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PODER LEGISLATIVO COMISSOES

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PODER LEGISLATIVO
arts. 44 a 58 CF
Dra.Raquel Fabiana Lopes Sparemberger
Direito Constitucional II
PODER LEGISLATIVO
A separação de uma função de poder em relação às outras não é tão rígida, de modo que o próprio Poder Legislativo, além de legislar também julga, como acontece nos crimes de responsabilidade do Presidente da República, em que este é julgado pelo Senado Federal.
Funções - classificadas de acordo com dois critérios:
a) Critério material, orgânico ou subjetivo – refere-se ao conteúdo da atividade realizada no desempenho das distintas funções estatais. Ex.: função legislativa – todo ato proveniente do Poder Legislativo, o que prevalece hoje.
b) Critério formal - preocupa-se com o efeito jurídico próprio de determinados atos; é a forma individualizada da função legislativa, mas que executa a judiciária.
Funções /atribuições típicas: elaborar as leis, exercer o controle político do Executivo e fiscalizar o orçamento, sendo que a última exerce com o auxílio do Tribunal de Contas.
SISTEMA BICAMERAL FEDERATIVO
Poder Legislativo federal é exercido pelo Congresso Nacional (art. 44 da CF), que, por sua vez, é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, de forma a ser denominado sistema bicameral. 
Estados-Membros, no Distrito Federal e nos Municípios, o Poder Legislativo atua na forma unicameral, através das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa do Distrito Federal e das Câmaras de Vereadores, respectivamente.
O sistema bicameral adotado no Brasil- tipo federativo
composta por representantes do povo, eleitos em número relativamente proporcional à população de cada unidade da Federação (Câmara dos Deputados), e outra casa legislativa (Senado Federal ou Câmara alta), com representação igualitária de cada Estado-Membro e do Distrito Federal (3 representação igualitária dos Estados-Membros (3 senadores cada um) 
O art. 45, § 1º, da CF 
Senadores - representantes dos Estados. 
Três senadores para cada um dos vinte e seis Estados-Membros e três para o Distrito Federal, totalizando oitenta e um senadores, eleitos pelo sistema majoritário (vale a votação individual de cada candidato), para um mandato de oito anos, com dois suplentes cada. A renovação do Senado se dá de quatro em quatro anos, atingindo ora 1/3, ora 2/3 das cadeiras.
SISTEMA PROPORCIONAL E SISTEMA MAJORITÁRIO
No Brasil são adotados dois sistemas para eleição dos representantes do povo e dos Estados. 
“No sistema majoritário é eleito o candidato mais votado, independentemente dos votos dados ao seu partido ou coligação”. 
Pelo sistema proporcional, disciplinado nos arts. 105 a 113 do Código Eleitoral, inicialmente mais vale a votação do partido ou coligação que a do candidato, circunstância que deu ao critério a denominação de colorido partidário”. (CHIMENTI, 2004, p. 215).
 Explicação
No sistema proporcional, primeiro, somam-se os votos válidos (votos dados para os partidos e seus candidatos) e divide-se o resultado pelo número de cadeiras a preencher, obtendo-se assim o quociente eleitoral. Os votos brancos e os votos nulos não são considerados nos cálculos ( art. 5a da Lei n. 9.504/1997). Em seguida, dividem-se os votos de cada partido ou coligação pelo quociente eleitoral, obtendo-se, assim, o número de eleitos de cada agremiação (quociente partidário).
As sobras são destinadas aos partidos ou coligações que obtiverem as maiores médias. “Essa técnica da maior (ou melhor) média determina que os votos do partido ou coligação sejam divididos pelo número de cadeiras por ele atingido mais um, obtendo-se assim a média de cada um dos concorrentes e o número final de cadeiras a que cada partido ou coligação terá direito. Obtido o número final de cadeiras de cada um, estarão eleitos os candidatos mais votados de cada partido ou coligação, em número capaz de preencher as vagas destinadas à agremiação 
Distribuição das cadeiras no Legislativo:
Estados-Membros, cujo número de deputados da Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara de Deputados e, uma vez atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze.
Já nos Municípios, o número de vereadores será de acordo com o número de habitantes, entre nove e cinqüenta e cinco (art. 29, IV, da CF).
