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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA MANOEL FERREIRA DE LIMA JÚNIOR O PRECONCEITO ÉTNICO COMO ESTIGMA PARA ACORRENTAR O SER HUMANO TOUROS/ RN 2014 MANOEL FERREIRA DE LIMA JÚNIOR O PRECONCEITO ÉTINO, COMO ESTIGMA PARA ACORRENTAR O SER O HUMANO Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito parcial para obtenção do título de licenciando (a) em Pedagogia. Orientadora Profª. Esp.: Leitisomeire Brito de Lima. TOUROS/ RN 2014 b L732p Lima Junior, Manoel Ferreira de. O preconceito étnico como estigma para acorrentar o ser humano. / Manoel Ferreira de Lima Júnior. - Touros [RN]: ed. do autor, 2014. 66 f. Orientadora: Prof.ª Esp. Leitisomeire Brito de Lima Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 1. Contexto social - Intervenção. 2. Preconceito - Intervenção. 3. Escola - Intervenção. I. Título. IBRAPES/UVA/RN CDU 37 MANOEL FERREIRA DE LIMA JÚNIOR O PRECONCEITO ÉTINO COMO ESTIGMA PARA ACORRENTAR O SER HUMANO Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito parcial para obtenção do título de licenciando (a) em Pedagogia. Orientadora Prof.ª. Esp.: Leitisomeire Brito de Lima. Aprovado em de 2014. BANCA EXAMINADORA . Prof. Leitisomeire Brito de Lima – Orientador (a) Instituição: Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)– Local: Touros, RN . Prof. (Conceição Santana) – Convidado (a) Instituição: Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)– Local: Touros, RN . Prof. Esp. (José Edil Rodrigues da Silva) – Convidado (a) Instituição: Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)– Local: Touros, RN TOUROS/ RN 2014 Dedico este trabalho ao Senhor Deus pela saúde e viabilidade na trajetória de minha vida, família, amigos e professores. AGRADECIMENTO É com grande carinho e apreço, que agradeço pelos mais genuínos valores que tenho como norte na minha vida concedido por Deus: um sentimento nobre e gratuito! A Universidade, corpo docente, colegas, administração, sempre oportunizando aos alunos do interior, essa possibilidade de ascendência profissional, pela outorga acadêmica, licenciado em pedagogia; Em especial a minha orientadora: Leitisomeire Brito de Lima, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. Aos meus pais pelo amor, esposa e alguns outros entes queridos, pelo incentivo e apoio incondicional; E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, deixo firmado aqui, o meu mais sincero e legítimo agradecimento, que expresso com um muito obrigado! A ignorância em relação à história antiga dos negros, as diferenças culturais, os preconceitos étnicos entre duas raças que se confrontam. Tudo isso, somado as necessidades econômicas de exploração, predispuseram o espírito europeu a desfigurar completamente a personalidade moral do negro e suas aptidões intelectuais. O negro torna-se, então, um sinônimo de ser primitivo, inferior, dotado de uma mentalidade pré-lógica. Kabengele Munanga RESUMO O presente estudo trata em linhas gerais do Trabalho de Intervenção Socioescolar, apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), com um tema muito polêmico e atual, tendo em vista a complexidade e importância do assunto, no contexto social, “o preconceito étnico, como estigma para acorrentar o ser humano”, fazendo uma pesquisa bibliográfica, com abordagens qualitativas, tendo expectativas, a fim de promovermos opiniões críticas, com entendimento e aprofundamento, percebendo as mazelas e de igual modo, as nuances, que são abrangentes nesse módulo compilatório, onde percebemos a maior contundência, nesse tipo de preconceito. Nessa lógica, fomos in loco verificar os preconceitos ainda em evidência, levando em consideração a questão do negro na atualidade, nos espaços, físicos e sociais. Assim, entendemos que os estigmas étnicos menosprezam e desumaniza o negro oprimido, pelo sistema organizacional e segregador, onde dividimos espaços delimitados e muitas vezes demarcados pelos brancos soberanos. Em síntese, fizemos uma linha cronológica, abordando origens étnicas deste grupo discriminado, desde o período da escravidão, até os tempos atuais, perpassando assim, pelo crivo seletivo do branco, leis que favorecem o negro, nas conquistas de espaços e reconhecimento da importância destes sujeitos na história do Brasil. Palavras-chave: Tema polêmico e atual. Complexidade e importância do assunto no contexto social. Promover opiniões críticas. Contundência nesse tipo de preconceito. Entendemos que os estigmas étnicos menosprezam e desumaniza o negro oprimido. RESUMEN Este estudio es una visión general de la Intervención Socioescolar de Trabajo, presentado a Valley State Universidad Acaraú (UVA), con un tema muy controvertido y presente, en vista de la complejidad y la importancia del tema en el contexto social, "los prejuicios étnicos como el estigma de la cadena del ser humano ", haciendo una búsqueda en la literatura, con enfoques y expectativas cualitativas, con el fin de promover las opiniones críticas, con comprensión y profundización, dándose cuenta de los males y del mismo modo, los matices, que sean integrales en ese módulo compilatorio donde vemos la más concluyente en este tipo de prejuicio. En esta lógica, estábamos comprobar in situ los prejuicios que todavía existen, teniendo en cuenta la cuestión de negro hoy en los espacios, físicos y sociales. Por lo tanto, entendemos que los estigmas étnicos desprecian y deshumaniza el negro oprimido, el sistema de organizacióny segregados en espacios compartidos delimitados y, a menudo marcados por los gobernantes blancos. En resumen, hemos hecho una línea de tiempo, abordar los orígenes étnicos de este grupo discriminado, ya que el período de la esclavitud, hasta hoy, por lo que pasa cerca en la criba selectiva blancos, leyes que favorecen el negro en los logros espaciales y el reconocimiento de la importancia de estos sujeto en la historia de Brasil. Palabras clave: tema polémico y actual. La complejidad y la importancia del tema en el contexto social. Promover las opiniones críticas. Contundencia en este tipo de prejuicio. Entendemos que los estigmas étnicos desprecian y deshumaniza el negro oprimidos. SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 10 2- O IMPASSE ÉTNICO NO CONTEXTO DA ESCOLA 14 2.1- A história do negro no contexto brasileiro 17 2.1.1- O negro na perspectiva da inclusão no espaço contemporâneo 22 3. CAMINHANDO PARA A DEMOCRATIZAÇÃO ÉTNICA .23 3.1 Direitos humanos e a pedagogia da paz, na perspectiva de Paulo Freire, frente às discriminações étnicas .25 3.1.1 O direito de um sonho almejado em minimizar o sofrimento do negro oprimido 29 4- REFERENCIAL TEÓRICO 30 5-INTERVENÇÃOSOCIOESCOLAR .32 6-CONSIDERAÇÕES FINAIS .46 REFERÊNCIAS.....................................................................................................49 APÊNDICES..........................................................................................................52 ANEXOS................................................................................................................57 1 INTRODUÇÃO Na contemporaneidade, se entende que a resistência à inclusão passa pelas discussões sobre ás relações preconceituosas e a história da cultura afro-brasileira, que perpassa pelas nossas escolas e sociedade em geral, envolvendo vários sujeitos, que são desprezados pela cor da pele, ou por ser de classe social baixa, entre tantos outros problemas, que estão expostos no contexto social. No entanto, alunos e funcionários das instituições escolares, geralmente estão focados no preconceito, que é a dimensão que problematiza este trabalho monográfico, com a preocupação de analisar os autores que contribuirão nessa pesquisa bibliográfica, traçando o perfil das situações em que estas práticas preconceituosas são e estão em evidência em nosso meio social, tais como: em sala de aula e/ou entre funcionários da escola, que convivem juntos e agem de maneira que discrimina as diferentes etnias, categorias profissionais, entre tantos outros que nos assustam, diante de todo amparo legal, que se tem na documentação do nosso país. Sem sombra de dúvidas, são temas bastante polêmicos, de caráter inclusivo, mas dicotomicamente excludentes. Diante dessas possibilidades de aversões, segregações e preconceitos étnicos focado no tema, se entende que a legislação não aprova esse tipo de comportamento das pessoas em geral, ou seja, essa postura de alguns cidadãos brasileiros é contrária à legislação. Nessa perspectiva, trabalhamos o tema: “O preconceito étnico, como estigma para acorrentar o ser humano”. E diante desse entendimento, passamos a analisar essas questões, a partir da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de Historia e Cultura Africana, ou seja, Afro-brasileira nas