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ResumoCapítulo XII XIII XIV Reale

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Resumo Capítulo XII – Miguel Reale
Quando se fala em fontes do Direito, quer-se com esta expressão jurídica referir ao processo como o direito é formado e revelado, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica própria, conformadora e disciplinadora da realidade social de um Estado. Reale aponta como fontes do Direito, a lei, o costume e a jurisprudência, outros autores porém, adotam a doutrina como fonte direito.
Fonte do direito: origem dos processos de produção da norma jurídica.
Conceito de Fonte em Reale: Processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa.
Comentário Para Reale, esses processos pressupõem uma estrutura de poder (poder estatal), que poderá assegurar que se cumpram as normas por ele emanadas, ou seja, o Estado é capaz de especificar o conteúdo daquilo que é exigido, é capaz de impor consequências ou sanções penais para aquele(s) que transgride(m). 
Fonte Material: Estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as transformações das regras de direito.
Comentário Para Reale não é muito correto em se falar de fontes materiais, visto que elas são simplesmente objeto de estudo filosófico ou sociológico. Vale ressaltar que, vários autores que pretendem incluir no conceito de fonte materiais, os elementos (fatos e valores) que formam o direito. Já outros entendem por direito somente as fontes formais, ou seja, os meios pelo qual o direito se manifesta, produzindo normas jurídicas, vigentes e eficazes. 
Reale afirma que o direito resulta de um complexo de fatores que a sociologia e a filosofia estudam, mas, ele só se manifesta, ou seja, se revela dentro da ordenação vigente e eficaz (código de leis emanadas pelo Estado). Tudo isso em uma estrutura normativa (que são o processo legislativo, os usos e costumes, a atividade jurisdicional e o ato negocial). Simplificando o direito se realiza através do conjunto de regras que determinam os atos e as abstenções, que caso sejam desobedecidas são aplicadas consequências ou sanções punitivas.[1: processo legislativo é a sucessão de atos realizados para a produção das leis em geral. O conteúdo, a forma e a sequência desses atos obedecem a regras próprias, ditadas pela Constituição Federal - CF/88, bem como por leis e regimentos especificados conforme o nível de competência normativo. Na produção das leis federais, as regras são ditadas pela CF/88, pela Lei Complementar nº 95/1998, pelos Regimentos Internos da Câmara dos deputados e do Senado Federal e pelo Regimento Comum das duas Casas. Enquanto a CF/88 dita regras de âmbito geral (iniciativa, quorum, trâmite, sanção e veto), os regimentos internos disciplinam os demais detalhes do processo legislativo (trabalho das comissões, prazos para emendamento, emissão de pareceres, regras de votação e destaques).]
Reale conceitua as fontes conforme o seu poder:
1) O processo legislativo (vindo do poder legislativo)
2) A jurisdição (vindo do poder judiciário, a jurisprudência )-Atividade do Poder Judiciário destinado à solução de conflitos entre pessoas, relativos a direitos tutelados pelo estado [2: Jurisdição: Uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve; é a atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos. A jurisprudência é o modo pelo qual, mesmas decisões são obtidas em determinados casos, e consensualmente são adotadas pelos tribunais como soluções às questões de Direito, ou seja, decisões de tribunais para o julgamento dos casos de modo que as decisões não estejam presas apenas aos códigos e leis.]
3) Os usos e costumes jurídicos (vindo do poder social)[3: O costume jurídico surge no e do próprio seio da coletividade. Ele é fruto da prática social individualizada, caso a caso; nasce obrigatório porque as partes envolvidas assim o entendem e se auto-obrigam; provem da convicção interna de cada participador de sua objetivação em fatos sociais particulares, que obriga a todos os que neles se envolverem. São práticas contínuas e "repetitivas" de uma coletividade, sendo com a sua usualidade e habitualidade, tornado obrigatório. ]
4) A fonte negocial (vindo do poder negocial ou da autonomia da vontade Ex. Contratos).[4: Fonte Negocial Atos ou acordos praticados pelas partes que geram relevância ao contexto jurídico. Atos negociais também conhecidos como atos de negocio é considerado como umas das fontes do direito mais divergentes no prisma jurídico, uma vez que sua origem ou o seu conteúdo esta voltado a atos de comércio ou acordo entre as partes, sendo que não há a definição exata para sua formação, formando a duvida se gera relevância para o contexto jurídico. Considera-se fonte do direito, atos praticados pelo judiciário ou pelo poder legislativo que gera impacto subjetivo ou objetivo ao contexto jurídico fazendo com que impactue efeito ao caso concreto, onde há a subsunção do fato ao direito.]
Reale, não inclui a doutrina como fonte do direito, no entanto outros autores consideram a doutrina como fonte do direito.
Elenco das fontes (formais) do direito -RECAPTULANDO
São quatro as fontes do direito, pois quatro são as formas de expressão do direito na experiência social:
1) A lei é produto do processo legislativo, isto é, do conjunto de fases estabelecidas na Constituição Federal, é uma expressão do Poder Legislativo.
2) Os costumes, que são a repetição habitual de um comportamento com convicção de sua obrigatoriedade.
3) A jurisprudência, o conjunto de decisões (sentenças, acórdãos e súmulas) criadas pelos magistrados no exercício do seu poder legal de conhecer e julgar os litígios; é uma expressão do Poder Judiciário.
