Buscar

os descaminhos do ambiente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Maria do Carmo Luz1
1Tecnóloga em Saneamento Ambiental, Graduanda em Geografi a. 
E-mail: mariadcluz@hotmail.com
O Trabalho tem por objetivo avaliar criticamente a obra 
“Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente” de Carlos Walter Porto e 
contextualizar sobre o movimento ecológico de caráter político-cultural.
Os (Des)Caminhos do Meio Ambiente
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (Des)Caminhos do meio Ambien-
te. 14 ed. São Paulo. Contexto, 2008. 
A degradação ambiental causada pela sociedade, nunca foi tão questio-
nada. Os recursos naturais estão sendo utilizados, de forma inconsciente, 
como se não houvesse fi m, sem preocupação com o acesso das gerações 
futuras aos recursos naturais em abundancia. Existem, atualmente, movi-
mentos ecológicos que lutam em prol da natureza, erguem a bandeira verde 
e tentam transformar as questões ambientais em problema exclusivamente 
técnico. Carlos Walter debate sobre esse assunto em seu livro “Os (Des)
Caminhos do Meio Ambiente”, desenvolvendo um estudo sério e realista 
da situação problema em que a sociedade se sustenta. 
O livro é estruturado em 16 capítulos, sendo o primeiro, introdução. Num 
total de 144 páginas, trata questões que envolvem a natureza, seu conceito 
e suas contradições, sendo suas conclusões baseadas na história e na cul-
tura da sociedade. 
De uma forma interessante, o autor discuti o conceito de natureza no oci-
dente que emergiu na Grécia Antiga e foi se modifi cando em diferentes 
épocas, como na Idade Média, Moderna e Contemporânea. A Idade Mo-
derna é marcada pelo antropocentrismo, o homem como o centro do uni-
verso, que passa a ser uma espécie superior, apoderando-se da natureza por 
meio da ciência e da técnica, podendo ser evidenciada com a Revolução 
Industrial. A ciência da natureza e a ciência humana são separadas e qual-
quer relação entre ambas como uma forma orgânica torna-se complexa, 
dando a ideia de que o homem é não natural. Com isso, Carlos Porto chega 
a uma importante conclusão, o conceito de natureza é construído por cada 
cultura/povo, ao mesmo tempo em que institui suas relações sociais. 
Outro fato muito relevante, levantado pelo autor, é sobre a dominação da 
natureza pelo homem, para ele esse pensamento é absurdo, pois o homem 
também é natureza, então, quem o dominaria? Não é de hoje que o homem 
carrega dentro de si o desejo de dominar o território e se desenvolver, prin-
cipalmente, de forma econômica. É por meio dessa dominação que resul-
tam problemas de cunho ambiental e social. 
Através da leitura do livro, é possível perceber que as questões ambientais vão 
além do meio físico; possui, também, dimensão social e política, existindo não 
só a degradação das fl orestas e rios, mas das condições de vida humana. 
Um exemplo, citado na obra, mostra, de forma clara, essa questão. A de-
núncia de contaminação de um rio por mercúrio usado por um garimpeiro 
de pequeno porte, é apoiada pela mídia e inicia-se um movimento ecoló-
gico. Diante disso, observa-se que uma grande empresa é mais qualifi cada 
para evitar esse tipo de contaminação, em virtude das técnicas que dispõe. 
O pequeno produtor de ouro se vê pressionado pela opinião pública, mo-
bilizada pela mídia em nome das causas ecológicas e proibido de conti-
nuar sua atividade, migra para outro lugar, indo engrossar o exército dos 
despossuídos urbanos. O movimento ecológico não poderia se considerar 
vitorioso, pois a produção de ouro fi cou concentrada em grandes empresas 
e os confl itos pela posse de terra se intensifi caram. Esse fato implica, tam-
bém, desigualdade social. 
Este excelente livro leva o leitor a discernir acerca dos movimentos eco-
lógicos e sociais, ampliando a visão e o conhecimento de quem o lê, além 
de alertar que o movimento ecológico deve ir além do verde e que a luta 
pela igualdade deve ser capaz de reconhecer a diferença e não reivindicar a 
homogeneidade. O autor termina a obra fazendo o leitor refl etir sobre a his-
tória da humanidade, que instituiu homens para pensar, planejar e decidir e 
homens para fazer, mas através de suas ações, no presente, decidem o futuro. 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (Des)Caminhos do meio Am-
biente. 14 ed. São Paulo. Contexto, 2008.

Continue navegando