  
 
AS DELIBERAÇÕES E SEUS QUORUNS
De acordo com o art. 47 da CF, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões, em regra, serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Exceções, a exemplo do quorum de 3/5 exigido para a aprovação de uma emenda à CF — art. 60, § 2º, CF. 
Os votos em branco e as abstenções no momento da votação serão computados apenas para efeito de quorum.
O quorum de aprovação pode ser de maioria qualificada (2/3 ou 3/5 de todos os membros da Casa), absoluta (voto favorável de mais da metade de todos os membros da Casa)art 69,CF/88
Maioria simples (maioria de votos, presentes a maioria absoluta dos membros). Assim, para que a sessão deliberativa seja instalada (quorum de instalação), é necessária a presença da maioria dos membros da Casa (quorum de maioria absoluta para a instalação). 
No Senado, que conta com oitenta e um senadores, a abertura da sessão de votação depende da presença de quarenta e um. 
Na Câmara, é necessária a presença de duzentos e cinqüenta e sete dos quinhentos e treze deputados federais-.art.47,CF/88
As deliberações legislativas do Congresso Nacional, em regra, “são submetidas à sanção do Presidente da República, como é o caso dos projetos de lei aprovados pelo Legislativo. 
Algumas matérias, porém, não exigem a sanção do Presidente, pois são de competência exclusiva do Congresso, da Câmara ou do Senado (arts. 49, 51 e 52 da CF). 
A proposta de emenda à Constituição aprovada pelo Congresso é promulgada pelas mesas das duas Casas, não se sujeitando a sanção, veto ou promulgação pelo Chefe do Poder Executivo (art. 60, § 3°, da CF).
A sessão legislativa ordinária corresponde às reuniões do Congresso Nacional que se realizam de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1° de agosto a 22 de dezembro (2 períodos da sessão anual). (art. 57 da CF). 
Não se interrompe a sessão legislativa sem a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias – art 57, § 2º
Legislatura: tempo de duração do mandato- Art 44, parág. Único
Caso de urgência ou relevante interesse público, “é possível a convocação extraordinária, ocasião em que somente se deliberará sobre as matérias que deram causa à convocação e a respeito de medidas provisórias pendentes de apreciação ( art 57, § 6º e 8º) 
Vedação de pagamento de verba indenizatória, em razão da convocação.
Comissões
Sem dúvida um dos temas mais relevantes dentro do poder legislativo são as:
Comissões
As comissões ganharam relevo na CF/88, principalmente por duas razões.
A exigência que algumas matérias têm de um conhecimento mais técnico, especializados.
Diversidade de Matérias.
Classificação das Comissões
Quando a duração
Comissão temporária: são aquelas determinadas para um tempo certo de duração, existem três formas de extinção desta comissão:
Com a conclusão dos trabalhos
Com o fim do prazo estabelecido. Este prazo pode ser prorrogado? Ela pode ter o seu prazo prorrogado indefinidamente, no entanto apesar disso, ela jamais poderá passar da legislatura em que ela foi instituída.
Legislatura
Art. 44 da CF. Parágrafo único.Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Sessão Legislativa
Art. 57 da CF.O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho(1º Período)e de 1º de agosto a 22 de dezembro(2º Período).   
Ela é anual e tem dois períodos
Ela pode ser:
Sessão ordinária – dentro destes períodos.
Sessão extraordinária – ocorre durante o período de recesso.
Comissões
Comissão permanente: São aquelas que não têm prazo de duração, por exemplo, a CCJ – comissão de Constituição e justiça, as comissões temáticas também são
comissões permanentes, elas geralmente são formadas de forma proporcional.
Quando a formação:
2.1) Exclusiva: podemos ter uma comissão exclusiva da câmara e uma comissão exclusiva do senado.
2.2) Mistas: são formadas pelos membros de ambas as casas, do congresso nacional.
Comissão Parlamentar de Inquérito Federal
Quais são os objetivos de uma CPI? Para entendermos, devemos analisar as funções típicas do congresso nacional.
1º Objetivo (principal) – Legislar – Auxiliar na elaboração de leis é um importante instrumento de informação que o congresso nacional tem. 
2º Objetivo (secundária) – Fiscalizar – Fiscalização do governo e da administração pública.
3º Objetivo – Informar a Opinião Pública – “A CPI são os olhos e os ouvidos do parlamento, através da CPI será feita uma investigação sobre aquele fato para informar a sociedade sobre o que efetivamente está ocorrendo.
Quem são os investigados? 
