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Transplante de órgãos

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TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS
Ana Laura V. G. Araujo
Considerações preliminares
Princípios:
Beneficência: 
	Negativa: evitar o mal
	Positiva: fazer o bem
Respeito à pessoa:
	Privacidade
	Veracidade 
	Autodeterminação
	Voluntariedade 
Justiça
	Não-discriminação
	Alocação de recursos
Beneficência: relação risco-dano/benefício (GOLDIM)
Álcool e transplante de fígado
Não transplantar	transplantar só os regenerados	transplantar todos até os alcoolistas ativos
Riscos voluntários à saúde e transplantes (GOLDIM) 
Alcoolismo - fígado
Tabagismo - pulmão
Dieta - coração
Sedentarismo - coração
Estilo de vida - rins e pâncreas
Outras formas de obtenção de órgãos (GOLDIM)
Doação inter vivos
Pena de “doação compulsória”
Doação de anencéfalos
Uso de condenados à morte
Comercialização de órgãos
Outras espécies animais
Outras formas de tratar (GOLDIM)
Células-tronco somáticas
Células-tronco embrionárias
Legislação
CF, art. 199,§4º
CC, arts. 14 e 15
Lei 9434/97
CFM, Resolução nº 1.480/97
Código de Ética Médica, arts. 15, caput; 43 a 46
Constituição Federal
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
[...]
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Decisões do STF (“A Constituição e o Supremo", in http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp#visualizar)
Nota: O Plenário do STF, no julgamento da ADI 3.510, declarou a constitucionalidade do art. 5º da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), por entender que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana.
 
"O § 4º do art. 199 da Constituição, versante sobre pesquisas com substâncias humanas para fins terapêuticos, faz parte da seção normativa dedicada à ‘Saúde’ (Seção II do Capítulo II do Título VIII). Direito à saúde, positivado como um dos primeiros dos direitos sociais de natureza fundamental (art. 6º da CF) e também como o primeiro dos direitos constitutivos da seguridade social (cabeça do artigo constitucional de nº 194). Saúde que é ‘direito de todos e dever do Estado’ (caput do art. 196 da Constituição), garantida mediante ações e serviços de pronto qualificados como ‘de relevância pública’ (parte inicial do art. 197). A Lei de Biossegurança como instrumento de encontro do direito à saúde com a própria Ciência. No caso, ciências médicas, biológicas e correlatas, diretamente postas pela Constituição a serviço desse bem inestimável do indivíduo que é a sua própria higidez físico-mental." (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29-5-2008, Plenário, DJE de 28-5-2010.)
********
“O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em arguição de descumprimento de preceito fundamental ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), a fim de declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP. (...) No tocante ao argumento de possibilidade de doação de órgão dos anencéfalos, asseverou que não seria dado invocá-lo em prol da proteção destes, por ser vedado obrigar a manutenção de gravidez apenas para viabilizar a doação de órgãos, sob pena de se coisificar a mulher e ferir a sua dignidade, bem como por se revelar praticamente impossível o aproveitamento dos órgãos dos fetos em questão. Expôs que a mulher, portanto, deveria ser tratada como fim em si mesma, e não sob perspectiva utilitarista, como instrumento para geração de órgãos e posterior doação. Recordou haver autorização pelo CFM quanto ao transplante de órgãos de anencéfalos (Resolução 1.752/2009), porém, o Parecer 24/2003, do qual teria decorrido a resolução, a indicar a inutilidade desses órgãos, em razão de hipoxemia. Nesse aspecto, mencionou que a solidariedade não poderia ser utilizada para fundamentar a manutenção compulsória da gravidez de feto anencefálico e que a doação seria ato intrinsecamente voluntário, jamais imposto, pelo que qualquer restrição aos direitos da gestante sobre o próprio corpo retiraria toda a magnitude do ato de doar órgãos, espontâneo em sua essência.” (ADPF 54, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12-4-2012, Plenário, Informativo 661.)
***********
"Lei 7.737/2004, do Estado do Espírito Santo. Garantia de meia entrada aos doadores regulares de sangue. Acesso a locais públicos de cultura esporte e lazer. (...) A Constituição do Brasil em seu art. 199, § 4º, veda todo tipo de comercialização de sangue, entretanto estabelece que a lei infraconstitucional disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a coleta de sangue. O ato normativo estadual não determina recompensa financeira à doação ou estimula a comercialização de sangue. Na composição entre o princípio da livre iniciativa e o direito à vida há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário." (ADI 3.512, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-2-2006, Plenário, DJ de 23-6-2006.)
Direitos da personalidade - CC, arts. 14 e 15
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
�
Obs.: características ou regime jurídico dos direitos da personalidade (CC, art. 11):
Absolutos (oponíveis erga omnes);
Extrapatrimoniais;
Perpétuos (vitalícios);
Intransmissíveis;
Irrenunciáveis;
Indisponíveis;
Ilimitados;
Impenhoráveis;
Imprescritíveis.
2.2.a. Interpretação: art. 14 do CC & art. 4º da Lei 9.434/97 
Relevância da vontade do de cujus – arts. 14 e 1857, §2º, ambos do CC
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
O § 2º, do art. 1857 do CC dispõe:
“São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas tenha se limitado.”
Direitos da família - art. 4º da Lei 9.434/97
Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (grifei)
Linha reta: ascendente (pais, avós, bisavós etc.) e descendente (filhos, netos, bisnetos etc.)
Linha colateral: irmão (segundo grau); sobrinho e tio (terceiro grau); primo, tio-avô e sobrinho-neto (quarto grau)
Quem decide?
Paciente & cônjuge/parente
Enunciado 277 do Conselho da Justiça Federal (doutrina):
“O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.” 