4) O negócio jurídico, que é expressão da vontade que, instaurando uma relação entre dois ou mais sujeitos, busca produzir determinado efeito jurídico protegido pelo direito.
Há quem acrescente, ainda, a doutrina, isto é, o estudo de caráter científico realizado pelos juristas.
Para saber mais sobre Fonte Principal do Direito
Tradição Romanísticas (Civil Law) – Lei, o processo legislativo.
Tradição anglo-americana (common Law) – precedentes judiciais constituem a fonte principal
Tipos de Ordenamento Jurídico:
Tradição Romanísticas (Civil Law) – Encontrado nas nações latinas e germânicas, caracterizam-se pelo primado do processo legislativo, atribuindo valores secundários as demais fontes do direito. Ela exagera no elemento legislativo, pois a lei é considerada a única expressão autêntica da nação, da vontade geral (possui influencia da revolução francesa e pode ser verificada na obra de Jean Jacques Rousseau – Do contrato social). O direito é fundado primordialmente em enunciados normativos elaborado através de órgãos legislativos próprios.
Tradição anglo-americanos (common Law) – O direito revela-se pelos usos e costumes e pela jurisdição, atribuindo valores secundários ao trabalho abstrato e genérico de seu parlamento. Trata-se, portanto de um direito misto, costumeiro e jurisprudencial. O direito é coordenado e consolidado em precedentes judiciais, isto é, baseado em usos e costumes prévios.[5: Direito Consuetudinário ou costumeiro ]
Reale afirma que na atualidade, os tipos de ordenamento vêm se influenciando reciprocamente, pois as normas legais estão ganhando mais importância nos regimes common Law e por sua vez, os precedentes judiciais ganham um papel mais relevante no direito de tradição romanística.
Para saber mais sobre ORDENAÇÕES
Com o desenvolvimento da indústria nos primórdios da civilização capitalista, os reis sentiram a necessidade de fazer a coordenação ou ordenação das leis dispersas e das regras costumeiras vigentes, surgiram dessa necessidade as primeiras consolidações de leis e normas consuetudinárias, que tomaram por nome de ordenações,por serem resultado da ordem do rei. Portugal foi um dos primeiros países a procurar pôr ordem ao sistema de direito.
As primeiras ordenações portuguesas foram as Afonsinas, publicadas por D. Afonso V(1446), seguidas pelas Manuelinas compiladas no reinado de D. Manuel (1512-1521). Finalmente, quando Portugal passou para os domínios da Espanha, adotamos as Ordenações Filipinas (1603) cujo preceito de Direito Civil, vigoraram até 1916, é claro que durante esse período foram profundamente alterados e atualizados. Nos dias atuais vigora o novo código civil 2002.
As várias ordenações constituíram o elemento fundamental na vida jurídica dos povos modernos, no Sec.XVIII esses ordenamentos sofrem influencia do pensamento da época, com a ciência jurídica puramente racional nos moldes pregados pelos jusnaturalistas.
Capítulo XIII –Fontes do Direito -II A Lei e o Costume
Pressupostos das fontes do direito:
Presença de um poder- É necessário que haja um poder capaz de especificar o conteúdo exigido, de exigir seu cumprimento, e imputar sanções penais ao transgressor.
Capacidade de inovação – A fonte, enquanto constitutiva de direito, deve ser capaz inovar o direito existente, capaz de introduzir algo novo com caráter obrigatório, dentro do sistema jurídico.
Quanto a Origem:
LEI - A origem da lei é sempre predeterminada, se reveste de segurança e certeza quanto a sua origem. Ela é elaborada pelos órgãos estatais do qual emanará o direito legislado, se originando de um órgão certo e obedecendo aos trâmites prefixados. Portanto a lei não sofre qualquer dúvida quanto a sua origem, ela advém dos órgãos que tem competência para editá-la, já está prevista e tem sua linha de atividade claramente marcada no tempo. Ex. Se uma lei é federal então foi elaborada pelo congresso através de suas duas casas, câmara dos deputados e senado, esses órgãos elaboram a lei que será sancionada pelo presidente da república. O presidente também integra o processo legislativo pelo poder de iniciativa, pela sanção ou pelo veto.
OBS:A própria constituição vigente possui capítulo específico no que se refere ao processo legislativo, bem como as várias espécies de normas legais e ao modo de elaboração das leis.
COSTUME (Direito Costumeiro) – Não tem origem certa, não é predeterminada e ainda não se sabe onde e como surge determinado uso ou hábito social, que, aos poucos se converte em hábito jurídico, em uso jurídico. Portanto, o direito costumeiro nasce anonimamente, nasce em toda parte. Não podemos predeterminar os processos reveladores dos usos e costumes.
Quanto à extensão ou âmbito de eficácia:
LEI – É genérica, possui um elemento de universalidade.
COSTUME – É particular, atendem a categoria de pessoas ou de atos, bem como situações locais, de um município ou de uma região.
Quanto a forma:
LEI – É escrita
COSTUME – Não é escrito, porém há casos em que o direito costumeiro é consolidado e publicado por iniciativa de órgãos administrativos.
