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INTRODUÇÃO A qualidade final de uma estrutura de concreto armado depende tanto do controle de suas proprie- dades no estado fresco como no seu estado endureci- do. Erroneamente, muitas vezes, o controle tecnológico se restringe aos ensaios de resistência à compressão simples (concreto endurecido), como se este parâmetro, isoladamente, pudesse garantir a qua- lidade do concreto. O concreto, e mesmo a sua comercialização, ao ser regido exclusivamente pela resistência caracterís- tica (fck) pode não apresentar propriedades tais que o levem a um bom desempenho e a uma durabilidade satisfatória. Dessa forma, outros aspectos devem ser levados em consideração quando se deseja obter con- cretos de qualidade; entre eles o controle das propri- edades do concreto fresco, pois estes são fundamentais à execução das estruturas e às propriedades da estru- tura de concreto endurecido. O controle do concreto no estado fresco tam- bém não pode depender exclusivamente do Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone (Slump Test), pois esta metodologia avalia apenas um parâmetro da mis- tura que é a sua consistência. Outras características igualmente responsáveis pela qualidade final do con- creto devem ser verificadas no material antes de seu processo de endurecimento, dentre as quais pode-se Prof. Dr. André Luiz Bottolacci Geyer Professor Doutor, Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás -UFG. Eng. Rodrigo Resende de Sá Mestre em Engenharia Civil. Importância do Controle de Qualidade do Concreto no Estado Fresco citar a trabalhabilidade, a coesão, a segregação, a exsudação e o ar incorporado como sendo as mais importantes. A qualidade das estruturas acabadas está intima- mente ligada à sua qualidade no estado fresco, deter- minando ou não, a presença de falhas de concretagem, segregação, exsudação e vazios no con- creto. Neste informe técnico serão apresentados alguns dos principais parâmetros que devem ser verificados em um concreto fresco, quer seja em centrais de con- creto, ou em obras. Buscar-se-á mostrar que resulta- dos isolados de resistência a compressão, ou mesmo de slump, não são suficientes para garantir um bom desempenho do concreto, devendo ser também veri- ficados outros fatores que vão desde a dosagem ade- quada do concreto até a sua cura. TRABALHABILIDADE A Trabalhabilidade adequada em cada situação de concretagem é fundamental para a obtenção de um produto final de qualidade. Segundo o ACI 116R- 90, a trabalhabilidade é uma propriedade do concre- to recém misturado que determina a facilidade e a homogeneidade com a qual o material pode ser mis- turado, lançado, adensado e acabado. A obtenção de um concreto com trabalhabilidade adequada, ao contrário do que se imagina, não depende unicamente da quantidade de água utilizada. Nem sempre o acréscimo de água na mistura leva a uma maior trabalhabilidade, podendo, muitas vezes, levar à exsudação, à segregação, ou sim- plesmente, a um aumento do abatimento. A trabalhabilidade depende de uma seleção e propor- ção adequada dos materiais e muitas vezes do uso de adições e aditivos. Os teores de pasta, de argamassa e de agregados, em função da trabalhabilidade deseja- da, devem ser compatibilizados. Isto se consegue me- diante o conhecimento das características de cada componente e de seu proporcionamento correto na mistura. Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br 2 Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br Segundo Neville (1997) não existe um ensaio aceitável que determine diretamente a trabalhabilidade do concreto. No entanto, inúmeras tentativas têm sido feitas para correlacionar a trabalhabilidade com alguma grandeza física fácil de ser determinada. Dentre os ensaios que indicam indi- retamente a trabalhabilidade dos concretos conven- cionais e bombeados pode-se citar o Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone. Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone (Slump Test) O Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone mede a consistência e a fluidez do material, permitin- do que se controle a uniformidade do concreto. A principal função deste ensaio é fornecer uma metodologia simples e convincente para se controlar a uniformidade da produção do concreto em diferen- tes betonadas. Desde que, na dosagem, se tenha obti- do um concreto trabalhável, a constância do abatimento indicará a uniformidade da trabalhabilidade. No Brasil este ensaio é regulamentado pela NBRNM67 (1998) – Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone. As Figuras 1, 2 e 3 mostram como é realizado o ensaio. Basicamen- te consiste no preenchimento de um tronco de cone em três camadas de igual altura, sendo em cada ca- mada dados 25 golpes com uma haste padrão. O va- lor do abatimento é a medida do adensamento do concreto logo após a retirada do molde cônico. A noção de trabalhabilidade é, portanto, mui- to mais subjetiva que física, e o componente físico mais importante da trabalhabilidade é a consistência, termo que, aplicado ao concreto, traduz proprieda- des intrínsecas da mistura fresca, relacionadas com a mobilidade da massa e a coesão entre os elementos componentes, tendo em vista a uniformidade e a compacidade do concreto, além do bom rendimento durante a execução da estrutura. Misturas com consistência rijas têm abatimento zero, de modo que não se consegue nestes casos ob- servar variações de trabalhabilidade. Já misturas ri- cas, como as comumente utilizadas nos concretos para a construção civil, podem ser aferidas satisfatoriamente com este ensaio. Neville (1997) indica correlações entre o ensaio de abatimento e trabalhabilidade, con- forme mostra a Tabela 1. Tabela 1 – Relação entre trabalhabilidade e gran- deza de abatimento. Figuras 1, 2 e 3 – Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone sendo realizado. Considerando-se as especificações dos concre- tos utilizados na construção civil, embora o ensaio apresente limitações, devido à facilidade de sua reali- zação, torna-se muito útil para o controle da qualida- de do concreto no estado fresco. No entanto, deve-se ter a garantia que o concreto foi dosado adequada- mente e verificada a trabalhabilidade durante o seu preparo. Ensaios de Controle de Aceitação do Concreto no Estado Fresco De acordo com a NBR 12655 (1996) deve-se realizar o Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone (Slump Test) para a aceitação do concreto fresco, de forma que atenda as especificações de projeto e exe- cução da estrutura. Para concretos preparados pelo executante da obra devem ser realizados ensaios sempre que for al- terada a umidade dos agregados, na primeira amassa- da do dia, após interrupções na produção de 2 horas ou na troca de operadores. Para concretos fornecidos Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br 3 Como se pode observar na Tabela 3, a alte- ração do abatimento pela adição de água conduz a significativas reduções na resistência à compressão sim- ples do concreto. Outros Ensaios Existem vários outros ensaios (alguns deles são citados abaixo) que indiretamente avaliam a trabalhabilidade do concreto. Em Centrais de Con- creto e em Estudos de Dosagem sugere-se que sejam utilizados também outros parâmetros além do Slump, para a avaliação dessa trabalhabilidade. · Ensaio de Fator de Adensamento: É um dos ensaios mais apropriados para se medir a trabalhabilidade. Usa uma abordagem inversa dos demais, ou seja, determina-se o grau de adensamento obtido quando se aplica uma quantidade de traba- lho. · Ensaio de Remoldagem: Uma mesa de golpes é utilizada para avaliar a trabalhabilidade combase no trabalho necessário para mudar a forma de uma amostra de concreto. É um bom ensaio de laborató- rio, principalmente para avaliação de misturas secas. · Ensaio de Espalhamento: pode ser executado por uma pessoa e exige poucos materiais, o que o ha- bilita a ser utilizado em canteiros de obra e, não so- mente em laboratórios. É composto por uma base, a qual deve ser um quadrado de 1000 x 1000 milíme- tros, que não absorva água e nem provoque atrito com o concreto, e por um tronco de cone com materiais de mesmas características da base. Este ensaio é indi- cado para avaliação da trabalhabilidade de concretos auto-adensáveis ou fluídos. O Ensaio de Espalhamento é utilizado para medir a capacidade do concreto auto-adensável fluir livremente sem segre- gar. A medida de fluidez a ser obtida do CAA é o diâmetro do círculo formado pelo concreto. Para con- cretos convencionais, a trabalhabilidade é medida pela NBR NM 67(Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1998b): Concreto – Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone – Método de Ensaio, ou pela NBR NM 68 (ABNT, 1998c): Concreto – Determinação da Consistência pelo Espalhamento na Mesa de Graff. A determina- ção da consistência do concreto pelo espalhamento da mesa de Graff é aplicável para misturas que atin- jam o espalhamento mínimo de 350 milímetros, mas limitado ao tamanho da mesa, de 700 milímetros. Pode-se afirmar, a grosso modo, que o slump flow test é uma adaptação destes dois ensaios, para um con- creto excessivamente fluido. por empresas de