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Síntese - Reformas NCPC

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Resumo das Alterações e Novidades do NCPC
Tarcísio Barros Borges – Juiz Federal da 22ª Vara de Pernambuco 
NCPC – Lei 13.015/2015, com vigência em 18/03/2016: resumo das alterações e novidades
O NCPC está dividido em Parte Geral e Parte Especial, adicionando-se uma parte relativa às disposições gerais e transitórias (arts. 1.045 a 1.072).
A Parte Geral (arts. 1º a 317) envolve 6 Livros, os quais são divididos em diversos títulos, sendo que estes são sub-divididos em capítulos:
I – Das Normas Processuais
II – Da Função Jurisdicional 
III – Dos Sujeitos do Processo
IV – Dos Atos Processuais
V – Da Tutela Provisória
VI – Da Formação, Da Suspensão e da Extinção do Processo
A Parte Especial (arts. 318 a 1.044) compreende 3 Livros, também repartido em títulos e capítulos:
I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença
II – Do Processo de Execução
III – Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das decisões judiciais
Seguem algumas observações gerais a respeito do NCPC, especialmente as alterações parciais ou totais do regramento anterior.
Parte Geral
Livros:
I – Das Normas Processuais
II – Da Função Jurisdicional 
III – Dos Sujeitos do Processo
IV – Dos Atos Processuais
V – Da Tutela Provisória
VI – Da Formação, Da Suspensão e da Extinção do Processo
Livro I - Das Normas Processuais 
Trata das regras gerais do processo civil. A interpretação do direito processual deve atender às normas da Constituição Federal (art. 1º).
Previsão expressa da conciliação como solução dos conflitos. Estado deve promover a mediação (art. 3º, §§ 2º e 3º).
O direito à razoável duração do processo é previsto, inclusive com a satisfação concreta do direito (art. 4º). Boa-fé processual é obrigação de todos (art. 5º).
Aplicação dos princípios da dignidade da pessoa, da razoabilidade e eficiência (art. 8º).
Direito à prévia manifestação das partes sobre os fundamentos que podem ser utilizados na decisão (art. 10). Essa é questão polêmica, porque há decisões que podem ser dadas de ofício, mas mesmo assim teria de haver a manifestação das partes previamente sobre a questão levantada pelo Juiz.
Os julgamentos devem obedecer – preferencialmente (termo incluído pela Lei 13.256/16) - ordem cronológica de conclusão. Há várias exceções, especialmente as decisões sem mérito, embargos declaratórios, processos repetitivos, etc. (§ 2º do art. 12).
Livro II – Da Função Jurisdicional 
Este livro trata das condições de ação, da definição da competência interna e internacional e da cooperação internacional.
As condições de ação são apenas a legitimidade e o interesse processual (art. 17), não mais a possibilidade jurídica do pedido.
Ação declaratória pode abranger o modo de ser de uma relação jurídica, não apenas a existência ou inexistência (art. 19, I).
No capítulo da definição da competência interna não exclusiva, há regras novas, especialmente quanto às ações de alimentos e de consumo (art. 22). Na competência exclusiva, há novidade quanto à partilha dos bens localizados no Brasil em divórcio e separação judicial (art. 23, III).
No campo da cooperação internacional, há muitas novidades. O art. 26 prevê que o regramento seja feito via tratado internacional, de acordo com os princípios previstos no NCPC. O art. 28 prevê outra espécie de cooperação, que é o auxílio direto, quando o pedido não decorrer de autoridade judicial. O auxílio direito pode ser respondido administrativamente ou judicialmente, conforme a necessidade ou não de intervenção de órgão judicial.
Carta rogatória. Art. 36: Não pode discutir o mérito da decisão estrangeira.
As regras de competência interna permanecem as mesmas em geral (arts. 42 e segs. do NCPC). 
Novidades: o juiz pode, de ofício, anular a cláusula de eleição do foro, por abusividade, antes da citação (art. 63, § 3º). Depois da citação, compete ao réu alegar sob pena de preclusão.
No regime do NCPC, a incompetência relativa também deve ser alegada na contestação (art. 64). 
Há uma grande novidade, que é a questão da cooperação interna (art. 67), que é o dever de colaboração recíproca entre todos os órgãos do Judiciário, inclusive entre órgãos de diferentes ramos do Poder Judiciário (art. 67, § 3º). A cooperação independe de forma legal estrita, podendo ser convencionada entre os órgãos do Judiciário.
Livro III – Dos Sujeitos do Processo
O art. 72, § único, do NCPC prevê que a curatela especial (especialmente o revel citado por edital) será exercida pela Defensoria Pública.
Não necessidade de autorização do cônjuge para ações imobiliárias em que se discute bem próprio de um dos cônjuges e o casamento for em regime de separação total de bens (art. 73).
A multa por ato atentatório à dignidade da Justiça pode ser cobrada antes do trânsito em julgado da sentença (§ 3º do art. 77). Basta que a decisão que a tiver fixado esteja preclusa.
As partes não podem utilizar “expressões ofensivas” no processo (art. 78), sendo que no regime antigo a proibição era mais forte, de expressões injuriosas.
Há um novo regime de honorários advocatícios, especialmente nas condenações da Fazenda Pública, cujos percentuais serão fixados de acordo com o valor da condenação, gradativamente (art. 85 e parágrafos). Se houver recurso, o tribunal pode majorar os honorários advocatícios fixados anteriormente para remunerar o trabalho excedente do advogado (§ 11 do art. 85).
Os honorários de advogado têm natureza alimentar e mesmos privilégios dos créditos trabalhistas (§§ 14 do art. 85).
Gratuidade da Justiça. Agora regulada pelo NCPC nos arts. 98 a 102. Pode ser parcial, para determinados atos ou com redução dos valores de certos atos (art. 98 § 5º). Previsão de parcelamento de despesas (§ 6º).
O art. 98, § 2º, permite ao juiz negar a gratuidade se houver elementos nos autos que indiquem o contrário. A gratuidade também pode ser contestada pela parte contrária (art. 100).