escolas públicas e privadas do Brasil, passando a representar um passo importante para a reeducação das pessoas, no tocante as relações étnicas. Assim, a Lei número 10.639/03, promulgada em 9 de janeiro de 2003, é considerada um marco na luta pela superação da desigualdade étnica na educação pública brasileira. Até os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) vem trazendo discussões e debates, no sentido de entender melhor as concepções epistemológicas, voltadas para o desenvolvimento das escolas, com uma interação 10 mais harmoniosa sobre este assunto, porém, na prática as abordagens são toscas e tímidas, sem relevância sobre o problema dos negros em nosso País. Nesse sentido, estes desvios tratam os indivíduos, tal como eram ventilados em nossos livros didáticos, até pouco tempo, com cunho meramente pitoresco, presente na realidade preconceituosa, ou seja, a forma como agimos com os nossos irmãos semelhantes (negros). Com essa ótica, Paixão (2007, p. 28), considera a escola como: Espaço privilegiado de intervenção e argumenta: ao omitir conteúdos sobre à historia relacionada à população negra omite contribuições do continente africano, para o desenvolvimento da humanidade e ao reforçar determinados estereótipos, a escola contribui fortemente para o reforço das construções ideológicas racistas. Com esse entendimento, na contemporaneidade teremos dentre tantas questões, este pressuposto para levantarmos a problemática: Por que ainda somostão preconceituosos? Até quando dizemos que “não”? Com essa visão, como podemos abandonar as práticas preconceituosas se não abrirmos mão de nosso egocentrismo? E, por conseguinte, nos impomos uns aos outros, só pela cor da pele, entre outros preconceitos. Quando vamos nos comportar, no contexto da equidade, se não entendemos o que é multiculturalismo e miscigenação, apesar de sermos um país multicultural e miscigenado? Rosemberg (1985, p. 77): corrobora com essa afirmativa quando diz que: “o homem branco adulto proveniente de status médio e/ou superior da população é o representante da espécie mais frequente nas histórias, aquele que recebe um nome próprio, aquele que se reveste da condição de normal”. Este trabalho monográfico tem como finalidade receber a outorga acadêmica de licenciado em pedagogia, para desempenhar a práxis com as devidas competências exigidas nessa profissão de pedagogo! Não obstante, o docente esteja sob o compromisso com a educação de seus respectivos alunos; quer sejam da rede pública, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos e/ou da privada. 11 Este texto monográfico está sendo construído, com o objetivo de minimizar o preconceito étnico, no contexto da escola. Diante do objetivo, se tem que combater o estigma de acorrentar os alunos (as) e/ou funcionários (as) negros em geral, no âmbito educacional, pois esse trabalho deve nos fazer chegar à pedagogia da libertação, como tão bem nos fala Paulo Freire. Assim, observamos a complexidade deste assunto na sociedade e assim, vemos, por exemplo, um paradigma similar aos antissociais, que nos constrange a ponto de sairmos dos muros da escola e irmos de fato, as fontes de pesquisa em autores que tratam dessa temática, para o reforço desse tema, de forma epistêmica e conceitual. Vamos nos aprofundar neste tema, com pesquisas de cunho genuinamente embasadas, para fins resolutivos e propositores e, juntos esclarecer na nossa sociedade, essas práticas excludentes do preconceito, principalmente, o étnico. No decorrer deste trabalho monográfico trataremos de um assunto polêmico e desumano, que deverá despertar a consciência de todos aqueles que tiverem oportunidade de lê-lo, com um olhar crítico, para as práticas aversivas e degenerativas do preconceito, no âmbito escolar e social de modo geral. Na atualidade, ou seja, na modernidade do século XXI, teimamos em dizer que “somos iguais”, por quê? Já que somos “preconceituosos”. Assim, à Associação do negro se preocupa com a escravidão, onde a ausência de vínculos familiares passa pela estereotipação das suas imagens. (SILVA, 2007). Dessa forma, os princípios e critérios estabelecidos no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) definem que, quanto à construção de uma sociedade cidadã, os livros deverão promover positivamente a imagem dos afrodescendentes e, também, a cultura afro-brasileira, dando visibilidade aos seus valores, tradições, com organizações e saberes sociocientíficos, assim, se percebe que na atualidade a instituição escolar é consideravelmente um ambiente de construção de conhecimentos. Com essa possibilidade, se compreende a importância indissociável do professor, em mostrar como devemos tratar e respeitar as nossas diferenças e semelhanças, sem denegrir a imagem do próximo. Para isso Nei Lopes, (1942, p. 168 - 169) no livro: “O Racismo Explicado aos Meus Filhos”; “refere-se à exclusão de pessoas que sofrem com este tipo de estigma 12 e seus problemas não solucionados, com a intenção de abrir os horizontes, a fim de saber lidar com este problema tão atual e complexo”. Diante de todas as situações que veem sendo discutidas, se compreende que cada um dos participantes da comunidade escolar é construtor de competências, não se esquecendo, que essas produções sociais da contemporaneidade, etimologicamente falando, ficam a desejar. Com esse olhar (FREIRE, 1996, p. 58): Passa pela pedagogia, biologia e astronomia, que podem cuidar da Terra e navega-la. Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei como posso saber melhor o que já sei. E saberei tão melhor e mais autenticamente quanto mais eficazmente construir minha autonomia em respeito a todos os outros. Nesse sentido, conforme o entendimento da contribuição do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, a autonomia é um preâmbulo dos incentivos pedagógicos, daí ser fundamental que nos fortaleçamos para construir uma sociedade justa e capaz de lidar com essas mazelas e entraves sociais, que volta e meia está estampado nos veículos de comunicação social que nos rodeiam. Assim, “O nosso grito vive nos fatos e nós advogamos os direitos da raça negra, porque ela tem deixado uma grande herança no Brasil”. Manchete de O Clarim d’Alvorada, (1931 p. 181). Ainda seguindo essa mesma linha de raciocínio, podemos argumentar e concordar, que a realidade é essa, às vezes nossos gritos saem tímidos e sem relevância para reivindicar algo, por exemplo, cor da pele e o espaço geopolítico. "a materialidade que o mundo da globalização está recriando permite o uso radicalmente diferente daquele que era o da base material da industrialização e do imperialismo”. (SANTOS, 2000, p. 164). Diante desse contexto, para sairmos deste quadro obsoleto, não só se devem erradicar os estigmas que veem se alastrando, desde os tempos da coroa portuguesa escravocrata em nosso País, até a contemporaneidade, porém teimamos em perpetuar no nosso subconsciente, o preconceito, passando-o para nossos filhos, que também se tornam preconceituosos. 13 Assim, é interessante entender que ser aquele que não se mistura com os negros é algo que se agrava cada vez mais, principalmente se essa pessoa, além de tudo é pobre, analfabeto, desempregado, entre outras situações. A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito, corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Todo o ser humano deve ser preparado, especialmente, graças á educação que se recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e formular os seus próprios juízos de valores, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. (DELORS, 2003, p. 97). De fato concorda-se com o autor acima, que aponta para a geração perdida, sem cultura e nem tampouco valores de cunho religioso... São apenas registros de casos e mais casos que a história “negra” de nosso País “branco” vai deixando seus resquícios e pegadas, que não podemos aceitar. Enfim, precisaríamos de várias décadas à frente, pois, ainda damos sinais de sermos meninos deitados em berço esplêndido. Portanto, assim como nossos teóricos que se fizeram pertinentes nessa introdução, proporíamos resgate de nossas raízes e historicidade... Afinal, somos multiculturais e miscigenados... Somos brasileiros de tantos Antônio(s), João(s) e Manuéi(s)... Somos negros por excelência, somos Brasil, somos negros com alma de brancos e brancos geneticamente e genuinamente “NEGROS”. Essa monografia inicia com a introdução, seguida de seções e subcessões, referencial teórico, intervenção socioescolar, considerações finais, apêndices e anexos. 2 O IMPASSE ÉTNICO NO CONTEXTO DA ESCOLA Alguns dos mais conturbados embaraços na educação de nossos alunos negros veem sendo tratados como objetos de discussões, entre as mais variadas classes sociais, com teóricos renomados. Assim, ambas as esferas da sociedade contemporânea, se desdobram para serem mais igualitárias, desde os tempos passados; onde esses sujeitos negros se escondiampara venerarem suas identidades espirituais! 