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ortopedia Bárbara Oenning da Gama 2 GERAL Mecanismo e consolidação dos ossos..................................................................................................................... 3 Traumatologia......................................................................................................................................................... 7 Politraumatismo..................................................................................................................................................... 9 Fraturas expostas.................................................................................................................................................... 12 Síndrome compartimental...................................................................................................................................... 14 Processos inflamatórios osteoarticulares............................................................................................................... 16 Artrite séptica......................................................................................................................................................... 18 Osteoartrose........................................................................................................................................................... 20 Infecções................................................................................................................................................................. 21 Paralisia cerebral..................................................................................................................................................... 23 Mielomeningocele.................................................................................................................................................. 25 Maus tratos............................................................................................................................................................. 27 Lesões do esporte................................................................................................................................................... 28 Lesões malignas...................................................................................................................................................... 29 Lesões tumorais...................................................................................................................................................... 31 Princípios da imobilização....................................................................................................................................... 33 COLUNA Fraturas da coluna vertebral................................................................................................................................... 34 Patologias da coluna............................................................................................................................................... 36 Defeitos congênitos da coluna................................................................................................................................ 39 MEMBROS SUPERIORES Fraturas dos membros superiores........................................................................................................................... 41 Lesões dos membros superiores............................................................................................................................. 43 Luxações e lesões ligamentares dos membros superiores...................................................................................... 45 Lesões congênitas dos membros superiores........................................................................................................... 47 PELVE + MEMBROS INFERIORES Fraturas da pelve..................................................................................................................................................... 49 Fraturas dos membros inferiores............................................................................................................................ 50 Lesões dos membros inferiores............................................................................................................................... 52 Luxações da pelve e dos membros inferiores.......................................................................................................... 55 3 mecanismos e consolidação dos ossos ESTADO DE EQUILÍBRIO | HOMEOSTASE · Sistema esquelético é dinâmico · Adaptação: capacidade de voltar ao estado de repouso · Colapso temporário: energia única que ultrapassa a capacidade de absorção do sistema → regenera · Colapso definitivo: energia tão grande que colapsa e fratura o sistema, gerando morte celular · Resposta neurológica → dor → reação inflamatória local → aumento da circulação → hematoma MESÊNQUIMA: célula mãe → forma osso, cartilagem, ligamentos, músculos, nervos, tendões, sinóvias, bursas e fáscias · Garante mobilidade estável e integridade estrutural COLÁGENO · Aminoácidos → cadeias polipeptídicas → x3: tropololágeno → microfibrilas → colágeno, depende de vitamina C · 50 trançados de tropocolágeno formam o osso MATRIZ ORGÂNICA DA CALCIFICAÇÃO: osteoide MATRIZ INORGÂNICA DA CALCIFICAÇÃO: Ca10(PO4)6(OH)2 → hidroxiapatita de Ca é a mais importante OSSIFICAÇÃO · Embriogênese: 5ª semana ocorre esboço mesenquimal Embriogênese: 6ª semana ocorre condrificação hialina Embriogênese: 7ª-12ª semana ocorre a ossificação endocondral *Ossos do crânio e porção diafisária das clavisulas sofrem ossificação intramembranosa → presença de periósteo, sem passar pela fase cartilaginosa Ossificação intramembranosa → tecido conectivo primário fibroso sem cartilagem (!) · Ossos chatos da cabeça, face, crânio e clávicula (!) · Ocorre no interior de tecido mesenquimal · Célula mesenquimal e matriz extracelular se unem formando nódulos → tecido vascular e célula óssea primária (osteoblasto) → matriz osteoide → cálcio mineraliza, ossificando *Osteoide é aeróbico, precisando de circulação → necessita de cálcio (!) Ossificação endocondral → cartilagem · Maior parte da ossificação do corpo humano · Inicia pela diáfise nos ossos longos *Diáfise está totalmente ossificadas ao nascimento *Depois migra para as epífises → depois do nascimento os centros de ossificação epifisários vão surgindo, deixando uma placa cartilaginosa entre a epífise e a metáfise ossificadas → placa epifisária | placa de crescimento | zona metafisária | phisis (!) *Placa epifisária é responsável pelo crescimento em comprimento pela grande quantidade de condrócitos em alto grau de proliferação *Placa epifisária some na fase adulta *Diáfise cresce em espessura a partir do periósteo e endósteo · Tecido cartilagonoso calcifica, matando os condrócitos → invasão de tecido mesenquimal rico em vasos e osteoblastos *Todo metabolismo é anaeróbio, nutrido pelo líquido sinovial (!) CRESCIMENTO ÓSSEO: necessita de fosfatase alcalina, cálcio e vitamina C · Comprimento pela ossificação encocondral · Largura pela ossificação intramembranosa EPÍFISE: ponta do osso FISE: transição entre cartilagem e osso → placa epifisária, apenas nas crianças METÁFISE: triangular, aglutina força funcionando como um funil → transfere à diáfise DIÁFISE: parte mais vascularizada, tecido mais fértil, sendo principal hospedeiro de doenças → sofre quando a metáfise é atingida 4 PLACA CARTILAGINOSA EPIFISÁRIA Fase de repouso ou reserva: células indiferentes e irregulares · Condroblastos em colunas, sem nutrição, apenas no líquido sinovial → se degradam durante a vida, número limitado de 100 Fase proliferativa: crescimento ativo + fibras de colágeno + colunas de condroblastos · Semmatriz condral · Cadeias bem organizadas de condroblastos que vão crescendo e evoluindo, começando a se separar Fase hipertrófica: quando chega no ápice, condrobasto virou condrócito e envelheceu, formando bastante matriz · Condrócitos aumentados e com maior vascularização · Até essa fase é anaeróbico (!) Fase de calcificação: apoptose + início da ossificação na matriz · Morte → invasão pelo osteoide → traz cálcio e hidroxiapatita, chegando na metáfise do osso OSTEOBLASTO: célula cilíndrica / cuboide, múltipla, ativa que produz matriz osteóide de todo o sistema · Produz pró-colágeno → formação do colágeno tipo 1 OSTEÓCITO: osteoblasto maduro / envelhecido · Com canalículos que permitem sua nutrição · Lacunas: osteoplastos → mantém componentes químicos na matriz (!) · Osteona: comunicação entre osteócitos e vasos → sistema de troca de nutrientes (!) · Envolto pela matriz osteoide produzida pelo osteoblasto *Célula precursora mesenquimal → osteblasto → osteócito OSTEOCLASTO: produz matriz condral · Responsável pela remodelação por conta de sua capacidade fagocitária · Formado a partir de grande número de osteócitos CONDROBLASTOS: células cilíndricas ou arredondas, dispostas em colunas múltiplas · Produzem matriz condral quando isoladas · Produzem fibras colágenas e matriz da cartilagem · Metabolismo anaeróbico (líquido sinovial) · Depois da formação da cartilagem, sofrem retração de volume e passam a ser chamados de condrócitos RANK/RANKL: formação de osteoclastos, ativando a remodelação óssea normal e a reabsorção · Quando há muito osso velho, por exemplo · Osteoclasto faz a reabsorção em 3-6 semanas OPG: neutraliza o sistema, impedindo a reabsorção óssea, protegendo o esqueleto *Osso jovem é ácido → dissolve mais rápido *Osso velho é