Quanto a Vigência:[6: A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para disseminar efeitos, tão logo aconteçam no mundo fático, os eventos que elas descrevem. Em outras palavras, a vigência indica o período no qual as prescrições jurídicas têm efeito.]
LEI – Quando não é especificado o tempo de vigência, ela vigorará até o advento de nova lei que a revogará, salvo em casos de manifesto desuso.[7: Quando a lei fica em desuso e há a prolongada falta de aplicação dela, a sua validade formal ou vigência torna-se enfraquecida, vai sendo esvaziada pela perda da sua eficácia.]
COSTUME – Quanto ao direito costumeiro não é possível determinar o tempo de sua duração, nem mesmo prever a forma pela qual será extinta. As normas consuetudinárias perdem a sua vigência pelo desuso, pois a sua vigência é decorrente da eficácia.[8: A eficácia está relacionada com a produção de efeitos da norma jurídica. Desta forma, o Direito é eficaz quando atinge sua finalidade esperada, qual seja, a de ser aplicado e obedecido pela sociedade.]
Quanto ao Elemento
O direito costumeiro possui dois elementos:
Elemento objetivo Corpus (material): repetição constante e uniforme de uma prática social.
Elemento Subjetivo Animus (psicológico): é a convicção de que a prática social reiterada, constante e uniforme é necessária e obrigatória.
O direito costumeiro adquire a qualidade de costume jurídico, quando passa a se referir intencionalmente a valores do Direito, tanto para realizar um valor positivo, considerado de interesse social, como para impedir a ocorrência de um valor negativo, um desvalor. Portanto esse direito tem um sentido de espontaneidade, quase instintivo. Já o direito legislado é um direito racional, em que os elementos da obrigatoriedade são expressos de maneira esquematizada, após uma apreciação racionalmente feita da conduta humana.
Quanto aos Efeitos práticos
LEI – Por possui certezas e garantias, e opera por si, tem efeitos erga omnes, ou seja, sendo universal quanto a sua aplicação. Sua execução se dá, de forma imediata e geral. Ela é de modo individual, o conteúdo normativo e a força de obrigatoriedade, salvo se não houver elemento de ordem formal condicionando sua executoriedade. Tem efeitos indeclináveis (inevitáveis, ninguém pode se opor ou contestar.Nem as partes, nem o juiz), salvo em extrema suposição de desuso. Esse direito deve se presumir conhecido Juria novit curia.[9: Erga Omnes- É um termo jurídico em latim que significa que uma norma ou decisão terá efeito vinculante, ou seja, valerá para todos. Por exemplo, a coisa julgada erga omnes vale contra todos, e não só para as partes em litígio.][10: jura novit cúria- Temo em latim que significa: O dever que o juiz tem de conhecer a norma jurídica e aplicá-la por sua própria autoridade (literalmente: 'A Corte conhece o direito).]
COSTUME- O direito costumeiro, mesmo quando consolidado por escrito, é suscetível de ceder perante a prova em contrário. 
Para saber mais a respeito do direito costumeiro:
Para que um costume seja reconhecido como tal é preciso:
 a) que seja contínuo- fatos esporádicos, que se verificam uma vez ou outra não são considerados costumes;
 b) que seja constante- vale dizer: a repetição dos fatos deve ser diuturna (duradoura), sem dúvidas, sem alteração; 
c) que seja moral- o costume não pode contrariar a moral ou os bons hábitos; 
d) que seja obrigatório, isto é, que não seja facultativo, sujeito a vontade das partes interessadas.
Os costumes são a maneira cultural de uma sociedade manifestar-se. A partir da repetição, constituem regras que, embora não escritas como as leis, tornam-se observáveis pela própria constituição de fato da vida social. O direito costumeiro é dividido de dois modos fundamentais:
- Quanto à natureza: que se subdivide em costume popular e costume erudito;
- Quanto ao conteúdo, podendo ser: a) "praeter legem"; b) "secundum legem"; e c) "contra legem".
a) Praeter legem: costumes não abrangidos pela lei, mas que completam o sistema legislativo (praeter legem); na falta de um dispositivo legal aplicável, o juiz deverá decidir de acordo com o Direito costumeiro (artigo 4º da lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: "quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito");
b)Secundum legem: costumes contemplados na lei; o preceito, não contido na norma, é reconhecido e admitido com eficácia obrigatória;
c) Contra legem: costumes opostos à lei, onde as normas costumeiras contrariam as normas de Direito escrito. Classicamente, o costume contra legem também pode ser denominado costume ab-rogatório, por estar implicitamente revogando disposições legais, ou desuetudo, por resultar na não aplicação da lei em virtude do desuso. Ex. O jogo do bicho é uma contravenção penal, mas a sociedade continua jogando.[11: Desuetudo -O mesmo que desuso, quando uma lei deixa de ser aplicada por já não corresponder à realidade em que se insere.]
Compreensão do termo Lei
LEIÉ todarelação necessária, de ordem causal ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a sua natureza própria. Esse sentido é geral, amplo e vale tanto para as leis éticas como as leis sociais, como também para as leis físico-matemáticas. Essa é uma acepção (definição) genérica da palavra lei.