Quantos aos procuradores das partes (advogados), a procuração a advogado que integra sociedade de advogados deve consta o nome desta e endereço (art. 105). Art. 107, § 3º, o advogado tem direito de retirar os autos para cópias por até 6 (seis) horas (vista rápida), sem prejuízo da continuidade do prazo.
Da intervenção de terceiros
Litisconsórcio ativo. O juiz pode limitar o número no processo de conhecimento, na liquidação da sentença e na execução (art. 113, § 1º).
Assistência simples. Art. 121, parágrafo único: agora se o assistido for revel ou omisso, o assistente será considerado substituto processual e não mais gestor de negócios. Mantida a assistência litisconsorcial (art. 124), quando a sentença puder influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido.
Outras espécies de intervenção de terceiros, algumas mantidas do antigo CPC: denunciação da lide (direito de regresso), chamamento ao processo (fiança ou solidariedade), incidente de desconsideração da personalidade jurídica e amicus curiae (arts. 125 a 138). Os dois últimos institutos são novos.
O incidente de desconsideração da pessoa jurídica pode ser requerido na petição inicial ou no curso do processo, nos próprios autos, em qualquer fase do processo. Julgado por decisão sujeita a agravo (art. 136). Ainda há dúvida se vai ser aplicar na EF, no campo da responsabilidade tributária de terceiros (art. 135 do CTN), pois em tese não haveria uma desconsideração em sentido estrito.
Do juiz e dos auxiliares da Justiça
O juiz tem amplos poderes na condução do processo para determinar todas as medidas (indutivas, coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias) necessárias para o cumprimento da ordem judicial. Art. 139, IV, do NCPC. Este novo dispositivo traz poderes para o juiz dar uma tutela jurisdicional mais efetiva.
O inciso VI do art. 139 permite ao juiz dilatar prazos e alterar a ordem de produção dos meios de prova, para adequar o procedimentoàs necessidades do conflito de modo a melhorar a efetividade.
Nova diretriz do art. 153, que diz que o chefe de secretaria também deve preferencialmente obedecer à ordem cronológica para fins de publicação e efetivação dos provimentos especiais. Importante essa diretriz, que deve ser sempre seguida por todos os auxiliares do Juízo.
No art. 156, há a nova previsão de que os peritos serão cadastrados no tribunal, exceto se na localidade não houver peritos inscritos, mediante divisão equitativa do trabalho (art. 157).
Há agora a previsão de “centros judiciários de solução consensual de conflitos” criados em cada tribunal (art. 165). São duas espécies de solução consensual: mediação (quanto antes havia vínculo entre as partes) e conciliação (quando não havia tal vínculo antes do fato causador da lide).
Ministério Público (art. 180). Tem prazo em dobro para manifestação e agora o juiz pode requisitar os autos, mesmo sem parecer, após o final do prazo.
Advocacia Pública (art. 183). O prazo agora é em dobro para todos os atos (não mais quádruplo para contestar) e intimação pessoal sempre, por carga, remessa ou meio eletrônico. Não se aplica a contagem em dobro quando o prazo é específico para a Fazenda Pública (ex: o prazo de 30 dias para a Fazenda impugnar os embargos à execução fiscal).
Defensoria Pública (art. 186). Também prazo em dobro, com intimação nos moldes da Fazenda Pública.
Livro IV – Dos Atos processuais
Art. 190. Criação do instituto dos “negócios processuais” nas causas em que pode haver autocomposição, podendo as partes estipular alterações de regras processuais para atender à conveniência delas e à especificidade da causa.
Os atos do juiz são chamados de “pronunciamentos” no art. 203: sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
Sentença põe fim à fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a execução, ressalvados procedimentos especiais. Decisão é o pronunciamento judicial decisório que não se enquadre como sentença. Despachos são os demais pronunciamentos.
Mantidos os atos ordinatórios.
Do tempo e do lugar dos atos processuais. 
A principal alteração diz respeito à nova possibilidade de cumprimento de mandados (penhora, intimação e citação) nas férias forenses, feriados e dias úteis fora do horário normal (6 às 20h), independentemente de autorização judicial (art. 212, § 2º), respeitado o art. 5º, XI, da CF: “XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
São feriados os sábados e domingos e os dias em que não haja expediente forense (art. 216). Em regra, os atos processuais serão realizados na sede da Justiça, mas podem ser realizados em outros locais excepcionalmente (art. 217).
Prazos. Não sendo fixado o prazo pelo juiz ou pela lei, será ele de 5 dias (art. 218, § 3º). O prazo conta-se por dia útil (art. 219). 
Art. 220. Novidade, agora haverá “férias” dos advogados, com a suspensão dos prazos entre 20/12 e 20/01, inclusive. Não serão realizadas audiências e sessões nos tribunais nesse período. Há dúvidas quanto à suspensão dos prazos para a advocacia pública estruturada (Fazenda Nacional, AGU, PRF, etc.).
O início do prazo será o primeiro dia útil após a publicação da decisão ou ato (art. 224, § 3º). A data da publicação é o dia útil após a disponibilização da decisão no Diário de Justiça Eletrônico (§ 2º do art. 224).
No caso do PJe, acaba a regra da contagem em dobro os litisconsortes tiverem diferentes procuradores (art. 229). Mantém-se a regra nos processos físicos.
Comunicação dos atos processuais. Novidade é a carta arbitral (art. 237, IV), deprecada por Juízo Arbitral para ser cumprida por órgãos do Judiciário.
O art. 237, § único, prevê expressamente que a Justiça Estadual pode cumprir carta precatória da Justiça Federal em localidade em que ausente esta.
Citação: agora é definida como o ato para que o réu, executado ou interessado integre a relação processual (art. 238). 
O § 3º do art. 240 acolhe os termos da Súmula n. 106/STJ. A demora na citação por culpa do Judiciário não prejudica a parte. Art. 243: a citação será feita em qualquer lugar em que encontrado o réu ou executado.
Art. 245: na citação dos mentalmente incapazes e de quem está impossibilitado de receber o ato, fica dispensado o exame médico se alguém da família apresentar atestado médico que indique a incapacidade. O juiz nomeará curador para o réu.
Outra novidade é o art. 246, § 1º, do NCPC, que agora prevê cadastro prévio das empresas privadas (foras as microempresas e as de pequeno porte) no PJe para fins de citação e intimação.
