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Crimes comuns ou gerais: são aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. O tipo penal não exige, em relação ao sujeito ativo, nenhuma condição especial. Exemplos: homicídio, furto, extorsão mediante sequestro, crimes contra a honra, etc. Crimes próprios ou especiais: são aqueles em que o tipo penal exige uma situação fática ou jurídica diferenciada por parte do sujeito ativo. Exemplos: peculato (só pode ser praticado por funcionário publico) e estupro (só o homem pode ser sujeito ativo). Admitem coautoria e participação. Crimes de mão própria, de atuação pessoal ou de conduta infungível: são aqueles que somente podem ser praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal. É o caso do falso testemunho (CP, art. 342). Crimes simples: é aquele que se amolda em um único tipo penal. É o caso do furto (CP, art. 155). Crimes complexos: é aquele que resulta da união de dois ou mais tipos penais. O crime de roubo (CP, art. 157), por exemplo, é oriundo da fusão entre furto e ameaça (no caso de ser praticado com emprego de grave ameaça – CP, art. 147) ou furto e lesões corporais (se praticado mediante violência contra a pessoa – CP, art. 129). Crimes Materiais ou casuais: são aqueles em que o tipo penal aloja em seu interior uma conduta e um resultado naturalístico, sendo a ocorrência desde ultimo necessária para a consumação. É o caso do homicídio (CP, art. 121). A conduta é “matar alguém”, e o resultado naturalístico ocorre com o falecimento da vitima, operando-se com ele a consumação. Crimes formais de consumação antecipada ou de resultado cortado: são aqueles nos quais o tipo penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este ultimo e desnecessário para a consumação. Em síntese, malgrado possa se produzir o resultado naturalístico, o crime estará consumado com a mera pratica da conduta. Na extorsão mediante sequestro (CP, art. 159), basta a privação da liberdade da vitima com o escopo de obter futura vantagem patrimonial indevida como condição ou preço do resgate. Ainda que a vantagem não seja obtida pelo agente, o crime estará consumado com a realização da conduta. Crimes de mera conduta ou de simples atividade: são aqueles em que o tipo penal se limita a descrever uma conduta, ou seja, não contêm resultado naturalistico, razao pela qual eles jamais poderao ser verificados. É o caso do ato obsceno (CP, art. 233). Na definição de Manoel Pedro Pimentel: “ Crime de mera conduta é aquele em que a ação ou a omissao bastam para constituir o elemento material (objetivo) da figura tipica penal”. Crimes Instantâneos: são aqueles cuja consumação se verifica em um momento determinado, sem continuidade no tempo. É o caso do furto (CP, art. 155). Crimes permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente. O ordenamento jurrídico é agredido reiteradamente, razão pela qual a prisão em flagrante é cavível a qualquer momento, enquanto perdurar a situação de ilicitude. Como decidido pelo Superior Tribunal de Justiça. Os crimes permantes se subdividem em: necessariamente permanentes: são aqueles que para a consumação é imprescindível a manutenção da situação contraria ao Direito por tempo juridicamente relevante. É o caso do sequestro (CP, art. 148); eventualmente pemanentes: em regra são crimes instantâneos, mas, no caso concreto, a situação de ilicitude pode ser prorrogada no tempo pela vontade do agente. Como exemplo pode ser indicado o furto de energia elétrica (CP, art. 155, § 3º). Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são aqueles cujos efeitos subsistem após a consumaçã, independentemente da vontade do agente, tal como ocorre na bigamia (CP, art. 235). Crimes a prazo: é aquele cuja consumação exige a fluência de determinado período. É o caso da lesão corporal de natureza grave em decorrência da incapacidade para as ocupações habituasi por mais de 30 dias (CP, art. 129, § 1º, I), e do sequestro em que a privação da liberdade dura mais de 15 dias (CP, art.148, § 1º, III). Crimes unissubjetivos, unilaterais, monossubjetivos ou de concurso eventual: sãopraticados por um único agente. Admitem, entretanto, o concurso de pessoas. É o caso do homicídio. (CP, art. 121). Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário: são aqueles em que o tipo penal reclama a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, imputáveis ou não, conhecidos ou desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já foi extinta a punibilidade. Crimes de dano ou de lesão: são aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. Como exemplos podem ser lembrados os crimes de homicídio (CP, art. 121), lesões corporais (CP, art. 129) e de dano (CP, art. 123). Crimes de perigo: são aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigp, ou seja, basta a probabilidade de dano. Subdividem-se em: crimes de perigo abstrato, presumido ou de simples desobdiência: consumam-se com a prática da conduta, automaticamente. Não se exige a comprovação da produção da situação de perigo. Ao contrário, há presunção absoluta (iuris et de iure) de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos. É o caso do tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput). Esses crimes estão em sintonia com aConstituição Federal, mas devem ser instituídos pelo legislador com parcimônia, evitando-se a desnecessária inflação legislativa; crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. É o caso do crime de perigo de vida (CP, art. 132); crimes de perigo individual: atengem uma pessoa ou um número determinado de pessoas, tal como no perigo de contágio venéreo (CP, art. 130); crimes de perigo comum ou coletivo: atingem um número indeterminado de pessoas, como no caso da explosão criminosa (CP, art. 251); crimes de perigo atual: o perigo já está ocorrendo, como no abandono de incapaz (CP, art. 133); crimes de perigo eminente: o perigo está prestes a ocorrer; crimes de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da consuta se projeta para o futuro, como no porte ilegal de arma de fogo permitido ou restrito (Lei 10.826/2003, arts. 14 e 16). Crimes unissubsistentes: são queles cuja conduta se revela mediante um único ato de execução, capaz de por si só produzir a consumação, tal como nos crimes contra a honra praticados com o emprego da palavra. Não admitem a tentativa, pois a conduta não pode ser fracionada, e, uma vez realizada, acarreta automaticamente a consumação. Crimes plurissubsistentes: são aqueles cuja conduta se exterioriza por meio de dois ou mais atos, os quais devem somar-se para produzir a consumação. É o caso do crime de homicídio praticado por diversos golpes de faca. É possive, a tentativa justamente em virtude da pluralidade de atos executórios. Crimes comissivos ou de ação: são aqueles praticados mediante uma conduta positiva, um fazer, tal como se dá no roubo (CP, art. 157). Nessa categoria se enquadra a ampla maioria dos crimes. Crimes omissivos ou de omissão: são aqueles cometidos por meio de uma conduta negativa, de uma inação, de um não-fazer. Subdividem-se em: Crimes omissivos próprios ou puros: a omissão está contida no tipo penal, ou seja, a descrição da conduta prevê a realização do crime por meio de uma conduta negativa. Exemplo típico é o crime de omissão de socorro, definido pelo art. 135 do Código Penal. Crimes omissivos impróprios, espúrios ou comissivos por omissão: o tipo penal aloja em sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico e a sua consequencia responsabilização penal. Crimes omissivos por comissão: nestes crimes há uma ação provocadora da omissão. Exemplo: o funcionário público responsavel por uma repartição impede que uma funcionária subalterna, com problemasde saúde, seja socorrida, e ela vem a falecer. Essa categoria não é reconhecida por grande parte da doutrina. Crimes transeuntes ou de fato transitório: são aqueles que não deixam vestígios materiais, como no caso dos crimes praticados verbalmente (ameaça, desacato, injúria, calúnia, difamção etc.). Crimes não transeuntes ou de fato permanente: são aqueles que deixam vestígios materiais, tais como o homicídio (CP, art. 121), as lesões corporais (CP, art. 129) e os crimes contra a honra praticados por escrito. Nos crimes não transeuntes, a falta de exame de corpo de delito acarreta a nulidade da ação penal, enquanto nos delistos tanseuntes não se realiza a perícia (CPP, arts. 158 e 564, III, “b”). Crimes vago: é aquele em que figura como sujeito passivo uma entidade destituída de personalidade jurídica, como a família ou a sociedade. Exemplo: tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput), no qual o sujeito passivo é a coletividade. Crime de atentado ou de empreendimento: é aquele em que a lei pune de forma idêntica o crimeconsumado e a forma tentada, isto é, não há diminuição da pena em face da tentativa. É o caso do crime de evasão mediante violência contra a pessoa (CP, arte.352: “Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medidade segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa”).
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