Leis éticas Implicam em diretivas de comportamento, objetivando as formas de conduta. As leis éticas podem ser denominadas propriamente como normas. O conceito de normas abrangem as normas morais, as jurídicas e as de trato social (costume social). Dentre as espécies de normas ou regras, destaca-se a norma legal, que é mais conhecida por lei. Portanto lei e norma jurídica são sinônimos.[12: Diretivas - Conjunto de indicações gerais, normas, instruções, consoante as quais deve alguém proceder.]
Dentro dos domínios do direito o termo lei, significa a regra ou o conjunto ordenado de regras. Reale afirma que Lei no sentido técnico, só pode existir quando a norma escrita é constitutiva de direito. Ela deve introduzir algo de novo (inovando) com caráter obrigatório no sistema jurídico em vigor, visando disciplinar (ordenar) os comportamentos individuais ou atividades públicas. 
*O ordenamento jurídico de nosso país adota o sistema de direito escrito e de constituição rígida. Para esse sistema a lei é a fonte primária do Direito. Nosso ordenamento é subordinado à constituição federal (constituição rígida), é ela quem fixa as estruturas e as competências de todo o sistema normativo. 
Importância da lei:
Nos países que adotam o sistema românico-germânico, isto é, de direito escrito e de Constituição rígida, como é o caso do Brasil, a lei é a fonte primeira e primária do Direito. A importância da lei, entretanto, vem crescendo inclusive entre aqueles que adotam o sistema do common law, do direito não escrito, em que há predominância dos costumes e dos precedentes jurisprudenciais, como é o caso dos EUA e da Inglaterra. 
A lei goza de importância pelos seguintes motivos:
Maior rapidez na sua elaboração, permitindo ajustar melhor a regra de direito às necessidades sociais.
É de mais fácil conhecimento e de maior precisão, por se apresentar em termos escritos.
Oferece maior certeza e segurança às relações sociais. 
O processo legislativo como fonte legal:
No sistema constitucional brasileiro a “fonte legal” é o processo legislativo, isto é, o conjunto de atos (procedimento) através do qual se opera a gênese (origem) legal (da lei). São eles: a iniciativa ou apresentação do projeto de lei; a sua discussão, votação e aprovação pelas duas Casas do Congresso; a sanção ou veto pelo Presidente da República; a promulgação pela qual o que era projeto se transforma em lei; e finalmente sua publicação.
O processo legislativo compreende a elaboração de sete atos normativos:
Emendas à Constituição- EC
Leis complementares- LC
Leis ordinárias -LO
Leis delegadas -LD
Medidas provisórias -MP
Decretos legislativos
Resoluções.
Acima de todos estes atos está à lei maior, a Constituição Federal, que não integra o processo legislativo porque o antecede, ou seja está acima de tudo.
Emendas à Constituição (CF, art. 60) consistem nas reformas do texto constitucional, de grande ou pequeno alcance, promovendo acréscimo, supressão ou modificação, integrando assim o texto da Constituição.
Leis complementares (CF, arts. 61 a 69), complementam a Constituição, detalhando matéria que ela abordou genericamente. São admissíveis apenas nos casos expressamente autorizados e não integram seu texto, são leis em separado. O quorum para sua aprovação é de maioria absoluta.
Leis ordinárias (CF, art. 61), são as leis comuns, oriundas do Poder Legislativo no exercício de sua função primordial: legislar. É a grande maioria das normas legais, e nascem do pronunciamento do legislativo com a sanção do chefe do Executivo, e na prática são denominadas simplesmente “leis”. 
Leis delegadas (CF, art. 68), são aquelas que emanam do Poder Executivo mediante delegação de competência do Poder Legislativo. O § 1º do art. 68 específica os assuntos que não poderão ser objeto de delegação.
Medidas provisórias (CF, art. 62), são normas editadas pelo Poder Executivo, com força de lei, em caso de relevância e urgência. As MP perderão a eficácia, desde a edição, se não forem votadas no prazo legal de 60 dias contados da publicação, prorrogável uma vez por igual período. Na hipótese de perda de eficácia, o Congresso Nacional deverá disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes. A votação acontecerá separadamente nas duas casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal), com parecer de comissão mista, e se não for votada no prazo de 45 dias, entrará em regime de urgência, “trancando” a pauta da Casa em que estiver tramitando. Com a ratificação do Congresso Nacional, a MP torna-se lei.
Decretos legislativos: são os instrumentos formais ao qual se vale o Congresso Nacional para praticar atos de sua exclusiva competência (art. 49, CF), como resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Uma vez aprovado, o decreto legislativo é promulgado pela Mesa do Congresso Nacional, não se submetendo ao veto ou à sanção do chefe do Executivo.
Resoluções: são atos vinculados à própria atividade do Congresso Nacional, também independentes da sanção do chefe do Executivo, tendo por base finalidades específicas do seu peculiar interesse, como delegar competência ao Presidente da República (art. 68, § 2º); suspensão pelo Senado da execução da lei federal decretada inconstitucional pelo STF (art. 52, X); fixação, pelo Senado, das alíquotas de certos impostos (art. 155, §§ 1º, IV e 2º, IV e V).
Primazia e hierarquia das normas legais
A norma legal ocupa espaço proeminente dentre as demais normas, desde que não contrarie a Constituição, disciplinando a vigência e eficácia das normas costumeiras, jurisdicionais e negociais, suspendendo a eficácia daquelas que não se achem em sintonia com as normas constitucionais e com as normas ordinárias que as complementam.