Em regra, a citação é pelos correios (art. 247), assim como na LEF. No art. 248, § 1º, consta a exigência de entrega da carta ao citando pessoa física. Mas na EF há vários precedentes do STJ considerando válida a entrega da carta na residência da pessoa física, com base no art. 8º, II, da LEF.
Citação por hora certa: Agora, são exigidas apenas 2 visitas ao local (art. 252). 
O § único diz que a intimação sobre a futura citação por hora certa pode ser feita, além de familiares e vizinhos, ao porteiro ou funcionário responsável pelo recebimento da correspondência. O oficial de justiça deixará a contrafé com qualquer familiar/vizinho, caso no dia marcado não encontre o citando.
Art. 254: feita a citação por hora certa, o chefe de secretaria mandará carta ou email ao citando comunicando o fato (nesse caso não precisa AR).
Citação por edital. Art. 256, § 3º: interessante esse dispositivo, que permite ao juiz considerar o réu em local ignorado após tentativas de localização do endereço em cadastros públicos ou de concessionárias de serviços públicos (CELPE, COMPESA, etc.). Na EF, já usamos isso, pois acessamos o cadastro da Receita Federal para checar se houve atualização de endereço.
Art. 257: o caput prevê que o autor pode afirmar na inicial que o réu está em local incerto o ignorado. O art. 258 prevê multa de 5 salários mínimos se o autor agiu dolosamente na afirmação.
O edital pode ser publicado apenas na internet: art. 257, II.
Carta precatória. Art. 261, § 3º: a parte que tiver interesse no cumprimento da carta deverá “cooperar” junto ao Juízo deprecado. As cartas serão expedidas preferencialmente por meio eletrônico (art. 263).
Intimações. Agora definida como “ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos processo” (art. 269), não mais para que faça ou deixe de fazer algo.
Novidade é que o advogado de uma parte pode intimar o advogado de outra parte, pelos Correios, com carta com AR, anexada a decisão (art. 269, §§ 1º e 2º).
Na publicação no Diário Oficial pode constar apenas o nome da sociedade de advogados se isso for requerido (art. 272, § 1º). Não deve haver abreviação do nome das partes (§ 3º). Nome completo para os advogados e ser a mesma que consta da procuração e no registro da OAB (§4º).
Os advogados podem credenciar prepostos para a retirada de autos. A retirada por essas pessoas implica em intimação (§§ 6º e 7º do art. 272).
Intimações pelo correio: é válida se o interessado não avisar a mudança de endereço (art. 274). As intimações podem ser feitas por edital ou hora certa (art. 275, § 2º).
Nulidades. Mantidas as regras gerais da inexistência de nulidade se não houver prejuízo e da instrumentalidade (arts. 277 e 282, §§ 1º e 2º).
Nos processos com participação do MP, se houve omissão na intimação deste, é caso de nulidade, mas o MP deve antes manifestar-se se houve ou não prejuízo (art. 279, §2º).
Valor da causa. Agora pode ser retificado de ofício pelo juiz (art. 292, § 3º) e o réu impugna na própria contestação (art. 293).
Livro V – Da Tutela Provisória
Art. 294. A tutela antecipada e as medidas cautelares foram condensadas no título da Tutela Provisória, agora dividida entre tutela de urgênciae de evidência.
A tutela provisória de urgência pode ser antecedente (antiga preparatória) ou incidental (art. 295). Não há mais cautelares específicas, nem autos apartados para a cautelar. Mas o art. 301 relata alguns tipos de medidas que podem ser dadas (arresto, seqüestro, arrolamento de bens) e deixa expresso que caberá qualquer medida idônea para asseguração do direito. Mantido o poder geral de cautela do juiz.
Contra a Fazenda Pública há restrições para a concessão da tutela provisória, conforme expressamente dito no art. 1.059 do NCPC, que reitera as proibições das Leis 8.437/92 e 12.016/2009. (arts. 1º a 4ª da Lei 8.437/92 – lei das cautelares contra a Fazenda Pública - e art. 7º, § 2º, da Lei 12.016/2009 – lei do mandado de segurança).
Art. 300: a tutela de urgência tem como requisitos a probabilidade do direito (junção de plausibilidade jurídica e prova dos fatos) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
O art. 303 prevê nova figura: a tutela antecipada em caráter antecedente (espécie de liminar autônoma). Nesse caso, pede-se apenas a liminar e, se a mesma for concedida e o réu não recorrer, estabiliza-se a relação jurídica.
A parte apenas faz o pedido principal se a liminar for concedida (art. 303, § 1º, I), nos próprios autos.
A tutela cautelar antecedente (urgência) é tratada no art. 305 e segs. Pode ser convertida em tutela antecipada antecedente prevista no art. 303 (art. 306). Prazo de 5 dias (art. 306).
Após a contestação, segue-se o procedimento comum (art. 307).
Novidade. Art. 308: se a cautelar for efetivada, o pedido principal pode ser feito nos mesmos autos da cautelar, no prazo de 30 dias. Por outro lado, pode-se pedir a cautelar e o pedido principal ao mesmo tempo na inicial.
Tutela de evidência. Art. 311. Trata-se de instituto similar à tutela antecipada antiga, mas agora sem a exigência de perigo de dano. 
As hipóteses são de abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. E ainda no caso de jurisprudência pacificada sobre matéria que não demande dilação probatória. Há uma hipótese nova, quando o autor apresenta prova do fato constitutivo e o réu, após citado, não apresenta contraprova razoável em sentido contrário (incisos do art. 311 do NCPC).
VI – Da Formação, Da Suspensão e da Extinção do Processo
Suspensão do processo. Nova hipótese: art. 313, IV, quando se admite o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)
Antes da extinção do processo sem mérito, o juiz deve conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício (art. 317).
Parte Especial
Livros:
I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença
II – Do Processo de Execução
III – Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das decisões judiciais
I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença
O nome do procedimento básico é o comum (art. 318). Não há mais procedimento sumário. 
§ único do Art. 318 registra que o procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e à execução.