concretagem (concreteiras) devem ser realizados ensaios a cada betonada que chega à obra. A aceitação ou não dos resultados obtidos no Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone deve obe- decer aos critérios da Tabela 2. Tabela 2- Tolerâncias para aceitação do concreto no estado fresco pelo Ensaio de Abatimento do Tron- co de Cone. A NBR 7212 (1984) - Execução de Con- creto Dosado em Central, estabelece que em alguns casos o abatimento pode ser corrigido na obra atra- vés da adição de água, sendo que essa correção, so- mente pode ser realizada antes do início da descarga do caminhão e nas seguintes condições: a) O abatimento inicial tem que ser igual ou superior a 10 mm; b) A correção não pode aumentar o abatimen- to em mais de 25 mm; c) O abatimento, após a correção, não pode ser superior ao especificado; d) O tempo transcorrido entre a primeira adi- ção de água e o início da descarga não pode ser supe- rior a 15 minutos. Adições de água em demasia, ou abatimen- tos superiores aos especificados podem trazer grandes prejuízos à trabalhabilidade, bem como às proprieda- des do concreto endurecido. Na Tabela 3 apresenta- se um exemplo do efeito na resistência à compressão simples de aumentos de abatimento em um mesmo concreto. Tabela 3 – Efeitos do aumento do abatimento por adição de água na resistência à compressão aos 28 dias de um concreto. 4 Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br COESÃO Uma propriedade muito ligada à trabalhabilidade é a coesão. A falta de coesão da mistura pode acarre- tar a desagregação do concreto no estado fresco, alte- rando sua composição física e sua homogeneidade. O concreto ideal é aquele que apresenta coesão e trabalhabilidade adequadas. Concreto coeso é aquele que se apresenta ho- mogêneo e sem separação de materiais da mistura em todas as fases de sua utilização, quer seja na produ- ção, no transporte, no lançamento, ou mesmo no seu adensamento durante a concretagem da estrutura. A coesão depende muito da proporção de partí- culas finas na mistura e, em especial, nas misturas com baixos teores de cimento, deve ser dada atenção à granulomentria na extremidade fina da curva granulométrica. Muitas vezes é necessário fazer vári- as misturas experimentais com diferentes proporções entre agregados graúdos e miúdos para se encontrar uma mistura com coesão adequada. As Figuras 4 e 5 mostram, respectivamente, um concreto coeso e não coeso, identificados no momen- to da realização do Ensaio de Abatimento do Tronco de Cone (Slump test). ma que sua distribuição não seja mais uniforme. Exis- tem, basicamente, duas formas de segregação. A pri- meira, típica de concretos pobres e secos, os grãos maiores do agregado tendem a separar-se dos demais durante as operações de lançamento com energia demasiada ou vibração excessiva. A segunda, comum nas misturas muito plásticas, manifesta-se pela nítida separação da pasta da mistura, sendo também conhe- cida por exsudação. A exsudação é uma forma particular de segrega- ção, em que a água da mistura tende elevar-se à su- perfície do concreto recentemente lançado. Esse fenômeno é provocado pela impossibilidade dos cons- tituintes sólidos fixarem toda a água da mistura e de- pende, em grande escala, das propriedades do cimento. Como resultado da exsudação, tem-se o apareci- mento de água na superfície do concreto após o mes- mo ter sido lançado e adensado, além do surgimento e da manifestação de inúmeros outros problemas como o enfraquecimento da aderência pasta-agregado (zona de transição), aumento da permeabilidade do con- creto e, se a água for impedida de evaporar, pela ca- mada que lhe é superposta, poderá resultar em uma camada de concreto fraca, porosa e de pouca durabi- lidade. As Figuras 6 e 7 mostram exemplos de exsudação em um ensaio de abatimento e em uma estrutura na qual se constatou a ocorrência da segregação. Figuras 4 e 5 – Concreto coeso e concreto não coeso (HELENE e TERZIAN, 1993). Não existem ensaios normalizados para se me- dir, de uma forma simples, a coesão de uma mistura. Porém, testes práticos como o de se bater com a has- te do ensaio de abatimento, lateralmente, no con- creto, podem indicar, empiricamente, a coesão do material. Recomenda-se que sejam verificados estes aspectos na realização da dosagem experimental e na execução dos ensaios de abatimento em obra. SEGREGAÇÃO E EXSUDAÇÃO A segregação é definida como sendo a separa- ção dos componentes do concreto fresco de tal for- Figura 6 – Exsudação verificada no ensaio de abatimento e espalhamento. Figura 7- Segregação constatada em uma estrutura após o endurecimento do