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Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro

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Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro
Origem/Historico
Decreto Lei 4.657/42
Norma de sobredireito: Norma jurídica que visa a regulamentar outras normas.
Lei 12.376/2010: LICC -> LINDB
Estrutura
Vigência
Arts. 1 e 2.
Aplicação no tempo
3 a 6
Aplicação no espaço e DIn
7 a 19
Art. 4: Fontes formais secundárias
Analogia
Costumes
Principios gerais
Introdução
O Direito Brasileiro é filiado à escola CIVIL LAW, de origem romano-germânica, pela qual a lei é fonte primária do sistema jurídico.
Na commom law os precedentes jurisprudenciais são a principal fonte do direito.
Súmulas Vinculantes
A EC 45/2004 instituiu as sumulas vinculantes e “aproximou” nosso sistema da common law. Mas as sumulas vinculantes não tem a força de lei, razão pela qual subsiste o sistema essencialmente legal.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
Jurisprudencia no Novo CPC
Valorização dos precedentes jurisprudenciais no novo CPC:
Art. 926.  Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Princípio da Legalidade
A CF prevê expressamente que a principal fonte do direito é a LEI:
CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Lei
Para Goffredo Telles Jr., a norma jurídica é um imperativo autorizante:
Imperativo: Emana de autoridade competente;
Generalidade: Se impõe a todos;
Autorizante: autoriza ou veda determinadas condutas.
Vigência das Normas
LINDB Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
LC 95/98 Art. 8º § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral.
A doutrina entende que a lei entrará em vigor independente da data ser feriado ou fim de semana.
CC/02 foi publicado em 10/01/2002, entrou em vigor em 11/01/2003.
§ 1o  Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.  
Sobrevindo norma corretiva, a vigência se dará após a vacatio da nova publicação.
§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Princípio da continuidade da lei
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Lei nova, com disposições gerais ou especiais não revoga nem modifica lei anterior.
Revogação total ou ab-rogação
Uma lei nova torna sem efeito uma norma de forma integral.
Revogação parcial ou derrogação
Uma lei nova torna sem efeito parte de uma norma anterior.
Modo de revogação:
Revogação expressa ou por via direta
Lei nova expressamente declara a revogação da lei antiga ou parte dela.
Revogação tácita ou por via obliqua
Lei nova é incompatível com a lei antiga.
Repristinação
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
A norma revogada não volta a viger automaticamente com a revogação da lei revogadora.
Exceções:
Se houver expressa disposição legal;
Se a lei revogadora for declarada inconstitucional;
For concedida suspensão cautelar da eficácia da norma impugnada.
Características das leis:
Generalidade
Oposição e eficácia erga omnes.
Imperatividade
Impõe deveres e condutas.
Permanência
Perdura até que seja revogada.
Competência
Deve emanar de autoridade competente para que produza efeitos.
Autorizante
Autoriza ou não determinada conduta. Contrapõe-se a ideia de Kelsen, de que não há norma sem sanção.
Princípio da Obrigatoriedade
LINDB Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Outra característica básica. Ninguém pode deixar de cumprir a lei sob a alegação de não conhece-la. 
É suportada por três teorias:
Teoria da ficção legal
A obrigatoriedade foi instituída pelo ordenamento para segurança jurídica. Gustavo Monaco.
Teoria da Presunção Absoluta
Dedução iure et de iure de que todos conhecem a lei. Sìlvio Rodrigues.
Teoria da Necessidade Social
As normas devem ser conhecidas para que melhor sejam observadas – principio da vigência sincrônica da lei. Maria Helena Diniz
O Art. 139, III flexibiliza, permitindo a anulabilidade do negocio jurídico pela presença de erro de direito.
CC Art. 139. O erro é substancial quando:
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Formas de integração da norma jurídica
LINDB Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
CPC Art. 140.  O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Classificação de Maria Helena Diniz
Lacuna normativa
Ausência total de norma para um determinado caso concreto.
Lacuna ontológica
Presença de norma, mas sem eficácia social.
Lacuna axiológica
Presença de norma, mas de aplicação insatisfatória ou injusta.