Petição inicial. Alguns novos requisitos: endereço eletrônico das partes e a opção pela audiência de conciliação/mediação (art. 319, II e VII). Mas o juiz pode dispensar todas as exigências de qualificação do inciso II se for possível citar o réu de qualquer modo (§ 2º do art. 319).
O juiz também pode adotar diligências necessárias para obter alguns dados do inciso II (qualificação das partes) caso o autor não disponha da informação (§ 1º do art. 319). Importante para a efetividade, pois nem sempre o autor sabe todas as informações sobre o réu.
A emenda da inicial passa a ser no prazo de 15 dias (art. 321). Nas ações em que se discutem obrigações de trato sucessivo, o autor deve continuar a pagar o valor considerado incontroverso (art. 330, §§ 2º e 3º).
Improcedência liminar do pedido: o art. 332 elenca várias hipóteses de improcedência liminar do pedido: matérias pacíficas na jurisprudência dos tribunais, especialmente superiores e o caso de prescrição/decadência.
Audiência de conciliação/mediação: o art. 334 prevê que a audiência de conciliação deve ser marcada pelo juiz, mas há exceções: direitos indisponíveis e quando ambas as partes expressamente desistiram da audiência (§ 4º).
O não comparecimento à audiência, não sendo o caso das hipóteses legais de dispensa, pode gerar multa por ato contrário à dignidade da Justiça (§ 8º). O § 10 prevê que a parte pode mandar representante com poderes para transigir.
Contestação. O prazo continua de 15 dias (art. 335), sendo em dobro para a Fazenda Pública e Defensoria Pública, bem como MP.
Art. 337: algumas questões agora devem ser deduzidas na própria contestação: impugnação do valor da causa, incompetência relativa, concessão de Justiça Gratuita. Em regra, devem ser reconhecidas de ofício, com exceção da arbitragem e incompetência relativa (§ 5º do art. 337).
Art. 345, IV: não ocorrem os efeitos da revelia se as alegações da parte na inicial forem inverossímeis ou estiverem em contradição com as provas dos autos.
Providências preliminares e saneamento (arts. 347 a 357).
Análise após a contestação.
Cabe verificar se deu-se a revelia e, ainda, se aplica-se os efeitos desta; a alegação de fato extintivo, com direito à réplica em 15 dias (art. 350); se houve alegação de preliminares, com prazo de 15 dias para manifestação do autor (art. 351); a correção de vícios sanáveis em 30 dias (352). 
Em seguida, dá-se o julgamento conforme o estado do processo, que leva à(o):
a) extinção do processo sem mérito ou por prescrição, decadência, reconhecimento do pedido, transação e renúncia (art. 354);
b) julgamento antecipado da lide, de mérito, se não for necessária a produção de provas ou o réu for revel (art. 355);
c) julgamento antecipado parcial do mérito (novidade – art. 356), quando uma parte do pedido for incontroversa ou estiver de acordo com os preceitos do art. 355. Nesse caso, cabe agravo contra a decisão. O processo prossegue quanto à parte não decidida, formando-se autos suplementares para a execução da parte julgada antecipadamente.
 
Não sendo julgado o processo nos termos acima, segue-se a fase probatória, com a decisão das questões pendentes e delimitação das questões de fato e de direito relevantes para a causa, além da distribuição dos ônus probatórios (novidade). Trata-se do antigo despacho saneador (mas que tem natureza de decisão), agora mais elaborado pelas novas exigências do art. 357.
Pode até haver audiência prévia para que as partes colaborem com o juiz na fixação das questões relevantes do despacho saneador, quando a causa for complexa (§ 3º do art. 357).
Audiência de instrução e julgamento: 358 e segs. Não há muitas mudanças, mas agora as partes podem perguntar diretamente às testemunhas (vide art. 459 do NCPC). A ordem de oitiva das partes, peritos e testemunhas é preferencial (art. 361), não mais obrigatória.
Art. 367, § 2º: as partes não assinam mais o termo de audiência (apenas o juiz, o MP, escrivão e advogados). As partes podem gravar a audiência, assim como o Juízo (§§ 5º e 5º).
Provas. Mantém-se a possibilidade do juiz produzir prova de ofício.
 Art. 372: reconhecimento legal da possibilidade de uso da prova emprestada de outro processo, respeitado o contraditório. Não é necessário que as partes sejam as mesmas.
Art. 373: a distribuição dos ônus da prova é similar ao sistema do antigo CPC. A novidade é que o § 1º do art. 373 permite que o juiz altere o ônus probatório diante das peculiaridades da causa e da dificuldade ou facilidade que cada parte tenha para obter determinada prova.
Art. 375: também está mantido o uso das regras da experiência comum e técnica, sem, todavia, ser tal possibilidade subsidiária, como era no regime antigo. 
Instituído o direito de não produzir prova contra si mesmo (art. 379). Questão polêmica, pois não se trata de direito processualpenal no caso, mas de processo civil. Há outras normas do NCPC que de certa forma estão em contradição.
Art. 380, § único: o terceiro é obrigado a prestar informações sobre fatos relacionados à causa, sob pena de multa ou outra medida coercitiva.
Mantida a produção antecipada de prova, que inclusive pode ser não contenciosa (§ 5º do art. 381), equivalendo à antiga justificação judicial.
A produção antecipada de prova deixou de ser medida cautelar específica, tornando-se ação autônoma probatória.
Um meio de prova passou a constar expressamente do NCPC: a ata notarial, lavrada por tabelião público, que atestará a existência ou modo de ser de um fato (art. 384 do NCPC). Já era prevista na Lei dos Registros Públicos.
Art. 385, § 3º. Depoimento pessoal pode ser por meio de videoconferência. 
Art. 400, § único: o juiz pode obrigar a parte a entregar documento ou coisa em seu poder, inclusive aplicando multa ou outra medida coercitiva. Há exceções para a obrigação de entrega do documento (art. 404).
Art. 422, §§ 1º e 3º: estabelece regras sobre a autenticidade das fotografias digitais e extraídas da internet, bem como e-mails. Perícia pode ser designada em caso de contestação da imagem ou documento eletrônico. 
O incidente de falsidade documental deve ser apresentado, incidentalmente, na contestação, réplica ou em 15 dias, caso juntado o documento em outra ocasião (art. 430).