14 Vale salientar, que esta escória de indivíduos manipuladores da originalidade e posteridade negra, de nossas mais genuínas raízes, teve o desprazer de enterrar um dos mais horrendos crimes contra a humanidade: o etnocídeo! Assim, as agruras desses negros, de nosso Brasil, procuram resgatar heróis póstumos, duma possível manipulação etnográfica destes dados quantitativos e genealógicos, para podermos argumentar, que estes homens e mulheres negros (as), oriundos da mãe África, perpassam pelo crivo do saudosismo, com a participação de nossas avós e patriarcas, isto é, os nossos heróis sonhadores. Com esse pensamento temos dúvidas lancinantes que transpassam nossos corações ávidos por respostas mais concisas e animadoras, não obstante inclusiva e participativa, dos reclamantes desse epítome, onde trataremos pormenorizadamente, sobre os estorvos, voltas e idas destes negros aos baús remexidos pelos brancos mercenários e loucos pelo ouro e nossas riquezas, assim, nus e pretos, “nus”, eram fortes, portanto, trabalhariam para essa participação “negra” duma historia pintada de “branco”, chamada de aquarela do Brasil! A familiaridade com a dinâmica da escola permite perceber a existência de um tratamento diferenciado e mais afetivo dirigido às crianças brancas. Isto é bastante perceptível quando analisado o comportamento não verbal que ocorre nas interações professor/aluno branco, caracterizadas pelo natural contato físico acompanhado de beijos, de abraços e de toques. Isso é bastante visível no horário da saída, quando os pais começam a chegar para pegar seus filhos. Observando o término de um dia de aula, foi possível contabilizar um número três vezes maior de crianças brancas sendo beijadas pelas professoras em comparação às crianças negras: dez crianças brancas para três negras. Também durante as atividades, é possível constatar a existência de um tratamento mais afetivo em prol da criança branca. Desse modo, na relação com o aluno branco as professoras aceitam o contato físico através de abraço, beijo ou olhar, evidenciando um maior grau de afeto. O contato físico demonstrou ser mais escasso na relação professor/aluno negro. As professoras ao se aproximarem das crianças negras mantêm, geralmente, uma distância que inviabiliza o contato físico. É visível a discrepância de tratamento que a professora dispensa à criança negra, quando comparamos com a criança branca. (CAVALLEIRO, 2000, p. 213-214). Essas secções paternais se equivocam quando este negro que tinha raça mais pura se mistura. Assim, na contemporaneidade eles têm que se respeitarem como irmãos genéticos, onde se chamam comumente, os miscigenados. 15 Corroborando com essas questões historiográficas, étnicas e plurais, onde os excluídos negros mendigam cotas e espaços físicos, para contribuírem com a nação, a história e suas nuances... Onde as pitorescas histórias se arrastam no tempo, caricaturando os negros, e promulgando novos adeptos e discípulos aos preconceitos éticos, onde extirpam seus semelhantes por serem negros! Com essa ótica, o decreto de n°13.331 de 17 de fevereiro de 1854 estabelecia que não fossem admitidos escravos nas escolas públicas do país e a previsão para a instrução de adultos negros dependia da disponibilidade dos professores. Assim, podemos está numa época, que não dar para controlar, ou seja, identificar quem é o negro puro, porque sabemos que não existe mais raça pura e nossa população mundial é misturada geneticamente, assim, a explosão demográfica pode ser conjecturada como “negra”, no contexto historiográfico “branco”, que não deve está preocupado em resgatar a autoestima e os espaços, onde estes sujeitos negros possam alcançar seu status de puro! (...) No caso brasileiro, (...) as raças foram, (...) no período de 1930 a 1970, abolidas pelo discurso erudito e popular (...) mas ao mesmo tempo com desigualdades, onde as queixas de discriminação atribuídas à cor eram cruciais. Essas vozes foram abafadas. Para obterem esse reconhecimento, se viram forçadas a recrudescer o discurso indenitário, que resvalou para a reconstrução étnica e cultural. Tais identidades, hoje estão assentadas no terreno político. Mais ainda: a assunção da identidade negra, significou, para os negros, atribuir à ideia de raça presente na população brasileira que se auto define como branca na responsabilidade pelas discriminações e pelas desigualdades que eles efetivamente sofrem. “Ou seja, correspondem a uma acusação de racismo”. (GUIMARÃES, 2002, p. 51). Podemos ir mais além de nossas limitadas concepções a despeito da originalidade, ou por assim argumentar, homens negros genuínos! Ora, como seríamos tão limitados em nossas falas, se agisse dessa forma? Doutra sorte, passaríamos a figurar mais uma das extensas listas de preconceitos e estigmas. Portanto, se faz necessário um chamado de teóricos para fundamentar melhor essas indagações recorrentes e ressoantes que ecoam longe na expectativa da singeleza de reconhecimento, primeiro por ser humano e não macaco, por ser gente que pensa, produz e ama... Por ser inteligente, por não ser bandido, por ser doutor 16 respeitado, ou seja, por ser de fato personagem livre numa república livre e igualitária! Assim, as nossas intenções, enquanto acadêmicas e sonhadoras, não nos permite acordar desse sonho, um sonho que muitos homens revolucionários já os sonhara, enfim, passamos a ser mais humanos e não segregadoras pró-apartheid. Conforme se pode constatar, somos testemunhas de que ainda existem homens, que se envolvem na questão da segregação étnica e não concordam com atitudes desumanas, que os olhos do mundo se cerram na cálida e densa nuvem negra, que exalam das mentes brancas, que regem o mundo preto da fuligem das chaminés toscas, onde os teóricos brincam no jardim das letras tolhidas, que consumimos em sopas de letrinhas, todas menos as que nos alimentam! Nesse contexto, destacam-se os lampejos de consciência. Assim, ressalta-se como é importante estudar essa temática que aborda “o preconceito étnico, como estigma para acorrentar o ser humano”, que toca com imparcialidade no cerne da questão polêmica de caráter investigativo, mas, sobretudo voltado para a valorização da pessoa humana. 2.1 A história do negro no contexto brasileiro Um ano após a abolição da escravatura, foi proclamada a República no Brasil, em 1889. Algo que marca essa transição do negro no transcorrer da historia do Brasil, assim, podemos perceber que os fatos dessa natureza sempre nos remetem a pensamentos críticos, acerca destes sujeitos estigmatizados, ou seja, os negros, no contexto histórico brasileiro. Isso indica que, estamos anos luz do que poderia ser de fato uma república, onde os cidadãos que nela vivem, pudessem desfrutar de direitos iguais e bens/ serviços; sem distinções ou míseros favorecimentos por circunstâncias pendentes a classe majoritária branca! Em consequência disso, vemos diariamente na mídia, fatos que nos constrangem, ao ponto de criar em nossa defesa natural de ser humano, algo como revolta e descrédito aos poderes centralizados do Estado, tal qual a frouxidão da Lei que rege este país. 17 Desse modo, há de se convir que o movimento negro seja tímido, no sentido de reconhecer e perceber que o negro no quadro atual mediático, sempre foi subalterno e subserviente. É lícito supor, que caímos no marasmo do contentamento, e qualquer espasmo favorável ao homem de pele mais acentuada, sofre uma avassaladora enxurrada de enxovalhos, depreciando e oprimindo o cidadão negro, em detrimento da sua rica cultura afro-brasileiro,que é vinda de nossa mãe África! A questão racial não é exclusiva dos negros. Ela é da população brasileira. Não adianta apoiar e fortalecer a identidade das crianças negras, se a branca não repensar suas posições. Ninguém diz para o filho que deve discriminar o negro, mas a forma como se trata o empregado, as piadas, os ditos e outros gestos influem na educação. (CANDAU, 1986, p. 29-30). É importante ter em mente, que ainda perpetuamos práticas desumanas, preconceituosas e tristes, ao menos deveríamos agir como humanos e não como animais irracionais! Onde, uma simples partida de futebol, por exemplo, não os torcedores de times opostos falam mal dos negros denominando-os de “macacos”. Há sem dúvidas um paradoxo nessa comparabilidade, onde a ciência diz por meio comprado segundo Darwin, que “todos nós somos parentes próximos dos macacos”. Dessa forma, por que dizemos, enquanto brancos de forma hostil, com xingamentos que só os negros são macacos? Ora, se a ciência afirma categoricamente que somos todos macacos por excelência, em nome da magnânima cientificidade, onde estamos equivocados? Seguindo essa corrente coesa dentro do tema: “o preconceito étnico como estigma para acorrentar o ser humano”, passamos a questionar essas posturas aversivas e segregadoras, ao movimento étnico afro-brasileiro, percebendo a importância dessas indagações, que sem sombras inexistentes de dubiedade, questionamos essas correntes opressoras na contemporaneidade, a saber, no futebol que leva a bandeira da equidade étnica desempenhando papéis intermediários no combate mais fervoroso ao preconceito étnico. Fundamentados nesses dados, houve a necessidade gritante de investigar, a priore, na sala de aula, a escola como reprodutora da sociedade e da história contemporânea, analisar a sua postura quanto ao indivíduo negro, por fazer parte dessa teia miscigenada desses povos remanescentes da mãe África. 