Lacuna de conflito ou antinomia
Choque de duas ou mais normas.
A ordem do Art. 4º deve ser observada?
Analogia
Costumes
Princípios
Nem sempre. 
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Os direitos fundamentais não regulam apenas as relação verticais de poder entre Estado e cidadão, mas incidem também sobre relações e entidades não estatais, que se encontram em posição de igualdade formal.
Teoria adotada pelo Novo CPC:
CPC Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
No Estado Democrático de Direito houve a transposição dos princípios gerais de direito para princípios constitucionais fundamentais.
Analogia
Aplicação de uma norma ou conjunto de normas próximas para um determinado caso concreto.
Amplia-se os limites do que está previstona norma.
Sendo omissa uma norma jurídica, o aplicador do direito deve procurar solução no próprio ordenamento jurídico.
Ex. 
CC Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Analogicamente se aplica a regra aos companheiros (em união estável).
Analogia legal: Aplicação analogica de uma norma;
Analogia jurídica: Aplicação analógica de um conjunto de normas.
Ex. Aplicação analógica das regras da ação reivindicatória para a ação de imissão de posse.
Interpretação extensiva
Amplia-se o sentido do que está previsto na norma. Subsunção.
Atenção: normas excepcionais ou normas de exceção não admitem analogia ou interpretação extensiva.
Costumes:
Práticas e usos reiterados com conteúdo licito e relevância jurídica.
Decorrente da escassez de leis escritas.
Predominante no Direito Internacional Privado.
CC Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Costumes segundo a lei
Quando os costumes estão previstos na lei. 
Ex. Art. 187
Costumes na falta da lei
Aplicados quando a lei for omissa.
Ex. Sumula. 370 STJ “Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado”
Costumes contra a lei
Sem exemplos. Em busca: Cheques, direito autoral, andar de bicicleta na contra-mão....
Requisitos para caracterização dos costumes:
Continuidade
Uniformidade
Diuturnidade
Moralidade
Obrigatoriedade
Princípios
Início, começo, ponto de partida, estrutra, pressupostos, orientações formais da ordem jurídica, pensamentos diretores...
Os princípios não precisam estar expressamente contidos na norma. 
São fontes do direito, aplicáveis a um determinado instituto ou ramo jurídico para auxiliar o aplicador do direito na busca da justiça e pacificação social, extraídos das normas jurídicas, costumes, doutrina, jurisprudência, e aspectos políticos, econômicos e sociais.
Na exposição de motivos do CC estão expressos 3 princípios:
Eticidade
Ética e boa-fé.
Socialidade
Superação do caráter individualista da codificação anteior. Função social.
Operabilidade
Simplicidade
Facilitação
Efetividade
Sistema aberto de clausulas gerais
Equidade
Fonte Informal ou Indireta de direito.
Adaptação razoável da lei ao caso concreto com o uso do bom senso.
Equidade legal:
Prevista no próprio texto legal. 
Ex.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Equidade Judicial:
Determina quando o juiz decidirá por equidade.
Ex.
Art. 140.  O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
CDC Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
	
Aplicação da norma no tempo
Em regra, vigora a irretroatividade, podendo a retroatividade ser aplicada em casos excepcionais.
CF Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
LINDB Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Direito adquirido:
Direito material ou imaterial incorporado ao patrimônio de uma pessoa natural, jurídica, ou ente despersonalizado.
LINDB Art. 6º § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.  
Ato jurídico perfeito:
Manifestação de vontade lícita, emanada por quem esteja em livre disposição, e aperfeiçoada.
LINDB Art. 6º § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.  
Coisa Julgada:
Decisão judicial irrecorrível.
LINDB Art. 6º § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.  
A proteção dessas categorias não é absoluta, em razão da ponderação dos princípios e valores do direito.
Relativização da coisa julgada: principalmente em casos de investigação de paternidade anteriores à difusão do exame de DNA, julgadas improcedentes por faltas de provas.
CPC Art. 489.  São elementos essenciais da sentença:
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
Ponderação entre a coisa julgada e a dignidade do suposto filho de saber quem é seu pai.