Lei 9434/97
Capítulo I – disposições gerais (arts. 1º e 2º)
Disposição gratuita
Não estão compreendidos entre os tecidos: sangue, esperma e óvulo
Local: estabelecimento público ou privado
Quem: equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante autorizados
Testes de triagem para diagnóstico de infecção e infestação
Capítulo II – disposição post mortem(arts. 3º- 8º)
Diagnóstico da morte encefálica (2 médicos não participantes das equipes de transplante e critérios clínicos)
Possibilidade da presença do médico de confiança da família
Arquivamento de prontuários e/ou laudos dos exames e cópias dos documentos (período mínimo de 5 anos)
Envio de relatório anual
Autorização do cônjuge ou parente até 2º grau inclusive
Remoção de órgãos, tecidos etc. de incapaz: autorização de ambos os pais ou responsáveis legais
Vedação da retirada de órgãos, tecidos etc.: se pessoa não identificada
Autorização do patologista responsável: se causa mal definida da morte 
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Capítulo III – disposição inter vivos (art. 9º)
Capacidade civil
Transplante em cônjuge ou parentes consangüíneos até 4º grau
Autorização judicial: para qualquer outra pessoa (exceto no caso de medula óssea)
Requisitos: órgãos duplos, parte de órgãos, tecidos ou partes do corpo desde que sem risco para a integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável e corresponda a uma necessidade terapêutica)
Autorização por escrito (de preferência) e diante de testemunhas
Revogabilidade da doação
Incapacidade do doador: 
compatibilidade imunológica comprovada
transplante de medula óssea
consentimento dos pais ou responsáveis
não oferecer risco à saúde (incapaz ou feto)
Autotransplante: consentimento do próprio indivíduo ou de seus responsáveis legais (se incapaz)
Informações sobre doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário durante pré-natal e no momento do parto
Capítulo IV – disposições complementares (arts. 10-13)
Consentimento informado (livre e esclarecido) expresso:
do receptor inscrito em lista única de espera
um de seus pais ou representantes legais
 Inscrição: não gera direito subjetivo a indenização (alteração do estado dos órgãos, tecidos etc. ou acidente em seu transporte)
Vedação: 
publicidade de estabelecimentos autorizados 
apelo público (para pessoa determinada/para arrecadação de fundos para financiamento de transplante em benefício de particulares)
Realização de campanhas de esclarecimento público
Notificação compulsória do diagnóstico de morte encefálica (às centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos)
Permissão da entrada e oferecimento de apoio operacional às equipes médico-cirúrgicas – se o estabelecimento não for autorizado 
Capítulo V – sanções penais (arts. 14-20) e administrativas (arts. 21- 23)
DOS CRIMES:
Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei (reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa). Se o crime é: 
cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe (reclusão, de 3 a 8 anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa);
praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido: incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; perigo de vida; debilidade permanente de membro, sentido ou função; aceleração de parto (reclusão, de 3 a 10 anos, e multa, de 100 a 200 dias-multa);
praticado em pessoa viva e resulta para o ofendido: incapacidade para o trabalho; enfermidade incurável; perda ou inutilização de membro, sentido ou função; deformidade permanente; aborto (reclusão, de 4 a 12 anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa);
praticado em pessoa viva e resulta morte (reclusão, de 8 a 20 anos, e multa de 200 a 360 dias-multa).
Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano ou promover, intermediar, facilitar ou auferir qualquer vantagem com a transação (reclusão, de 3 a 8 anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa);
Realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei (reclusão, de 1 a 6 anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa);
Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei (reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa);
Realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo único (detenção, de 6 meses a 2 anos);
Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados (detenção, de 6 meses a 2 anos)
Publicar anúncio ou apelo público em desacordo com o disposto no art. 11(multa, de 100 a 200 dias-multa).
Das Sanções Administrativas
Desautorização temporária ou permanente do estabelecimento de saúde e das equipes médico-cirúrgicas envolvidas (crimes: arts. 14, 15, 16 e 17);
Multa (200 a 360 dias-multa) - se a instituição particular;
Suspensão temporária ou definitiva das atividades: se reincidência, sem direito a qualquer indenização ou compensação por investimentos realizados;
Proibição de contratar ou celebrar convênios com entidades públicas, bem como de obter benefícios de créditos oriundos de instituições governamentais ou daquelas em que o Estado é acionista, pelo prazo de cinco anos.
Multa, de 100 a 200 dias-multa:
se deixar de manter em arquivo relatórios dos transplantes realizados
não enviar os relatórios ao órgão de gestão estadual do Sistema único de Saúde;
deixar de fazer as notificações compulsórias proibir, dificultar ou atrasar as hipóteses definidas no art. 13, em seu parágrafo único; 
Multa e desautorização temporária ou permanente da instituição: se reincidência;
Multa ou suspensão, até trinta (30) dias ou cassação; detenção: se a empresa de comunicação social que veicular anúncio em desacordo com o disposto no art. 11.
Capítulo VI – disposições finais (art. 25) – cláusula de encerramento
Resolução do Conselho Federal de Medicina n. 1.480/97
Morte encefálica: conseqüência de processo irreversível e de causa conhecida 
Critérios para diagnóstico de morte encefálica (art. 3º da Lei de Transplante) - parâmetros clínicos:
coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e apneia;
avaliações clínicas necessárias - intervalos mínimos entre as duas:
de 7 dias a 2 meses incompletos - 48 horas
de 2 meses a 1 ano incompleto - 24 horas
de 1 ano a 2 anos incompletos - 12 horas
acima de 2 anos - 6 horas
exames complementares durante intervalos de tempo variáveis, que serão utilizados por faixa etária, para constatação de morte encefálica que deverão demonstrar de forma inequívoca:
ausência de atividade elétrica cerebral ou,
ausência de atividade metabólica cerebral ou,
ausência de perfusão sangüínea cerebral.
Comunicação da morte encefálica aos responsáveis legais do paciente, se houver, e à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos a que estiver vinculada a unidade hospitalar;
Registro dos dados clínicos e complementares observados quando da caracterização da morte encefálica ("termo de declaração de morte encefálica");
 O Termo de Declaração de Morte Encefálica, devidamente preenchido e assinado, e os exames complementares utilizados para diagnóstico da morte encefálica deverão ser arquivados no próprio prontuário do paciente.
�
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 15. Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética.
Capítulo VI
DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS
É vedado ao médico:
Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante.
Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de órgãos.
Art. 45. Retirar órgão de doadorvivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei.
Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou  de tecidos humanos.
	
Morte e morte encefálica
3.1. Morte
Morte pode ser definida como sendo o cessar irreversível de (http://www.bioetica.ufrgs.br/morte.htm):
do funcionamento de todas as células, tecidos e órgãos;
do fluxo espontâneo de todos os fluídos, incluindo o ar (“último suspiro”) e o sangue;
do funcionamento do coração e pulmões;
do funcionamento espontâneo de coração e pulmões;
do funcionamento espontâneo de todo o cérebro, incluindo o tronco cerebral (morte encefálica);
do funcionamento completo das porções superiores do cérebro (neocórtex);
do funcionamento quase completo do neocórtex;
da capacidade corporal da consciência.
3.2. Morte encefálica
1960: Parada cardíaca (restritiva)
1968: comitê ad hoc da Escola de Medicina de Harvard – quatro exigências:
ausência de responsividade cerebral
ausência de movimentos induzidos ou espontâneos
ausência de respiração espontânea (uso de ventilador)
ausência de reflexos do tronco encefálico
Realização de exames durante o período de 24h – verificar a persistência dessa condição 
Não há morte encefálica – simulam a morte:
hipotermia
intoxicação por drogas
 
Morte encefálica:
Morte do tronco encefálico – paciente irreversivelmente inconsciente, com apneia irreversível e perda irreversível dos reflexos do tronco encefálico.
Morte cerebral – partes ou todo o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte ou bulbo) e ainda o cerebelo podem funcionar (estado vegetativo persistente ou morte neocortical) – perda das funções nobres do encéfalo.
�
O sucesso dos processos depende do tempo decorrido entre a morte encefálica do doador e a operação no receptor, variável de órgão para órgão, conforme indicado abaixo. 
TR: Tempo máximo para retirada após a morte encefálica do doador 
TC: Tempo máximo de conservação após a parada cardíaca
 
Consentimento informado ou livre e esclarecido (autonomia) - ato revogável:
Fornecimento de informações
Compreensão
Voluntariedade
Consentimento
Consentimento presumido para doação de órgãos
“Esta abordagem baseia-se no princípio de que todo cidadão é doador de órgão, por definição. Esta abordagem possibilita que as equipes de saúde retirem os órgãos de cadáveres, no momento da morte, aumentando, assim, as chances de sucesso no transplante. O consentimento presumido pode ser subdividido em dois tipos o forte (Áustria, Dinamarca, Polônia, Suíça e França), ou também chamado de amplo, e o fraco ( Brasil [até 2001], Finlândia, Grécia, Itália, Noruega, Espanha e Suécia). O consentimento presumido forte possibilita que o médico retire órgãos de todo e qualquer cadáver, enquanto que o fraco apenas dos que não declararam objeção a este procedimento.” (GOLDIM, http://www.bioetica.ufrgs.br/trancpre.htm)
Transplantes, Consentimento e Crime
Dr. José Geraldo V. Taborda
Explica que atualmente constitui “crime o fato de se praticar um ato médico sem o devido consentimento esclarecido do paciente. Isto quer dizer que, além da eventual responsabilização cível (através de indenização), ou da perante o tribunal ético, o profissional estaria sujeito ainda a um terceiro tipo de processo, que poderia redundar em pena privativa de liberdade. Da leitura da mencionada lei, constata-se que seu artigo 18 prevê a pena de ‘detenção de seis meses a dois anos’ a quem ‘realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo único’. O artigo 10, por sua vez, determina que o ‘O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, após o aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento’. E o parágrafo único: ‘Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida de sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais’. Trocando em miúdos: transplante sem consentimento esclarecido por escrito do receptor, ou de seu representante legal, é passível de cadeia. Não esquecer, ainda, que consentimento esclarecido não é um mero papel assinado pelo interessado dizendo que concorda com o procedimento. É muito mais: exige informações amplas, claras, honestas e acessíveis; exige a compreensão plena de quem as recebe; exige ausência de vício de vontade. O documento escrito é, pois, tão somente uma formalização de algo que ocorreu (o consentimento) e, não, o consentimento em si." (http://www.bioetica.ufrgs.br/taborda.htm)
Doação de órgãos de anencéfalos 
Doação não permitida
Doação imediata
Doação como outra qualquer
Como a decisão do STF na ADPF 54 pode repercutir na questão dos transplantes?
Notícia de 1998, publicada em O Globo 11/02/1998:70 (anterior à ADPF 54)
Conselho decidirá se mulher pode doar órgãos de filho que nascerá sem cérebro
SÃO PAULO. Apenas um mês e meio depois da entrada em vigor da Lei de Doação de Órgãos Presumida, os especialistas em ética e transplantes de São Paulo foram surpreendidos por uma situação não prevista em qualquer legislação sobre o assunto. A exemplo do que aconteceu na Itália, uma empresária paulista de 40 anos, identificada apenas como Inês, grávida de quatro meses e meio de um bebê com anencefalia - ausência de cérebro - decidiu ter o filho com o objetivo de destinar todos os seus órgãos para transplantes.
Consultada pela família, a Central de Transplantes informou que a doação não seria aceita e o caso foi parar no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), onde seria analisado na noite de ontem pelos 40 conselheiros. O relator do processo e professor de Medicina Legal da Universidade de São Paulo, Marco Segre, se disse favorável à conclusão da gravidez e doação dos órgãos da criança.
A mãe, que teve outro filho com a mesma deficiência há dez anos, procurou o Cremesp há duas semanas depois de ver na televisão as reportagens sobre o bebê italiano Giuseppe. Ela decidiu manter a gravidez de risco e doar os órgãos da criança. Seu marido procurou o Ministério da Saúde e a Central de Transplantes e acabou protocolando um pedido de parecer sobre o caso no Cremesp.
- Eu não vejo qualquer impedimento, mesmo porque a Justiça de São Paulo já tem precedentes de conceder até mesmo autorizações de aborto para esses casos. Se a criança pode ser considerada inapta para a vida pela Justiça a ponto de ser aceito o aborto, não vejo razões para que não forneça órgãos para transplante se essa é a vontade dos pais - afirmou Segre.