alcalino *Osteoblasto estimula a formação óssea que demora cerca de 6 meses → por isso não se pode ficar remodelando muito ao mesmo tempo OSSO CORTICAL: mais forte, feito para absorver impacto, carregar a força que a cartilagem absorve e transferir para a metáfise · Com fibras colágenas flexíveis · Responsável pela estrutura · Encontrada na diáfise de ossos longos e na superfície (pequena) de ossos curtos e chatos OSSO ESPONJOSO: condutor de cargas · Mais trabecular, como uma expansão do osso cortical · Maior capacidade proliferativa, sendo a parte mais ativa do osso · Melhor capacidade de absorção e determinação do eixo da força · Melhor consolidação · Melhor local para retirada de enxertos (!) · Parte mais acometida por afecções → principalmente metáfise (!) · Encontrada nas epífises e metáfises de ossos longos e em ossos curtos e chatos 5 PERIÓSTEO: membrana que envolve o osso · Parte externa com fibroblastos / tecido fibroso → que fica quando envelhecemos · Parte interna / cambium com 2 camadas: 1. Camada mais externa com células osteogênicas e osteoblásticas Parte interna / cambium com 2 camadas: 2. Camada mais interna com ostócitos METABOLISMO DO CÁLCIO E FÓSFORO · Funções do cálcio: rigidez, adesividade intercelular, permeabilidade da membrana celular, contração muscular · Reguladores *PTH: Aumenta a reabsorção de cálcio e fósforo no osso *PTH: Aumenta o cálcio sérico *PTH: Aumenta a reabsorção tubular de cálcio nos rins *PTH: Acelera a conversão em vitamina D ativa · Vitamina D: Aumenta a reabsorção de cálcio no intestino e nos rins Vitamina F: Aumenta o cálcio sérico · Calcitonina: Diminui o cálcio sério CARTILAGEM: material de menor atrito formado por matriz condral + fibras colágenas · Função: absorver e transferir impactos para metáfise · Tipos: Articular ou hialina Tipos: Fibrocartilagem → ligamentos Tipos: Fibroelástica → meniscos Tipos: Placa de crescimento → fise, trabeculado, desaparece ao longo do crescimento MÚSCULO: conjunto de fascículos, envolto pelo epimísio · Fásciculos: conjunto de fibras envolto pelo perimísio · Fibras: com sarcoplasma e envolto pelo endomísio · Tecido contrátil: actina e miosina · Tecido inerte: fibras I e IIa e IIb · Força de contração depende da: área transversal e massa, comprimento das fibras, direção das fibras, velocidade de contração (!) *Músculo reto femoral tem mais capacidade contrátil que o sartório (sartório é oblíquo) · Tipos de contração: Concêntrica → encurta Tipos de contração: Excêntrica → alonga Tipos de contração: Isométrica → sem alteração de comprimento · Funções: Agonista → movimentos primários que somam as forças Funções: Sinérgica → músculos com funções diferentes, mas que se aliam · Ação do músculo depende da área transversal e massa FRATURA: colapso do sistema · Direção da fratura é determinada pela direção, posição do membro e estabilidade no momento do trauma (!) · Pode acontecer de forma aguda (alta energia em osso hígido) ou crônica Tipos de fratura quanto à configuração geométrica (!) · Forças de angulação: fratura transversa ou oblíqua · Forças de torção: fratura espiral · Forças de tração: por intermédio de um tendão inserido no osso, fratura por avulsão · Forças compressivas: fraturas de compressão / impactadas → comum em osso esponjoso Traço da fratura · Simples: traço único, com 2 fragmentos ósseos · Em cunha: apresentam, pelo menos, um 3º fragmento sem contato entre os 2 principais · Complexa: não há contato entre os 2 fragmentos principais *Diferente da cominutiva que, por definição, é multifragmentada Acometimento articular · Intra-articular: traço atinge a articulação → exige redução, pois se consolidar como fica gera artrose (!) · Extra-articular: traço não atinge a articulação 6 Lesão de partes moles associadas · Abertas: maior índice de complicação → principalmente infecção óssea (osteomielite) · Fechadas: sem comunicação com o meio externo Tipos de fraturas · Fratura em galho verde: fratura incompleta que afeta apenas uma cortical e esqueleto imaturo *Comum em crianças quando uma força angulatória produz falha no lado convexo da curva · Fratura transversa: trauma direto de impacto único *Menor energia (!) *2 pontos móveis e 1 fixo (!) · Fratura oblíqua: fratura com flexão · Fratura helicoidal: fratura com torção do membro → pode causar cominutiva se energia maior · Fratura cominutiva: 3 ou mais fragmentos *Energia muito forte (!) · Fratura segmentar: 2 linhas de fratura separando um fragmento intermediário do fragmento proximal e distal *Pode ser completa ou incompleta REDUÇÃO: sempre feita no sentido inverso da força deformante por isso é importante saber o mecanismo da fratura CONSOLIDAÇÃO: regeneração óssea · Ocorre após 4-8 meses da fratura, sem deixar cicatriz · Depende de: 1. Boa vascularização dos fragmentos Depende de: 2. Manutenção da estabilidade da fratura Consolidação primária: ocorre quando existe perfeita aposição entre os fragmentos e estabilidade absoluta por osteossíntese de placa e parafuso → tecido ósseo se forma diretamente do próprio osso fraturado Consolidação secundária: antes de formar osso, há formação de tecido fibrocartilaginoso intermediário quando a estabilidade é relativa (gesso, haste intramedular, fios e fixador externo) *Mais comumente observada 1. Fase precoce / hematoma fraturário: sangramento e hematoma ao redor dos fragmentos → hematoma coagula e é invadido por pequenos vasos (angiogênese) → presença de células mesenquimais pluripotentes do tecido conjuntivo 2. Fase do calo fraturário mole: nas primeiras 2 semanas se forma um tecido que se interpõe aos fragmentos e envolve as bordas, formando um calo → funciona como uma cola para o osso *Nessa fase o calo é composto por tecido fibrocartilaginoso, trazendo alguma resistência e estabilidade, mas ainda não aparecendo na radiografia, pois não é tecido ósseo (!) 3. Fase do calo fraturário duro / calo ósseo: células mesenquimais começam a gerar osteoblastos que produzem tecido ósseo rapidamente → tecido começaperiosteal e, em seguida, preenche toda a fratura *Nesse momento aparece na radiografia *Fratura clinicamente estável *Fratura → hematoma → calo mole → calo duro → consolidação / remodelação (!) LESÃO NA FISE: necessita de consolidação fisária → calo cartilaginoso, levando de 3-6 semanas para consolidar *Pior fratura é articular, depois é a lesão da fise *Fratura articular: faz calo cartilaginoso e em 3-6 semanas consolida → não pode deixar degrau na articulação senão faz artrose precoce com dor e limitação funcional REMODELAÇÃO · Encurtamento e rotação não são corrigidos pela remodelação (!) · Osso trabecular: no movimento de maior eixo · Pseudoartrose: consolidação falsa → considerar apenas após 6 meses *No trauma, rompe o periósteo e necrosa *Comum no terço distal da tíbia, terço distal da clavícula e escafoide *Não tem dor → se tiver dor é retardo da consolidação (!) 7 traumatologia TRAUMA ORTOPÉDICO: direto ou indireto Mortalidade pequena, mas alta morbidade Indireto: lesão de tendão / ligamento / músculo que tensiona e faz lesão óssea Lesões associadas: importante saber como ocorreu o acidente → energia do trauma + trauma de partes moles EXAME FÍSICO: dor, edema, equimose, déficit funcional, crepitação, deformidade · Urgências: alterações vaculares / nervosas, exposição ou solução de continuidade (!) *Fratura exposta não é apenas o osso para fora → se aparecerem gotículas de gordura / tutano na lesão significa que a medular do osso foi exposta *Sinal patognomônico: presença de gordura no óstio fraturário AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: raio X com articulações adjacentes à localização do trauma · Mínimo de 2 incidências · Sempre fazer raio X de controle com 7 dias + 14 dias + tempo determinado por cada fratura → todo osso pode sair do lugar até 14 dias após o trauma (formação do calo ósseo) · Lesões associadas / trauma de partes moles: USG CONTUSÃO: trauma direto de osso e/ou partes moles sem fratura DISTENSÃO: alongamento / estiramento de uma estrutura ligamentar, tendinosa ou muscular ROTURA: parcial ou total AVULSÃO: ligamentar, tendionsa ou muscular LUXAÇÃO | SUBLUXAÇÃO: perda da relação entre as superfícies articulares → parcial ou total *Sempre radiografar *Nunca reduzir sem diagnóstico → a redução não é a manobra inversa à deformidade INSTABILIDADE ARTICULAR: secundária a lesões ligamentares, tendinosas, musculares e/ou capsulares *Aumento do risco de artrose no futuro → aumento da mortalidade LOCALIZAÇÃO · Epifisária · Diafisária · Metafisária · Intrarticular EXTENSÃO: completa ou incompleta CONFIGURAÇÕES · Transversas: osso paralelo ao eixo do ombro · Obliquas: longo o curto · Cominutas: com > 2 fragmentos RELAÇÃO ENTRE OS FRAGMENTOS · Sem desvios · Com desvios: Anguladas Com desvios: Cavalgadas Com desvios: Impactadas Com desvios: Com diástase: espaço entre os 2 ossos → geralmente entrou algo no meio PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO: não lesar + diagnóstico e prognóstico preciso + selecionar tratamento preciso · O que vai definir o tratamento? Critérios de estabilidade (!) 