Buscar

A Reforma do Ensino

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

A REFORMA DO ENSINO
O momento presente vem demonstrando, pelos diferentes setores da vida nacional, significativas manifestações em prol da educação. Parece estar havendo a grande conscientização do peso da educação na nova realidade que vem remodelando o mundo.
O aperfeiçoamento educacional e cultural nunca foi tão necessário. Não basta a criança ser educada, ela tem que ser bem educada. Estamos vivendo um processo de revolução tecnológica industrial, que introduz mudanças rápidas e importantes nos métodos e na organização da produção. Não é o suficiente ajustar-se às mudanças do mercado de trabalho, é necessário acompanhar as variações rápidas dessas mudanças, visto que, em cada setor, a tecnologia da produção muda muito e rapidamente.
Por décadas, o País descuidou-se da educação de seu povo. Os alertas de educadores, de intelectuais, passavam como desapercebidos pelos governantes. Os ilustrados discursos políticos ficavam, grandemente, no papel, não se transmutavam em ações efetivas. A educação, relegada a um plano inferior, foi deteriorando-se, caindo na grave e significativa defasagem dos dias atuais. A escola, que deveria representar portas abertas à ascensão social, tornara-se obsoleta pelo de-sajuste entre sua fraca atuação e a alta competitividade do mercado de trabalho, que exige qualificação profissional.
A professora Luciana Velo, ganhadora do concurso “O professor escreve sua história”, desabafou, dizendo: “O professor é discriminado e tratado com descaso pelo governo e pela sociedade e não tem chance de evoluir”. Isso em 1997! A concepção em nada mudou!
Até ontem, a repercussão e as conseqüências dessa defasagem ti-
nham seu reflexo voltado, quase que exclusivamente, para o interior do País. Hoje, com a globalização, com o País plugado ao mundo, lidando com novos referenciais, o baixo nível de escolaridade de sua população afeta a sua imagem externa e a sua credibilidade. Os centros internacionais, com sua economia forte de mercado, regem, em massificação, destinos dos demais países, sendo mais prejudicados os que menos aparelhados estão.
Em tempos em que o conhecimento não tem fronteiras, não há como conviver com padrões de escolaridade baixos; são incompatíveis com essa realidade. No impacto da competitividade, o mercado já exige fluência em dois ou mais idiomas, conhecimentos aprimorados de informática e uma cultura geral ampla. O consultor francês Olivier Bertrand reforça esta análise, dizendo: “A competitividade das nações depende cada vez mais da qualidade de seus recursos humanos e não da quantidade de seus recursos naturais”.
No Brasil, as deficiências do sistema educacional perpassam os três níveis de ensino, atingindo o quarto grau, que é o da pós-graduação.
O modelo educacional do País é posto em cheque. O pensamento pedagógico vai para uma escola identificada com as necessidades presentes e futuras. Uma escola que promova o exercício simultâneo entre a área do saber e a do fazer, através de treinamentos operacionalizados pelos estágios. Uma escola que crie no jovem a mentalidade tecnológica e científica para que ele possa responder aos novos tipos de competitividade, adequando o ensino às exigências sociais.
A escola, como um todo, tem que se mobilizar, criar projetos renovados. Deve questionar-se: a que contexto e a que desafios históricos estou me prestando? Que tipo de profissional estou formando e para qual sociedade? Sem mudança, teremos dificuldade para competir no 
�
mercado globalizado do século XXI. 
A estagnação, a domestificação da escola levam ao insucesso, ao desemprego. O prof. Anísio Teixeira, em sua famosa palestra na Associação Brasileira de Educação (1952), alertava: “O que importa na cultura de um povo é o atrito, a oposição, pois esses são os elementos que promovem o revigoramento e a vida de suas instituições e maneira de ser”. 
Para que a reforma do ensino venha acontecer, para se alcançar a sonhada educação de qualidade, é essencial investir na qualificação docente, assistir o professor nas mudanças que venham a ocorrer. 
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), sancionada, pelo presidente da República, em 20 de dezembro de 1996, diz que “a União fiscalizará e avaliará o ensino em qualquer nível”. Com base na lei, o Ministério da Educação (MEC), utilizando-se de duas ferramentas básicas – a estatística e a avaliação – avaliou o ensino fundamental e o ensino médio. Através do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) – que é uma avaliação processual, contínua do sistema – revelou ao País uma escola decadente, uma safra enfraquecida, com frutos doentes, reveladores da doença da árvore. Era preciso adubar a terra, refortalecer o tronco, recuperando os frutos. Deslocou-se, então, do aluno o foco do problema e passou-se a corrigir as falhas do sistema.,
Já em 1997, iniciava-se a reforma do ensino e as mesmas estratégias utilizadas para a visão inicial – estatística e avaliação – demonstram, hoje, que a safra não robusteceu, que a árvore continua doente, alguns poucos ramos enverdeceram, mas, no conjunto, secaram ainda mais.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC), ao avaliar o ensino mé-
dio, deu início ao projeto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um exame nacional de final desse ensino, que tem o propósito de verificar as habilidades e as competências do aluno adquiridas no final desse grau e oferecer, também, um outro critério de seleção ao ingresso do aluno à universidade. A nova lei abre possibilidades de as instituições encontrarem seus próprios caminhos para o acesso ao ensino superior. 
Instituiu o Exame Nacional de Cursos (ENC), o provão, em que, através do desempenho dos alunos, avalia a qualidade do ensino superior, o 3.º grau. Esse exame serviria de base para a concessão do recadastramento dos cursos superiores, a cada 5 anos.
O MEC formulou as “Diretrizes Curriculares Nacionais” (DCN), que fixam o currículo mínimo obrigatório e a carga horária a ser seguida para todas as escolas do território nacional. As diretrizes foram apresentadas, ao Sistema de Ensino, pelo Conselho Nacional de Educação.
Buscando ajustar-se ao quadro social que se descortina, o currículo educacional brasileiro do ensino médio, com a nova lei, atrela, ao sistema básico de educação geral, um sistema diversificado de educação profissional. Passa a ser um currículo mais flexível, plural e includente, que dá ao aluno a opção de se aprofundar na preparação para o vestibular ou para o mercado de trabalho. A nova LDB separa o ensino técnico do ensino médio, até então funcionando de modo integrado. A Lei separa a parte acadêmica da parte profissional.
O MEC elaborou os “Parâmetros Curriculares Nacionais” (PCN), que são uma valiosa ajuda ao professor, em sala de aula. São uma referência nacional do que é uma boa escola, no dizer do então ministro Paulo Renato Souza. Os “Parâmetros Curriculares Nacionais” abordam currículos com conteúdos e métodos de ensino renovados que priorizam o raciocínio, que levam o aluno a “aprender a aprender”, onde informação e formação caminham em movimento circular. Abordam, entre outros, temas transversais, pluralidade cultural, mito da democracia racial.
Diferentemente das “Diretrizes Curriculares Nacionais”, os “Parâmetros Curriculares Nacionais” não têm caráter obrigatório; deixam, numa postura descentralizadora, espaço às realidades específicas dos estados, municípios e escolas.
No decorrer deste trabalho, daremos maiores detalhes às principais iniciativas tomadas pelo MEC na implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Clique para voltar ao sumário
�PAGE �1�
�PAGE �73�

Outros materiais