Prova documental. Em regra, a parte apresenta a documentação com a inicial ou a contestação (art. 434 do NCPC). Para juntar depois, há limitações (art. 435).
Prova testemunhal. Sempre admitida, em regra (art. 442). Também pode ser por videoconferência (art. 453, § 1º). Autoridades são inquiridas em lugares específicos, mas devem marcar a audiência em até 30 dias (art. 454, § 2º).
Art. 455: como regra, o advogado intimará a própria testemunha arrolada (novidade). 
Art. 459: os advogados das partes podem formular perguntas diretamente às testemunhas (novidade).
Prova pericial. Art. 464, §§ 2º a 4º: criação de uma prova técnica simplificada, por meio de oitiva de especialistas na área.
O prazo para indicar quesitos é de 15 dias (§ 1º do art. 465). As partes podem indicar perito de comum acordo (art. 471).
A prova pericial pode ser dispensada se as partes apresentarem pareceres técnicos elucidativos (art. 472).
Da sentença e da coisa julgada.
Art. 485: sentenças sem resolução do mérito. A principal novidade é que não há mais referência à impossibilidade jurídica como condição de ação. Apenas consta a falta de interesse processual e legitimidade como causas da extinção sem mérito (inciso VI).
O prazo final para a parte desistir sem o consentimento do réu é o momento do protocolo da contestação (art. 485, § 4º). Com o consentimento do réu, pode-se desistir até a prolação da sentença (§ 5º). Há a exceção do art. 1.040, § 3º, no caso de julgamento de demanda repetitiva: nessa hipótese a desistência poderá ser feita mesmo sem o consentimento do réu.
Agora há a possibilidade de retratação em qualquer hipótese do art. 485 (sem mérito), após a parte apelar da sentença (§ 7º).
Julgamento com resolução do mérito: art. 487: a principal novidade é que o julgamento por decadência e prescrição, mesmo que de ofício, deve ser antecedido de oportunidade das partes se manifestarem (§ único do art. 487).
Fundamentação da sentença: a grande novidade é que o NCPC agora prevê um método de fundamentação mais apurado para o juiz, de acordo com os preceitos do art. 489, §§ 1º e 2º. Exigirá mais do juiz. Quase todos os argumentos levantados e importantes devem ser tratados (§ 1º, IV). 
Art. 491: a sentença deve definir com precisão os parâmetros de cálculo, ainda que não seja líquida.
Art. 493: se surgir fato novo importante, mesmo de ofício, deve conceder oportunidade para as partes se manifestarem.
Art. 495: a sentença condenatória pode ensejar a hipoteca judiciária mesmo quando for apresentado recurso com efeito suspensivo (§ 1º, III). A hipoteca se faz com a simples apresentação, pelo credor, de cópia da sentença no registro de imóveis, mesmo sem autorização ou ordem do juiz.
Remessa Necessária: art. 496. o NCPC aumentou os limites para dispensa da remessa. Agora, será de 1.000 salários mínimos para a União Federal: aproximadamente 900 mil reais em 2016 (§ 3º, I).
Para Estados será de 500 salários mínimos e municípios, 100 (§ 3, II e III).
Também não haverá remessa nos casos de jurisprudência dominante e entendimento ou súmula administrativa (§ 4º).
Coisa julgada. Art. 502: agora envolve também a decisão de mérito, não apenas sentença ou acórdão.
Liquidação da sentença: apenas nos casos de arbitramento (pareceres ou perito) ou quando for necessário provar fato novo (art. 509). Nas sentenças condenatórias em geral, que depende de simples cálculos, caberá cumprimento de sentença (arts. 513 e segs.).
Cumprimento de sentença (Título II do Livro I da Parte Especial), feito por intimação do devedor. Agora também se aplica o regime de cumprimento de sentença para as execuções contra a Fazenda Pública, conforme art. 534 do NCPC (revogação do sistema do antigo 730 do CPC).
Art. 517: a sentença ou decisão de mérito transitada em julgado pode ser protestada.
Art. 520: possibilidade de cumprimento provisória da sentença impugnada por recurso sem efeito suspensivo. Competência do juízo do primeiro grau (art. 522).
O cumprimento de sentença definitivo de obrigação de pagar quantia certa dá-se na forma do art. 523 e segs. Prazo de 15 dias para pagar. Multa de 10% se não pagar no prazo. Não paga a dívida no prazo, expede-se desde logo mandado de penhora.
A parte deve apresentar memória de cálculo discriminada e atualizada, explicitando a correção monetária e os juros de mora (art. 524). Prazo para impugnar é de 15 dias (art. 525). A impugnação não tem, em regra, efeito suspensivo (§ 6º do art. 524). 
 Mantém-se a previsão de inexigibilidade da sentença contrária à Constituição Federal (§§ 12 a 15 do art. 525).
Cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública (obrigação de pagar quantia certa). 
Grande novidade, pois não há mais execução contra a Fazenda Pública nos termos do art. 730 do antigo CPC.
Art. 534: agora, intima-se a Fazenda Pública para impugnar o pedido de execução, que deverá ser instruído com demonstrativo pormenorizado de cálculos (juros, correção, etc.). Não se aplica a multa de 10% pelo não pagamento no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública (art. 534, § 2º).
Art. 535: a impugnação se faz nos próprios autos da ação de conhecimento, não mais embargos à execução, no prazo de 30 dias. A Fazenda deve apresentar o valor correto devido, sob pena de não conhecimento da impugnação (§ 2º do art. 535).
Não apresentada a impugnação ou rejeitada ela, expede-se o precatório ou a RPV (§ 3º do art. 535). A decisão é sujeita a recurso sem efeito suspensivo (agravo), de forma que não há necessidade de esperar o julgamento do recurso de agravo, ou mesmo o seu trânsito em julgado. Lembrando-se que a exigência do art. 100 da CF (precatório apenas após o trânsito em julgado) diz respeito ao trânsito em julgado do processo de conhecimento.
Também se aplica o instituto da inexigibilidade da sentença inconstitucional, do mesmo modo do cumprimento de sentença contra o particular (§§ 5º a 8º do art. 535).