18 Na busca de conclusões para essa mazela social, destacamos alguns jogadores como: Daniel Alves, Tinga e agora por último na mídia, a torcida do Grêmio F.C, que foi protagonista nessa história de atitudes preconceituosas, assim como os jogadores citados em sequência, todos sem exceção, foram hostilizados aqui e fora do Brasil, como se fossem “macacos”. Com gritos lancinantes e ofensivos com esses dizeres: Tinga foi hostilizado por torcedores peruanos, que imitavam macacos, Daniel Alves quando estava em jogo atiraram bananas em campo e ele as comeu e por último vimos na mídia: As câmeras de tevê que conseguiram flagrar a gremista Patrícia Moreira gritando a palavra "macaco" para ofender o goleiro da equipe: “Santos F.C”, o Aranha. Diante desse quadro ela começou a sofrer as consequências de sua atitude, ao ser afastada do emprego e atacada verbalmente nas redes sociais, o que também não é justo, pois um erro não conserta outro. Tinga, no entanto, pediu que a condenação dessa jovem, não acontecesse, pois não seria justo apenas uma torcedora pagar por toda a torcida presente no estádio. Dados extraídos do site “fonte de pesquisa”, assim o jogador se coloca na citação abaixo: Quero aproveitar para deixar minha total solidariedade ao goleiro Aranha, profissional honrado e merecedor de todo respeito. Vou continuar combatendo e condenando como sempre fiz qualquer tipo de preconceito, independente de acontecer com uma pessoa ligada ao futebol, comentou Tinga, afastado do esporte por uma grave lesão. "Espero, também, que não seja feito nenhum julgamento hipócrita, com o intuito de condenar um ou outro torcedor sem que os verdadeiros responsáveis sejam apontados. Continuo acreditando que um dia ainda vamos viver em um mundo com mais justiça e menos desigualdades", apontou. (grifos de Tinga numa página da rede social). Conforme se pode constatar, ainda temos muito a amadurecer, com ideias inclusivas e respeitosas a todos os sujeitos, homens, crianças, idosos, que estão presentes inscrevendo o futuro de cada um, no contexto do nosso país. Em todas as etapas da decodificação, estará o homem exteriorizando sua visão de mundo, sua forma de pensá-lo, sua percepção fatalista das “situações-limites”, sua percepção estática ou dinâmica da realidade. E, nesta forma expressada pelo pensar o mundo fatalistamente, se percebe a maneira como realizam esse enfrentamento com o mundo, assim, se encontram envolvidos os seus “temas geradores”. (FREIRE, 1982, p. 115). 19 Com esse olhar, torna-se evidente, que toda essa complexa dinâmica, ostensiva ou encoberta do cotidiano, se constitui no movimento negro falido, no sentido real e final destes dados subjetivos, detectando-se os insucessos e agruras na alma deste país continental, que dissemina um novo movimento “apartheid”, com roupagens similares ao da África, mas, que carrega os aspectos da evolução epistêmica, de igual modo, muito aquém do desenvolvimento sociocultural e plural, que no cerne da questão se evoca para o pleno desenvolvimento dos povos e das nações com equidade. Não é de se estranhar que no Rio Grande Norte, focamos essa pesquisa, com dados desanimadores e atrasados, pautados na mísera busca por um “status quo”, que desanima a população negra, no tocante ao avanço da legislação a ser cumprida. A desvalorização e a alienação do negro estendem-se a tudo que toca a ele: o continente, os países, as instituições, o corpo, a mente, a língua, a música, a arte, etc. Seu continente é quente demais, de clima viciado, malcheiroso, de geografia tão contraditória, que o condena à pobreza e à eterna dependência. O ser negro é uma degeneração devido à temperatura excessivamente quente. (MUNANGA, 2001, p. 21). Para fins desse estudo, se utilizou uma versão ‘branca’ da história, que está pautada necessariamente em alguns paradoxos entre os conjuntos opostos: índio/branco, negro/branco, índio/negro, cujas terminologias etimologicamente falando, são de certo modo, complexas, construídas historicamente, a partir das categorias de ‘selvagem’, ‘bárbaro’, ‘índio’, ‘caboclo’, ‘mameluco’, ‘cafuzo’, ‘pardo’, ‘negro’, entre outras. Alguns termos são ainda utilizados por grandes estudiosos, para fins qualitativos, que possivelmente se organizam entre si, como dados para sua compilação e distribuição destes artigos sobre os indivíduos estigmatizados negros. “É pertinente afirmar que, o negro, quando encontra referências, é representado como um vaqueiro solitário, amigo do seu patrão e feliz por ser escravo”. Conforme nos apresenta Albuquerque (1989, p. 44). Concordando com essas categorias seletivas de dados históricos, passamos a nos embrenhar um pouco mais na questão do Estado do (RN), com a intenção 20 étnica, para resguardar outros grupos mestiços, conforme os autores do final do século XIX se preocupavam com: A mestiçagem que teria acontecido, sobretudo, entre os europeus e os índios (mameluco, caboclo). Encontrar-se-ia em menor proporção entre os negros e os portugueses (mulatos). Os mestiços de negros e índios (curiboca, caboré) ou de mulatos com negros (cabra) seriam os mais perigosos, porque os restos de selvageria se encarnariam mais frequentemente neles. (MEDEIROS FILHO, 1993, p. 55). Nesse sentido, os índios aparecem pouco no cenário etnográfico do Rio Grande do Norte, passando pelo crivo de autores desenformados acerca da legitimidade da historiografia negra, muito embora abordada em distintas publicações, é falso afirmar que a homogeneidade dos descendentes dos quilombos era uma forma de preservar a imagem de Zumbi dos Palmares, como uma simples figura sem se fazer ressalvas precisas no cerne da questão, que de forma direta ouindireta contribuiu para o etnocídio. Se, em face das circunstâncias especiais de tempo e espaço, o negro foi escravo entre nós, em pacífica convivência, tratamento humano e restritas limitações de vida. Liberto antes da lei participa das mesmas oportunidades dos demais em sociedade, em todos os aspectos da vida e pela vida. Como irmão, sem preconceito, sem segregação. (MEDEIROS, 1978, p. 103). Esse resultado é contundente ao tempo em que as restrições nos demonstram dados que nos comprovam certas dificuldades em suster sua autenticidade. Uma vez largados no desconhecimento de sua contribuição a nossa geração atual faz alusões toscas e desvinculadas, ao tempo, com as disparidades dos dados qualitativos. Diante dessa realidade, em grupos aculturados, mestiços e marcados, muitas vezes, taxados de marginais ou figurantes de alarmantes estatísticas criminais, são erroneamente deixados nos fossos negros, onde os antropólogos insistem em fazerem ressalvas a sua luta por espaços numa sociedade já ilibada e equilibrada nos mais tênues laços genéticos. Não se pode deixar de salientar essa visão, que ajuda a fomentar no âmago das devidas e aceitáveis posições, enquanto sujeitos formadores de opiniões. Assim, como foi demonstrado na citação anterior, se podem promulgar correntes ainda tradicionais, com visão muito míope e meio trovadora, para ritmar nos cálidos e sutis movimentos essa pequena onda de relatos no Rio Grande do Norte. 21 (...) a primeira, fundamentada a partir de uma análise do passado colonial, afirma que o negro teve e tem presença rara, inexpressiva ou insignificante e atribui a isto a ausência de um grande sistema escravista voltado para a exportação, como ocorreu em outras regiões do Brasil. Parte do pressuposto de que, de um modo ou de outro, somente o passado explica o presente. A segunda, menos explícita, porem não menos importante, sugere que em algumas áreas e em certos tipos de atividade, existiriam relações mais democráticas e igualitárias. Estas relações seriam decorrentes do modelo econômico implantado e de um menor contingente de escravos tal como em anteriores áreas de exploração colonial. (LEITE 1996, p.40). É sempre importante frisar que a tematização de fatos de nossa tenebrosa forma de abordagem etnográfica e antropológica, que frisa de maneira bem categórica, a visão depurada e crítica dessa construção e desconstrução, na girândola em forma de gangorra, onde o contrapeso inexpressivo é de fato o negro, em forma caricatural e pitoresca, que contribui para incutir nos sujeitos aprendentes à insurgência desse negro oprimido, pela historia seletiva e segregadora. 