8 TRATAMENTO CONSERVADOR | NÃO CIRÚRGICO · Estável: obedece o desvio, definidia usando ângulos · Instável: em relação ao ângulo → incruenta, fechada → anestesia local ou sedação + tenta colocar osso no lugar para deixar estável TRATAMENTO CIRÚRGICO · Instável · Redução incruenta X cruenta | “aberta” TRATAMENTO DE FRATURA EXPOSTA: objetivo principal é evitar infecção (!) → lavagem + desbridamento + antibiótico sensível ao Staphylococcus aureus *Esperar 7 dias para ver se vai infeccionar → após esse tempo, fazer tratamento cirúrgico *Alguns casos precisam ser tratados no dia do trauma FRATURA EM CRIANÇAS: remodela mais, consolida mais rápido, tem menos lesão de partes moles · Lesões fisárias: tomar cuidado pois leva à parada de crescimento ou crescimento anormal → criança pode ficar com um membro mais comprido ou curto que o outro (!) *Diagnóstico difícil COMPLICAÇÕES: Atrofia muscular → tendinite pós-traumática COMPLICAÇÕES: Rigidez articular COMPLICAÇÕES: Retardo da consolidação | pseudoartrose → osso não “cola” mais COMPLICAÇÕES: Deformidades COMPLICAÇÕES: Refraturas → uma vez que a remodelação ocorre até 3 meses após o trauma 9 politraumatismo *Conjunto de lesões múltiplas simultâneas, de vários segmentos do corpo, em que pelo menos uma ou a combinação de várias é potencialmente fatal SOBREVIVÊNCIA: depende do tempo de início do tratamento TRATAMENTO: medidas iniciais de reanimação + manutenção da vida até a readaptação ao trabalho ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1. Reconhecer a situação e sinalizar 2. Tratamento do choque 3. Tratamento inicial das lesões específicas 4. Posicionamento e transporte TRIAGEM: atender os que tem risco de vida iminente quando há equipe suficiente → quando não houver, atender os que tem maior chance de sobrevida ENCAMINHAMENTO HOSPITALAR · Pacientes < 5 anos e > 55, por mais que aparentam estar bem · Lesão medular ou suspeita · Abertura instável de anel pélvico / evidência de choque hipovolêmico · Fraturas múltiplas · Ejeção do veículo, por mais que esteja bem → lesões ocultas · Morte no veículo: se um dos integrantes veio a óbito, os outros devem ser encaminhados ATENDIMENTO HOSPITALAR 1. Fase aguda: 1-3 horas | recebimento e tratamento inicial na sala de emergência · Tratamento de choque · Diagnósticos de lesões · Cirurgias imediatas para manter a vida → sangramento maciço · Ortopedia Fratura de pelve: fratura em anel → sempre procurar 2 pontos de quebra Fratura de sacro: passa a artéria glútea superior / ramo direito da ilíaca interna → sangramento com muita pressão, mais grave Fratura de pelve do tipo livro aberto: lesão anterior e posterior *Problema das lesões: sangue / choque hipovolêmico *Tratamento: fixador externo (5 minutos na emergência mesmo / salva vidas) → se não tiver pode ser até amarrar um lençol para reduzir o volume *Sinais: hematoma pélvico, aumento do volume pélvico · Raio X: perfil de cervical, AP de tórax, AP de pelve 2. Fase primária: 3-72 horas | cirurgias ortopédicas · Estabilização cardíaca, respiratória / das funções vitais, diminuindo a chance de óbito · Ortopedia: se opta pelo tratamento provisório ou definitivo · Imobilização / tratamento provisório: pinos de Schanz em pacientes mais graves, com lesão de partes moles e com risco de infecção · Raio X: sempre pedir de 2 incidências, incluindo articulações proximais e distais para avaliar luxação · Fratura exposta: demora mais tempo para consolidar que a fechada · Fratura fechada: técnica de placa e ponte · Fratura de diáfise de ossos longos: deve-se manter comprimento e alinhamento → técnica de placa e ponte · Fratura articular: precisa reconstruir pedaço com pedaço para não gerar artrose → redução anatômica 3. Fase secundária: 3-10 dias · Tratamento definitivo das fraturas → trocar material da síntese, se tinha fixador externo · Normalização das funções ou aparecimento de complicações do traumatizado (sepse) 4. Fase terciária · Tratamento definitivo: fixador de Ilizarov → osteotomia + deslizamento de periósteo (alongamento) *1mm/dia sendo ¼mm a cada 6 horas 10 *Apenas quando não houver mais risco de infecção · Cirurgias · Reabilitação com fisioterapia · Órtese e próteses · Reintegração social COLISÃO POSTERIOR: lesão cervical / chicote EJEÇÃO: lesões ocultas → chance 25x maior de morte LESÕES RESTRITIVAS POR USO INCORRETO DO CINTO: lesões de órgãos abdominais (pâncreas), fratura de lombar · Lesão do “cinto de segurança”: afastamento dos ligamentos e elementos posteriores + compressão anterior dos corpos vertebrais → deformidade anterior em forma de cunha CINTO DE 3 PONTOS: causa mais fratura de clavícula,contusão miocárdica e aumento de lesões graves (que teriam resultado em morte) ABCDE A: abertura de vias aéreas + proteção de coluna cervical · Permeabilidade das VAs *Obstrução? Elevação do membro, Guedel, IOT · Colar cervical: altura do ombro até altura do mento → tirar apenas quando paciente estiver consciente, sem dor à palpação e imobilização, sem alteração neurológica B: ventilação · Situações de risco: pneumotórax aberto ou hipertensivo, contusão pulmonar, tórax instável, hemotórax maciço, tamponamento cardíaco C: circulação + controle de hemorragia · Sinais vitais → pulso: 65-80bpm Sinais vitais → enchimento capilar: 2s · Sudorese? → choque · Confusão mental? · Sempre fazer tipagem sanguínea e conter hemorragia (compressão + reposição volêmica) D: avaliação neurológica · AVDI: alerta + resposta ao estímulo verbal + ao estímulo doloroso + inconsciente · Escala de coma de Glasgow antiga: pontuação de 3-15 → TCE grave: 8 → pior prognóstico Escala de coma de Glasgow antiga: pontuação de 3-15 → TCE moderado: 9-13 · Escala de coma de Glasgow-P (reatividade pupilar): pontuação de 1-15 E: exposição e exame das extremidades · Hipotermia · Exames complementares: cervical em perfil, tórax AP, pelve AP + exames de sangue 11 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: exame completo detalhado da cabeça aos pés, buscando por lesões e solicitando outros exames complementares · Trauma de face/crânio: chance de ter lesão cervical · Ausência de sintomas neurológicos não afasta lesão cervical · Diagnósticos feitos: tratar BENEFÍCIOS DA FIXAÇÃO PRECOCE DAS FRATURAS: menor dor, menor hipotensão, menor hipóxia, menor tempo de UTI (menor uso de medicamentos depressores respiratórios), menor pneumopatias e falência de órgãos POLITRAUMA NA CRIANÇA: mais cartilagem → maior dissipação de energia → maiores lesões (às vezes em órgãos sem lesão do esqueleto) · Maior perda de calor → hipotermia · Sinais vitais ficam estáveis por mais tempo mesmo que haja sangramento → quando aparecer, criança já vai estar muito mal *Choque hemorrágico: taquicardia, alteração da perfusão cutânea *Choque descompensado: hipotensão 12 fraturas expostas *Comunicação do foco fraturário com o meio externo contaminado *Rotura de pele, tecidos moles (músculo, fáscia, tendão) → causa edema e pode causar síndrome compartimental *Energia do trauma = gravidade das lesões = lesão de tecidos moles *Comunicação pode ser direta ou do hematoma fraturário → se houver gotículas de gordura em meio ao sangramento é fratura exposta *Se houver fratura de pelve com rotura de intestino grosso é considerado fratura exposta INFECÇÃO ÓSSEA: tratamento difícil CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO E ANDERSON (!) TIPO FERIDA CONTAMINAÇÃO PARTES MOLES OSSO I < 1CM LIMPA MÍNIMA SIMPLES II > 1CM MODERADA MODERADA COMINUTA MODERADA / MAIS OU MENOS SIMPLES IIIA > 10CM ALTA GRAVE COBERTURA ADEQUADA IIIB > 10CM ALTA PERDA DA COBERTURA REPARO DE COBERTURA IIIC > 10CM ALTA LESÃO VASCULAR REPARO VASCULAR *Lesão de artéria poplítea associada: IIIC → exige reparo vascular *Se não conseguir reparar → amputar TRAÇOS DE FRATURA · Transverso: trauma direto Transverso: fratura do cassetete → baixa energia · Obliquo curto ou longo: tipo flexão · Espiral: mecanismo de torção / rotação · Multifragmentado · Segmentar A: simples B: um pouco mais complexo → mais energia do que o tipo A *Asa de borboleta C: multifragmentares → mais graves e com maior energia de trauma TRATAMENTO 1. Salvar a vida do paciente 2. Salvar o membro 3. Salvar a função / evitar a infecção · Consolidação adequada → evitar consolidação viciosa (cola torto) · No local do trauma: cobertura da ferida com curativo estéril e imobilização provisória Sala de emergência: apenas fazer curativo compressivo + imobilização provisória + verificar vacinação do tétano + antibioticoterapia → não lavar, nem explorar I - II: cefalosporina de 1ª geração / cefazolina 1g EV IIIA - IIIB - IIIC: cefazolina 1g EV + aminoglicosídeo OU cefalosporina de 3ª geração / ceftriaxona / cefotaxima Zona rural: cefazolina 1g EV + aminoglicosídeo + penicilina OU cefalosporina de 3ª geração / ceftriaxona / cefotaxima *Cefazolina 1g EV 8/8 horas Centro cirúrgico: limpeza cirúrgica precoce (< 12 horas) + criar feria viável + debridamento + limpeza exaustiva com soro fisiológico (10 litros) + estabilização da fratura PADRÃO DE VIABILIDADE MUSCULAR: 4Cs (!) · Cor: normal: róseo / vermelho vivo Cor: alterada: enegrecida / escura → indicação de ressecção Cor: suspeita: salmão / amarelada / cinza · Contratilidade: musculo vivo contrai → estímulo com pinça ou eletrocautério Contratilidade: parâmetro fidedigno Contratilidade: desbridar até que ocorra contração 13 · Consistência: parâmetro subjetivo Consistência: quanto mais firma, maior a viabilidade Consistência: comparar com musculatura adjacente Consistência: testar com pinça · Capacidade de sangramento: parâmetro valioso Capacidade de sangramento: viabilidade tem sangramento delicado persistente QUANDO FECHAR AS FERIDAS? Deixar abertas para fechamento secundário + cobrir estruturas nobres +primeira limpeza antes de 12 horas + second look em 48-72 horas *Trocar da fixação temporária para a definitiva quando a lesão de partes moles estiver resolvida 14 síndrome compartimental *Aumento da pressão no interior do espaço osteofacial fechado, reduzindo a perfusão capilar até um nível inferior àquele necessário para que seja mantida a viabilidade dos tecidos ETIOLOGIA · Aumento do volume no interior do espaço: sangramento