O médico reconhece que na sua avaliação do caso não levou em conta qualquer impedimento técnico, principalmente no caso da má-formação, mesmo porque em sua opinião isso é um caso a ser avaliado depois de discutido se o bebê pode ou não ser doador. O presidente do Cremesp, Pedro Paulo Monteleone, no entanto, declarou que a opinião de especialistas em neonatologia e transplantes será levada em conta na decisão do conselho. Segundo Monteleone, o principal problema de se fundamentar uma decisão está no consenso de que não há meios para se fazer qualquer diagnóstico de morte encefálica em crianças com menos de sete dias ou prematuras, o que é observado na lei, que estabelece esse limite para doações.
- Se eu pudesse dar um recado a essa mãe é que vá viver a vida dela e esqueça esse assunto da forma mais rápida possível. Esse processo de decisão vai ser longo, polêmico e principalmente doloroso para ela, que corre o risco de ver rejeitada sua oferta - afirmou o coordenador da Central de Transplantes do Estado, Agenor Ferraz.
Segundo Ferraz, em 21 de janeiro, ele aproveitou uma assembléia do Cremesp para cobrar uma regulamentação sobre os casos de anencefalia. Há dois meses na coordenação do principal órgãode captação e destinação de órgãos no estado, Ferraz ficou surpreso com o número de casos de notificações de bebês que nascem sem cérebro. De acordo com ele, em apenas dois meses foram seis casos. Por falta de regulamentação específica, todos foram recusados.
- Não há meios se constatar a morte cerebral pelos nossos padrões, já que sequer existe cérebro para ser analisado. Qualquer intervenção nessa criança poderia ser caracterizado como eutanásia. E depois nem temos tantos receptores compatíveis com órgão tão pequenos como os desses bebês. Em São Paulo, entre os 2.800 pacientes que precisam de transplantes de rim, 115 de coração e 500 de fígado, apenas cinco são crianças - disse Ferraz.
Ele relembrou o caso do bebê italiano. Apenas o coração foi transplantado, numa cirurgia de risco. O menino que recebeu o órgão acabou morrendo depois de passar 11 dias internado.
�
Contraponto: “DOAÇÃO DE ÓRGÃOS DE ANENCÉFALOS” (artigo escrito em data anterior à da ADPF 54)
 Prof. Genival Veloso de França (http://www.bioetica.ufrgs.br/doaderg.htm#genival)
É licita a retirada de órgãos e tecidos de crianças anencéfalas para transplantes após seu nascimento a termo?
Mesmo que haja o comovente gesto do consentimento materno da criança que vai nascer com esta alteração, é discutível a legalidade e a eticidade daquela conduta, principalmente se levarmos em conta os critérios adotados para o conceito de morte.
Os defensores da utilização de órgãos dos bebês anencéfalos, após o nascimento, admitem não ser necessário esperar a morte do tronco cerebral e a cessação da vida vegetativa autônoma, pois as crianças sem cérebro já foram consideradas cientificamente sem vida e incapazes de existir por si só, quando das sentenças repetidas dos magistrados ao se pronunciarem autorizando o aborto. Muitos chegam até a considerar o anencéfalo como uma criança morta.
Por outro lado, existem, mesmo entre os neurologistas, aqueles que asseguram haver atividade do tronco cerebral nos anencéfalos, os quais sobrevivem por algum tempo mantendo a respiração, os movimentos e a sugação.
A situação torna-se menos delicada quando se sabe que essas crianças, ainda que assegurada uma certa assistência, não apresentam condições para sobreviver por tempo razoável.
Diz-se que a retirada de órgãos de um recém nascido anencéfalo é uma questão que já está contemplada na nossa legislação. No entanto, não podemos esquecer que a norma alusiva à utilização de órgãos e tecidos humanos para transplantes faz referência à morte encefálica, traduzida pelos critérios adotados pelo Conselho Federal de Medicina.
Todo problema está aí. Saber se as condições neurofisiológicas de uma criança que nasce sem parte do cérebro são as mesmas dos critérios apontados pela Resolução do CFM, a qual é clara no que diz respeito á morte ou à falência absoluta e irreversível do tronco cerebral.
Um conceito de morte, sob o ponto de vista biológico, deve estar fundamentado num fato que tenha uma linha divisória irreversível e precisa, marcada por parâmetros semiológicos e técnicos, onde fique bem claro se um indivíduo está vivo ou morto, tudo isso sem qualquer abstração de ordem metafísica.
Diagnosticar a morte não é apenas comprovar a morte de um órgão, mesmo sendo ele importante para a vida. É muito mais comprovar a ausência de funções vitais que evidenciar danos estruturais ou orgânicos.
Alguns princípios tornam-se muito delicados a partir do momento em que tratamos das exceções, transformando-as em "casos especiais" e criando para cada uma delas regras casuística, tão-só para resolver interesses imediatos.
Os anencéfalos nascidos vivos, ainda que tendo uma atividade cerebral muito reduzida, apresentam manifestações de vida organizada e, por isso, dentro dos critérios atuais, seria difícil considerá-los em morte encefálica. Esta, por sua vez, não é um tipo ou uma condição especial de morte, mas um estado definitivo de morte.
E mais. Com certeza, quando essas crianças nascerem serão transferidas para as unidades de cuidados intensivos, submetidas à ventilação eletiva como potenciais doadoras de órgãos, até se encontrar um receptor ideal, nos moldes de verdadeiros armarinhos de estruturas humanas.
Enfim, resta saber se é possível reformular os critérios atuais da definição de morte, considerando-a como a perda irreversível das funções cerebrais superiores, sem levar em conta as funções do tronco cerebral. Isto, no entanto, não deixa de ser temerário - mudar em sentido permissivo, apenas para atender situações limitadas e esporádicas na utilização de estruturas humanas para transplantes. Ou entender que a retirada de órgãos de anencéfalos já acata as recomendações hoje adotadas no protocolo de morte encefálica de recém-nascidos. Ou, finalmente, se tais procedimentos estão ultrapassando os limites tolerados pela ética e pela lei. Dizer, no entanto, que o anencéfalo está mais ou menos morto, é um argumento no mínimo duvidoso. 
