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Fratura exposta Fratura exposta é aquela na qual há ruptura da pele e dos tecidos moles subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta ou de seu hematoma fraturário com o meio externo Consequencias: Contaminação - por bactérias do meio externo Desvascularização, esmagamento e arrancamento Perda da função - Músculos, tendões e nervos Classificação: GUSTILLO & ANDERSON - Mais utilizada em todo o mundo, imprescindível para orientar prognóstico e tratamento - Baseia-se em 3 fatores fundamentais: Padrão da fratura - grau de energia absorvido pelo osso deve sempre ser associado com a lesão de partes moles Grau de contaminação Grau de lesão de partes moles - o tamanho da lesão de pele isolado não é parâmetro para a classificação Tipo I: - Geralmente de baixa energia, de dentro para fora - Ferida < 1cm - Contaminação mínima - Lesão de partes moles mínima - Deslocamento mínimo de periósteo, cominuição mínima - Fratura transversa ou oblíqua curta Tipo II: - Geralmente de moderada energia, de fora para dentro - Ferida de 1 a 10cm - Contaminação moderada - Lesão de partes moles moderada - Deslocamento moderado de periósteo, cominuição mínima - Esmagamento mínimo ou moderado - Fratura transversa ou oblíqua curta Tipo III: - Geralmente de alta energia, de fora para dentro - Ferida > 10cm - Contaminação grave - Extensa lesão de partes moles e deslocamento periosteal e/ou esmagamento - Amplamente cominutiva Fratura exposta segmentar, ambiente altamente contaminado, FAF e fraturas de alta energia IIIA: o Cobertura de partes moles adequada o - Fratura segmentar ou FAF IIIB: o - Lesão extensa não permitindo cobertura óssea o - Exige reconstrução plástica IIIC: o - Lesão vascular importante o - Exige reparação vascular cirúrgica Tipo Ferida Nível de contaminação Lesão de partes moles Lesão óssea I < 1 cm Limpa Mínima Simples II 1 - 10 cm Moderada Moderada Moderada III A > 10 cm Alta Grave + cobertura cutânea possível Multifragmentar III B > 10 cm Alta Grave + perda da cobertura cutânea Multifragmentar III C > 10 cm Alta Grave + lesão vascular que requer reparo Multifragmentar Tto: Atendimento inicial: ATLS – Advanced Trauma Life Support História do trauma Exame completo do membro afetado – circulação, exame neurológico Antibiótico profilaxia: Cefalosporina, Aminoglicosídeo ( S. aureus) Profilaxia do tétano Atendimento cirúrgico: Debridamento cirúrgico o - Remover corpos estranhos e tecidos desvitalizados o - Reduzir contaminação bacteriana o - Criar ferida vascularizada o - Evitar ressecção excessiva de tecidos sadios ou preservação de necrossados o - Critérios 4 C: cor, consistência, circulação e contratilidade o - Deve ser realizado em ambiente cirúrgico Irrigação o - Lavagem exaustiva da ferida (ringer lactato ou soro fisiológico) o - Remoção dos detritos (ação mecânica) o - Gustillo: 10 litros de solução salina o - Antibióticos e soluções anti-sépticas ? Enxerto ósseo: o Enxerto ósseo esponjoso - vascularização local adequada capaz de incorporar o enxerto, sem infecção e com estabilidade óssea o Quatro a seis semanas após a cobertura cutânea estabelecida Fixação óssea: o - Restaurar comprimento e alinhamento o - Evita perpetuação de lesão das partes moles e formação de espaço morto e hematoma o - Diminuí índices de infecções o - Permite melhor cuidado das feridas o - Permite melhor mobilização e conforto do paciente o Fatores para tomada de decisão: Padrão, tipo da fratura e grau de cominuição Localização anatômica Grau de lesões, partes moles e tratamento inicial Grau de contaminação Estado geral do paciente Tempo de evolução desde o acidente ATBterapia: o lesões agudas existe contaminação: uso profilático o - mais comum: Staphylococcus aureus o organismos Gram - negativos (Pseudomonas, enterobacter e enterococos) tornaram - se muito prevalentes o infecções mistas são comuns Tipo Atb 1ª escolha Atb opção I e II Cefalosporia 1ª geração III A, B, C Cefalosporina 1ª geracão + aminoglicosídeos Cefalosporina 3ª geração Em área rural, campo