Dignidade da pessoa humana prevalece sobre a segurança jurídica.
Princípio da retroatividade motivada ou justificada:
CC Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
O direito seguro cede espaço para o direito justo.
Aplicação da norma no espaço – Direito Internacional Público e Privado
Arts. 7/19
Lex Domicilii
LINDB Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Lex domicilii: devem ser aplicadas as regras do domicílio da pessoa para determinação de início e fim da personalidade, inclusive quanto ao nome, capacidade e direitos de família.
CPC Art. 21.  Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
Casamento
Impedimentos e formalidade:
LINDB Art. 7o § 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
Celebrado no Brasil, o casamento estará submetido as regras do 1.521, referente aos impedimentos.
LINDB Art. 7o § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
LINDB Art. 7o § 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
Regras patrimoniais e regime de bens:
LINDB Art. 7o § 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
LINDB Art. 7o § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
Divórcio
LINDB Art. 7o § 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma deseu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.  
Entendimento do STJ: Com a EC 66/2010, que flexibilizou o procedimento do Divórcio, o prazo a que se refere o §6º não é mais imprescindível.
Chefe da família
LINDB Art. 7o § 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
CC Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Domicílio
LINDB Art. 7o § 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Bens – Lex rei sitiae
LINDB Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
Bens móveis
LINDB Art. 8o § 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
Penhor – Direito real sobre coisa móvel
LINDB Art. 8o § 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Obrigações – locus regit actum
LINDB Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
Contrato celebrado no exterior com efeitos no Brasil
LINDB Art. 9o § 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
Lugar da constituição da obrigação
LINDB Art. 9o § 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
CC Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Supostamente conflitante com o 435 do CC. Antinomia resolvida pela especialidade:
LINDB – Contratos internacionais
CC – contratos nacionais
Sucessão
Local
LINDB Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
CC Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Informativo de Jurisprudência 563 STJ
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. RELATIVIDADE DO ART. 10 DA LINDB. Ainda que o domicílio do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei estrangeira da situação da coisa - e não a lei brasileira - na sucessão de bem imóvel situado no exterior.
Bens
LINDB Art.  10 § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
Vocação Hereditária
LINDB Art.  10 § 2o  A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Fundações e Sociedades
LINDB Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
Necessidade de autorização para operar no Brasil
LINDB Art. 11 § 1o  Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
Não podem adquirir imóveis ou suscetíveis de desapropriação
LINDB Art. 11. § 2o  Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
Governos estrangeiros só podem adquirir imóveis para sede dos agentes consulares e representantes diplomáticos.
LINDB Art. 11. § 3o  Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.  
Competencia da justiça brasileira
LINDB Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
Imóveis
LINDB Art. 12§ 1o  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Decisões estrangeiras
LINDB Art. 12 § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
CF Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 
Provas
LINDB Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Aplicação da lei estrangeira
LINDB Art. 14.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
LINDB Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
CPC Art. 26.  A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
(...)
Sentença estrangeira
LINDB Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal Superior Tribunal de Justiça..
Soberania Nacional
LINDB Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Autoridade consular brasileira
LINDB Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
Separação consensual e divórcio
LINDB Art. 18 § 1º  As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.  
LINDB Art. 18 § 2o  É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.  
CPC Art. 733.  O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiveremassistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Antinomias jurídicas
É a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto.
Formas de solução
(+fraco)
Critério cronológico: norma posterior prevalece sobre anterior;
Critério de especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;
Tratamento igual para os iguais. Art. 5º CF. Principiod a isonomia ou da igualdade.
Criterio hierárquico: norma superior prevaleve sobre norma inferior.
(+forte)
Classificação
Antinomia de 1º grau envolve um dos critérios acima.
Antinomia de 2º grau envolve 2 ou mais critérios acima.
Antinomia aparente: Solucionada com os critérios acima
Antinomia real: não pode ser solucionada com os critérios acima.
Solução de antinomias de 2º grau:
Aparente:
Norma especial anterior e norma geral posterior. Prevalece a especial anterior.
Real: Norma geral superior e norma especial inferior.
Devem ser considerados os arts. 4º e 5º da LINDB e 8º do CPC.

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