concreto. Não existem ensaios normalizados para de me- dir a segregação. Dessa forma, a observação visual da coesão do concreto no estado fresco ou endurecido e a extração de testemunhos do concreto endurecido são indicados para a avaliação do comprometimento da estrutura por este fenômeno. Salienta-se, também, que concretos mal dosados conduzem a eventuais se- gregações e exsudações. Quanto à exsudação, existe um ensaio normali- zado pela ASTM para ser realizado em laboratório, que consiste na colocação do concreto fresco em um recipiente de 250 mm de diâmetro e 280 mm de altu- ra. Neste ensaio, a água de exsudação é retirada da Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br 5 superfície do concreto em intervalos de tempo deter- minados e a exsudação é determinada como sendo a relação entre a quantidade de água retirada da super- fície e a água total da amostra. Conforme Mehta e Monteiro (1994) combina- ções de consistência inadequada com agregados de massa específica muito alta ou muito baixa, pouca quantidade de partículas finas e métodos inadequa- dos de transporte, lançamento e adensamento são as principais causas da segregação e exsudação do con- creto. A segregação e exsudação podem ser reduzidas ou eliminadas através de um controle maior da dosa- gem e de métodos de lançamento e adensamento do concreto mais eficientes e bem executados. AR INCORPORADO De acordo com Methta e Monteiro (1994) pode-se encontrar vazios preenchidospor ar den- tro do concreto de duas formas: através de bolhas de ar incorporado ou através de vazios de ar aprisionado. As bolhas de ar incorporado pos- suem dimensões entre 100um e 1mm de diâmetro, enquanto os vazios de ar apri- sionado são maiores, ficando entre 1mm e 10 mm. Os vazios de ar aprisionado, que na maioria das vezes são causados por deficiência nas dosagens e es- colha dos materiais, são nefastos à qualidade final do concreto, podendo comprometer as propriedades mecânicas de resistência à compressão e módulo de elasticidade. Outro aspecto negativo em relação à presença de vazios de ar aprisionado no concreto é a aparência final, com a formação de macro-bolhas su- perficiais. No caso de concreto aparente a presença de macro-bolhas superficiais é totalmente indesejá- vel. Quanto às bolhas de ar incorporado, podem ter duas origens. A primeira, com a natural incorporação de pequenas quantidades de ar, disseminadas através de micro-bolhas na massa do concreto. A segunda, através da utilização de aditivos incorporadores de ar ao concreto. A incorporação denominada natural, bem como a presença de vazios de ar incorporado advém de fa- tores como tipo e finura dos aglomerantes e agrega- dos miúdos, dosagem dos materiais, tipo e grau de adensamento aplicado, temperatura e tempo de mis- tura do concreto. A incorporação através de aditivos se dá em ca- sos especiais com os objetivos de redução do tama- nho das macro-bolhas (vazios de ar aprisionado), aumento da trabalhabilidade do concreto, redução do consumo de cimento e melhoria da qualidade do concreto quanto a ação de gelo e degelo. Dentro de limites aceitáveis, para incorporações de até 6% atra- vés de aditivos, a cada incremento da incorporação de ar em 1% pode-se permitir a redução da água da mistura em até 3% e a percentagem de areia em até 1% levando a melhorias na resistência à compressão simples do concreto. O controle do teor de ar incorporado é funda- mental ao controle da qualidade do concreto, quer seja para verificar limites máximos e mínimos desejá- veis de ar incorporado, ou para identificar teores de vazios de ar no concreto. No Brasil a NBR 11686/ 1990 – Concreto Fresco – Determinação do Teor de Ar pelo Método Pressométrico, é o ensaio utilizado para a obtenção do valor do ar incorporado e/ou apri- sionado no concreto. Na Figura 8 apresenta-se o equipamento utili- zado para realização do ensaio de medição do ar in- corporado no concreto, o qual consiste de um recipiente hermeticamente fechado, que é preenchi- do com concreto fresco. Através de orifícios é injeta- da a água no recipiente fechado, de forma a expulsar o ar do concreto. Na saída do ar, manômetros detec- tam o teor liberado e indicam o percentual de ar na mistura. A Figura 9 mostra todos os materiais e equipa- mentos utilizados no ensaio e as Figuras 10 a 15 ilus- tram a seqüência de procedimentos adotados para a realização do ensaio de medição de ar incorporado, de acordo com a NBR 11686/1990. Figura 8 6 Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br Concretos convencionais contêm no seu inte- rior, mesmo sem o uso de aditivos incorporadores de ar, 