2.1.1 O negro na perspectiva da inclusão no espaço contemporâneo Segundo os dados do IBGE, os negros e pardos fazem parte da metade da população brasileira, que extravasa o número de 200 milhões de habitantes. No mês de setembro, o negro foi destaque na mídia, sendo de fato rememorado a sua origem, com conquistas e lutas previstas, mas, nunca para vir a público afirmar a verdadeira abolição escravocrata, tanto dos figurantes, quanto dos protagonistas dessa perspectiva inclusiva, que pinta na mídia e/ou em matérias abordadas e voltadas para a discussão e implantação de episódios cansados, que se sobressaem aos solavancos, na fila das classes emergentes, que trazem em sua paupérrima bagagem o negro como figura ilustrada e raramente respeitada. Assim, se faz necessário evocarmos para nossa discussão étnica, que se estende como lesmas toscas e alienadas, que: Não se quer fazer a injustiça com eles, por não supor, que seja mentira ou inverdade (para não dizer falsidade) tudo que não pode ser sancionado por convicções que deixam raízes, nas racionalizações exploradas pelos senhores de escravos, para legitimar moralmente a escravidão. O ângulo que se coloca garante certa veracidade a algumas de suas opiniões, de modo extremamente favorável, ou seja, com o melhor lado do clima de convivência interracial imperante no Brasil. (FERNANDES, 2007, p. 40). 22 Em algumas novelas os atores pintavam o rosto de preto para se assemelharem aos negros legítimos, dessa forma, com escassa participação deles, diga-se de passagem, onde as notícias eram divulgadas em jornais e outros veículos como âncoras em cadeia nacional. Assim, eram comandados na maioria das vezes, por sujeitos bancos. É importante salientar, que quando se trata de assuntos referentes aos negros, os brancos não sabem discorrer sobre o assunto, logo, acionam o negro adjacente e de imediato auxilia a suposta reportagem branca sobre o negro, grotescamente o jornalista é editor e fonte de pesquisa para a citada reportagem! Ainda seguindo essa catalogação, constatamos a dificuldade da inserção do negro na mídia branca, porque ela se posiciona sempre com a ótica do branco. Assim, se obstrui sistematicamente, essa marca indelével que aprisiona o ser humano. No entanto, cabe ressaltar, que protagonizamos na contemporaneidade paradigmas sobre o certo e o errado, muitas vezes pautado em tábuas ultrapassadas nos anais modulares e dicotômicos dessa apostasia étnica, que assola os negros, na hora de se inscreverem na faculdade de seus sonhos. Cabe ressaltar a importância, de frisarmos que alguns negros atemorizados pelas repressões e xenofobias, numa gama de atitudes contraventoras e exíguas, apresenta oportunidades no mercado de trabalho e no contexto da vida social. 3. CAMINHANDO PARA A DEMOCRATIZAÇÃO ÉTNICA Percebemos que a importância do anseio histórico na vida dos negros é de fundamental importância, visto que um dia chegaremos à fase ideal de democratização entre os povos! Assim, vislumbramos construir de forma harmoniosa as diferentes etnias, com a devida sensibilidade ética. Quanto a essas questões, não é só a democracia racial que está por constituir-se no Brasil. É toda democracia na esfera econômica, na esfera social, na esfera jurídica e na esfera política. Para que ela também se concretize no domínio das relações raciais, é mister que saibamos clara, honesta e convictamente entender o que tem banido e continuará a banir a equidade nas relações de “brancos”, “negros” e “mestiços” entre si. A chamada “tradição cultural brasileira” possui muitos elementos favoráveis à constituição de uma verdadeira democracia racial. (FERNANDES, 2007, p. 40). 23 Sabemos que há muito tempo vivemos nessa saga étnica, com lutas revogadas pelo crivo antiético e estético dos brancos em classe favorável estabilizada, que ostenta os poderes legisladores, os quais possibilitam manobras “legais”; para fugas e contravenções, em detrimento aos nossos semelhantes negros e/ou afro-brasileiros! Isso nos informa, que a desistência por quaisquer que sejam os ideais, ou seja, a intenção global e plural, por nos esforçar para alcançarmos o sucesso, tanto na geração atual, quanto nas posteriores. Cabem algumas ressalvas contundentes sobre os paradigmas estéticos, onde poderíamos tirar exemplos dignos de reciprocidade deste povo brasileiro. Com esse entendimento, seguimos adiante nessa linha discursiva e crítica. Assim, é fundamental entendermos estes pensamentos políticos e inclusivos. Com esse olhar, as falsas estatísticas tendem a maquiar e declarar a isenção de atitudes preconceituosas em nosso País. Muito embora se saiba que a realidade é completamente oposta à declamada em tons poéticos pelos livros didáticos e outros meios midiáticos, que corroboram com os dados falseados pelos sensos e estatísticas tolhidas, que causam confusão e desconhecimento dos verdadeiros fatos existentes referentes aos negros no Brasil. Logo, percebemos que tratar destes temas não é assimtão fácil, pela falta de transparência e préstimo, com olhares emocionados dos espectadores, que rendem a repetição historiográfica burlesca, que em pleno século XXI, ainda apresenta sérios resquícios. Vale salientar, que se ainda somos coniventes, depois de tanto tempo na história, vemos lutas emocionantes dos sujeitos negros, com a efêmera participação em nossa história dos negros como participes “negrinhos”, apadrinhados pelos senhores das casas grandes e senzalas. Assim, morte e lutas, agruras e sonhos sufocados... numa sociedade contemporânea capitalista e seletiva, que descreve uma nova e velha forma de reconto das senzalas, através de seu representante maior Zumbi. Negro pela genética, negro pelas capas das revistas e suas colunas sociais, campo minado de branquitude e vergonhosamente apologética. 24 Essas provocações sociais deixam marcas indeléveis não só no sujeito negro, que é oprimido, ao longo da história, pelos costumes e crenças dos negros oprimidos. Assim, compete às autoridades pela sua notoriedade lembrar-se deste homem negro, através dos relapsos cantos das paredes brancas, com leves manchas negras de sangue desse negro! Criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas ‘originais’, significa, também, e, sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, ‘socializá-las’, por assim dizer; e, portanto, transformá-las em bases de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. (GRAMSCI, 1999, p. 13). O conceito de etnia é definido, segundo Aurélio, como uma “população ou grupo social que apresenta relativa homogeneidade cultural e linguística, compartilhando histórias e origens comuns”. São, portanto, necessários alguns pontos convergentes nas origens de indivíduos diversos, para que seja possível enquadrá-los em um grupo étnico. Assim, uma escola onde os docentes estão desprendidos da importância, que regem a sociedade e promulga em suas práticas primeiras algo como: respeito ao próximo, parceria indissociável da família junto à escola, professores e currículo voltados para a vida cotidiana, tratando sobre temas de caráter inclusivo e, por conseguinte, da afetividade. Sabemos que sem esses eixos centrais, estaremos equidistantes para alcançarmos a emancipação político-social do sujeito aprendente. Assim, aprender com seu próximo, viver bem com seus semelhantes, de forma saudável e afável aos outros grupos, que são heterogêneos, mas, acima de tudo são seres humanos. 3.1 Direitos humanos entrelaçados com a pedagogia da paz, na visão de Paulo Freire, frente às discriminações étnicas Quando nos deparamos com determinadas reclamações aos devidos direitos aos negros, ou seja, direitos irrevogáveis e gratuitos ao ser humano civilizado, temos em algumas circunstâncias que transpô-los. Ao mesmo tempo, perpassamos pelo crivo ilógico das toscas notícias de que o outro tolheu meu direito a determinado lugar, quanto ao segmento social. 