Dentro do ordenamento jurídico, os atos normativos assumem uma posição piramidal, tal como afirmou Kelsen:
A Constituição Federal
Leis constitucionais (emendas à Constituição e leis complementares)
Leis ordinárias, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Decretos regulamentares
Outras normas de hierarquia inferior não compreendida pelo processo legislativo, como portarias, simples decretos, circulares etc.
Finalidade da hierarquia
A finalidade prática da hierarquia é evitar o caos, ante a possibilidade de dispositivos conflitantes, de forma que:
Um ato normativo só pode ser revogado por outro da mesma hierarquia ou de escalão superior.
É praticamente ineficaz ato normativo de escalão inferior quando incompatível com outro superior.
Quanto às normas editadas pela União, Estados-membros e municípios, no plano da competência privativa (a que versa sobre matéria exclusiva e nas quais é vedada interferência de outras pessoas jurídicas de direito público), o critério hierárquico não é válido.
As “normas constitucionais federais” prevalecem sempre. 
Capítulo XIV–Fontes do Direito -II A Jurisprudência
A Jurisprudência é a decisão reiterada (repetida) dos Tribunais. É "a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais" - Miguel Reale.[13: Jurisprudência (do latim: jus "justo" + prudentia "prudência") é o termo jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpretações das leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição.]
Os juízes são chamados a aplicar o Direito aos casos concretos, a dirimir (acabar) os conflitos que surgem entre indivíduo(s) e grupo(s). Nessa solução de conflitos, o juiz realiza um trabalho prévio de interpretação das normas jurídicas, que nem sempre possuem uma única apreensão (discernimento, percepção)intelectual. O exercício jurisdicional possui um poder criador, devido aos esforços dos juízes quanto ao entendimento das questões de fato e de direito, na qual interpretam as normas, coordenam os entendimentos e preenchem lacunas. 
Quando se possui as mesmas questões, porém sentenças relativamente diferentes surgem às interpretações conflitantes, exigindo um esforço de superação por parte do juiz quanto ao entendimento. Ao se interpretar, faz-se necessário que esse direito a ser aplicado, esteja integrado a experiência humana e em consonância (harmonia, consenso) com as exigências da sociedade naquele determinado momento. Por isso é que o Direito Jurisprudencial, não se forma a partir de uma ou três sentenças, mas exige uma série de julgados que revelem uma linha essencial de continuidade e coerência. Para que se fale em Jurisprudência de um tribunal, são necessárias várias decisões que sejam coincidentes quanto à substância das questões que foram objeto de seu pronunciamento.
 A jurisprudência inspirar, no sentido de reforçar a conclusão do julgador. Note-se que a jurisprudência poderá ter força equiparada à das normas jurídicas, tornando-se fonte formal, quando "transformar-se" em súmula vinculante (artigo 103-A da Constituição Federal). [14: No direito brasileiro, chama-se súmula um verbete que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada por um Tribunal a respeito de um tema específico, a partir do julgamento de diversos casos análogos, com a dupla finalidade: A de tornar pública a jurisprudência para a sociedade bem como de promover a uniformidade entre as decisões. No STF, por exemplo, há 736 Súmulas disponíveis para consulta, o que mostra quantos temas foram pacificados por nossa Corte Maior.]
Jurisprudência
Conceito de jurisprudência:
Jurisprudência em sentido amplo: conjunto de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre determinada matéria, mesmo quando divergentes.
Jurisprudência em sentido estrito: o conjunto apenas de decisões uniformes e constantes dos tribunais sobre uma mesma matéria jurídica.
Técnica de Unificação da Jurisprudência
 	Quando há divergências de entendimento ou relativas à interpretação, os tribunais mediante julgamentos prévios, proferem seus próprios entendimentos. Dessa forma reduzem ou atenuam contrastes inevitáveis no plano interpretativo.
STF Se pronuncia quando a questão é constitucional. O Supremo Tribunal Federal emite a súmula, que é a forma de uniformizar a jurisprudência, para tanto, o STF emite dois tipos de sumulas, que chamaremos de súmulas não vinculantes “comuns” e as súmulas vinculantes. 
STJ Se pronuncia se a matéria é infraconstitucional também através de súmulas
Quanto a força das súmulas:
Força não vinculante: a jurisprudência em sentido estrito não tem, regra geral, força obrigatória sobre os demais juízes e tribunais. Os juízes, em geral, gozam de autonomia, não sendo obrigados a seguir, em suas sentenças, o que os tribunais consagram como sendo de direito. Ex sumulas comuns
Força vinculante: a partir da EC nº 45/2004 as súmulas dos tribunais superiores classificam-se em vinculantes e não vinculantes. Para serem vinculantes, as súmulas precisam seguir rigorosamente o procedimento descrito no art. 103-A da CF/88.
Para saber mais a respeito de súmula e súmula vinculante:
Os Tribunais têm competência, como é cediço (Algo que não deixa margem a dúvidas), para editar súmulas sobre temas de relevante controvérsia, a fim de otimizar seus trabalhos.
O órgão máximo do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, pode expedir tanto súmulas comuns como as de caráter vinculante, diferentemente daquelas editadas pelos demais Tribunais,como o STJ, TST, TRT, TJMG, porquanto estes não podem atribuir a mesma característica às suas, sendo, pois, apenas súmulas. 