Os investigados por uma CPI:
Poder Executivo
Pessoas Físicas
Pessoas Jurídicas 
Órgãos 
Ligados a gestão da coisa pública ou que de alguma forma tenham que prestar contas sobre dinheiro bens ou valores públicos, enfim qualquer um que tenha ligação com a coisa pública poderá ser investigado por uma CPI.
Quais são os requisitos para a criação de uma CPI?
1º - Requerimento a mesa da câmara ou do senado para que uma CPI seja instaurada, o requerimento deve ser de pelo menos um terço dos membros da câmara.
CPI da Câmara – 1/3 dos seus membros
CPI do Senado – 1/3 dos seus membros
CPI Mista – 1/3 dos membros da câmara e 1/3 dos membros do senado.
Detalhes!!!!
Obs.: STF: O requerimento é uma exigência a ser examinada no momento do protocolo do pedido, não sendo necessária posterior ratificação (MS 26.441). Este entendimento de que a CPI é um instrumento de defesa das minorias foi criado na Constituição de Weimar (leia-se “vaiamar”) (1919). O Governo geralmente ele representa a maioria da população.
Detalhes!!!
2º - Objeto determinado, ela deve ser criada com base em um fato certo, específico, determinado. 
Fatos Conexos: Isso não impede que ao descobrir novos fatos (fatos conexos) estes também seja objeto da CPI, neste caso, basta fazer um aditamento do requerimento.
Detallhes!!!
Nunca a CPI terá mais poderes que o parlamento, aqui se está falando da CPI feita no âmbito federal, ou na câmara ou no senado. Ela não pode investigar fatos que sejam de interesse exclusivo dos Estados (só assembléia legislativa pode) ou dos Municípios (só câmara municipal pode).
Se houver fato conexo com o interesse da união, neste caso uma CPI federal poderá investigar, o que não impede é a continuidade das investigações nos demais âmbitos.
Fatos com interesse exclusivamente privados: Se não tiver alguma relação com o interesse público, com bens, com valores, etc... A CPI não pode investigar, pois caso contrário ela estaria ampliando a competência do congresso nacional.
CPI
3º - É uma comissão temporária, isto é, com prazo certo de duração, ela deve ser extinta ou com o término dos trabalhos ou com a expiração do prazo estabelecido, ou máximo até o fim da legislatura.
Estes requisitos são normas de observância obrigatória.(CPI)
Art. 58 da CF. § 3º - As CPIs, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Obs.: Portanto CPI, não formula acusações e nem pune delitos.
Quais são os poderes da CPI? 
	Todos são poderes que devem ser utilizados de forma fundamentada, e esta fundamentação deve ser contemporânea, ela precisa ser anterior a utilização do poder, e adequada, ela pode ser uma fundamentação mais simples, o que não significa que pode ser genérica.
	Existem dois instrumentos para a pessoa se defender do exercício destes poderes pela CPI:
Habeas Corpus
Mandado de Segurança
Estes instrumentos ou são impetrados contra o presidente da CPI ou dependendo dos casos contra a autoridade coatora. Quem tem competência para processar a julgar? Se a CPI for ao âmbito federal, a competência será do STF. Se eles forem impetrados e a CPI terminar, eles ficam prejudicados, pois neste caso, não há mais a coação ilegal. 
Vamos ao estudo dos poderes que são importantes: 
Além dos poderes previstos do Regimento Interno ela terá poderes próprios de autoridades judiciais?
Quebra de sigilo – mas quais os sigilos: Bancário (Movimentações em Conta Corrente), Fiscal (DIR), Telefônico (Conta de Telefone) CUIDADO! A “interceptação telefônica” não se confunde com “quebra de sigilo telefônico”, que é o acesso as dados de uma conta telefônica. Dados informáticos (HD, IP, etc...).
Busca e Apreensão de Documentos – A CPI não pode determinar uma busca de documento que esta no interior de um domicílio, ela não pode determinar a quebra de um domicílio. 
Condução coercitiva – Ela pode determinar condução coercitiva? SIM estes estão dentro do exercício da força policial.
Art. 53 da CF. § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Não há condução coercitiva.
D) Realização de exames periciais – As CPI podem determinar exames periciais.
Limites ao exercício dos Poderes de autoridades judiciais: 
Os poderes da CPI são limitados pelos DIREITOS e GARANTIAS fundamentais.