Art. 536/538: cuidam do cumprimento de sentença que determina obrigação de fazer, não fazer e de entrega de coisa. 
Dos Procedimentos Especiais (Título III do Livro I da Parte Especial)
Este título mantém vários procedimentos especiais do antigo CPC: consignação em pagamento, exigir contas, ações possessórias, divisão e demarcação de terras, inventário, embargos de terceiro, ação monitória, entre outras. As ações de família têm um novo procedimento especial (arts. 693/699).
Também estão regulados neste Título os procedimentos de jurisdição voluntária (emancipação, coisas vagas, interdição,alienação de coisa comum, etc.): arts. 719/770.
Inventário. Art. 654: o juiz só pode julgar a partilha se houver apresentação da CND, salvo se o débito estiver garantido.
Embargos de terceiro. Art. 675, § único: o juiz deve intimar possível terceiro interessado em embargar, caso constate a sua presença no processo (novidade).
Art. 677, § 4º: a legitimidade passiva no caso da EF é da Fazenda Pública que tem interesse na alienação judicial. Se o bem impugnado foi indicado pelo devedor executado, este também será réu nos embargos.
Art. 679: prazo para contestar é agora de 15 dias e não mais 10 dias. Art. 681 traz uma novidade, pois a sentença que julgar os embargos pode reconhecer o domínio do bem em favor do embargante.
Ação Monitória. Art. 700: agora prevista também para a entrega de bem imóvel e obrigação de fazer e não fazer.
§ 6º do art. 701: aplica-se à Fazenda Pública, estando agora expressamente prevista a hipótese. 
Livro II da Parte Especial - Do Processo de Execução
Art. 771: este livro regula, basicamente, as execuções de título executivo extrajudicial. O cumprimento de sentença foi regulado no Livro que trata do processo de conhecimento.
 
Mas as normas do processo de execução são aplicadas, no que couber, no cumprimento de sentença e aos procedimentos especiais de execução.
Ao processo de execução aplicam-se subsidiariamente as normas que tratam do processo de conhecimento (§ único do art. 771). São três modalidades básicas de execução: entrega de coisa, obrigação de fazer e não fazer e pagamento de quantia certa.
Art. 772, III, e 773: o juiz pode tomar medidas necessárias para que dados em poder de terceiros que se relacionem com o objeto da execução sejam entregues em Juízo.
Art. 774, III: agora é ato atentatório dificultar ou embaraçar a penhora. 
Art. 782, § 1º: o oficial de justiça pode cumprir diligências nas comarcas contíguas e de fácil comunicação, bem com nos municípios das regiões metropolitanas. § 3º: o juiz pode determinar a inclusão do nome do devedor em cadastros de inadimplentes.
Art. 784, X e XI: dois novos títulos executivos relacionados de forma expressa: o crédito de taxa de condomínio e os créditos de tabeliães e registradores quanto aos serviços por eles prestados.
Fraude à execução: art. 792, I e III: necessidade de registro da constrição ou pendência de ação judicial para caracterizar a fraude. Não se aplica aos créditos tributários, em face da norma do CTN (art. 185).
A declaração de fraude à execução depende de intimação prévia do adquirente, que poderá opor embargos no prazo de 15 dias. Importante o dispositivo, que se aplica à execução fiscal (art. 792, § 4º).
Art. 799, IX: compete ao exequente promover a averbação da execução em registro público e também da constrição realizada. Provavelmente a lei se refere ao registro de imóveis e veículos (verificar se se aplica à EF, pois há normas específicas na Lei 6.830/80 – art. 14).
Art. 801: emenda da inicial em 15 dias. Art. 802: a prescrição é interrompida pelo despacho que ordena a citação, mas retroage ao ajuizamento da ação.
Art. 805: execução pelos meios menos gravosos (repetição do art. 620 do antigo CPC). Todavia, conforme § único do dispositivo, compete ao executado que alega indicar os meios menos gravosos.
Execução por quantia certa: art. 827: os honorários serão logo fixados em 10% da execução, que poderá ser reduzido pela metade se paga a quantia em até 3 dias (§1º). Rejeitados os embargos, os honorários aumentam até 20%.
Art. 828: reitera-se a possibilidade de registro, pelo credor, da averbação do ajuizamento da execução no cartório de imóveis, registro de veículos e outros registros públicos (barcos, aeronaves, etc.).
Prazo para pagamento permanece de 3 dias (art. 829). A penhora recairá preferencialmente sobre os bens indicados pelo credor, salvo se o devedor apresentou outros que sejam razoáveis (§ 2º).
Art. 830: arresto assim que não encontrar o devedor (em tese aplicável à EF). Caso haja suspeita de ocultação, segue-se a citação por hora certa, após 2 visitas ao local de residência do citando (§ 1º).
Impenhorabilidade: art. 833 do NCPC. Algumas novidades: impenhorabilidade do crédito da venda de imóveis em construção em regime de incorporação, desde que vinculados à construção (inciso XII). Nesse caso, a finalidade é que as receitas permitam a conclusão da obra. 
A outra novidade é a possibilidade de penhora de altos salários, quanto à parte superior a 50 salários mínimos, para qualquer tipo de dívida (§ 2º do art. 833).
Art. 835, XII: previsão expressa da possibilidade de penhora de direitos de contrato de alienação fiduciária. Art. 835, § 2º: possibilidade de substituição da penhora por fiança e seguro garantia, com valor superior a 30% do valor do débito. Na EF, está pacificada a exigência de cláusula de atualização pela taxa SELIC, de forma que talvez não seja aplicado esse novo dispositivo do NCPC.
Penhora: a intimação pode ser feita ao advogado (art. 841, § 1º). Caso não haja advogado e o oficial não o tenha feito, pode ser feita por carta (§ 2º). A alteração do endereço do executado sem comunicação ao Juízo implica na intimação da penhora (§ 4º).
Art. 842: intima-se o cônjuge no caso de imóveis, salvo se casados em regime de separação absoluta de bens.
Art. 843: é possível a penhora de bens indivisíveis (imóveis, especialmente), mas a alienação não pode ser por valor baixo, pois os outros co-proprietários do bem indivisível devem receber o valor da avaliação de cada cota-parte.