25 Assim, com essas ressalvas, detectamos vários extravios nas “cartas brancas” que se escondem nos porões secretos e escuros, para não dizermos “negros”, em nossa ultrapassada Constituição Federal. Art. 5º todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. É importante frisarmos, a despeito destes direitos, que o Estado tem o papel de atribuir aos cidadãos comuns, que trazem em pauta a prática guardada nos baús esquecidos desde os nossos colonizadores, que na época estavam mais preocupados com ouro e prata e não com os brasileiros. Contudo, as mazelas sociais recheadas pela má distribuição de renda, onde volta e meia, se marginaliza o negro e o oprime, sem lhe conceder a devida paz, ou seja, sem analisar os direitos, frente aos estupros de suas filhas negras, hostilizadas com palavrões comparando-as de um modo geral aos simiescos. Nesse sentido, se constroem guerras, que edificam o ódio e faz transpassar o coração do negro, com a dor que pode ser comparada as lanças venenosas, que arderem nos noticiários depreciativos, que limitam os espaços desse oprimido. Assim, se estigmatizam os descendentes negros colocando-os em uma cruz preta, negando, cegando e os estuprando! Negros! Negros! Negros! E depois os matam, e os lançam esquecidos no fosso negro e fétido. Ao final dessa tortura secular de caráter puramente “ariano”, vemos poucos negros remanescentes que saem das correntes, para brigarem pelos seus direitos, ou seja, o direito do negro é ficar calado, entrar num camburão e morrer sem falar, o único direito que hoje se sobressai é o das cotas, aonde as universidades segregadoras e brancas vão selecionando-os, para o ingresso à universidade. Com essa possibilidade, para se impetrar algo importante e complexo na sociedade, não se tem referências, ou seja, uma nomenclatura convencional com esta geração contemporânea: “a chamada geração mobile”! 26 Como a integralização do povo negro, pode ser operacionalizada a promoção de uma pedagogia de caráter plural e inclusivo, no contexto de uma paz que foge aos parâmetros comportamentais e viáveis. Assim, no que se refere ao respeito às diferenças, na concepção da heterogeneidade, se deve quebrar paradigmas, para vencer a estereotipação do povo negro! É notório, sobretudo, que se o negro quiser dividir os espaços com os brancos, neste mundo branqueado de negros e mulatos, se devem adotar a postura de mestiços. Para essa dicotômica étnica, detectamos que estes homens de cor acentuada, se quiserem ser aceitos neste mundo de brancos, devem procurar se assemelhar a esses seus algozes. Com essa clara evidência da moderna escravatura, a etnia deve ceder às suas nuances negras esbranquiçadas pela miscigenação, como símbolo de paz, enfim, os negros se parecem com brancos, no trabalho, no esporte, na faculdade, no matrimônio e na esfera mais polêmica e atual do futebol! Nesse contexto, o negro se tornando branco e abnegando suas raízes para não gerar atrito étnico aos olhares críticos, passa a se harmonizar com a propaganda midiática e o bem estar social, só em falsas aparências. Como deveria normalmente ocorrer em uma sociedade fundada no trabalho escravo, as vítimas reais da escravidão, ou das formas semilivres ou (semiescravas) de trabalho, que não participam da elaboração e da revisão da ideologia e da utopia racial, que se tornaram socialmente necessárias. Ambas foram forjadas, mantidas e refinadas pela “raça” dominante, cujas elites econômicas, culturais e políticas ditaram como bem entenderam como elas deveriam exprimir as relações “cristãs” e “justas” entre senhores e escravos. (FERNADES, 2007, p. 184). É muito pertinente, dizer que a colaboração do autor acima citado é uma propriedade profunda para o assunto. Podemos concordar nos seus minuciosos detalhes, que acerca desta classe étnica marginalizada, se compara a escoria dessa sociedade capitalista, vilipendiosa, onde a branquitude impera soberana nos tapetes seletos da vileza, para as elites burguesas passearem sem constrangimento, sem ar rarefeito, sem o desprazer de “cruzar”, com um mero negrinho numa rua pintada, pela aquarela dum Brasil cético e cheio de preconceitos. 27 Como bem coloca o astro Cazuza: Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga, pra gente ficar assim... Qual é o teu negócio? Qual o nome do teu sócio? Confia em mim! Como aindanão alçamos a pedagogia pacifista, passamos para a fase mais conceituada em análises críticas e acima de tudo com poucos, como poderia discorrer Paulo Freire, em sua perspectiva: A concepção e a prática “bancária”, imobilista “fixista”, terminam por desconhecer os homens como seres históricos, enquanto a problematizar exatamente o caráter histórico e da historicidade dos homens. Por isto mesmo é que os reconhece como seres que são inacabados, inconclusos, em uma realidade, que sendo histórica também, é igualmente inacabada. Na verdade, diferentemente dos outros animais, que são apenas inacabados, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm a consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela têm. Daí que seja a educação um que fazer permanente. Permanente, na razão da inconclusão dos homens e do definir a realidade. (FREIRE, 1987, p. 42). Nessa perspectiva, é pertinente, acrescermos o trabalho monográfico laureado por esta figura que dispensa comentários: Freire! Lógico e com afirmativas contundentes e cabais, acerca deste homem epistêmico e ao mesmo tempo descontinuado de suas veredas historiográficas. Como os seres humanos estão praticando monstruosidades, atrocidades aos nossos semelhantes. Nessa perspectiva paulofreriana, acordamos no sentido de despertar e ajustarmos nossos olhares as mazelas sociais, bem como as pluralidades étnicas e sociais. Ainda estamos muito distantes da pedagogia da paz, num quadro onde a cada dia perdemos valores, que conhecíamos, desde a época juvenil, na roça! E agora com o advento das TIC’s passamos a nos acomodar e a “curtir” ao invés de estender a mão ao oprimido. Deixamos de ser humanos, para sermos não mais que meros e reles homens sem espelhos, sem exemplos, sem nexo... Homens e mulheres opressores a nós mesmos... Hostis para a vida! 28 3.1.1 O direito de um sonho almejado em minimizar o sofrimento do negro oprimido Passamos para a etapa culminante desta breve subseção, onde entraremos no âmago das emoções, dos estigmas e, por conseguinte, sair deste quadro aterrador, onde estão sepultados os anseios mais íntimos deste ser humano estigmatizado o “negro”. Neste momento reflexivo, quem sabe um diálogo efetivo pode buscar soluções, não para acabar com este tipo de preconceito étnico ao negro oprimido e marginalizado! Mas, para que possamos de antemão, irmos para essa batalha épica, não somente pela evocação dérmica, mas, pela pessoalidade humana que carrega não só este estigma aversivo e preconizador deste preconceito a etnia negra, igualmente, para vislumbrar por traz dessa cor escura da pele vive ali vive uma pessoa humana! Que chora, grita, reivindica, reside, trabalha, ama e se une em matrimônio, que é sujeito não para meras estatísticas, mas, humano, homem, ser vivente, negro por excelência e lindo porque também é filho de Deus! É bom acreditar que já existe uma nova pedagogia que inspira uma educação efetivamente comprometida com a cidadania e com a formação de uma mentalidade não excludente, que promove o convívio harmonioso com a diversidade. Que não nos falte coragem para que, em continuidade a este admirável papel, possamos também integrar outros excluídos. Com a admirável missão de uma nova pedagogia, a pedagogia que começa a nascer. (ANTUNES, 2008, p. 93). É imprescindível, de nossa parte, argumentar acerca dessa tematização, com uma filosofia inclusiva, que alusivamente tenta compor direitos assistidos a todos oprimidos, pois, se incluirmos somente algumas camadas sociais, está sendo preconceituoso com os demais, que de certa forma anelam um lugar ao sol. Para nossa surpresa, hoje dia 12/09/14, vimos na TV Globo, no programa “Mais Você”, uma matéria sobre os pobres e os negros quilombolas do nosso Brasil, não sabemos que cara o país quer mostrar. Antes, a hegemonia branca e sulista deste programa, câmeras e olhos voltados para o negro esquecido e sem acesso digno a moradia e nem as TIC’s. 29 Nesse contexto, percebemos na fala de um morador quilombola, que exclama: “aqui se sofre muito, tem que se rezar pra não ficar doente, sem luz, sem telefone, sem médico e nem transporte, é essa nossa realidade mermo”! E, continua, desde a escassez de comida e a falta de conforto! Dorme-se com uma realidade dessas! E, acrescenta: “toda vida eu trabalhei na roça pra fazer farinha, criei oito filhos trabalhando na roça, mas sou feliz! Aprendi a assinar meu nome em casa. Aprendi com a vida. Não sei por que eu sou rainha? Não sei falar, num sei ler! Mais as pessoas gostam de me ouvir”! Vemos assim, outros relatos de negros que aceitam os brancos os representarem. Nem com bananas e nem com atos ecumênicos, as autoridades devem desconhecer a origem negra e nem tão pouco a rejeitarem. Percebemos também, que no Quilombo Calunga, no vão das almas, uma rainha quilombola negra dizia que nunca esperava uma visita e chorava copiosamente. Vemos assim, que em sonhos simplórios, representado somente por uma visita, as pessoas simples e discriminadas, se sentem felizes, com uma Casa de adobe, palhas como telhas, em um esconderijo no Brasil esquecido. 