ou fazenda Cefalosporina 1ª geração + aminoglicosídeo + penicilina Cefalosporina 1ª geração Fechamento: - lesão do tipo I: fechamento primário - lesão do tipo II: avaliação individual - lesão do tipo III: ferida aberta Amputação do membro: - membro não viável: esmagamento, laceração irreparável, lesão vascular grave, isquemia > 8 horas, risco de vida - Gustillo: fratura tipo IIIC + lesão nervosa grave, sem tratamento por 8 horas, contaminação maciça Complicações: Locais Ossos: o Osteomielite o União retardada o Mau alinhamento axial o Artrose e pseudoartrose Partes moles: o Infeções (tétano e gangrena gasosa) o Distrofia simpática reflexa o Síndromes compartimentais Gerais Septicemia Tromboembolismo Hipovolemia (choque) Embolia gordurosa Emergências ortopédicas A) Infecções osteoarticulares Paciente requer internação. Lesões progressivas e irreversíveis Fisiopatologia: Colonização bacteriana em ossos longos e/ou cavidade articular, a partir de foco séptico á distância infl Edema + expansão bact. = aumento da Pressão compressão dos vasos capilares terminais isquemia local necrose osteoarticular e partes moles Necrose + pus (bact.e leuc.) = Abscesso Osteomielite aguda 48h antes da formação do abscesso surgem os sinais inflamatórios Momento propício p/ administração de atb. Evita a formação do abscesso e a destruição osteoarticular O pus no interior do abscesso tende a se expandir, usando os canais de Volkmann e Havers, atingindo cápsula articular (OSM + PIA), periósteo e partes moles, podendo fistulizar a pele. Este processo desenvolve-se em até 10 dias. É a transição da OSM aguda/ crônica Agentes mais comumente envolvidos: Staphylococcus aureus (85%) Clinica: Dor: principal manifestação. Progressiva, refratária à analgesia comum. Distensão do periósteo, compressão e infiltração de partes moles e pela RI. Demais sinais flogísticos: calor, rubor, edema, perda de função e febre (sepse?) Ex complementares: Hemograma – leucocitose c/ DE VHS – está elevado. Teste + sensível Hemocultura – positiva somente em 50% - Cultura e antibiograma (antes dos atb) Radiologia – fase aguda é de pouco valor. Na crônica, mostra os abscessos, erosões e descolamento periostal. Bom parâmetro pré-op. Usg – coleção purulenta Tto: Controle clinico Drenagem cirúrgica. Após, lavagem contínua. Antibióticoterapia ampla (S. aureus). Rever após antibiograma AINES Consequencias: Pioartrite Cronificação Perdas osteoarticulares permanentes Osteomielite Cronica OSM AGUDA em 10 dias OSM CRÔNICA Fragmento necrótico: sequestro ósseo Fístulas osteocutâneas RX e TC: valor diagnóstico e pré-op. Ressecção dos fragmentos necróticos, limpeza de partes moles, drenagem e fixação ext. Atb. Pioartrite Infecção intra-articular por contiguidade da OSM ou disseminação hematogênica direta Fisiopatologia: Similar à OSM e que culmina c/ destruição da cartilagem articular: desarticulações de difícil abordagem Inflamação aumenta a síntesede líquido sinovial, e eleva e pressão intra-articular Erosão da cartilagem e grumos Diminuição do espaço articular e desarticulção Clínica: Dor é fruto da distensão da cáp. articular Sinais flogísticos e limitação de movimentos são idênticos aos da OSM (posição de defesa) Exames complementares: USG tem grande valor diagnóstico Punção: diagnóstico e terapêutica Artroscopia é padrão ouro. Também é diagnóstica e terapêutica Tto: Drenagem dupla e imobilização Não administra-se atb local B) Sindrome Compartimental (de Volkman) Fisiopatologia: Oclusão arterial anóxia muscular liberação de histamina estase capilar aumento de pressão perfusão comprometida Isquemia celular Sintomas: (5 P) Pain dor Palidez com falta de perfusão das extremidades Pulso ausente Parestesia Paralisia cianose Tto: retirar o gesso (caso o paciente esteja imobilizado) realizar a fasciotomia ampla (se necessário) Se após 30 min a perfusão não retornar: ultra-som com ecodoppler , Arteriografia C) Fratura exposta D) Luxações de Articulações pequenas, médias e grandes: redução em até 6 horas
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