Prof. Genival Veloso de França é ex-professor titular da Universidade Federal da Paraíba e  Membro Titular da Academia Internacional de Medicina Legal e Social 
Doação e condenados
Apropriação de órgãos de condenados à morte
China
Comercialização de Órgãos - Índia e China
		Compra e venda de órgãos 
		Apropriação – prisioneiros
Doação compulsória
Pena de “doação compulsória”
	Projeto de lei apresentado e arquivado em 2004
	Dois ou mais homicídios com pena superior a 30 anos de reclusão
Rim, pulmão, córnea, 1/3 do fígado ou medula óssea “a escolha do órgão a ser compulsoriamente doado 	dependerá da necessidade das filas de transplante e 	da compatibilidade entre doador e receptor”
Diminuição de penas
PROJETO DE LEI Nº 2307/2001
EMENTA: DISPÕE SOBRE A DIMINUIÇÃO DAS PENAS DOS CONDENADOS COM SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADA, QUE FIZEREM A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS.
Autor(es): Deputado APARECIDA GAMA
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 RESOLVE:
Art. 1º - Ficam os condenados com sentença transitada em julgada, que fizerem doação de órgãos ao Estado, beneficiados com a diminuição de suas penas em até 1/3.
Art. 2º - Estas doações ficarão sujeitas à supervisão da Secretaria de Estado de Saúde.
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor no ato de sua publicação, revogadas às disposições em contrário. 
Plenário Barbosa Lima Sobrinho, em 06 de Junho de 2001.
APARECIDA GAMA
Deputada Estadual
JUSTIFICATIVA
O objetivo dessa Lei é agilizar a lista de espera de recebedores de órgãos, haja visto que, existe um número bastante grande de recebedores.
Com isso, o objetivo dessa Lei seria também a diminuição da criminalidade existente no Estado.
.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SECRETARIA DE ESTADO DE DIREITOS HUMANOS E SISTEMA PENITENCIÁRIO 
OFÍCIO SEDHUSP/GAB Nº 752 Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2001.
DESPACHO: A imprimir e anexe-se ao Projeto de Lei nº 2307/2001.
Em 18.09.2001.
DEPUTADO SÉRGIO CABRAL – PRESIDENTE 
Senhor Presidente,
Acusamos recebimento do Ofício GP nº 975 encaminhando cópia do Ofício CCJ nº 116/2001, versando sobre o projeto de lei, de autoria da Deputada Aparecida Gama, dispondo sobre diminuição de penas dos condenados com sentença transitada em julgado.
Remetida a matéria para apreciação da Assessoria Jurídica, desta Pasta, o ilustre Assessor entendeu que há incompatibilidade com o artigo 22 da Constituição Federal, merecendo veto total. Segue cópia de seu parecer.
Por outro lado, o Senhor Subsecretário de Direitos Humanos, Professor Joel Rufino, teceu, sobre o assunto, algumas considerações e questionamentos que consideramos válidos, razão pela qual remetemos, em anexo, cópia de seu entendimento.
Atenciosamente,
JOÃO LUIZ DUBOC PINAUD
Secretário de Estado de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário
Ilmo. Sr. Assessor-Chefe
O presente Projeto de lei de Nº 2307/2001 vem à esta Assessoria Jurídica para análise e parecer. Trata-se de DIMINUIÇÃO DAS PENAS DOS CONDENADOS COM SENTENÇA TRANSITADAEM JULGADA, QUE FIZEREM DOAÇÕES DE ÓRGÃOS.
Pretende o nobre parlamentar propor diminuição em até 1/3 (um terço) das penas dos condenados que fizerem a respectiva doação de órgãos ao Estado.
Preliminarmente, há incompatibilidade com a norma constitucional do artigo 22 da Constituição da República.
Tendo em vista que compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal e Processual.
Destarte, opina este setor jurídico pelo veto total pelo vício de forma supracitado.
Por derradeiro ficará ao alvedrio do Sr. Governador deste Estado decidir pela pertinência material do aludido Projeto.
Ao superior entendimento do Sr. Secretário de Estado de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário.
Este é o nosso entendimento, salvo melhor juízo.
Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2001.
MAURÍCIO JORGE MOTA
Assessor – Chefe / SEDHSP / ASJUR
Excelentíssimo Senhor Secretário,
Trata-se o relatório do Projeto de lei nº 2307/2001, de autoria da Deputada Aparecida Gama que dispõe sobre a diminuição das penas dos condenados que fizerem doação de órgãos.
Considerando a importância da matéria e, por assim ser, o cuidado que sua análise requer, alguns esclarecimentos se tornam necessários.
Importa saber por exemplo, se as doações a que se refere o Projeto de Lei serão feitas em vida. Se forem, que órgãos seriam passíveis de doação sem prejuízo ao doador? Causa, no mínimo, estranheza a possibilidade de um cidadão em cumprimento de pena abrir mão de um rim, ou de uma córnea, para ter sua pena reduzida.
Por outro lado, se estivermos falando da doação de órgãos conforme legislação vigente, ou seja, quando constatada a morte cerebral e por opção do doador, ainda assim os resultados da proposta seriam duvidosos, de vez que a opção de doação pode ser revista a qualquer tempo e o apenado, ao ser colocado em liberdade, pode perfeitamente rever a sua condição de doador.
Outra questão a ser considerada é a estrutura de que dispomos nos setores de saúde e no sistema penitenciário, para viabilizarmos a proposta. São muitas as dificuldades com as quais nos deparamos diariamente em nossas Instituições e mesmo seriamente comprometidos e empenhados na melhoria dos serviços prestados à comunidade, não podemos deixar de nos acautelar. Estamos tratando com vidas humanas e como falar em mecanismos desta natureza, que sejam compatíveis com a realidade brasileira, sem pensar em possibilidades reais de incorrermos em equívocos que possam causar sérios prejuízos à vida de nossos cidadãos?