4 REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com a perspectiva do autor Florestan Fernandes no livro: “O negro do mundo dos brancos”. Aonde vimos com extremo aprofundamento, como estão os negros no mundo seletivo dos brancos, fazemos uma análise na citação abaixo. Fernandes, (2007, p. 44), mostra que: “à miscigenação corresponde aos mecanismos mais ou menos eficazes de absorção do mestiço, com essa ótica, se percebe que as ideias que este autor aborda, dão um caráter mais crítico e preciso dentro das evocações desse grupo étnico, o negro”! Trazemos também outros colaborares, Kabengele Munanga, (2005, p. 15): que está bem mais focado nos aspectos diários, seculares no âmbito educacional e social, com seu enfoque principal na educação, que discorre dizendo: “essa falta de preparo, que devemos considerar como reflexo do nosso mito de democracia racial compromete, sem dúvida, o objetivo fundamental da nossa missão”. 30 Podemos perceber que estes dois teóricos tem a mesma finalidade, mas com olhares diferenciados, na primeira interlocução vemos a chamada para a situação em que os brancos aparecem como hegemônicos, já o segundo autor, ressalta a falta desse diálogo e despreparo que fragmenta e dissolve a solidez do grupo étnico negro no Brasil. Os americanos projetaram a imagem do “país como do vodu” atrasado, violento e supersticioso. Os americanos usaram o cinema Hollywoodiano para divulgar a má imagem destes haitianos, como negros ousados que haviam derrotado Napoleão. O país acabara pagando muito caro aos Estados Unidos da América, sendo hoje um dos miseráveis do planeta. Nei Lopes (1942, p.107). Como dizem outros renomados autores, dentre os quais enfatizamos a perspectiva vislumbradora, na qual estamos escondidos, sob os mantos desenrolados e entrelaçadores da historia, por estes autores que se farão presentes nas citações no transcurso desta monografia. Mas, porém não obstante tendo por base literária compilada este “epítome”, que aborda abertamente em seus escritos um diálogo que devemos usufruir e propagar em nosso meio, para maior aceitação e coparticipação, “das pessoas”, que fazem parte dessa sociedade. De certa forma, se discorda em alguns pontos singulares e se argumenta: “neste país que construímos a passos curtos; assim sendo, se pode arguir ou exaurir destes intelectuais, não só a experiência, mas saber conviver juntos”. Com a talfrase célebre que nos faz lembrar “os quatro pilares da educação: aprender a ser, fazer, conviver e conhecer.” (1999). Ainda seguindo esta mesma linha de raciocínio tênue e frágil desta ótica intelectualizada, de sobremodo apologética, nos propomos entre vários meios, para nos desprendermos desta corrente, que estigmatiza não só os pulsos latejadores dos ex-escravos, escravizados pelo sistema pintado de igualitário. Outras Correntes com nomes de estigma são usadas e outorgadas pela própria sociedade omissa e promíscua assentada na cadeira mórbida da hipocrisia; sem hora ou dia marcado para levantar-se e seguir rumo ao futuro. “Quando se trata de discutir políticas públicas de ação afirmativa para os negros, essa reflexão parece mais complexa devido ao “componente racial” que 31 chama a atenção para a diversidade, para a especificidade”. Ana Lúcia Valente, (2007, p. 251). Desde então já se deixa estigmatizar e alastrar-se o temível e terrível preconceito em suas multiformas de serem, que se impregna na sociedade; indubitavelmente vendem-nos um Brasil falso e outorga-nos a tê-lo e abraçá-lo como um bebê deitado em berço esplêndido! Pela ratificação mórbida e hostil da chamada democracia. Ainda seguindo o mesmo raciocínio leva-nos a crer que ainda há resíduos nos lençóis sujos que a “Família Real Portuguesa” nos deixou como legado. Costuma-se enrolar-se; havia e até hoje persiste esses preconceitos abusivos na nossa sociedade, resquícios deste legado, que nos foi deixado. O fator estigmatizante sobre nós. (KABENGELE MUNANGA, 2007), nos mostra que chegar ao Brasil e encontrar fáceis massas para a aquisição de mão de obra, tanto mulheres e homens nus, foi sem dúvida pelas palavras deste descobridor aqui exposta; o que nos faz remeter e entender, que sempre fomos um país de todos que veem de fora para estabelecer- se aqui e extrair tudo que acha, ou seja, ter direitos, inclusive em administrar a vida do outro. 5 INTERVENÇÃO SOCIOESCOLAR: o preconceito étnico O presente trabalho estuda a perspectiva do caráter dessa pesquisa, no Estágio IV, com foco no esclarecimento das práticas do preconceito étnico na escola pública e privada, daí, se ressaltar que por mais que ocultemos tais práticas excludentes, estaremos perpetuando a prática preconceituosa aos demais, que nos circundam e interage conosco, o que possivelmente relata o envolvimento direto e/ou indireto entre os alunos, funcionários e alguns professores enquadrados no cerne da questão desse citado preconceito. De acordo com o tema, “o preconceito étnico como estigma para acorrentar o ser humano”, convém observar que é de grande importância os cuidados na comprovação desses fatos, no sentido de colhê-los e observá-los na instituição escolar, a fim de preservar os envolvidos citados nesta pesquisa. Com efeito, estivemos previamente comentando e dialogando as questões do questionário aplicado, com base nos valores que os alunos devem praticar em 32 sua dialogicidade da vida cotidiana, ou seja, em seu dia-a-dia, e de igual modo, na escola que tem um papel importante para a socialização dos aprendentes. Assim, é oportuno frisar, que na direção de uma dessas escolas aferida nessa pesquisa é notória a presença de pessoas da cor negra, tanto algumas dessas professoras, quanto alunos (as), com traços faciais fortes, que sem sombra de dúvidas, passa pela impotência desse pesquisador, para tratar deste assunto, não pelo fato de ver a cor da pele representada na pesquisa, que pode servir não só como vacina ante o preconceito étnico, para proporcionar aos alunos reflexões acerca da formação de caráter mais respeitoso a cor da pele do próximo. Conforme comentamos anteriormente, passamos a perceber que estes alunos e os funcionários poderiam passar por constrangimento diante de um tema carregado de preconceito. Logo, os filhos que estudam nessa escola seriam notados como uma família de raça negra, o que até certo ponto foi constrangedor para o pesquisador, mas com respeito e equidade, se procurou promover o bem estar de toda a comunidade escolar e do corpo docente, com respeito as suas famílias, procurando evitar o estigma do preconceito, que acorrenta os homens e mulheres de pele escura! Essa etapa foi importante, porque reuniu os devidos dados, a fim de analisar um problema presente e atual em nossa sociedade. Esses fatores somados foram aferidos tanto na escola pública, quanto na privada, no tocante à pesquisa, ora realizada procurando não fugir da alarmante estatística nacional de nossa educação, no contexto do seu quadro atual, político e social; onde se abrigam as deploráveis e complexas ações, entre os atores sociais que se comportam desta forma na escola pública. Assim, quando mencionamos a palavra educação, não queremos nos referir aquela pessoa que diz, por favor, muito obrigado com licença... Mas, uma pessoa autônoma e atual, sendo em sua plenitude participativa e reivindicatória, para si e seus semelhantes. Logo, constatamos que não é assim numa sociedade preconceituosa. Nesse contexto, faremos um breve resumo para juntos entendermos melhor as mazelas e possíveis soluções para o problema da educação em nosso país. 33 O intuito desse estudo é desvendar os mitos que giram em torno dos processos preconceituosos, para que possam promover o desenvolvimento do educando, evidenciando as práticas pedagógicas desde a educação Infantil, pois como já foi citado, é de suma importância que os trabalhos na escola não se restrinjam a decodificar, sem ampliar as noções básicas das relações étnicas dos alunos, sabendo que não se deve segregar, isto é, ser um adulto preconceituoso. Com esse olhar se recomenda que desde a Educação Infantil, até o final da vida escolar, o educando tenha um desenvolvimento pleno de suas habilidades e faça uso não só da leitura e escrita, mas, também da maneira coesa e significativa na compreensão do meio, onde está inserido, no sentido cidadão, que sem dúvidas cresce como um cidadão autônomo! Em todas as etapas da decodificação, estará o homem exteriorizando sua visão de mundo, sua forma de pensá-lo, sua percepção fatalista das “situações-limites”, sua percepção estática ou dinâmica da realidade. E, nesta forma expressada de pensar o mundo fatalistamente, de pensá-lo dinâmica ou estaticamente, na maneira como realizam seu enfrentamento com o mundo, se encontram envolvidos seus “temas geradores”. (FREIRE, 1982, p. 115). Diante de todas as situações que veem sendo discutidas, se compreende que cada um dos participantes da comunidade escolar é construtor de sua competência, não se esquecendo das produções sociais, dadas pelos teóricos da contemporaneidade. E, assim, etimologicamente falando-se que ainda conforme Paulo Freire (1996, p. 58): Posso saber pedagogia, biologia como também astronomia, se pode cuidar da Terra como se pode navegar, porque somos gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei como posso saber melhor o que já não sei. E saberei tão melhor e mais autenticamente quanto mais eficazmente construir minha autonomia em respeito a todos os outros. Dada à importância dessa fala deste importante ícone da educação brasileira, torna-se evidente que se respeite os limites das etnias, dos credos e das diferenças, que nos separam e nos une em diferentes contextos, não podemos sobrecarregar estes indivíduos com carga opressora como ressalta o autor acima. Evocando como sempre o respeito às diferenças. 