Quanto a alguns direitos é reservado apenas ao poder judiciário a intervenção, tal limitação é chamada de “clausula de reserva da jurisdição”.
Inviolabilidade de Domicílio (art. 5º, XI da CF)
Art. 5º, XI da CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;   
Interceptação telefônica (art. 5º, XII da CF)
Art. 5º XII da CF. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Prisão (art. 5º LXI da CF) 
Art. 5º LXI da CF. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Obs.: CPI não pode determinar prisão salvo flagrante delito.
Publicidade dos atos processuais (art. 5º X, LX)
Art. 5º X da CF. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Art. 5º LX da CF. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
“CPI dos grampos telefônicos” – Queria ter acesso aos processos judiciais em que haviam estas interceptações telefônicas.
Também existem direitos e garantias fundamentais que são previstos na Constituição, que nem mesmo o judiciário pode violar:
Direito a não auto-incriminação ou ao silêncio: Quando no depoimento a pessoa entender que de alguma forma a resposta pode lhe prejudicar, ela tem direito o direito de permanecer calado:
Art. 5º LXIII da CF. O preso (Não se pode fazer uma interpretação restritiva deste direito, considerando ele aplicável somente ao preso, também se deve estendê-lo a qualquer pessoa) será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Direito a um advogado inclusive para poder consultar
durante o seu depoimento, este é um direito assegurado para quem vai depor na CPI.
Informações que recebeu por força de profissão.
CPI não possui poderes acautelatórios! 
Quando a CF fala em poderes de investigação próprios de autoridade policial, ela afirma que ela tem poderes investigatórios e instrutórios, mas não poderes acautelatórios, e simplesmente porque as medidas acautelatórias somente servem para assegurar uma decisão final, e como a CPI não pune ninguém nem formula investigações, não há propriamente uma “decisão final”, Exemplos:
Indisponibilidade de Bens
Proibição de Ausentar-se do país
Arresto
Seqüestro 
Hipoteca Judiciária
Comissão Parlamentar de Inquérito CPI –CPI -ESTADOS
Todas aquelas normas vistas anteriormente são normas de observância obrigatória no âmbito dos Estados.
	Entende -se que ela não precisa seguir exatamente 1/3, deve-se tratar de uma representação das minorias, pode ser entre 30 e 35% dos membros.
	Uma CPI estadual somente pode investigar fato de interesse do Estado, ela não pode investigar fatos de interesse federal, ou se interesse municipal, sob pena de lesar o pacto federativo, a CPI deve respeitar a competência fiscalizatória da casa a qual ela pertence.
STJ – (Pet. Ag. Rg. 1.611-611/RO) CPI estadual não tem competência para investigar autoridades submetidas a foro privilegiado federal.
STF – (ACO 730/RJ) CPI estadual pode quebrar sigilo bancário? Em uma decisão de 6X5, o tribunal decidiu que CPI estadual pode determinar quebra de sigilo bancário, quando houver previsão expressa no regimento interno, e tal entendimento deve estender-se quanto ao sigilo fiscal, telefônico.
Se uma CPI cometer alguma ilegalidade ou abuso de poder, quem será competente para julgar o MS ou HC impetrado? Em regra, será o Tribunal de Justiça, e aqui também se a CPI terminar antes do julgamento da ação autônoma, esta fica prejudicada.
Comissão Parlamentar de Inquérito Municipal
Existem muito poucas decisões sobre isto, e as que existem geralmente são anteriores a CF/88. Mas na ACO 730, alguns ministros se manifestaram obter dictum, sobre a questão da CPI municipal. O entendimento majoritário é de que a CPI municipal pode ser criada em razão do princípio da simetria.
A grande questão sobre a questão da CPI municipal. É quais são os poderes desta CPI?
O entendimento majoritário é de que ela não tem poderes de investigação próprios de autoridade judicial, desta forma, somente terá os poderes previstos no seu Regimento Interno. 
O principal argumento se deve ao fato de não existir poder judiciário municipal, e desta forma estaríamos ampliando a competência constitucional do município, uma solução encontrada pelas CPIs municipais é requisitar do Poder Judiciário o ato, por exemplo a “condução coercitiva”.
	As CPIs municipais devem estar previstas no Lei orgânica municipal, e os poderes da CPI devem constar do regimento interno.
	O STF decidiu (RE 96.049/SP) que CPI municipal não tem direito a determinar a “condução coercitiva”.