Art. 845, §1º: a penhora de imóveis e veículos pode ser feita por termo nos autos. Eventualmente pode ser necessária a expedição de carta precatória ou mandado para avaliação dos bens.
Art. 848, § único: possibilidade de substituição da penhora por fiança bancária e seguro garantia, com valor adicional de 30%.
Art. 850: prevê a transferência da penhora para outros processos (aplicável na EF, vez que o procedimento já era utilizado antes).
Art. 852, I: previsão expressa de venda antecipada de veículos e de outros bens sujeito à depreciação.
Art. 854: previsão de BACENJUD sem ciência do executado, mas na LEF mantém-se a previsão legal de citar e dar prazo de 5 dias para pagamento ou indicação de bens.
Art. 861: novo regramento da penhora de quotas sociais da empresa, com detalhamento do modo de proceder.
Art. 862, § 3º: a penhora de apartamentos em construção só é possível se não tiverem sido comercializados pelo incorporador (caso de dívidas do incorporador).
Art. 866: penhora sobre o faturamento: tal tipo de constrição seria agora excepcional, caso o executado não tenha outros bens ou se tiver apenas bens de difícil alienação (o art. 835 coloca a penhora sobre o faturamento na décima posição na ordem de prioridades.
Art. 867: a penhora pode incidir sobre os frutos da coisa móvel/imóvel se for mais eficiente para o recebimento do crédito
 
Art. 871, IV: possibilidade de avaliação de veículos pela tabela FIPE ou similares.
Alienação
Art. 879: alienação por iniciativa particular ou por leilão.
A iniciativa particular envolve venda pelo credor ou por corretor ou leiloeiro público credenciado. Não há mais a diferença entre praça e leilão, que será preferencialmente eletrônico (art. 882). 
Art. 883: o leiloeiro será nomeado pelo juiz, mas poderá ser indicado pelo credor.
Art. 885: o juiz fixa o preço mínimo da alienação e demais condições. Combinado com o art. 886, II, que inclusive fala em comissão de leiloeiro (poderia se menos do que 5%???).
Art. 886, V: o segundo leilão pode ser em qualquer data logo após o primeiro leilão.
Art. 887, § 2º: o edital de leilão será publicado na internet, sem necessidade de publicação na sede da vara ou diário oficial. Para a EF há norma em sentido diverso (art. 22 da LEF).
Art. 889: a cientificação do executado e dos terceiros interessados do leilão (co-proprietário, usufrutuário, credorpignoratício, hipotecário e fiduciário, promitente comprador), será feito até 5 dias antes do leilão.
Art. 889, § único: o revel é intimado do leilão pelo próprio edital de leilão.
Art. 891: preço vil é aquele fixado pelo juiz. Se não fixado, fica em 50% do valor da avaliação.
Art. 895: parcelamento da arrematação. Agora é 20% à vista e saldo em até 30 meses. A rigor, a proposta deve ser oferecida antes do leilão.
Embargos à arrematação. Prazo agora é de 10 dias, a contar da assinatura pelo juiz da carta de arrematação (art. 903).
Execução de título extrajudicial contra a Fazenda Pública
Tipo de execução agora previsto expressamente.
Art. 910. O prazo para embargos é 30 dias. O precatório será expedido se não embargada a execução ou após o trânsito em julgado dos embargos. Aplicam-se à execução as regras do art. 534/535 do NCPC, normas do cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública.
Embargos à execução
Art. 914: não depende de penhora e autuados em apartado. Prazo de 15 dias (art. 915). O devedor pode pagar parceladamente (art. 916). Para a EF há regra específica, no art. 16 da LEF, de forma que permanece a necessidade da garantia para a admissão dos embargos do devedor.
Art. 917, § 1º: a incorreção da penhora ou da avaliação pode ser alegada por simples petição na execução, no prazo de 15 dias. Método que já era utilizado na EF.
Art. 918: apresentar embargos manifestamente protelatórios considera-se ato atentatório à dignidade da Justiça.
Art. 919: não opera efeito suspensivo em regra, mas há possibilidade de suspensão da execução. Esta regra se aplica às execuções fiscais, como já é tradicionalmente.
Art. 921, §§ 1º e 4º: instituto da prescrição intercorrente passa a ser previsto expressamente no NCPC, para dívidas em geral. O prazo de prescrição varia de acordo com o direito reconhecido no processo de conhecimento. Tem aplicação nos honorários advocatícios sucumbenciais da EF, por exemplo. Ver, ainda, o art. 1.056 do NCPC, que trata da regra transitória para os processos com suspensão superior há um ano na vigência do NCPC.
Art. 924, V: a prescrição intercorrente é meio de extinção da execução. 
Livro III da Parte Especial – Dos Processos nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das decisões judiciais
Art. 926: obrigação dos tribunais de manter a jurisprudência estável e coerente. 
Art. 927: tentativa de vinculação dos juízes e tribunais à jurisprudência dos tribunais superiores. A polêmica maior é quanto ao efeito vinculante de decisões do TRF em causas repetitivas (IRDR) ou do STJ em matéria infraconstitucional (incisos III e IV), pois a Constituição Federal não prevê tal efeito expressamente, ao contrário das decisões do STF.
Art. 932, § único: nos tribunais, o relator deve conceder prazo de 5 dias para o recorrente sanar irregularidades processuais ou complementar a documentação.
Art. 933: no caso de fato superveniente ou questão que pode ser decidida de ofício, mas que não foi discutida antes no processo, o relator deve conceder prazo de 5 dias para as partes se manifestarem.
Art. 947: instituto de assunção de competência, para recurso que envolva relevante questão de direito e de interesse social, sem repetição em outros processos. A causa sai da Turma e vai para julgamento em Plenário ou órgão especial do tribunal (ou outro que o regimento indicar).
Ação rescisória: art. 966. A grande novidade é que podem ser rescindidas, além das sentenças de mérito, as decisões de mérito (ex: a decisão antecipada parcial de mérito).
§ 2º do art. 966: também passou a se prever ação rescisória contra decisões que não sejam de mérito, quando impedem a nova propositura da demanda e ou tenha negado seguimento a recurso.