O conceito de súmula é delineado como “entendimentos solidamente assentes pelos Tribunais acerca de uma mesma questão, dos quais se retira um enunciado (...), servindo de referencial em julgamentos posteriores sobre a mesma controvérsia.”[15: Súmula, do latim summula, significa breve epítome doutrinal; brevíssimo resumo feito com clareza e precisão.][16: Tal atualidade refere-se ao tempo em que a súmula é expedida.]
A finalidade da súmula comum, latu sensu, é de refletir o entendimento do respectivo órgão que a editou, proporcionando maior uniformidade aos julgamentos que versem acerca da mesma matéria. Importante notar que a súmula vinculante espelha o sentido dado às normas constitucionais pelo STF sobre as quais recaia a atual divergência e, a partir daí, surja indesejável insegurança jurídica.[17: é uma expressão em Latim que significa `em sentido amplo]
Mas, afinal, quais as diferenças entre a súmula comum e a vinculante?
A súmula simples, por si só, serve como parâmetro para decisões posteriores, não constituindo obrigatoriedade em ser seguida, uma vez que não possui força de lei, mas apenas qualidade legal. Portanto não obriga juízes a decidirem segundo a súmula.
Entretanto, é importante observar que se uma decisão estiver em conformidade com súmula do STJ, o recurso de apelação não serão admitidos, consoante §1.º do art. 518 do CPC (Cuidado com esse detalhe*). É o que chamamos de "súmula impeditiva de recurso".
Quanto à súmula vinculante, podemos dizer que é quase um tipo especial daquela, haja vista suas características peculiares, qual seja, a força de vincular as decisões. O que significa isto? 
Significa dizer que tanto o Judiciário quanto os órgãos da Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ao se depararem com questões sobre as quais haja súmula vinculante, não poderão decidir de modo diverso, devendo seguir o enunciado sumulado. Isto ocorre porque há, no bojo da vinculação da súmula, as características imperatividade e coercibilidade.[18: Imposição de um determinado sentido normativo, ou seja, gera obrigatoriedade de o decisium estar em consonância com a súmula vinculante.][19: Caso não observada essa interpretação cabe reclamação ao STF.]
Contudo, neste ponto é necessário um cuidado todo especial: apesar de a súmula vinculante ter as características supramencionadas, vinculando o Poder Judiciário e a Administração Pública em todas suas esferas, o mesmo não ocorrerá com o Poder Legislativo na sua atividade legiferante.[20: Refere-se ao ato de legiferar, legislar. A função legiferante consiste no poder de estabelecer leis. Tem função legiferante o órgão competente para criar leis.]
Significa dizer, pois, que há possibilidade de haver a edição de lei com conteúdo diverso do qual dispõe a Súmula vinculante, tendo em vista o exercício da atividade legislativa, ou seja, o poder legislativo não se submete a ela.
Os efeitos produzidos pela súmula vinculante são dotados de uma “força” que a súmula simples não tem, que é o poder de vincular. Significa dizer que em se tratando da súmula vinculante, o aplicador do direito (juiz) não tem a faculdade de seguir ou não o enunciado, tendo em vista que é obrigado a fazê-lo, cumprindo com estrita legalidade.  
Entretanto, não se pode fazer uma súmula vinculante sobre qualquer matéria, mas somente sobre as que produzam “controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica “e de natureza constitucional”“.[21: Um ponto importante a ser observado são as fortes críticas que o poder judiciário recebe ao lançar tais súmulas com força vinculante. Sabe-se que não é atribuição (típica) do judiciário legislar. Contudo, por meio da expedição de súmulas, o judiciário “toma” do legislativo tal função de modo que cria “leis”, tendo em vista a força que a súmula vinculante possui, sendo que até a presente data, contamos com 32 (trinta e duas) delas.]
É necessário pontuar o art. 103 da CF, o qual versa que o STF poderá “(...) aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demaisórgãos do Poder Judiciário (...)”. E o §1.º deste artigo dispõe que o objetivo da súmula é obter a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, as quais acarretem grande insegurança jurídica e relevante número de questões semelhantes.[22: Art. 103-A (...). “§1.º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.”]
A título de conhecimento, interessante é notar que de um mesmo órgão poderá haver súmulas conflitantes. Com a criação da Turma Nacional de Uniformização – TNU, foi dada a este órgão a responsabilidade de processar e julgar o incidente de uniformização de interpretação de lei federal em questões de direito material fundado em divergência entre decisões de turmas recursais de diferentes regiões ou em face de decisão de uma turma recursal proferida em contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.
Atualmente a TNU conta com 68 (sessenta e oito) súmulas, sendo a última editada em 24.09.2012. Muitos desconhecem a uniformização de jurisprudência e súmulas feita por intermédio da TNU. Leia todas acessando a internet. Para facilitar o estudo, o quadro abaixo mostrará, de forma didática, a principal nuance e diferença entre as duas espécies de súmula abaixo.