depois de fratura, lesão arterial ou venosa, edema pós- isquemia, abscesso, distúrbio de coagulação, cirurgia ortopédica, hipertrofia muscular, síndrome nefrótica · Diminuição do espaço: aparelhos gessados apertados, garrote, queimaduras, pressão externa localizada *Tempo adequado de garrote: 1-2 horas → não ultrapassar 1 hora para superior e 2 horas para inferior · Iatrogenia: gesso, posição da Litotomia, injetáveis IM / EV / IC, infusão intraóssea, quimioterapia FISIOPATOLOGIA · Lesão local que pode se tornar sistêmica · Trauma: machuca o vaso → músculo → osso → sangramento + edema *Se continua leva à apóxia e anóxia tecidual → síndrome compartimental *Anóxia tecidual causa necrose e gera mioglobinemia, hiperpotassemia, hiperfosfatemia, acidose → *desequilíbrio hidroeletrolótico sistêmico *Síndrome do esmagamento *Pode causar choque, IR e arritmia *Pedir função renal, ECG, dosar potássio, sódio e fósforo DADOS QUANTITATIVOS CONTROVERSOS · Pressão compartimental normal: 4-10mmHg · Para fasciotomia: 20-50mmHg ou diferença PAD/PC de 20mmHg · Medir pressão do compartimento no nível da fartura ou no local de maior pressão → técnica de Whiteside DIAGNÓSTICO · Sinais: dor à palpação, fraqueza muscular, pulso presente que pode desaperecer, perfusão periférica normal no início · Sintomas: 5Ps de Griffths: Pain → dor pulsante, profunda, sem alívio (nem ao uso de talas ou gessos) Sintomas: 5Ps de Griffths: Paralisia → acometimento da placa neuromuscular Sintomas: 5Ps de Griffths: Palidez → sintoma tardio Sintomas: 5Ps de Griffths: Pulso → sinal tardio *Primeiro acontece a limitação da função e depois a paresetesia (mais importante) RISCO DE SÍNDROME COMPARTIMENTAL: isquemia > 6 horas, trombose venosa profunda, fraturas complexas de extremidades, trauma compressivo (soterramento), reimplante de extremidade, lesão combinada de artéria e veia *Se tiver com > 10 horas não fazer fasciotomia pelo risco de sepse e reperfusão agressiva → sempre que passar de 6 horas o tratamento é a amputação FASE INICIAL | INÍCIO DA ISQUEMIA · Reduzir as fraturassem colocar gesso ou enfaixamento · Se paciente estiver com sintomatologia clássica, ir para intervenção cirúrgica · Sempre retirar fator compressivo externo → se não resolver, ir para cirurgia (!) · Tratamento: fasciotomia, epimisiotomia, exploração da artéria braquial, desbridamento, fechar a pele apenas se não houver tensão na musculatura *Fáscia do antebraço tem que ser amplamente aberta, se não o problema não é resolvido *Na síndrome do esmagamento a fasciotomia é controversa → prezar pelo tratamento multidisciplinar, correção de eletrólitos, alterações cardíacas e renais *Na síndrome compartimental crônica o tratamento consiste na reorganização das atividades físicas do paciente, usando cirurgia apenas para os casos não resolvidos *Emergência: paciente com ferimento grave sem fratura · Após a cirurgia: elevar o membro afetado + fisioterapia 15 FASE TARDIA | SEQUELA: contratura de Volkmann / mão em garra · Grau leve: sem alteração de sensibilidade → sente dor *Tratamento conservador + fisioterapia com alongamentos e exercícios + imobilização estática e dinâmica *Bom prognóstico · Grau moderado / grave: não sente mais dor AGUDA: grave, fratura, compressão · Por trauma → isquemia de Volkmann / mão ou pé em garra, síndrome tibial anterior, hipertensão da panturrilha, gangrena da marcha CRÔNICA | RECIDIVANTE: aumento da pressão compartimental transitória, levando à isquemia temporária reversível · Por exercícios físicos → isquemia do exercício, miopatia do exercício, síndrome do compartimento recorrente *Em repouso fica bem · Processo benigno que não gera sequelas · Acomete membros inferiores · Diagnóstico clínico: monitorização antes e após o exercício · Diagnóstico diferencial (!) *Claudicação intermitente vascular → pacientes idosos com diabetes, doença neurológica ou vascular de base *Miosite, tendinite, periosite *Distensão muscular crônica → paciente lesionado que continua treinamento sem tratar lesão *Fratura por estresse → microtraumas em membros inferiores, quando parar de treinar melhora *Compressão nervosa *Neuropatias sistêmicas → idosos com doença de base 16 processos inflamatórios osteoarticulares SINOVITE TRANSITÓRIA: processo inflamatório inespecífico de qualquer articulação · Mais comum: quadril (!) · Geralmente unilateral (!) · Causas: IVAS, trauma → mais comum: trauma do salto / de cima da cadeira, sofá, cama (!) · Quadro clínico: dor + claudicação (uma perna menor que a outra) + limitação de extensão e rotação interna (!) · Exames: hemograma, VSH e PCR normais, hemocultura negativa, punção articular rara · Exames de imagem: raio X com edema de partes moles, USG com líquido / hematoma intrarticular (exame de escolha) · Tratamento: repouso + AINEs + calor local / banhos + eliminar a causa · Diagnóstico diferencial *Perthes: necrose da cabeça do fêmur em > 4 anos *Pioartrite: infecção coxofemoral por bactérias em todas as faixas etárias *Osteomielite: no fêmur proximal ou acetábulo *Epifisiólise: ao nível da fise / epífise femoral proximal cai, em crianças > 10 anos ARTRITE POR CORPO ESTRANHO: pode ser injeção / uso de drogas · Mais comum em crianças: quadril e joelho (!) · Mais comum em adultos: cotovelo (!) · Quadro clínico: dor + edema + tumefação + febre baixa + claudicação + impotência funcional + espessamento sinovial *Sempre que houver febrícula pensar em processo maior e mais grave · Exames de imagem: raio X, USG, RNM · Tratamento: retirada do corpo estranho + limpeza + AINEs se necessário CELULITE: sempre é sério! → porta de entrada de germes → sempre internar + penicilina! ABSCESSO: sempre tratar! · Abscesso local com muita massa muscular ou aporte sanguíneo → tratamento: calor + repouso + ATB · Abscesso profundo que não melhora dos sintomas nas primeiras 24 horas → tratamento: drenagem OSTEOMIELITE: inflamação do osso por microrganismo infeccioso · Pode ser agudo (não aparece no raio X, início < 2 semanas), subagudo (latência) ou crônico (lesão que aparece no raio X, geralmente após 10-14 dias) · Via mais comum de infecção: hematogênica → pode ser também exógena por traumatismo, iatrogenia · Infecção mais comum: piogênica por Staphylococcus ou Streptococcus (!) *Não piogênica é granulomatosa / tuberculose Osteomielite hematogênica aguda: mais comum, principalmente em crianças (!) · Local mais comum: metáfises de ossos longos · Agente mais comum: Staphylococcus aureus → pus amarelo / dourado (!) *Flora mista (gram positivo e negativo) é mais comum na exógena *Pseudomonas é mais comum em pacientes que usam heroína → ferimentos puntiformes com secreção esverdeada (!) · Infecção → reação metafisária → necrose isquêmica local da medula óssea e osso → abscesso → aumento da pressão → mais osso isquêmico → escape de material para periósteo = abscesso subperióstico → sequestros e osteomielite crônica *Lesão óssea evidente no raio X = lesão branca de sequestro = osteomielite crônica (!) · Idade: crianças < 2 anos (hematogênica) e entre 8-12 anos → após o fechamento da fise (> 2 anos) a mais comum passa a ser a exógena, pois a fise começa a atuar como uma barreira *É grave em qualquer idade, mas pior em crianças porque atinge fise e epífise, podendo alterar o crescimento do osso (!) · Epífises intrarticulares: fêmur proximal, cabeça do rádio, úmero proximal, fíbula distal (!) · Diagnóstico: clínico → PCR + hemocultura + VSH (!) · Laboratórios: leucocitose, VHS aumentado, PCR, hemocultura *PCR é um parâmetro de controle da qualidade do tratamento · Tratamento sem abscesso: ATB → salva a vida 17 · Tratamento com abscesso: drenagem cirúrgica → salva o osso *Indicações de cirurgia: falência do tratamento com ATB, abscessos Osteomielite subaguda: não reconhecida nas primeiras 2 semanas → Staphylococcus aureus e Streptococcus epidermidis Osteomielite crônica · Principal característica: sequestro ósseo / tecido necrótico ósseo (!) · Tipos *Abscesso de Brodie | óssea central: lesão em metáfise de osso longo com contorno esclerótico bem nítido, geralmente por Staphylococcus de baixa virulência → tratar com drenagem + curetagem (!) *Esclerosante de Garrè: osso espessado e distendido sem abscesso, etiologia desconhecida → tratar com ATB e fenestração embora não exista nenhum tratamento com sucesso *Neurálgica de Gosselin *Fibrosa de Phemister *Albuminosa de Ollier e Poncet · Quadro clínico: dor aos esforços, retrações na pele / subcutâneo · Diagnóstico: melhor fazer na fase aguda com PCR + hemocultura + VHS · Tratamento: limpeza mecânica do osso → sequestrectomia + curetagem de tecido fibroso e necrosado + oxacilina (ATB de escolha para todos) (!) *Fístula: injetar azul de metileno 24 horas antes da cirurgia para saber o que pode ser retirado *Ilizarov ajuda muito → antes essas lesões eram amputadas *Foco apresenta-se relativamente avascular, por isso o tratamento é difícil (ATB não chega) Estado residual: osso esclerótico com suprimento sanguíneo e resistência alterados · Imagem radiológica de indivíduo que diz que sente dor ao fazer atividade física · Exames normais · Sem sinais atuais de infecção · Tratamento: controle já que não tem foco ativo / está sob controle → não está erradicada, pode voltar INDICAÇÕES DE AMPUTAÇÃO: malignidade da fístula / carcinoma de células escamosas, se o paciente não pode se submeter à múltiplas cirurgias, alterações arteriais, paralisias nervosas, rigidez articular que tornam o membro não funcional 18 artrite séptica *Mais comum em crianças entre 1-2 anos *RN e lactentes atingem mais quadril (!) *Pré-escolares atingem mais joelho *Adultos em qualquer articulação *Mais comum: Staphylococcus aureus (!) *Infecção hospitalar: Staphylococcus aureus *Infecção comunitária: Streptococcus do grupoB FISIOPATOLOGIA: bactéria na membrana sinovial → inflamação → passagem de produtos bacterianos e hemáticos para o líquido sinovial → abscesso intrarticular compus → conversão do plasminogênio em plasmina → perda de matriz cartilaginosa → perda de colágeno · Luxação ou subluxação · Destruição da cartilagem articular em 36-72 horas → importância de tratar precocemente (!) · Destruição da epífise e da placa epifisária VIAS DE DISSEMINAÇÃO: hematogênica e inoculação direta intrarticular QUADRO CLÍNICO: criança irritada quando troca a fralda, limitação da rotação interna · Neonatos: sem febre, irritabilidade, inapetência, infecção em outro foco, história de infecção congênita · Crianças: história de infecção prévia (otite média, infecção cutânea, laringite) ou trauma, contratura muscular / espasmo motor, diminuição do arco do movimento em membro afetado, febre de 40ºC (!) *Articulação de Bonnet: posição de flexão, abdução e rotação externa da articulação coxofemoral (!) · Adultos: história de infecção prévia ou trauma, febre alta, espasmo articular, marcha antálgica DIAGNÓSTICO · Anamnese e exame físico pobres: limitação da extensão + dor à rotação interna · Achados de imagem *Raio X: espessamento / distensão capsular, aumento do espaço articular, subluxação ou luxação → positiva quando crônica (8-12 dias) *USG: detecta a coleção intrarticular, mas não consegue distinguir o tipo de líquido → bom para guiar a punção *Cintilografia: detecta precocemente a área de hipercaptção (sinal de evolução ruim) → Tc99 é o mais usado, possui a fase tardia (2 horas) que avalia o osso *TC: bom para mostrar sequela (!) *RNM: bom para diagnóstico precoce e útil para avaliar as sequelas (!) · Laboratório *Hemograma: leucocitose? *VHS: geralmente aumentado *PCR: geralmente aumentado → melhor do que o VHS, bom para controle do tratamento *Hemocultura: melhor para diagnóstico → sempre pedir 3 coletas para determinar o agente (!) *Citologia / bioquímica: aspirado ósseo para identificar o agente → punção com líquido amarelo OU pus chocolate (!) *Líquido sinovial: artrite tem 50.000-200.000 leucócitos (!) CRITÉRIOS DE KOCHER PARA ARTRITE SÉPTICA: se tiver os 4 critérios, tem 99,6% de chance de ser artrite séptica (!) · Leucocitose > 12.000 · VHS > 40mm/h · Impossibilidade de apoio · Febre > 38,5oC (oral) TRATAMENTO: emergência = cirurgia (!) · Drenagem aberta · ATB · Proteção da articulação, restaurando função anatômica · Controle da infecção 19 · Cuidados intra-operatórios: lavagem com SF (evitar lavagem contínua), evitar ATB, manter cápsula aberta, usar drenos de aspiração, material para cultura sempre · Controle: raio X, USG e VHS IDADE AGENTE DROGA Neonato S. aureus Strepto B Enterobacter Oxacilina + amicacina 1 mês – 4 anos S. aureus H. influenza Strepto A Oxacilina + cloranfenicol > 4 anos S. aureus Oxacilina Clindamicina / cefalotina Vancomicina COMPLICAÇÕES: discrepância no comprimento dos membros, lesão da placa de crescimento, estímulo osteogênico, anquilose, luxação de quadril 20 osteoartrose *Degeneração da cartilagem articular com sua fragmentação, causando deformação subcondral e inflamação da membrana sinovial *30-40% das consultas ortopédicas *4ª causa de aposentadoria no Brasil CARTILAGEM: avascular (!) *80% de água + 20% parte orgânica (colágeno, proteoglicano) FATORES DE RISCO: idade > 60 anos, obesidade, hipertrofia articular, sexo (feminino), trauma repetitivo muscular, genética (70%) (!) LOCAIS MAIS ACOMETIDOS: joelho, cervical baixa, lombossacral, trapézio TIPOS: primário (fisiológico) X secundário (lesão articular que causa osteoartrose, infecções) FISIOPATOLOGIA (!) 1. Aumento da carga axial provoca diminuição das propriedades bioquímicas + fatores de estabilidade (ligamentos e tendões) 2. Amolecimento + diminuição da elasticidade (condromalácia) 3. Cartilagem ganha um aspecto opaco, amarelo, granuloso (eburnição) 4. Fissuras + fragmentação (fibrilação) → paciente já sente dor que piora ao repouso, claudicação 5. Fragmentos livres na articulação (corpos livres) 6. Hipertrofia do fragmento livre, pois ele se nutre do líquido sinovial → diminuição da mobilidade articular 7. Exposição do osso subcondral + migração dos lisossomos e células fagocitárias para a articulação + líquido sinovial para o osso subcondral 8. Degeneração óssea (cistos subcondrais) 9. Irritabilidade da membrana sinovial (aumento de mucinas / viscosidade) 10. Diminuição da elasticidade da cápsula e da mobilidade 11. Hipertrofia da periferia da cartilagem com formação de protuberâncias cartilaginosas (osteófitos) 12. Pressão sobre o osso subcondral (área esclerótica) QUADRO CLÍNICO: dor (piora ao repouso no início, depois também tem dor ao movimento), exposição subcondral, inflamação sinovial, encurtamento capsular, espasmos musculares, perda da mobilidade (anquilose), crepitação, atrofia muscular por desuso EXAMES DE IMAGEM: raio X com diminuição do espaço articular, osteófitos, esclerose, cistos subcondrais, esclerose articular e corpos livres TRATAMENTO: não é muito eficaz, apenas retarda a evolução e alivia a dor → atividade física + fisioterapia + redução do peso + correção postural + AINH + condroitina + injeção de ácido hialurônico *Outros medicamentos: capsaicina, infiltração de corticoide, antidepressivo *Pode-se fazer órteses e cirurgias (mosaicoplastia, osteotomia, artroplastia e artrodese) *Se desgaste < 30% fazer mosaicoplastia 21 infecções TUBERCULOSE: Mycobacterium tuberculosis | bacilo de Koch · Transmissão direta por gotículas de saliva · Manifestam a doenças os indivíduos com resistência orgânica baixa: alimentação, tabagismo, alcoolismo, falta de higiene e com SIDA · Acomete pulmões (90%), ossos / articulações, rim, intestino e meninges · Sintomas: tosse, febre, inapetência, emagrecimento, sudorese noturna · Diagnóstico: secreção pulmonar, PPD / teste de Mantoux (indica contato com o bacilo apenas) · Tratamento: ATB por 6 meses → 2RHZE na fase intensiva (rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol) e 4RH na fase de manutenção (rifampicina, isoniazida) Tuberculose osteoarticular: monoarticular ou monostótica → atinge apenas um (!) · Geralmente inicia com o foco pulmonar e faz disseminação hematogênica ou linfática · O tratamento correto com ATB causa declínio da tuberculose óssea e articular · Mais comum em crianças < 5 anos (!) · Infecção lenta, de poucos sintomas · Causa muita destruição óssea → geralmente não dói / não incomoda (!) · Não faz neoformação óssea ou reação periostal (!) · Não respeita a fise → bacilo ultrapassa a fise · Fisiopatologia: bacilo se instala na membrana sinovial → reação inflamatória → produção de líquido sinovial + espessamento da membrana com cistos abaixo da cartilagem / exposição óssea subcondral → formação do pannus *Pannus: tecido fibrovascular / de granulação no tecido sinovial, característico de TB (!) *Pannus + presença de bacilo = destruição articular (!) · Radiologia: diminuição do espaço articular, presença de cistos, destruição articular · TB articular geralmente acomete a articulação do quadril / coxofemoral → coxalgia (!) *Principais acometimentos: quadril, joelho, tornozelo, sacroilíaca, ombro Osteomielite: mal de Pott → quando o bacilo acomete as vértebras · Acomete mais vértebras torácicas baixas e lombar alta (!) *Tem preferência pela parte da frente da vértebra, principalmente o 1/3 anterior · Sintomas: dor lenta e pouco intensa / progressiva, rigidez, marcha em hiperextensão da coluna lombar e passos suaves (!) · Formação de abscesso frio: acúmulo de secreção purulenta que não causa dor · Consequências: cifose de ângulo agudo (mais comum na transição tóraco-lombar), hiperextensão da coluna,paraplegia de Pott (acometimento medular) (!) · Radiologia: inespecífico no início → depois aparece a diminuição do espaço articular, destruição óssea e invasão de partes moles · Laboratório: anemia leve, leucocitose, VHS aumentado · Diagnóstico: bacterioscopia (eventualmente visualiza o BK) e biópsia de membrana sinovial (granuloma tuberculoso) (!) · Tratamento: repouso + dieta hiperproteica + fisioterapia + órtese se cifose acentuada + ATB por 6 meses-1 ano + cirurgia para drenagem de abscessos, sinovectomia, curetagem e artrodese (em casos de destruição articular) Osteomielite: spina ventosa / dactilite → quando o bacilo atinge os dedos das mãos SÍFILIS ÓSSEA: Treponema pallidum · Infecção via hematogênica · Não atinge as articulações (!) · Atinge, principalmente, a metáfise e a diáfise de ossos longos *Comprometimento da metáfise: fise alargada irregular *Em adolescentes pode causar tíbia em sabre · Causa periostite intensa / dor (!) · Diagnóstico: VDRL positivo + hemograma inespecífico (leucocitose) + VHS elevado · Tratamento: penicilina por 4 semanas + tratamento conservador das fraturas 22 Sífilis congênita · Quanto mais precoce a infecção intrauterina, mais grave · Geralmente é generalizada: poliostótica e simétrica → lesões espelhadas (!) · Causa dor à compressão óssea → pseudoparalisia de Parrot: paciente paralisado por conta da dor · Consequências: fratura patológica, deformidades ósseas angulares Sífilis adquirida: geralmente monostótica MENINGOCOCEMIA | DOENÇA MENINGOCÓCICA: Neisseria meningitidis · Contaminação por contato com secreção respiratória contaminada · Sintomas: sinal de irritação meníngea, vasculite, erupção maculopapular em < 24 horas (lesões petequiais e purpúricas) → a lesão começa pequena e vai aumentando, podendo confluir com outras / geralmente em tronco e membros