Garantias do Poder Legislativo
	Estas garantias são garantias institucionais e não individuais, a importância desta condição de garantias institucionais, é de que elas “não podem ser renunciadas”. 
IMUNIDADES
A função da garantia não é assegurar privilégios a estas pessoas, mas permitir que estas pessoas tenham a independência e liberdade para o exercício desta função. Isto é para permitir que as denúncias sejam feitas.
Qual é o momento inicial destas garantias?
 As garantias têm inicio com a diplomação e não com a posse.
Qual é o momento final destas garantias? Com o fim do mandato, a não ser que haja renúncia, onde ocorre também o fim destas garantias.
Obs.: O suplente tem garantias – “Não existem vereadores suplentes, deputados suplentes ou senadores suplentes, o que existe é o suplente de vereador, de deputado ou de senador.” Ministra CARMEN LÚCIA (STF). 	Deste modo o suplente não tem nenhum tipo de garantia.
Quando o parlamentar deixa de exercer a função temporariamente, por exemplo, porque assumiu um cargo de secretário, um cargo de ministro, ele continua tendo as imunidades? O Parlamentar afastado tem suas imunidades, material e formal, suspensas, mas continua a ter foro privilegiado por prerrogativa de função, pois ela não deixou de ser parlamentar.
Súmula n. 4 do STF. Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado ministro de Estado. Resta superada.
	Em regra estas garantias permanecem válidas durante o Estado de Defesa e o Estado de Sítio (3 exigências):
Art. 53 da CF. § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
“
Prerrogativa de foro” – Quem tem competência pra processar e julgar deputados e senadores? A competência será do STF para processar e julgar apenas infrações penais. 
Art. 53 da CF. § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Art. 102 da CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
	Quando ocorre a diplomação todos os processos envolvendo aquele indivíduo deverão ser remetidos ao STF, e com o término do mandato os autos só não serão remetidos ao juiz de origem se o julgamento no STF já tiver sido iniciado (STF/Inq. 2.295), todos os atos praticados anteriormente a remessa ao STF serão ratificados por ele. Inclusive os inquéritos policiais contras estes agentes serão remetidos ao STF.
Quando se fala em infrações penais comuns, que abrangem? 
Delitos eleitorais.
Contravenções penais.
Crimes dolosos contra a vida.
Lembre-se! Esta imunidade só vale para causas penais, não vale para outras causas, por exemplo, no caso das ações de improbidade administrativa (Recl. 2.138 do DF).
A atração para o STF viola o princípio do juiz natural? Se houver conexão atrai os processos conexos para o STF. 
Sumula 704 do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. 
“Imunidades Materiais” – A imunidade material é chamada pela CF de “inviolabilidade”, no sentido de ser uma intangibilidade ou intocabilidade desta garantia. 	Existe uma expressa clássica em inglês, que é utilizada pelo STF: “Freedom Of Speech” – liberdade da palavra/expressão.
REDAÇÃO ORIGINÁRIA
Art. 53 da CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
	Não havia previsão, mas o STF, afirmava que já havia inviolabilidade civil dos parlamentares.
REDAÇÃO APÓS A EMENDA 35
Art. 53 da CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Alguns autores (Alexandre de Moraes, Uadi Lamego Bullos, Kildare Carvalho) vão sustentar que esta imunidade material esta no campo Administrativo e Político.
	Entende-se que questionável esta opinião, pois os parlamentares podem perder o mandato por quebra de decorro parlamentar, e, portanto, não há que se alegar a imunidade material política.
Qual é a natureza a inviolabilidade material penal, para o STF? Ela seria uma causa excludente de tipicidade, e não de culpabilidade.
	Para o STF quando a opinião, palavra ou voto for proferido:
Dentro do Parlamento: Há uma presunção absoluta (judiciário não pode intervir) de que são no exercício da função, e, portanto independem da prova de nexo causal entre o exercício do mandato parlamentar e a opinião, palavras ou voto (RE Ar
463.671) E eventuais abusos devem ser coibidos pela própria casa, ou seja, através, por exemplo, da perda de mandato por “quebra de decoro parlamentar”.
Fora do Plenário: deve haver prova da conexão entre a opinião, palavra ou voto e a atividade parlamentar, se houver este nexo, não haverá justa causa para a instauração da ação penal Ex.: Roberto Jeferson e Mensalão, e se não houver, haverá, em princípio justa causa. Ex.: Eurico Miranda e acusação ao Juiz de Futebol. 