Importa também considerar o caráter legal da proposta da ilustre Deputada. De que forma poderíamos viabilizar a redução de pena, se estamos falando em Projeto de lei em nível estadual e a fixação de mínimos e máximos de penas é de competência Federal? Não haveria antes a possibilidade de encaminhamento do assunto para estudos em instâncias de nível Federal e que envolvessem todos os setores no âmbito da proposta?
Enfim, Senhor Secretário, não me sinto à vontade para opinar sobre o assunto. Pelo menos, não da forma como nos foi apresentado. Sugiro pois, solicitar os esclarecimentos mencionados no corpo do relatório, com minhas escusas, ao Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Senhor Sérgio Cabral e à ilustre Deputada Aparecida Gama.
É o relatório que passo à apreciação de Vossa Excelência.
JOEL RUFINO DOS SANTOS
Subsecretário de Direitos Humanos
09/11/2010 13:26
Projeto prevê redução de pena de preso doador de órgãos
Arquivo - J. Batista
Edigar Mão Branca: medida visa despertar sentimento de solidariedade nos condenados.
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 6794/10, do ex-deputado Edigar Mão Branca (PV-BA), que estabelece redução de pena para preso doador de órgãos. O objetivo da proposta, segundo o autor, é incentivar a doação de órgãos e despertar no condenado o sentimento de solidariedade.
"O preso que doa órgão evidencia, com essa atitude, um espírito de solidariedade e respeito à vida, o que mostra a sua disposição em reintegrar-se ao convívio social como pessoa de bem, disposta a se sacrificar pelo bem-estar de outros cidadãos", argumenta Mão Branca.
De acordo com o projeto, o juiz poderá descontar entre 1/6 e 1/3 da pena do preso que desejar doar órgãos, de acordo com a natureza da doação. O período determinado pelo juiz será considerado como pena cumprida.
Tramitação
O projeto, que está apensado ao PL 1321/03, do ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), será votado pelo Plenário. O projeto de Costa Neto, que também reduz a pena do condenado de 20% a 50% mediante doação de órgãos para transplante, já foi rejeitado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/DIREITO-E-JUSTICA/151003-PROJETO-PREVE-REDUCAO-DE-PENA-DE-PRESO-DOADOR-DE-ORGAOS.html)
Xenotransplante 
	Direitos dos Animais
Notícias diversas
Caso
Doação Inter vivos Relacionada - Pai e Filha
José Roberto Goldim
Uma paciente de cinco anos de idade com insuficiência renal progressiva não tem conseguido se adaptar bem à hemodiálise crônica. A equipe médica está considerando a possibilidade de realizar um transplante renal, mas a sua probabilidade de sucesso, neste caso, é "questionável". Contudo, existe uma "possibilidade clara" de que o rim transplantado não seja afetado pela doença existente. Os pais da paciente concordam com a possibilidade de realizar o transplante, mas um obstáculo adicional é apresentado: a paciente tem características de histocompatibilidade difíceis de serem encontradas em um doador. A equipe médica não cogita a possibilidade de utilizar os rins das duas irmãs, pois tem dois e quatro anos, respectivamente, sendo muito pequenas para doarem seus órgãos. A mãe, quando testada, demonstrou que não é histocompatível. O pai, além de ser histocompatível, possui características anatômicas circulatórias que favorecem o transplante.
Em uma consulta, realizada apenas com a presença do pai, o nefrologista dá a conhecer os resultados dos exames e comenta que o prognóstico da paciente é "incerto". Após refletir, o pai decide que não deseja doar seu rim à filha. Ele tem várias razões para isto, tais como: medo da cirurgia de retirada do rim; falta de coragem; o prognóstico "incerto", mesmo com o transplante; a possibilidade, ainda que remota, de obter um rim de doador cadáver; e o sofrimento que sua filha já passou. O pai solicitou ao médico que "diga a todos os demais membros da família que eu não é histocompatível". Ele tem medo de que se os membros de família souberem a verdade, o acusarão de intencionalmente deixar a sua filha morrer. Ele acredita que contar a verdade poderá provocar a desestruturação de toda a sua família. O médico, que ficou em uma situação incômoda, após ter refletido sobre os pontos envolvidos, concordou em dizer à esposa que "por razões médicas, o pai não podia doar o rim”. (http://www.bioetica.ufrgs.br/casotran.htm)
	Folha de São Paulo, 25/03/2011 - 08h41
Com órgãos já "doados", homem se mexe na maca em hospital de SP
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
A família de um homem vítima de um tiro na cabeça afirma que já havia até autorizado a doação dos órgãos quando, surpresos, foram informados de que, na verdade, ele não havia morrido.
Eles contam que o cobrador Hamilton Souza Maia, 43, foi diagnosticado com morte cerebral num hospital de São Paulo e, no dia seguinte, moveu as pernas, a cabeça e levantou uma mão.
Os movimentos chegaram a ser classificados como "reflexos" pelos enfermeiros. Horas mais tarde, porém, três médicos afirmaram que Maia, internado desde terça no hospital municipal José Storopolli, conhecido como Vermelhinho, estava vivo.
"Já estava com a sala do velório agendada quando vi a cena e tive a informação. Estou chocada", diz a mulher do cobrador, a dona de casa Eva Vilma Souza Maia, 48.
Eduardo Knapp/Folhapress
Eva Vilma e o filho Luis Gustavo deixam hospital após visitaro marido que se mexeu
após ser declarado morto
Atingido por um tiro por volta das 22h30 de terça, quando um ladrão tentou levar seu carro, o cobrador foi levado para o Vermelhinho, na Vila Maria, na zona norte.
Como não havia equipamentos de tomografia ali, ele foi encaminhado ao complexo hospitalar do Mandaqui, também na zona norte, onde passou pelo exame.
"Quando ele voltou de lá, o médico disse que a tomografia havia comprovado que ele teve morte cerebral. Até me pediram autorização para doar os órgãos e eu autorizei", afirma Eva.
Anteontem à tarde, ela recebeu a informação de que o marido estava vivo e reagia a impulsos. "O médico beliscou a mão dele e ele se mexeu. Fiz cócegas nos pés e ele reagiu", diz a dona de casa.