Art. 975. O prazo de 2 anos conta-se do trânsito em julgado da última decisão do processo.
Incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR. Art. 976: novo instituto previsto no NCPC para o julgamento de controvérsia sobre determinada questão de direito, para evitar risco à isonomia e segurança jurídica.
Admitido o IRDR, haverá suspensão de todos os processos no Estado ou Região (art. 982, I). Cabe reclamação no caso de julgamento contrário à tese firmada no IRDR (art. 985, § 1º).
Recursos
Arts. 994 a 1044. 
Art. 994: novo rol dos recursos: acaba o agravo retido e prevê expressamente o agravo interno (agravo regimental).
Art. 995: os recursos não impedem em regra a eficácia da sentença/decisão, mas pode ser concedido efeito suspensivo pelo relator do tribunal ao qual compete o julgamento do recurso. A apelação opera efeitos suspensivos, em regra, mas há exceções, como ocorre na vigência do antigo CPC (art. 1012).
Art. 997: cabe recurso adesivo na apelação, RE e RESP.
Art. 998, § único: a desistência do recurso não impede o julgamento de repercussão geral e de recurso repetitivos já admitidos no STF/STJ.
Art. 1003, §§ 3º e 4º: possibilidade de envio do recurso pelos correios.
O prazo sempre será de 15 dias, exceto para os embargos de declaração, cujo prazo é de 5 dias (§ 5º do art. 1003).
Art. 1007: o preparo deve ser comprovado com o recurso, mas é possível complementar ou pagar depois (em dobro, nesse caso).
Apelação: § 1º do art. 1.009: as questões decididas antes da sentença e que não comportavam agravo de instrumento pode ser tratadas no recurso, como preliminar da apelação.
Art. 1.010, § 3º: não há mais juízo de admissibilidade pelo juiz de primeiro grau. Após as contrarrazões, o processo segue para o tribunal, mesmo sendo intempestivo.
Art. 1.012, §§ 1º e 4º: mantém-se as hipóteses de apelação sem efeito suspensivo, mas o relator no tribunal pode conceder efeito suspensivo no caso de probabilidade de provimento do recurso do réu ou no caso de perigo de dano, se for relevante a fundamentação do recurso.
Agravo de instrumento: art. 1.015: agora o NCPC apresenta um rol exaustivo para o processo de conhecimento.
§ 1º: também cabe para decisões interlocutórias no cumprimento de sentença ou execução.
Art. 1.018: permanece a obrigação do agravante de juntar nos processos físicos a cópia da petição do agravo (no PJe não precisa). O tribunal não pode extinguir de ofício o agravo caso o agravante não tenha juntado a cópia no processo de origem: depende de provocação de outra parte.
Art. 1.021: agravo interno, agora expresso no NCPC.
Art. 1.022 (embargos de declaração): podem ser deduzidos contra qualquer decisão judicial (caput), agora também previsto para corrigir erro material (inciso III). 
Previsto expressamente para ressaltar a obrigação do juiz de pronunciar sobre todas as alegações da parte e determinadas questões (art. 489, § 1º). Prazo continua de 5 dias.
Agora, o juiz deve intimar o embargado caso eventual acolhimento modifique a decisão embargada (art. 1.023, § 2º). §§ 4º e 5º: caso a decisão seja alterada pelos embargos, a parte embargada ganha mais 15 dias para complementar seu recurso interposto antes dos embargos da outra parte. E, caso não seja alterada e a parte embargada já tenha interposto recurso de apelação antes, não precisar ratificá-lo.
Art. 1.026: os embargos de declaração não operam efeito suspensivo, mas interrompem o prazo recursal. §§ 2º e 3º: Multa para recurso manifestamente protelatório.
Recurso repetitivos no STJ/STF: Art. 1.037, § 9º: a parte pode pedir que seu processo suspenso aguardando o julgamento de recursos repetitivos pelos tribunais superiores seja retirado da suspensão, caso comprove a existência de distinção entre a sua questão individual e aquela sujeita ao recurso repetitivo.
Art. 1.038: O julgamento dos recursos repetitivos tem preferência legal, com exceção dos processos com réu preso e do habeas corpus.
Embargos de divergência nas instâncias superiores (STJ/STF): art. 1.043.
Disposições Finais do NCPC
Entra em vigor dia 18/03/2016.
Art. 1.046: aplica-se aos processos pendentes, com algumas exceções.
§2º: permanecem em vigor os procedimentos especiais previstos em outras leis, aos quais se aplicará o NCPC subsidiariamente, como no caso da execução fiscal.
Art. 1.047: o novo direito probatório só se aplica às provas requeridas ou determinadas de ofício após a vigência do NCPC.
Art. 1.048: prioridade para idosos (+60 anos), portadores de doenças graves (aquelas que conferem isenção do IR, conforme art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88) e processos especiais envolvendo crianças (Lei 8.069/90). 
Art. 1.050: cadastramento obrigatório no PJe para as entidades públicas, para fins de citação e intimação, no prazo de 30 dias a contar da vidência do NCPC.
Art. 1.051: as médias e grandes empresas devem se cadastrar no PJe perante o Juízo onde tenha sede ou filial. Não se aplica às empresas de pequeno porte e microempresas.
Art. 1.056: a prescrição intercorrente (art. 924, V) para os processos em curso e quando já houve a suspensão inicia-se a partir da vigência do NCPC.
Art. 1.059: vedação de tutela provisória contra a Fazenda Pública, em algumas hipóteses já previstas anteriormente (arts. 1º a 4ª da Lei 8.437/92 – cautelares contra a Fazenda Pública - e art. 7º, § 2º, da Lei 12.016/2009 – mandado de segurança).
 
Art. 1.060: altera o regimento de custas da Justiça Federal (Lei 9.289/96). O art. 14, II, é adaptado para as novas regras sobre deserção no NCPC.
Art. 1.062: o incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se aos juizados especiais federais. Não há previsão de aplicação às execuções fiscais. Questão ainda polêmica.
Arts. 1.061 e segs.: o NCPC altera e revoga algumas normas esparsas, como algumas do Código Civil, lei de arbitragem, lei da Assistência Judiciária Gratuita, da ação de alimentos, etc. 
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