço divino que há em nós. Situada na cabeça, é responsável pelo conhecimento. Apenas essa parte é imortal. O homem virtuoso é aquele em que cada parte da alma realiza na medida justa (sem falta nem excesso) a função que lhe cabe, sob a regência da parte racional. Cabe, portanto, à parte racional dominar as outras duas. O domínio da razão sobre a concupiscência resulta na virtude da temperança (moderação); o domínio da razão sobre a cólera produz a virtude da coragem ou da prudência. A virtude própria da parte racional é o conhecimento. Por outro lado, o homem vicioso é aquele em que as partes da alma não conseguem realizar suas funções próprias, ou as realizam desmesuradamente, o que ocorre quando a parte racional perde o comando sobre as outras duas. Nesse caso, instaura-se a desordem, o conflito, a violência contra si e os demais. Ora, o que vale para o homem individualmente vale também, de certo modo, para a cidade e as três classes sociais nela existentes. Na classe econômica, predomina a parte concupiscente da alma. Daí ela estar sempre voltada para a obtenção de riquezas e prazeres. Assim, se essa classe assumir o governo, a cidade será mergulhada em sérios problemas econômicos, aprofundando as desigualdades. Na classe dos guerreiros, predomina a parte colérica, razão pela qual apreciam os combates e a fama. Se governarem, a cidade viverá em constante estado de guerra, tanto interna quanto externamente, gerando insegurança e instabilidade. Finalmente, na classe dos magistrados, predomina a parte racional da alma, o que lhe favorece conhecer a ciência da política e, desse modo, governar as outras duas classes e em conformidade com a justiça.
Em suma, assim como o homem justo é aquele em que a razão governa a cólera e a concupiscência, assim também na cidade, para haver justiça, é preciso que os magistrados governem as demais classes, dedicando-se estas às funções que lhes são próprias.
Caberá à educação preparar os indivíduos de cada classe para o exercício da função e da virtude a ela correspondentes. Assim, a classe econômica deve ser educada para a frugalidade e a temperança; a classe militar, para a coragem, e a classe dos magistrados, para a prudência. O resultado dessa combinação será uma quarta e principal virtude: a justiça. Assim, a cidade justa é aquela em que cada classe cumpre harmoniosamente o papel que lhe cabe: o magistrado governa, o soldado defende e a classe econômica provê a subsistência dos cidadãos, tudo na mais perfeita harmonia. Desse modo, cada um exercendo a função correspondente às inclinações de sua alma, às características de sua natureza, todosconcorrerão para a realização da justiça.
Eis, portanto, como Platão legitima e justifica a desigualdade entre as classes, apresentando-a como expressão da justiça e instrumento para a realização do bem comum
6. O estado justo para Platão, decorre da harmonia e hierarquia das funções. Explique isto descrevendo as classes e suas funções como foram pensadas na República. 
Resposta: A Teoria da Justiça, exposta na República de Platão, é aquela em que a justiça ou virtude, no homem, é o governo dos apetites e da cólera pela razão. A pólis possui três classes sociais: a econômica (agricultores, comerciantes e artesãos); a dos guerreiros e a legislativa ou dos magistrados. Mas as funções das classes estão embaralhadas e não é por acaso que as cidades são injustas e malgovernadas.
A classe econômica está encarregada da sobrevivência da Cidade, suprindo as necessidades básicas da vida. Como na alma, essa classe se caracteriza pela concupiscência, pela sede de riqueza e de prazeres. Se ela governar (como acontece numa oligarquia, ou numa monarquia em que o rei vier dessa classe, ou na democracia, e que essa classe participa do governo com mais poder do que as outras porque é mais numerosa e conta com mais votos.
A classe militar ou dos guerreiros, menos numerosa do que a primeira, está encarregada da proteção da Cidade. Porém, essa classe se caracteriza pela cólera e pela temeridade, pelo gosto de combates, pela invenção de perigos para ter o prazer de lutar e buscar fama e glória. Se ela governar (como ocorre em oligarquias, aristocracias, em monarquias em que o rei é eleito entre os soldados, ou numa democracia, em que essa classe participa das assembleias, e sobretudo na tirania, cuja origem é sempre militar) lançará a cidade em guerras intermináveis, tanto externas quanto internas. A injustiça é evidente, pois a finalidade da Cidade está confundida com a má atualização da dýnamis dos guerreiros.
A classe dos magistrados, de todas as menos numerosas, está encarregada de fazer as leis e de fazê-las cumprir pela cidade. Porém essa classe, que se caracteriza pelo uso da razão, pode estar dominada pelas outras duas classes, mais numerosas do que ela e dispondo de instrumentos para controlar os magistrados. A classe econômica os controla pela corrupção, a classe militar os controla pelo medo. Além disso, se os magistrados não possuírem a ciência política e não conhecerem a idéia de justiça, qual há de ser qualificada das leis e do governo? A injustiça também é evidente, pois a hierarquia das funções está embaralhada e a arte dos magistrados não consegue realizar-se.

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