1 a 3% do seu volume em ar aprisionado, devido ao processo de mistura e a sua consistência. Nos casos de concretos produzidos em centrais e transportados por caminhões betoneira este percentual pode che- gar à ordem de 4%. Percentuais de ar incorporado acima de 5% podem trazer prejuízos ao desempenho mecânico do material. A aplicação de aditivos incorporadores de ar ao concreto torna possível transformar as macro-bolhas incorporadas na mistura em micro-bolhas, além de elevar o teor de ar no concreto. Nestes casos as bo- lhas geradas são pequenas, em torno de 0,2 mm, e podem contribuir muito para a trabalhabilidade do concreto, sem necessariamente trazer reduções de re- sistências. Para concretos convencionais a incorporação de ar, via aditivos, pode ser benéfica com melhorias glo- bais ao material. Já para concretos de alto desempe- nho (CAD) o ACI (Instituto Americano do Concreto) sugere que devido à redução da resistên- cia à compressão os aditivos não sejam utilizados. O teor de ar no concreto é, portanto, um tema de extrema importância à sua qualidade final. O con- trole dos percentuais de ar no concreto fresco permi- te aferir as dosagens, as adições de aditivos e, como conseqüência, garantir a qualidade do material. Va- lores de ar acima dos previstos na dosagem do materi- al indicam que o concreto poderá sofrer prejuízos mecânicos, como reduções de resistência à compres- são e módulo de elasticidade, ou estéticos como a for- mação de macro-bolhas superficiais. No caso da utilização de aditivos incorporadores, a questão se inverte, pois valores de incorporação de ar abaixo dos estimados podem comprometer a Figura 9 - Aparelho medidor de ar incorporado ao concreto. Figura 10 – Amostra de concreto sendo retirada do caminhão betoneira. Figura 13 – Injeção de água no equipamento. Figura 14 – Injeção de ar no equipamento. Figura 15– Leitura do teor de ar incorporado. Figura 11 – Detalhe da amostra de concreto. Figura 12– Adensamento do concreto. Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br 7 trabalhabilidade e a resistência às ações de gelo e de- gelo (comuns em países de clima frio ou em casos de obras especiais como câmaras frigoríficas). CONSIDERAÇÕES FINAIS A qualidade do concreto quanto às suas propri- edades no estado fresco e, por conseguinte, também no estado endurecido, bem como a exatidão dos vo- lumes preparados e fornecidos, passam, necessariamen- te pelo rigoroso controle das características especificadas para o concreto no estado fresco. A REALMIX possui equipamentos de última geração para a realização dos ensaios tecnológicos de concreto fresco e os utiliza em todos os procedimen- tos de dosagem e preparo de concreto, tanto na Cen- tral quanto nas obras. A utilização em caráter permanente destes controles na dosagem, preparo e fornecimento contribuem para a garantia da qualida- de do concreto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HELENE, P. R. L.; TERZIAN, P. Manual de Dosa- gem e Controle do Concreto. São Paulo: PINI, 1993. MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto – Estrutura, propriedades e materiais. São Paulo, 1994. NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto. Trad. Savador E. Giamusso. Ed. Pini, São Paulo, 1997. NBR 7212 (1984) – Execução de concreto do- sado em central. NBRMN67 (1998) – Determinação da Consis- tência pelo abatimento do tronco de concreto. NBR 11686/1990 – Concreto Fresco – Deter- minação do teor de Ar pelo Método Pressométrico. NBR 12655 (1996) – Concreto – Preparo, con- trole e recebimento. NBR NM 67 (1998): concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone - método de ensaio. NBR NM 68 (ABNT, 1998): concreto – Deter- minação da consistência pelo espalhamento na mesa de Graff. ASSOCIADA A: 8 Av. W-6, Área 34, CEP 74.922-790 - Aparecida de Goiânia - Go Telefax: (62) 3282-0400 - www.realmixconcreto.com.br - fale@realmixconcreto.com.br DICIONÁRIO DO CONCRETO Este pequeno dicionário não esgota toda a terminologia que o usu- ário do concreto deve conhecer, mas pretende explicar, o quanto possível, os principais termos relativos aos serviços de concretagem, às suas opera- ções, bem como as características do concreto dosado em central, seus apesctos e sua correta utilização. TERMINOLOGIA Abatimento – Ensaio normalizado para a determinação da medida da consistência do concreto fresco. Permite verificar se não há excesso ou falta de água no concreto. Abrasão – Desgaste superficial do concreto.Adensamento – Processo manual ou mecânico para compactar uma mistura de concreto no estado fresco, com o intuito de eliminar vazios internos da