	Digamos que um parlamentar vá a um meio de comunicação (TV, rádio, jornal) e acuse outra pessoa, em havendo o nexo com a atividade, por óbvio o parlamentar não poderá ser processado, mas e o meio de comunicação, pode ser processado? 
Segundo o STF a imunidade abrange também fatos divulgados pela imprensa, pois não teria qualquer razão de ser em responsabilizar a imprensa simplesmente por ter divulgado a informação, e de nada adiantaria o parlamentar ser imune para as acusações, mas não conseguir divulgar estas opiniões, sob pena de o meio de comunicação responder.
Em uma CPI, um depoente é ofendido por um parlamentar, que é imune, será que ele depoente é imune para responder as acusações, inclusive acusando o parlamentar? 
Para o STF se as palavras do depoente foram proferidas em resposta imediata ao parlamentar elas também estariam protegidas pela imunidade material. 
Imunidades Formais
“Imunidades Formais” – O STF utiliza a expressão incoercibilidade pessoal relativa, e também utiliza a expressão “Fredom from arrest” (imunidade para a prisão), em relação a esta imunidade temos a:
Súmula nº 245 do STF - A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu (se há co-réu, portanto não é a imunidade material) sem essa prerrogativa.
	Trata-se da imunidade formal (processual), pois ela pode abranger dois aspectos:
Prisão do Parlamentar:
Art. 53 § 2º da CF. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
	
Esta proteção se refere apenas à prisão penal cautelar, não a prisão decorrente de sentença condenatória definitiva, existe doutrina (ALEXANDRE DE MORAES) que interpreta este dispositivo como se fosse referente a qualquer modalidade de prisão, mas não é o entendimento do STF. No caso da prisão em flagrante, os autos deverão ser remetidos a casa respectiva que, pelo voto da maioria, decidirá sobre a prisão.
Processo do Parlamentar:
Art. 53 § 3º da CF. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
	
A Emenda Constitucional 35/2001, substituiu a improcessabilidade, pela processabilidade. Antes eles não poderiam ser processados sem autorização da casa respectiva:
Art. 35 § 1º da CF - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional... Nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
	Existem algumas decisões (Inq. 1.710), que entendem que a após a EC n. 35/2001 não há mais imunidade processual dos parlamentares na Constituição, mas esta é uma decisão isolada de um Ministro. Mas o professor NOVELINO (LFG) discorda.
Mas não é o melhor entendimento, atualmente funciona assim, o STF recebe uma denúncia do MPF contra um deputado ou senador, e após o recebimento o supremo dará ciência à respectiva casa:
Caso os membros da casa entendam que há uma “perseguição política” – 	Um partido político que tenha representação na casa deve exigir que a casa suspenda o processo. Para que essa suspensão ocorra, é necessária a maioria absoluta dos membros (absoluta) (50% + 1 = 257 deputados). Em suspendendo o processo, restará suspenso também o prazo da prescrição, sob pena de favorecer a impunidade. Mas a suspensão somente poderá ocorrer no caso de crimes praticados após a diplomação. 
	 
O cidadão é eleito deputado e pratica um crime, após a diplomação, porém este processo é suspenso, e obviamente quando termina o mandato o processo começara a tramitar, agora e este deputado se reeleja é possível suspender novamente o processo, tendo em vista que o crime é anterior a segunda diplomação? Para o STF não conforme decisão proferida de Ag Rg. na AC 700.
 
Resumo - Imunidades
São prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do mandato parlamentar, com plena liberdade.
“Garante-se o mandato para garantir a Instituição”. (Michel Temer) 
Podem ser:
Material, real ou substantiva: (inviolabilidade) – art. 53, caput da CF/88
Implica na exclusão da prática de crime, bem como a inviolabilidade civil, pelas palavras, opiniões e votos dos parlamentares;
Processual, formal ou adjetiva: art. 53, §§ 2º a 5º, da CF/88
Prisão -Processo
Traz regras sobre a prisão e processo criminal dos parlamentares.
Imunidade material ou inviolabilidade parlamentar:
Os parlamentares federais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, desde que proferidos em razão de suas funções parlamentares, no exercício e relacionadas ao mandato, não se restringindo ao âmbito do Congresso Nacional. (LENZA, 2011, p.475).