	Súmula Simples
	Súmula Vinculante
	Competência dos Tribunais (TRF, TRT, TST, STJ, entre outros);
	Competência somente do STF por iniciativa de 2/3 de seus membros;
	A iniciativa é do próprio órgão que a elabora e a aprova;
	Iniciativa do STF ou provocação de um dos órgãos mencionados no §2.º do art. 103-A;
	Sobre as matérias que os respectivos tribunais tratarem;
	Somente sobre matéria constitucional;
	Possui qualidade, não força de lei, não constitui obrigatoriedade;
	Possui força de lei ordinária; caráter obrigatório;
	Não possuem autonomia e abstração, ausência de nat. legisl.;
	Possui autonomia e abstração pelo seu caráter de natureza legislativa;
	Efeito interna corporis, inter partes;
	Efeito vinculante = efeito erga omnes;
	Servem como veículo de uniformização jurisprudencial e orientação para decisões de tribunais inferiores.
	Funcionam conforme §3.º do art. 103-A da CRFB/88 e no caso de descumprimento, caberá reclamação ao STF.
	*Não cabe apelação de sentença quando esta estiver de acordo com súmula do STJ
	Não cabe apelação da sentença quando esta estiver de acordo com súmula vinculante
A História da Doutrina:
Há tempos atrás na Roma antiga, já existiam leis, mas não havia “advogados” como conhecemos hoje, mas sim a figura dos jurisconsultos. Ao tornarem as normas públicas, surgiu então a necessidade interpretá-las. Estes intérpretes foram nomeados jurisprudentes ou jurisconsultos. Sua função era estudar a lei e responder às consultas públicas, solucionando os casos que lhes eram apresentados. Esses jurisconsultos eram munidos do princípio Jus respondendi, com força vinculatória. Pois bem, em face de uma lide(pleito) que apresentava controvérsias, se indicava uma lista de grandes jurisconsultos romanos, cujos ensinamentos deveriam ser seguidos na hipótese de divergência na interpretação dos textos ou fragmentos da lei romana ou do direito romano. [23: “Ius Respondendi”, Nada mais é que o "direito de responder" que o o Imperador concedia a alguns jurisconsultos, por ele dito confiáveis, mas que na realidade só falavam aquilo que agradasse ao poder imperial.  Depois disso , conferiu o “Ius Publice Respondendi” (= direito de responder publicamente), e mais posteriormente foi concedido o “Ius Publice Respondendi Ex Auctoritate Principis” (= direito de responder pela autoridade do Príncipe).]
O espírito utilitário e prático dos jurisconsultos romanos fez com que eles dessem uma feição toda especial, um significado todo particular aos conceitos e as noções quanto aos ensinamentos jurídicos. Os romanos, como dissemos, eram possuidores de um admirável senso de medida na prática do Direito. Esse conhecimento especial é a doutrina.[24: "A Ciência do Direito adquiriu feição mais precisa e madura com os jurisconsultos romanos, exatamente porque eles foram os primeiros a descobrir que há comportamentos humanos que obedecem a certas condições de fato (pressupostos fáticos) assim como a certas finalidades ou exigências axiológicas, razão pela qual são dotados de certa regularidade ou constância. Verificaram, em suma, que, dadas certas circunstâncias, é possível prever-se certo tipo de comportamento, e, mais ainda, que a vida social, apesar de sua contínua mudança, apresenta relações estáveis e regulares, permitindo uma representação antecipada do que vai ocorrer."]
Savigny chamava a doutrina de “Direito científico” ou “Direito dos Juristas”. Para muitos autores a doutrina não é fonte do direito (incluindo Miguel Reale), visto que por mais que sejam dignos os entendimentos dos mais respeitados juízes e jurisconsultos, esses ensinamentos jamais terão força suficiente para revelar uma norma jurídica positiva e que deva ser cumprida pelos juízes ou pelas partes. Pois sempre há a possibilidade de se contrapor aos argumentos sustentados.
Apesar dos autores não considerarem a doutrina como fonte, o seu papel não pode ser renegado a um segundo plano. Ela possui papel relevante quanto à experiência jurídica, sua função é de chegar a uma conclusão em face de um confronto, entre o que é produzido pelas fontes e o que é revelado pela doutrina. A doutrina para Reale, não é fonte do Direito, mas segundo ele, a doutrina não deixa de ser uma das molas propulsoras, e a mais racional das forças diretoras do ordenamento jurídico.
A lei é a fonte mais geral do Direito, mas ela não pode atingir a sua plenitude de significado sem ter, como antecedente lógico e necessário, o trabalho científico dos juristas e muito menos atualizar-se sem que haja a participação da doutrina. Os modelos dogmáticos produzidos pela doutrina se desenvolvem a partir da norma jurídica vigente, isto é, do Direito positivo. 
Doutrina Jurídica :
Conceito: Estudo de caráter científico que os juristas realizam a respeito do direito, seja com o propósito meramente especulativo de conhecimento e sistematização, seja com a finalidade prática de interpretar as normas jurídicas, para sua exata aplicação.
Para Reale a doutrina possui força convincente, não vinculante e não constitui fonte do direito, pois não possui força bastante para revelar uma norma jurídica obrigatória, não possui “estrutura de poder”. Sua força é “convincente”, não “vinculante”.