Apesar de responder a estímulos, o estado de saúde do cobrador ainda é gravíssimo, diz a família. O projétil está alojado em sua cabeça e ele perdeu massa encefálica.
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado de Saúde, órgão responsável pelo complexo hospitalar do Mandaqui, informou que o exame feito em Hamilton Souza Maia aponta que ele estava em coma irreversível. O órgão afirmou ainda que em nenhum momento usou o termo morte cerebral.
Já a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo hospital Vermelhinho, disse que abrirá uma investigação preliminar para apurar se houve falhas e se os procedimentos que devem ser adotados em casos de morte encefálica e de doação de órgãos foram seguidos corretamente pelos profissionais. (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/893793-com-orgaos-ja-doados-homem-se-mexe-na-maca-em-hospital-de-sp.shtml)
Menino de 10 anos no RJ é primeira criança do Brasil a ter coração artificial
Patrick Horta Alves fez a cirurgia há 15 dias.
Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, ele aguarda por um transplante.
Há 15 dias, o menino Patrick Hora Alves, de 10 anos, vive com um coração artificial, no Rio de Janeiro. Ele é a primeira criança no país a receber o dispositivo. A informação é do Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade, onde Patrick está internado.
O menino tem miocardia restritiva, uma doença que faz o coração ficar tão fraco que não consegue bombear o sangue. Por isso, ele teve que ser conectado ao coração artificial.
Só que, no caso dele, o dispositivo não pode ser usado por mais de três meses.
A notícia foi publicada nesta quarta-feira (6), no jornal O Globo.
Menino aguarda transplante
O menino agora aguarda por um transplante de coração. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o país há 230 pessoas na fila. O Instituo Nacional de Cardiologia informou que por conta da gravidade do caso de Patrick ele agora é o primeiro da fila no Brasil.
No caso de Patrick, por causa de sua idade, além de grupo sanguíneo compatível, o doador também precisa pesar, no máximo, entre 50 kg e 55 kg. A família dele é de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. 
(http://www.centromedicoalbertsabin.com.br/noticia/6/menino-de-10-anos-no-rj-e-primeira-crianca-do-brasil-a-ter-coracao-artificial)
publicado em 17/04/2011 às 07h58
Nasce na França 1º bebê graças a transplante de ovário
Transplante feito entre gêmeas idênticas não precisa de tratamento contra rejeição
Um transplante de tecido ovariano, realizado pela primeira vez na Europa, permitiu a uma francesa estéril dar à luz um bebê, anunciaram neste sábado (16) à AFP pelo médico Guy Kerbrat, ginecologista do Hospital de Parly II-Le Chesnay, nos arredores de Paris.
- Mãe e bebê estão bem. Victoria (2,850 quilos) nasceu por cesárea no dia 8 de março.
O professor Jacques Donnez, ginecologista da Universidade Católica de Louvain, em Bruxelas, realizou o transplante através de um "mini incisão" no abdômen.
- É a primeira vez no mundo em que é feito um transplante deste tipo entre gêmeas que sofrem de síndrome de Turner (anomalia cromossômica que afeta uma em cada 2.500 mulheres).
Também é a primeira vez que se realiza uma intervenção deste tipo na Europa, segundo a mesma fonte.
Em 2008, Susanne Butscher, de 39 anos, deu à luz uma menina em Londres depois de passar por um transplante de ovário procedente de sua irmã gêmea, mas esta operação foi realizada nos Estados Unidos pelo Dr. Sherman Silber, que posteriormente permitiu outros quatro nascimentos com um transplante entre gêmeas monozigóticas (idênticas), de uma mulher que sofria uma menopausa precoce, de acordo com Donnez.
Os transplantes entre gêmeas idênticas não precisam de um tratamento contra rejeição.
A paciente francesa sofria com uma menopausa precoce devido à síndrome de Turner, com ausência de ovários.
Poucos meses após o transplante, a paciente recuperou seu ciclo normal e depois ficou grávida naturalmente, sem recorrer à fertilização in vitro, disse à AFP o professor Donnez. (http://noticias.r7.com/saude/noticias/nasce-na-franca-1-bebe-gracas-a-transplante-de-ovario-20110417.html)
PROJETO DE LEI Nº 1869/2000 EMENTA: DISPÕE SOBRE O AUXÍLIO-FUNERAL À DOADORES DE ÓRGÃOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
Autor(es): Deputado APARECIDA GAMA
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESOLVE:
Art. 1º- Fica o Poder Público Estadual, Executivo, responsável pelo custeio integral das despesas de funerais de pessoas que em vida tenham autorizado a doação de órgãos.
PARÁGRAFO ÚNICO: Os custos dos funerais do que trata o “caput” desta Lei, será efetuado mediante confirmação da família do desejo, em vida do doador.
Art. 2º - O sepultamento deverá ocorrer em Cemitério indicado pelos familiares.
Art. 3º - As despesas decorrentes desta Lei, serão cobertas por dotação própria.
Art. 4º - Esta lei entrará em vigor em 1º de janeiro de 2001, revogue-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões, em 07 de Novembro de 2000.
APARECIDA GAMA
Deputada Estadual
JUSTIFICATIVA
Objetivando seja incentivado o aumento do número de doadores de órgãos no Estado, com o propósito de atender aos que estão, em fila, aguardando por um órgão, que lhes proporcionem uma vida mais salutar, considere-se que nem sempre as campanhas para doações são vistas com resultados animadores, se faz mister seja dado do doador e a família uma perspectiva de um sepultamento digno aos que se desprendem no gesto solidário ao fim da vida, fato esse gerado do amor ao próximo.
É portanto oportuna a Lei, além de trazer uma nova esperança aos que aguardam órgãos, dá a família do doador o apoio do Poder Público.
FOLHA DE SÃO PAULO, 03/02/2001 - 09h50
Homem que recebeu transplante de mão mandou amputá-la
	
	Clint Hallam, após receber a mão transplantada
da France Presse em Londres
O primeiro homem a receber uma mão transplantada, o neozelandês Clint Hallam, de 50 anos, teve a mão amputada ontem à noite, a seu pedido, em um hospital particular de Londres, disse hoje Nadey Hakim, médico britânico que fez as duas operações.