34 Assim, se organizou os objetivos geral e específicos, desse texto monográfico, dispostos abaixo:OBJETIVOS GERAL Analisar a prática educativa do preconceito, com base nos pressupostos da conclamação que emerge dos fundos dos baús, desde o período colonial até os dias atuais para chegarmos à “Pedagogia Libertadora”. Através dessa abordagem do objetivo acima, com ênfase na dimensão política do processo educativo e institucional proveniente desta sociedade que se denomina equitativa, se procura fazer um estudo étnico, com base nas pesquisas que se vem desenvolvendo. ESPECÍFICOS Possibilitar discussões em sala de aula sobre o “preconceito étnico”; Viabilizar trabalhos no espaço da escola que permitam minimizar as discriminações; Organizar estudos sobre o tema, com debates, para maiores esclarecimentos. CONTEÚDO É oportuno frisar que foram usados textos para todos alunos. Com o tema “o preconceito étnico”, o slide foi organizado mostrando a importância, com fotos e ilustrações atuais, que retrataram de forma clara as situações de preconceitos como, no caso, com os jogadores de futebol, personalidades históricas importantes no cenário norte americano, que lutavam em prol da igualdade das pessoas, em relação a etnia. Nesse contexto é necessário sublinhar que os alunos participaram de forma calorosa em cerca 30 a 40 minutos, depois foram todos às suas salas e produziram textos, salientando e reforçando o tema sobre o preconceito, que convém ressaltar o esforço das professoras e improvisaram um mine teatro, na perspectiva de incluírem o colega de cor negra! 35 É bom lembrar que segue em anexo, alguns fragmentos de textos e outros acervos coletados na pesquisa, que poderão deixar mais claro, como foram trabalhados no contexto da pesquisa, tão discutido nas últimas décadas. RECURSOS Foram utilizados nesse estudo recursos, como: data show Note book, pendrive, que se fizerem necessários no uso dessa temática em questão. Além dos recursos áudios visuais, de acordo com as TIC’s (Tecnologia da Informação e Comunicação), assim de forma prazerosa foram passados os conteúdos sobre o preconceito étnico. Como recurso principal, para este trabalho monográfico, houve uma pesquisa que resultou na elaboração dessa intervenção, onde se fez necessário aplicar um questionário as professoras, de maneira bem didática e interativa, objetivando a fidelidade aos dados pesquisados. Todos estes materiais acadêmicos foram recolhidos, para sustentar o pilar principal, que é a imparcialidade, que se procura destacar, a qual é de suma importância no contexto brasileiro, a fim de possibilitar mais coerência na forma de tratar as diferenças étnicas, porque o Brasil trouxe o negro da África, para escraviza- lo, e agora os acolhe novamente para resgatar a dívida que tem. Com esse olhar, se passa a perceber a relevância de evocarmos este questionário, com 8 (oito) questões abertas e só um item de múltipla escolha. Com efeito, esse tema: “o preconceito étnico como estigma para acorrentar o ser humano”, é de extrema importância no momento. Assim, a pesquisa foi realizada em duas escolas, sendo uma pública e outra privada, em um município do Rio Grande do Norte. Diante dessa realidade, houve um diálogo entre os autores renomados, neste assunto “o preconceito étnico”, que volta e meia, se ver na mídia tachado de estereótipos pitorescos e depreciativos, embargados muitas vezes pelas desinformações e alienação de muitos indivíduos, tanto negros quanto brancos; pois, esses sujeitos, que são tratados de maneira hostil estabelecendo relações, onde a etnia se sobrepõe uma sobre a outra! Para não deixar dados suspensos em subterfúgios houve à utilização prévia de uma palestra esclarecedora sobre o assunto, “o preconceito étnico”, com a duração de 30 minutos, para estabelecer a interação dos professores e funcionários 36 na escola aferida, em busca destes dados, que muitas vezes ficam implícitos ou embutidos nos sujeitos, que fazem parte da educação no referido município. Após essa palestra, fomos felizes na maneira inusitada que a conduzimos, discutindo com os professores dessa escola particular de forma hábil, e encenando uma peça sobre “o preconceito étnico”. E, em seguida todos foram indagados, assim, os espectadores atentamente participaram e gritaram o sucesso desse evento. Para concluir essa parte da pesquisa, os alunos foram para a sala de aula e produziram textos, que aparecem em anexo neste trabalho monográfico, retratando as experiências mediadas pelas professoras, que foram previamente esclarecidas sobre o assunto. Enfim, as expectativas corresponderam, porque discorreram sobre o assunto “o preconceito étnico, como um estigma para acorrentar o ser humano”, de forma clara e objetiva. É bem verdade que este estigma preconizador do preconceito étnico, vem se alastrando durante muito tempo, desde os primórdios da história, e na contemporaneidade também são notadas tais atitudes segregadoras e preconceituosas. Nessa perspectiva, existe a possível solução, que não está clara nessa intervenção Socioescolar, mas, na prevenção dessas atitudes preconceituosas, não só na esfera étnica, mas em todas as outras que comportam valores e qualidades de vida, com harmonia e respeito ao próximo. Tais como: bullyng, preconceitos em geral, entre outros. Todos estes desvios de conduta e valorização ao próximo devem estar sempre em pauta em nossas escolas, a fim de coibir e/ou minimizar estes impactos preceituosos, neste caso, no campo do preconceito étnico. METODOLOGIA O presente trabalho monográfico fez uso da pesquisa bibliográfica, com abordagens qualitativas, sobre o tema: “o preconceito étnico como estigma para acorrentar o ser humano”, evocando grandes autores e escritores renomados que enfaticamente expuseram seus pensamentos nessa pesquisa. Logo, se procurou respostas positivas sobre o assunto problematizador, que que sem dúvidas ocasionou polêmicas, o que é de suma importância, a esta 37 monografia. Não obstante a compilação literária de um diretor de escola pública, casal homo afetivo, entre outros. O século XX é o século do massacre, do genocídio, da faxina étnica, a era do Holocausto. Em nenhuma outra época da história houve um hiato maior entre os pobres e os ricos no mundo ocidental, e entre o Norte e Sul globalmente. ‘nenhum progresso permite ignorar que nunca, em números absolutos, nunca tantos homens, mulheres e crianças foram subjugados, passaram fome e foram exterminados sobre a terra’ (DOUZINAS, 2009, p. 20). O estudo em pauta situa-se na área da mídia do sistema estigmatizador, que oprime o negro, com foco abrangente no ambiente considerado campo de pesquisa, no qual fizemos as coletas de dados, que foram desenvolvidas em três etapas: a primeira foi à pesquisa bibliográfica, através da leitura exaustiva de vários títulos que falam a respeito do tema acima citado. O segundo passo foi o deslocamento da localidade para ter acesso/imprescindível à pesquisa-ação e por último, uma pesquisa minuciosa na internet. Não se esquecendo do foco que é o livro de Nei Lopes; “O racismo explicado aos meus filhos” todos estes trabalhos exaustivos foram projetados e redigidos nestas últimas semanas de setembro, haja vista, ter desvirtuado o propósito concernente ao projeto, no entanto, se obteve sucesso nas últimas tentativas de coletas de dados. Sempre primando e aprimorando os saberes em fase de crescimento. Logo, não nos faltou empenho na busca incessante por respostas e conclusões, reconhecendo os limites e fragilidades do próprio ser humano, sabendo que uma vez adquirido, o saber agregado ao conhecimento de mundo, que nos oferta esta incrível experiência
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