inferiores *Fise para de funcionar · Consequências: inflamação / vasculite → formação de êmbolos / coagulopatia → necrose de perna, dedo, mão (normalmente porções distais) → amputação ARTRITE SÉPTICA GONOCÓCICA: Neisseria gonorrhoeae · Transmissão pelo canal de parto ou sexualmente · Maioria é com poliartrite assimétrica (!) · Principais acometimentos: articulações distais (punho, tornozelo, joelho) · Tem preferência pela sinovial → causa sinovial espessada / edemaciada levando a dano de cartilagem e lesão óssea · Sintomas: febre, sudorese, diminuição ADM · Laboratório: anemia, VHS alterado · Tratamento: limpeza cirúrgica + ceftriaxona / cefalosporina de 3ª geração EV INFECÇÕES FÚNGICAS: raras · Sintomas: dor de início lento e pouco intensa, limitação de mobilidade · Radiologia: inespecífica, lesões líticas e pequenas que simulam cistos, destruição articular · Infecções mais frequentes: actinomicose, coccidiomicose e blastomicose · Diagnóstico: biópsia · Tratamento: drogas antifúngicas + curetagem e limpeza se abscesso + sinovectomia se artrite Paracoccidioidomicose: Paracoccidioides brasiliensis | blastomicose sul-americana (!) · Infecção via inalatória com infecção pulmonar · Radiologia: lesão lítica bem delimitada e circunscrita · Regiões mais acometidas: clavícula, escápula e costelas · Tratamento: difícil → 2 anos com sulfametoxazol-trimetoprim ou cetoconazol / anfotericina B para formas graves FERIDA PUNTIFORME PLANTAR: ferida de prego / sola do pé, madeira, vidro · Sintomas: dor e edema 2-5 dias após o trauma *Se > 1 semana de evolução, investigar associação com infecção profunda → osteomielite de calcâneo *Sempre lembrar da possibilidade de corpo estranho → USG · Tratamento: cirúrgico · Diferença do agente apenas por cultura · Pseudomonas aeruginosa: borracha de chinelo → mais comum *Tratamento específico com ciprofloxacina · Staphylococcus aureus *Tratamento específico com cefalexina, oxacilina 23 paralisia cerebral *Distúrbios motores resultantes de lesão cerebral não progressiva em cérebro imaturo (3-7 anos) *Pode ser estática (não altera) ou dinâmica (varia com o crescimento) *Mais comum em crianças com baixo peso (<2,5kg) e em partos gemelares TIPOS DE LESÃO (!) · Pré-natal: infecção / TORSH (principal), uso de álcool, cocaína, heroína e maconha, incompatibilidade Rh · Perinatal: anóxia (principal), prematuridade, cirurgia cardíaca (hipoperfusão), gestação gemelar · Pós-natal: meningite, trauma DIAGNÓSTICO: clínico (identificação de alteração de movimento e tônus) + TC ou RMN (identificar lesão cerebral) *Não existe correlação entre a clínica e o tamanho da lesão CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA · Espasticidade: lesão do sistema piramidal / córtex motor → aumento do tônus muscular no momento da contração, depende da velocidade de estiramento *Consegue fazer o movimento apenas de forma lenta *Consegue fazer amplitude completa *Não é encurtamento / contratura, mas pode evoluir para tal · Hipotonia: diminuição do tônus e da força muscular *Geralmente os pacientes nascem hipotônicos / flácidos, evoluindo para espasticidade aos 2-3 anos · Atetose: lesão nos gânglios da base / Kernicterus → movimentos anormais sem controle + fala comprometida / de difícil entendimento + inteligência normal · Ataxia: lesão cerebelar → marcha de base alargada / “bêbado” *Dificilmente sozinha, geralmente associada à espasticidade CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA (!) · Hemiplegia | hemiparesia: um membro superior > membro inferior → acomete um lado = superior + inferior *Membro superior é mais espástico que o inferior *Lesão cerebral focal *Pode ter convulsão associada *Diagnóstico: após marcha ou alteração do controle motor fino da mão · Diplegia | disparesia: espasticidade nos 4 membros, sendo maior nos membros inferiores *Membros inferiores > membros superiores *Se tiver apenas nos membros inferiores, deve-se avaliar comprometimento medular e não central (!) · Tetraplegia | quadriplegia | tetraparesia: espasticidade semelhante nos 4 membros *Pode ser totalmente comprometido ou não → alguns conseguem deambular, mas a maioria não *Associada com retardo mental, convulsões, salivação e disfagia *Comum nos floppy baby → bebês muito flácidos ao nascimento + hipóxia severa (!) AVALIAÇÃO DA PARALISIA CEREBRAL · História de parto: peso, idade gestacional, apgar, complicações (UTI, ventilador mecânico) · Atraso nos marcos de desenvolvimento → sempre fazer idade corrigida para os prematuros *3-4 meses: controle de cervical *6 meses: sentar *9 meses: engatinhar *10 meses: ficar em pé *12-18 meses: andar QUADRO CLÍNICO: dificuldade de deglutição, convulsão, tônus / reflexo / clônus alterados, uso preferencial de uma das mãos ou pernas, atividade motora fina e marcha alteradas · Prognóstico de marcha: nem todos andam → paciente que não teve controle de cervical até os 9 meses, não conseguiu sentar até os 2-3 anos ou não conseguiu andar até os 7 anos dificilmente conseguirá andar 24 DEFORMIDADES POR DESEQUILÍBRIO MUSCULAR: pés equinos (tríceps sural), flexão dos joelhos (espasticidade IITT), luxação paralítica dos quadris, escoliose neuromuscular → mais comuns (!) · Membros inferiores: flexão de cotovelo, flexão de punho, polegar na palma · Quadril: espasticidade ou contratura do psoa ou adutores *Manobra de Thomas: flexão do quadril → espasticidade / contratura do psoas (!) *Espasticidade do psoas = tendência a fletir o quadril *Espasticidade dos adutores = tendência a perder abdução → sempre avaliar abdução (mínimo 40 graus) *Importante medir o ângulo, porque a doença pode piorar com o crescimento *Pedir raio X de quadril: fêmur proximal valgo / índice de Reimers (luxação ou subluxação não aguda) *Postura em tesoura pela contratura do psoas e adutores: flexão + adução → mais comum *Postura em ventania: flexão bilateral do quadril + adução + abdução · Joelho: flexores do joelho, psoas e tríceps sural *Marcha em crouch (agachamento) *Extensão do reto femoral· Pé: equino tornozelo / espasticidade do tríceps sural, hálux valgus / dedos em garra · Coluna: escoliose paralítica, padrão tipo C, escoliose idiopática padrão tipo S TRATAMENTO: multidisciplinar! · Fisioterapia · Órteses: bota suropodálica é a mais usada, previne a contratura em equino (!) · Toxina botulínica: bloqueio da ação da acetilcolina, duração de 6 meses → tem que associar à fisioterapia · Cirurgia de coluna: artrodese · Cirurgia de quadril *Quadril com espasticidade: fisioterapia + toxina botulínica + órteses (!) *Quadril com contratura dos adutores: tenotomia dos adutores (!) *Com alterações ósseas: osteotomia varizante fêmur proximal, osteotomia ilíaca → em último caso faz ressecção de fêmur proximal *Lesão de cartilagem não tem o que fazer · Cirurgia de joelho: se contratura de IITT pode fazer tenotomia grácil, alongamento fracionado do semimembranoso alongamento do semitendíneo, alongamento fracionado do bíceps femoral, transferência muscular (!) · Cirurgia de pé e tornozelo equino: alongamento do gastrocnêmico → nunca no tendão de Aquiles, sempre fazer na transição entre o músculo e o tendão 25 mielomeningocele *Malformação complexa do tubo neural *Falha na fusão de elementos posteriores da coluna vertebral + displasia muscular → envolve osso + medula *Ocorre entre a 3-5ª semana de vida intrauterina *Paralisia em graus variados *Pode ter associação com hidrocefalia TIPOS · Mielomeningocele: bolsa com medula + raízes displásicas → mais comum (!) · Meningocele: bolsa de pele com líquor, só tem a parte da frente da vértebra · Mielocele: sem bolsa, apenas tecido nervoso exposto · Lipomeningocele: bolsa com raiz displásica + tecido gorduroso ESPINHA BÍFIDA OCULTA · Geralmente na altura L5-S1 · Estigma cutâneo: tufo piloso, hemangiona, dimple · Com ou sem displasia medular MIELOMENINGOCELE: bolsa fina com medula + raízes displásicas, geralmente na transição tóraco-lombar · Com canal vertebral alargado · Sem elementos posteriores FATOR DE RISCO: não uso do ácido fólico → toda mulher deveria começar a usar 3 meses antes da concepção (!) DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL: USG com alargamento do canal vertebral · Se USG positivo, sempre encaminhar para centro capacitado → o fechamento da bolsa deve ser feito antes da 1ª mamada, devido à colonização intestinal pelas bactérias do leite · Procurar também por hidrocefalia no USG · Fazer dosagem de alfafetoproteína QUADRO CLÍNICO · Olhar do “sol potente” · Comum associação com alterações urológicas (incontinência, infecção, malformação) · Tendência à obesidade · Tendência à alergia ao látex → sempre devemos usar luvas de silicone SENSIBILIDADE: não tem sensibilidade, ficando mais susceptíveis a lesões / úlceras (!) · Pacientes fazem mais queimaduras por exposição ao sol ou banho de assento, já que não tem sensibilidade → sempre avisar os pais sobre a temperatura! NÍVEIS NEUROLÓGICOS: quanto mais distal, melhor prognóstico + nenhum possui sensibilidade do pé (!) · Torácico: sem movimentação ativa dos membros inferiores *Dificilmente irão andar → se conseguirem, vão precisar de órteses / cadeira de rodas → pior prognóstico (!) · Lombar alto: psoas funcionante + adutores às vezes funcionantes + quadríceps eventualmente funcionantes *Metade consegue deambular sem ajuda · Lombar baixo: psoas + adutores + quadríceps + flexores mediais do joelho + tibial anterior funcionantes *Bom prognóstico de deambulação · Sacral: todos os músculos funcionantes + função flexora plantar *Ótimo prognostico de deambulação → melhor prognóstico (!) ALTERAÇÕES NO TRONCO · Cifose: nível torácico → região lombar *Tendem