As fontes do direito produzem modelos jurídicos prescritivos ou modelos jurídicos, isto é, estruturas normativas que, com caráter obrigatório, disciplinam as distintas modalidades de relações sociais. A doutrina produz modelos dogmáticos, isto é, esquemas teóricos, cuja finalidade é determinar:[25: Etimologicamente a palavra dogma significa aquilo que é posto ou estabelecido por quem tenha autoridade para fazê-lo. Basta dizer que o Direito é considerado uma ciência dogmática.]
a) como as fontes podem produzir modelos jurídicos válidos;
b) que é que esses modelos significam,e;
c) como esses modelos se correlacionam entre si, para compor figuras, institutos e sistemas, ou seja, modelos com amplo repertório.
A Fonte Negocial ou Negócio Jurídico:
A importância do poder negocial é uma das forças geradoras de normas jurídicas. A experiência jurídica não é disciplinada apenas pelas normas jurídicas e leis, em sentido geral, como também por normas particulares e individualizadas. Entre as normas particulares, estão as normas negociais e dentre elas, destacam-se as normas contratuais ou clausulas contratuais pela sua relevância. Ex compra e venda de imóvel, 
Segundo Reale, as normas particulares devem ser reconhecidas pelo ordenamento jurídico vigente, mesmo nos países socialistas, que restringema livre disponibilidade pessoal dos bens econômicos, transferindo para o Estado as iniciativas antes conferidas aos indivíduos. Mesmo onde se operou “a socialização dos bens de produção”, é reconhecida a esfera privada, na qual se respeita o poder de disposição de cada ser humano. O homem é um ser capaz de direitos e obrigações e, notadamente (especialmente), com o poder de estipular negócios para a realização de fins lícitos, através do acordo de vontades. Portanto se reconhece as normas particulares como uma conquista da civilização, que técnica e tradicionalmente chama-se autonomia da vontade. Isso significa dizer, que é o reconhecimento da capacidade que o ser humano tem de ser, agir e de se omitir dentro dos limites das leis em vigor, para alcançar seus interesses.
Características da fonte negocial
Manifestação de vontade de pessoas legitimadas a fazê-lo;
Forma que não contrarie a exigida em lei;
Objeto lícito;
Quando não paridade, guardar a devida proporção entre os partícipes da relação jurídica.
Elementos essenciais
Sujeito capaz legitimado para o ato
Manifestação expressa da vontade
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Forma de querer prescrita ou não vedada em lei
Devida proporção entre os participantes da relação negocial
Vícios da relação negocial
Quanto ao poder de negociar
O interesse individual situa-se dentro da relação jurídica, como bem jurídico(natureza econômica, estética, religiosa, recreação, etc..).O poder negocial é uma exteriorização fundamental da autonomia da vontade, mas é um poder que é limitado, pois é submetido aos limites da lei. Veja um exemplo prático, no Brasil uma pessoa não pode fazer um contrato para vender seus órgãos para obter lucro. Isso é vetado pela lei, onde se pode doar órgãos mas não vende-los, veja o que versa a LEI Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997..
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)
Já em outros países como Índia, Irã, China o ordenamento jurídico permite tal prática. Na China os órgãos são frequentemente adquiridos de prisioneiros executados, na Índia antes da aprovação da Lei de Transplante de Órgãos Humanos, em 1994, a Índia tinha um mercado legal bem sucedido na negociação de órgãos. No Irã a prática de vender um dos rins para lucro é legal. O Irã atualmente não tem listas de espera para transplante renal, pois as vendas renais são perfeitamente legais e reguladas. Demos esses exemplos como forma de elucidar os limites do poder negocial, quanto a livre convenção das avenças (acordo, ajuste), que devem obedecer aos modelos legais previstos nos códigos ou em leis aditivas.
Mas, retornando aos acordos de vontade, existem alguns tipos que são comuns, ou seja, já estão previstos no corpo de leis, são estruturas negociais típicas. Porém nada impede que as parte possam constituir estruturas negociais atípicas, que não correspondem aos tipos normativos elaborados pelo legislador. Frequentemente a forma atípica, é uma combinação de dois ou mais esquemas e modelos normativos, já convencionados em lei. Essa atipicidade visa atingir as necessidades modernas, atendendo as múltiplas exigências que são imprevistas, tanto no plano interno quanto no plano internacional. 
 Uma relação negocial, pode ser considerada ilegítima. A ilegitimidade da relação negocial se caracteriza quanto ao poder de negociar, quanto a forma e quanto a ilicitude do escopo (intenção, objetivo) visado e ao desequilíbrio do negócio.
Vício – Quanto ao poder de negociar (falta de legitimidade subjetiva do agente);
Forma – A forma que se pretende subordinar o avençado;
Ilicitude do escopo visado –
Desequilíbrio do negócio – uma parte fica a mercê de outra (negócio leonino)
OBS: As relações jurídicas podem sofrer ineficácia ou anulabilidade, se apresentarem abuso de poder ou desvio de poder, tanto na esfera publicas quanto na privada. Todo poder que ultrapassa os limites consentidos pela lei, ou que se desvia de seu escopo legítimo, torna, só por isso anulável o ato ou negócio jurídico. Veja o que versa o código civil de 2002, no capítulo V – Da invalidade do negócio Jurídico, onde se recusa a validade por se desobedecer a certos requisitos.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
Quanto a ilegitimidade dos Negócios jurídicos eles podem ser:
Nulos
Anuláveis
Inexistentes

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