mistura ( bolhas de ar) ou facilitar a acomodação do concreto no interior das fôrmas. Aditivo – Produto adicionado ao concreto em pequenas quantida- des, proporcional ao teor de cimento, no instante da pesagem dos compo- nentes ou durante a mistura do concreto, para modificar suas propriedades antes ou após a aplicação. Agregados – Materiais granulares(brita, areia, etc.) que são unidos pela pasta de cimento no preparo do concreto. Reação álcali-agregado – Reação química entre compostos do ci- mento (álcalis) e certos agregados reativos, ocorrendo expansões danosas ou fissuras. Bombeamento – Transporte do concreto por meio de equipamen- tos especiais, bombas de concreto e tubulações, que transportam o concre- to do caminhão- betoneira até ao local de concretagem. Capeamento - Revestimento com pasta de cimento ou com uma mistura composta de material pulverulento e enxofre derretido, que regu- lariza os topos de um corpo-de-prova com o objetivo de distribuir uniforme- mente a carga durante o ensaio. Central dosadora – Local de dosagem ou mistura do concreto por meio de instalações e equipamentos especiais, sendo o mesmo transporta- do ao local de aplicação por caminhões-betoneira. Cobrimento – Espessura de concreto entre a superfície da armadu- ra e a superfície do concreto. Consistência – É a medida da mobilidade da mistura (plasticidade), isto é, maior ou menor facilidade de deformar-se sob a ação de cargas. É expressa pelo ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test). Consumo de cimento – Quantidade dosada, em massa (kg), para produzir um metro cúbico de concreto. Corpo-de-prova – Amostra de concreto endurecido, especial- mente preparado para testar propriedades como: resistência à compressão, módulo de elasticidade, etc. Cura – Procedimentos para a manutenção das condições favoráveis de umidade e temperatura nas primeiras idades do concreto que possibili- tam o desenvolvimento de sua resistência e de outras propriedades. Desmoldante – Substância química utilizada para evitar a aderên- cia do concreto à fôrma. Desvio Padrão – Medida da dispersão de um conjunto de valores. Dispersão entre a média e os valores individuais. Dosagem – Estabelecer as quantidades ótimas dos compo- nentes do concreto para atender a determinadas características ou propriedades pré-estabelecidas. Ensaio – Realização de testes para avaliar propriedades físicas ou químicas de um material ou peça. Escoramento – Reforços executados na fôrma para que su- porte o seu próprio peso e também do concreto fresco lançado, ga- rantindo uma perfeita moldagem da peça concretada. Espaçadores – Dispositivos colocados entre a armadura e a face interna da fôrma de modo a garantir o cobrimento necessário. Exsudação – Migração de parte da água da mistura para a superfície da peça concretada. É causada pela acomodação dos materiais sólidos da mistura de concreto. Fissuração – São pequenas rupturas que aparecem no con- creto que podem ser provocadas por atuação de cargas ou por retração, devido à rápida evaporação da água. Hidratação – Formação de compostos pela combinação da água com o cimento portland. Processo de endurecimento de pas- tas, argamassas e concretos. Lançamento – Processo de colocação e adensamento do concreto. Modo de transporte e colocação do concreto na fôrma a ser concretada. Massa específica – Relação entre a massa e o volume de um corpo (densidade). Moldagem – Especificamente sobre concretos ou argamas- sas de cimentos portland, refere-se a um procedimento normalizado de confeccionar corpos-de-prova. Nichos (bicheira) de concretagem – Falhas de concretagem que ocasionam “buracos” no concreto, devido, princi- palmente, à falta de vibração. Pega – Condição de perda da plasticidade da pasta, argamas- sa ou concreto, medida pela resistência à penetração ou deforma- ção em ensaios padronizados. Resistência característica do concreto à compressão (fck)- Esforço resistido pelo concreto, estimado pela ruptura de corpos-de- prova cilíndricos em prensas especiais. Segregação – Mistura heterogênea. Fato que também ocorre com misturas de concreto por excesso de vibração durante o adensamento ou lançamento em alturas elevadas. Sílica Ativa – Material pulverulento composto de partículas extremamente finas de sílica amorfa 100 vezes mais fina que o grão de cimento, utilizado na dosagem de concretos especiais. Traço – Especificamente em relação à misturas compostas de cimento portland ou outro tipo de aglomerante, é a forma de expri- mir a proporção entre os componentes dessas misturas. (Fonte ABESC.)
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