a piorar com o crescimento *Tratamento: cifosectomia · Escoliose: nível torácico *Tratamento: artrodese VA VP 26 ALTERAÇÕES NO QUADRIL: amplitude depende do que tiver de musculatura / do nível acometido · Nível torácico: quadril em flexão-abdução-rotação externa → atitude viciosa / de abandono · Nível lombar alto: quadril em flexão-abdução · Nível lombar baixo: sem defeito no quadril · Pode evoluir para luxação paralítica → não dói (paciente sem sensibilidade), não tratar (!) *Paciente anda mesmo com o quadril luxado *Cirurgia de redução de luxação paralítica do quadril (LPQ) deve ser feita em pacientes selecionados (unilateral + acometimento de nível sacral) ALTERAÇÕES NO JOELHO: atitude em flexão · Tratamento: osteotomia extensora do fêmur distal, liberação posterior / capsulotomia ALTERAÇÕES NO TORNOZELO: geralmente valgo (!) PÉ MIELODISPLÁSICO: todos os pacientes têm, independente do nível acometido (!) · Precisa ser: equino + cavo + varo + supinado + ausência de sensibilidade (!) · Quadro clínico: insensibilidade, paralisia muscular, rigidez → pé só fica naquela posição · Tratamento: deixar o pé plantígrado, livre de áreas de hiperpressão, evitando má perfusão, úlceras e infecções *Como? Uso de órtese, gesso *Cirurgia: ressecção tendinosa *Talectomia 27 maus tratos *Toda ação ou omissão praticada por adulto ou adolescente mais velho que tenha a intenção, consciente ou não, de provocar dor na criança ou adolescente, sendo física ou emocional *1/3 dos pacientes que sofrem maus tratos repetem as agressões nas próximas gerações AGRESSOR: responsável / indivíduo que a vítima mantém relação de convivência, dependência ou confiança 1. Substitutos do pai: padrasto, avô 2. Pai 3. Mãe PRINCIPAL FATOR DE RISCO: perda ou diminuição do vínculo entre pais e filhos (!) GRUPOS DE RISCO: crianças não desejadas, criação diferente / distanciamento, filhos de outros relacionamentos, crianças caracterizadas como de difícil comportamento, hiperativos / transtornos de conduta, portadores de doença crônica ou deficiência VÍTIMA: irritada, agressiva, depressiva, com medo exagerado sem explicação, queda do desempenho escolar, alteração alimentar DIAGNÓSTICO · Anamnese: história vaga / não compatível com a lesão, muitos locais diferentes de atendimento, atraso na procura do atendimento · Exame físico: estado geral, cuidados, atitude com responsáveis, lesões nas áreas escondidas (genital, planta do pé, atrás da orelha, pescoço), fraturas de membros, TCE, lesões abdominais, lesões oculares ABUSO PSICOLÓGICO: ameaça, humilhação, desqualificação, indiferença, rejeição · Diagnóstico mais difícil · Sinais comuns: alterações na fala, tiques, manias, enurese noturna, recusa alimentar em < 1 ano, indício de autodestruição, uso de drogas, tentativa de suicídio ABUSO SEXUAL: carícias, manipulação de genitálias / mama / ânus, pornografia, ato sexual NEGLIGÊNCIA: atos ou atitudes de omissão → higiene, nutrição, saúde, educação, proteção, afeto ABUSO FÍSICO: socos, tapas, queimaduras → agressor sempre quer mostrar “superioridade” · Lesões por queimaduras em luva ou meia: altamente sugestivas de maus tratos (!) · Lesões por queimaduras de cigarro: comum em áreas escondidas · Lesões por queimaduras com ferro · Mordidas, equimoses com colorações diferentes · Hematoma → sempre notar a data do trauma *0-3 dias: vermelho / azul *4-7 dias: verde / amarelo *8-26 dias: amarelo / marrom · Lesões circulares em punhos e tornozelos: não muito frequente · Fraturas: mais comum em crianças < 3 anos *Sempre tem atenção quando: < 1 ano, > 1 local, estágios de consolidação diferentes, fraturas especiais *Fraturas metafisárias: muito comum / praticamente patognomônica de maus tratos → necessita de muita energia (!) *Fratura de costela / múltiplas: raras por conta do galho verde → se tiver, tem que ter tido uma energia muito alta, geralmente associada com maus tratos quando posterior / lateral (!) *Fratura diafisária de fêmur em criança não deambuladora: de canto diafisário é altamente sugestiva, mas pode ocorrer duranteo parto (!) · TCE + hemorragia de fundo de olho fecha o diagnóstico → “bebê espancado” (!) · Tempo de consolidação: reação periosteal de 10-14 dias, calo mole de 14-21 dias, calo duro de 21-42 dias O QUE FAZER NA SUSPEITA? Sempre salvar a vida da criança! Devemos internar para afastar do agressor + documentar tudo, notificar e avisar o serviço social, acionar o conselho tutelas para investigação 28 lesões do esporte LESÃO POR OVERUSE · Lesão direta: trauma estrutural, fibrilar (colágeno), alterações vasculares (diminuição da preparação física, menor aporte nutricional), hereditário · Lesão indireta: desequilíbrio dos estabilizadores dinâmicos e estáticos · Diagnóstico: raio X, USG, TC, RMN, EMG dinâmica FRATURA POR STRESS: osso que trinca e nunca mais cola · Causas: overtraining, alterações metabólicas, hormonais, desequilíbrio muscular · Quadro clínico: dor local + calosidade · Diagnóstico: raio X, RMN *Sempre fazer cintilografia com tecnécio 99 para diferenciar de tumor benigno (!) · Tratamento: imobilização + descobrir causa base e tratar SÍNDROME DA TENSÃO TIBIAL | CANELITE: inflamação do periósteo · Causas: overtraining, alteração biomecânica da marcha, pés pronados, anormalidades das inserções musculares · Quadro clínico: dor na perna no 1/3 distal, medial ou lateral + piora com a atividade + melhora com repouso · Diagnóstico: RMN com espessamento de periósteo (!) *Fazer cintilografia com indio para avaliar partes moles · Tratamento conservador: medidas básicas quanto ao treino + palmilha + órteses + reabilitação *Sempre alongar após o exercício para evitar lesões · Tratamento cirúrgico: tenólise parcial ou total PUBALGIA | PUBEÍTE: inflamação da sínfise púbica e/ou origem dos adutores → desequilíbrio entre reto abdominal e adutores · Causas: overtraining · Quadro clínico: dor local que piora com a hiperextensão do tronco (!) · Diagnóstico: raio X, RMN, cintilografia · Tratamento: reabilitação / fisioterapia + tenólise ATLETA FEMININA: mesma eficiência aeróbica e resistência muscular, mas tem força e padrão de lesão diferente por causa da anatomia (forma da pelve, anteversão femoral, valgo de joelho, pronação de membros inferiores e flexibilidade) (!) *Sempre ficar alerta para amenorreia LESÃO DO SASAMOIDE: comum em bailarinas LESÃO DAS POLIAS DE DEDOS | DEDO EM GATILHO: comum em escaladores (!) ROTURA DE BÍCEPS: comum em halterofilistas LESÕES DO CARPO: comum em ginastas olímpicos SÍNDROME DO NERVO SUPRAESCAPULAR: comum no vôlei SÍNDROME DA INTERSECÇÃO (entre o 1º e 2º túnel extensor): comum na canoagem e no tênis 29 lesões malignas *Proliferação anormal de células com crescimento excessivo e descoordenado *Células bem diferenciadas até totalmente indiferenciadas *Atipias celulares e arquiteturais CARCINOGÊNESE: iniciação (genética) → promoção (proliferação) → progressão (modificações biológicas) METÁSTASES: pulmão (1º), fígado (2º) ESTADIAMENTO · T0: in situ · T1-T4: dimensões crescentes · N0: sem linfonodos acometidos · N3: toda cadeia acometida MODELOS DE DESTRUIÇÃO LÍTICA · IA: destruição geográfica bem definida com esclerose na margem → menos agressiva · IB: destruição geográfica bem definida sem esclerose na margem · IC: destruição geográfica sem definição precisa de margem → mais agressiva · II: aspecto moteado (invasivo) · III: aspecto permeativo (invasivo) *Local mais comum: metáfise pela alta vascularização (!) *Se acometer a parte posterior da vértebra tende a ser benigno *Se acometer o corpo da vértebra tende a ser mais agressivo DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: raio X, TC, RMN, cintilografia · TC: bom para avaliar córtex e destruição óssea, melhor teste para intraósseo · RMN: melhor exame para extensão óssea e tecidos moles, avalia estruturas vasculares e skeep metástases BIÓPSIA: de preferência a percutânea, na linha da incisão cirúrgica, rota direta *Atenção para não contaminar outros compartimentos *Biópsia com agulha de Jamshidi: menos invasiva, bom para tumores de difícil acesso REAÇÕES PERIOSTEAIS · Sólida: benigno · Lamelar: agressivo → casca de cebola · Espiculada: muito agressivo → raios de sol · Triângulo de Codman: muito agressivo GRAU HISTOLÓGICO: CLASSIFICAÇÃO DE ENNEKING Benignos · B1: benigno latente *Começa próximo à fise *Não incomoda, mas pode fraturar *Intracompartimental *Geralmente assintomático e na fase de crescimento da criança *Não se torna maligno · B2: benigno ativo *Fraturas patológicas *Podem invadir a cortical e formar anel de neoformação vascular ao redor da lesão *Sintomas leves · B3: benigno agressivo *Ultrapassa a barreira natural de crescimento, penetrando a cápsula *Zona reativa espessa, edematosa e inflamatória *Provoca destruição cortical *Pode desencadear reação periosteal *Sintomático 30 Malignos intracompartimentais · IA: baixo grau de malignidade · IIA: alto grau de malignidade · IIIA: metástase Malignos extracompartimentais · IB: baixo grau de malignidade · IIB: alto grau de malignidade · IIIB: metástase *Pior que intracompartimental 31 lesões tumorais *Benignos: falha na quantidade *Malignos: falha na quantidade e qualidade DIAGNÓSTICO: história (trauma, idade, sexo) + sintomas + imagem + laboratório + anatomopatológico *Raio X é padrão ouro *Laboratório: LDH aumentada, fosfatase alcalina aumentada (não específica, mas aumenta quando a lesão é agressiva) (!) TRATAMENTO: ressecção (intralesional, marginal, ampla, radical) TUMORES BENIGNOS FORMADORES DE TECIDO ÓSSEO Osteomas clássico convencional (marfim) · Localização: ossos da face, calota craniana · Exame de imagem: raio X axial · Tratamento: cirurgia (questões estéticas) Osteomas parosteal (justacortical) · Localização: ossos longos ou chatos · Tratamento: raramente abordado, apenas por questões estéticas ou compressão Osteomas osteoide: nidus < 2cm (!) · Mais comum em > 5 anos (11-20 anos), homens · Quadro clínico: dor que porá à noite e melhora com AAS (!) · Tratamento: cirurgia com ressecção em bloco Osteoblastoma | osteoma osteoide gigante: nidus > 2cm (!) · Localização: elemento posterior da coluna (pedículo, lâmina) *Diagnóstico diferencial com escoliose (não dói) (!) · Quadro clínico: dor · Tratamento: cirurgia com ressecção em bloco *São iguais, só muda o tamanho TUMORES BENIGNOS FORMADORES DE CARTILAGEM Condroma: comum · Mais comum na 2ª década de vida · Localização: cavidade medular, mãos → intraósseos *Mulher com queixa de não conseguir colocar o anel · Pode ser unilateral na mão: doença de Ollier → flebólitos + hemangioma (!) Osteocondroma: mais frequente (!) · Solitário: 2ª década de vida *Sempre próximo à articulação *Localização: ossos longos, ílio, escápula *Quadro clínico: calombo ósseo indolor (!) *Chance de malignizar: 1% · Múltiplo: < 10 anos *Pode causar distúrbios do crescimento / deformidade *Chance alta de malignizar Condroblastoma · Mais comum na 2ª década de vida · Localização: epífise de ossos longos (fêmur distal, tíbia proximal, úmero proximal) (!) · Lesão lítica excêntrica epifisária em esqueleto imaturo → tumor de Codmann (!) Fibroma condromixoide · Mais comum em homens entre 5-25 anos · Localização: metáfise dos ossos tubulares (tíbia proximal) · Quadro clínico: dor, edema local, massa palpável 32 TUMORES MALIGNOS PRODUTORES DE TECIDO ÓSSEO Osteossarcoma: mais frequente do sistema musculoesquelético (!) · 2 picos: 20-30 anos, depois 50-60 anos · Produz osteoide de células neoplásicas, neoformação (90%) · Pode ser periférico (menos agressivo) e medular/central · Localização: metáfise de ossos longos (joelho, fêmurdistal, tíbia proximal) (!) · Exame de imagem: raio X com imagem de sol nascente, fratura patológica, lesão em casca de cebola (!) · Biópsia: sempre fazer na periferia → nunca fazer no triângulo de Codman (!) · Metástases: pulmão, fígado TUMORES MALIGNOS PRODUTORES DE CARTILAGEM Condrossarcoma · Mais comum em homens · 2 picos: aos 20 anos com osteocondroma / condroblastoma que maligniza aos 70 · Localização: fêmur, pelve, costelas, escápula · Quadro clínico: dor profunda, crescimento rápido · Exame de imagem: raio X pontilhado · Pode ser: primário → age no osso normal Pode ser: secundário → tumor benigno cartilaginoso Pode ser: não diferenciado Pode ser: justacortical (periostal) Pode ser: mesenquimal Pode ser: de células claras Pode ser: maligno TUMOR DE CÉLULAS REDONDAS | MEDULARES Sarcoma de Ewing (!) · Mais comum em crianças e adolescentes (8-16 anos) · Localização: diáfise de ossos planos (tíbia) · Muito agressivo, de pequenas células, redondas e azuis de origem óssea · Causa reação periosteal lamelar, aspecto de casca de cebola (!) · Metástase: pulmão (menos agressiva), extrapulmonar (mais agressiva) · Biópsia: células em paliçada · Paciente que possui anticorpo monoclonal anti-CD 99 responde melhor ao tratamento (maior sensibilidade à quimioterapia, inibe melhor o crescimento) · Diagnóstico diferencial com PNET / tumor neuroectodérmico primitivo / tumor de Askin (células redondas, acometimento de região torácica / derrame pleural) Mieloma múltiplo (!) · Acomete todas as idades, mais comum em homens negros · Localização: ossos que possuem medula vermelha / esqueleto axial (vértebra, costela, crânio, pelve, esterno, ossos longos, escápula, mandíbula) · Quadro clínico: dor óssea lombar baixa / ciática, anemia, perda de peso, fraqueza *Disfunção renal em 50% · Exames de imagem: raio X com mancha de azeite, lesão em sal e pimenta · Exames laboratoriais: anemia, VHS > 100, azotemia, hipercalcemia, FA aumentada, proteína do soro e da urina aumentadas, proteinúria de Bence Jones, punção de medula óssea · Diagnóstico: punção de medula óssea · Estágios: I | intra-esqueletal: microglobulina beta-2 no soro < 3.5 + albumina > 3.5 · II | para-esqueletal: não cumpre critérios do estágio I ou III · III | extra-esqueletal: microglobulina beta-2 no soro > 5.5 → mais agudo · Tratamento: excisão ampla para lesão localizada + radioterapia se lesão não acessível *Causas de óbitos em < 2 anos: insuficiência renal, infecção, anemia, amiloidose *IgA tem menor sobrevida que IgG 33 princípios das imobilizações *Malha tubular → algodão ortopédico → gesso → crepom → água → esparadrapo (!) *Quanto mais quente, mais rápido o processo de enrijecimento do gesso TÉCNICA: incluir articulações adjacentes ao foco fraturário, proteger proeminências ósseas e feridas *Sempre passar de distal para proximal *Tala: mínimo de 8 e máximo de 12 camadas duplas ORIENTAÇÕES DOMICILIARES: manter o membro elevado, movimentar os dedos, usar AINEs, não molhar, não pisar, não coçar e não colocar objetos dentro COMPLICAÇÕES: úlceras de pressão, síndrome compartimental / isquemia de Volkman, atrofia muscular / óssea, anquilose, trombose *Risco de úlceras: umidade, feridas prévias, corpo estranho, gesso muito apertado *Risco de trombose: mulheres obesas, uso de anticoncepcional oral → usar antitrombolíticos 34 fraturas da coluna vertebral AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DA LESÃO MEDULAR (TRM) · Nível: dermátomo (!) · Avaliação sensitiva e motora → se paciente inconsciente, fazer reflexos AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA · AP / perfil / oblíqua / transoral (C1-C2) · Trauma tende a retificar a coluna · Tomar cuidado com raio X de coluna cervical (C1-C7) *Principal lesão de mergulho em água rasa: C6-C7 → para visualizar C7 precisa pedir a incidência do nadador *Lesão de duas colunas → instabilidade MECANISMO DE LESÃO | CLASSIFICAÇÃO DE ALLEN: flexão, extensão, rotação, compressão, distração → associação entre si PARÂMETROS DE INSTABILIDADE DA COLUNA CERVICAL (!) · Perfil: Ângulo entre os processos espinhosos ≥ 11 graus Perfil: Translocação dos corpos vertebrais anteroposterior ≥ 3,5mm → chance de secção de medula (!) Perfil: Alargamento / rotação das facetas articulares · Anteroposterior: avaliar tamanho do corpo vertebral por regra de 3 → achatamento dos corpos vertebrais > 25% PARÂMETROS DE INSTABILIDADE DA COLUNA TÓRACO-LOMBAR (!) · Perfil: Ângulo entre os processos espinhosos ≥ 20 graus Perfil: Translação anteroposterior ≥ 2,5mm · Anteroposterior: Achatamento do corpo vertebral ≥ 50% Anteroposterior: Rotação das facetas ≥ 5 graus INSTABILIDADE ATLANTO AXIAL: subluxação ou luxação + lesão do ligamento transverso · Comum em pacientes com síndrome de Down e síndrome de Grisel · Mal prognóstico · Alta instabilidade FRATURAS CONDILARES: avulsão dos ligamentos alares · Comum em traumas de alta energia em jovens · Tratamento: conservador · Bom prognóstico com tratamento adequado FRATURA DE JEFFERSON | FRATURA COMINUTA: fratura de C1 / atlas · Fratura dos arcos anterior e posterior, mas raramente com lesão medular e arterial · Pedir raio X transoral · Tratamento: colar cervical / halo west por 3 meses · Bom prognóstico FRATURAS DO ODONTOIDE: geralmente em cervical alta + luxação atlanto-axial · Por flexão ou hiperextensão · Tratamento: conservador com halo west por 3 meses OU cirúrgico com artrodese + ligamentotaxia por 3 meses · Fratura de base: alto índice de pseudoartrose | mal prognóstico → indicação de tratamento cirúrgico (!) 35 FRATURA DO ENFORCADO: escorregamento de C2 sobre C3 · Por hiperextensão-distração · Tratamento: conservador com halo west · Bom prognóstico → lesão medular é rara, mas pode acontecer em acidente automobilístico e bangjump FRATURA EM FLEXÃO-COMPRESSÃO | FRATURA DO MERGULHADOR: C5 / C6 / C7 · Mergulho em águas rasas · Fratura em lágrima no corpo vertebral anterior e deslocamento posterior do corpo sobre a medula · Tratamento: descompressão cirúrgica de urgência · Mal prognóstico → tetraplegia FRATURA DE CHANCE (ósseo/ligamentar) | FRATURA DO CINTO DE SEGURANÇA: transição tóraco-lombar · Por flexão-distração · Lesão ligamentar é pior do que a lesão óssea (!) · Tratamento: cirúrgico EXPLOSÃO | BURST FRACTURES: tóraco-lombar · Queda em pé → fratura de calcâneo e punho · Por compressão · Mais comum em indivíduos com osteoporose (idosos) · Bom prognóstico → a não ser que comprima > 50% → avaliado melhor pelos critérios de instabilidade 36 patologias da coluna *Lordose cervical: 20-40 graus *Cifose torácica: 20-45 graus *Lordose lombar: 40-65 graus ESCOLIOSE: lateralização da coluna > 10 graus associado à rotação de vértebra Escoliose idiopática (!) · Mais frequente · Mais comum entre as meninas com história familiar positiva · Sem dor · Pior enquanto tem crescimento (progressão da curva) (!) · Tipos: relação ao início da curva *Infantil: início entre 0-3 anos *Juvenil: início entre 4-10 anos *Adolescente: início > 10 anos → mais comum Quadro clínico: dor, fraqueza, alteração da sensibilidade, alteração da continência → significa que não é idiopática, existe algum comprometimento neurológico (!) Exame físico: altura ombros / ilíacos, triângulo de Talhe (assimetria), compensação com o tronco, obliquidade pélvica, dismetria · Avaliar diferença entre membros inferiores: até 2cm de diferença entre os membros inferiores é normal (não causa problema para coluna e joelhos) · Sempre questionar sobre menarca → se paciente já tiver menstruado provavelmente já atingiu a maturidade esquelética, então a curva de escoliose não vai piorar · Teste de Adams: inclinação anterior →
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