No dia 23 de setembro de 1998, Clint Hallam recebeu um transplante da mão direita.
"Hallam teve a mão direita amputada por mim ontem à noite em um hospital privado de Londres", disse Hakim, de 42 anos, sem revelar o nome do estabelecimento.
"Era necessário fazer a operação, pois o paciente havia parado com os medicamentos contra a rejeição há 60 dias e sua vida estava em perigo, devido aos riscos de septicemia (infecção generalizada)", explicou o cirurgião.
06/05/2009 - 09:22 (atualizada em 06/05/2009 09:35)
Paciente que passou pelo primeiro transplante de rosto dos EUA é apresentada
Connie Culp, de 46 anos, teve parte da face destruída em 2004 por um tiro disparado pelo marido; cirurgia realizada em dezembro fez ela voltar a falar, cheirar e sorrir
Da Redação, com AP
Connie Culp, antes e depois da cirurgia
A primeira pessoa a passar por um transplante de rosto nos Estados Unidos foi apresentada pela primeira vez ao público nesta quarta-feira (6).
A americana Connie Culp, de 46 anos, teve parte da face destruída por um tiro disparado pelo próprio marido em 2004. Como abala atingiu seu nariz, as bochechas, o maxilar e um olho de Culp, ela vivia com centenas de fragmentos do projétil e de ossos alojados no rosto. Para respirar, teve de ser feita uma abertura na traquéia.
Após passar por 30 procedimentos médicos nos últimos cinco anos, ela recebeu o transplante no dia 10 de dezembro do ano passado uma clínica de Cleveland. Hoje, Culp voltou a falar, sentir cheiros, provar alimentos e também sorrir. 
	
	Connie Culp, antes de levar o tiro
Em entrevista coletiva concedida nesta terça, a paciente agradeceu a equipe de médicos e pediu que não se julgue quem é desfigurado. “Quando alguém não é tão bonito quanto vocês, não o julguem, porque vocês nunca sabem o que aconteceu com elas”, afirmou Culp, que já foi chamada de “monstro” diversas vezes. (http://www.abril.com.br/noticias/mundo/paciente-passou-pelo-primeiro-transplante-rosto-eua-apresentada-468422.shtml)
Caso Baby Fae
José Roberto Goldim
Em 1984, uma paciente pediátrica, em estado terminal, por problemas cardíacos, recebeu um transplante de coração de babuíno no Loma Linda University Medical Center/EEUU. Os cientistas sabiam que o coração transplantado não poderia ajudá-la mais que alguns poucos dias. A paciente sobreviveu apenas 20 dias.
Este caso, apesar de não ter sido o primeiro xenotransplante realizado em seres humanos, desencadeou a discussão de inúmeras questões éticas. A utilização de um bebê em um experimento não terapêutico, pois a paciente não teria real benefício com o transplante, foi a primeira delas. Vários autores discutiram a validade de sacrificar um babuíno, sem que o resultado, já previsto, justificasse o ato. Com relação ao consentimento informado, dado pelos pais do bebê, chegou a haver uma investigação por um comitê do National Institutes of Health (NIH) sobre a validade do mesmo (sic). Outro ponto muito discutido foi o da ampla divulgação na imprensa leiga e a possível quebra de privacidade que ocorreu.
Bailey LL, Nehlsen C, Sandra L, Concepcion W, Jolley WB. Baboon-to-human cardiac xenotransplantation in a neonate. JAMA. 1985;254(23):3321-3329
Kushner TK, Belliotti R. Baby Fae: a beastly business. Journal of Medical Ethics 1985;11(4):178-183
http://www.bioetica.ufrgs.br/babyfae.htm
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CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 1997 
Itália atenta ao tráfico de órgãos
Polícia foi avisada sobre 'possível' entrada de órgãos humanos da América Latina, Albânia e África
Roma - O Ministério do Interior italiano enviou uma nota a todos os departamentos de Polícia para que acompanhem de modo especial 'um possível' tráfico de órgãos humanos, em particular provenientes da América Latina, Albânia e África. A nota foi confirmada por um funcionário do ministério. Ainda não há provas, acrescentou, nem algum caso específico, mas o objetivo é de que seja dada 'particular atenção' ao assunto.
O 'alerta', como foi definida a nota enviada pelo ministério, foi anunciado depois das informações divulgadas pela imprensa a respeito de denúncias de um possível tráfico de órgãos de crianças albanesas. A Polícia italiana recebeu outra nota do Ministério do Interior, 'confidencial', registrando o caso de uma criança albanesa encontrada numa praia do país com uma enorme cicatriz na altura dos rins - um deles teria sido provavelmente extirpado e exportado para outros lugares da Europa. A nota confidencial baseava-se em informações obtidas por soldados italianos que estavam na Albânia, como parte da operação internacional 'Alba'. Testemunhas dizem que a própria criança contou ter sido submetida a uma cirurgia para extrair um rim.
Órgãos adquiridos dessa forma seriam vendidos sem demora no mercado clandestino. A Itália já havia sido denunciada internacionalmente por sediar uma das bases clandestinas do tráfico de órgãos humanos, mas até agora nenhum caso foi provado. Em 1993, o deputado francês Leon Schwartzenberg denunciou a Itália pela adoção de mais de 4 mil crianças vindas do Brasil, entre 1988 e 1992, sem que se soubesse o paradeiro de 3 mil delas. Depois dessas denúncias, o governo italiano ordenou uma investigação oficial, demonstrando que os brasileiros adotados viviam regularmente com as novas famílias.
Especialistas rejeitam qualquer alarmismo, por qualificarem como bastante severas as leis italianas para adoção e transplante de órgãos. Mas em 11 de junho passado, um grupo de trabalho das Nações Unidas denunciou que, por trás das medidas de adoção na Itália, se comercializavam em nível internacional crianças da Somália, na África. Um informe do grupo, dirigido por Halima Embarek Warzazi, concluiu tratar-se de 'operações em grande escala'.
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