Inviolabilidade: causa excludente de crime. Causa pessoal e funcional de isenção de pena.
Impede a condenação do parlamentar.
 Há uma não responsabilidade(irresponsabilidade) penal, civil, política e administrativamente (disciplinarmente) em razão do exercício do mandato e da função parlamentar.
Formal ou processual: relaciona-se à prisão dos parlamentares, bem como ao processo a ser instaurado contra eles.
Quando os parlamentares poderão ser presos? 
É possível instaurar processo contra eles?
Os parlamentares passam a ter imunidade formal a partir do momento em que são diplomados pela Justiça Eleitoral, portanto, antes de tomarem posse.
Diplomação
A diplomação nada mais é do que um atestado garantindo a regular eleição do candidato. Ela ocorre antes da posse, configurando o termo inicial para a atribuição da imunidade formal para a prisão.
Nesse sentido, expresso é o art. 53,§ 2º, da CF/88, na redação determinada pela EC n. 35/2001: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Regra geral:
Os parlamentares federais não poderão ser presos, seja a prisão penal (englobando aí a prisão temporária, por pronúncia, preventiva…..)
Ou prisão civil (nos termos do art.5.LXVII-67); 
Única exceção à regra
A única hipótese em que será permitida a prisão do parlamentar federal, desde a expedição do Diploma, será em caso de flagrante de crime inafiançável.
Art. 5º. XLII(42), XLIII, XLIV da CF/88.
Mesmo no crime inafiançavel…
Flagrante de crime inafiançável: mesmo nessa hipótese, de acordo com o art. 53,§ 2º, os autos deverão ser remetidos à Casa Parlamentar respectiva (por exemplo, sendo Deputado Federal, para a Câmara dos Deputados), no prazo de 24 horas, para que, pelo voto da maioria absoluta de seus membros (quorum qualificado), resolva sobre a prisão. 
Dessa forma…
Aprovação pela casa é condição necessária para manutenção da prisão. 
Votação aberta (antes era secreta).
Prisão em caso de sentença judicial transitado em julgado (STF)
O STF vem admitindo a prisão para efeitos de execução da decisão judicial condenatória transitada em julgado.
STF admite. (mesmo se a casa não determinar
a perda do mandato).
Imunidade formal ou processual para o processo
EC. N. 35/2001
Oferecida a denúncia, o Ministro do STF poderá recebê-la sem a prévia licença da casa parlamentar. (inquéritos policiais, processos de natureza civil disciplinar ou administrativa, além do oferecimento da denúncia criminal).
Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação , o STF dará ciência à casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto de maioria absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
Art. 53, §§ 3º. e 5º. da CF/88.
Pedido de sustação será apreciado pela casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora, sendo que a sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
Ver art. 80 CP (desmembramento do processo, em razão da diferença em relação ao prazo prescricional do parlamentar). 
FORO PRIVILEGIADO ou PRERROGATIVA DE FORO
Ver arts. 53,§1º, c/c art. 102, I, “b” da CF/88.
Detalhes:
Infração cometida durante o exercício da função parlamentar- competência do STF sem necessidade de pedir autorização da casa respectiva para instauração do processo (denúncia). Só se dá ciência ao Legislativo, que poderá sustar o andamento da ação.
Perpetuatio jurisdictionis – se praticado um crime durante o exercício do mandato, instaurado o processo mas não findo ou, ainda, tendo sido sustado o andamento da ação. Encerrado o mandato, continuará o julgamento no STF?
Súmula 394 sim
Depois: deixa de ser do STF e passa ao juiz natural.
julgado inconstitucional foro especial para ex-ocupantes de cargos públicos e/ou mandatos eletivos. 
Viola o princípio da isonomia.
Delito cometido antes do exercício parlamentar
Diploma-se o réu – remete-se ao STF – prossegue com à ação penal. Não há imunidade processual – não há interferência do legislativo – nem necessidade de dar ciência à casa respectiva. Com o término do mandato, caso o processo não tenha terminado, o processo retorna para o juiz natural. (FICHA LIMPA – não permitirá)
Delito cometido depois
Não há prerrogativa de foro.
Renúncia: ler Lenza p. 483.
Ciranda de processos – a renúncia constitui ou não um gesto legítimo?
Mais comum…. Ir para o Juiz Natural e Comarca de Origem.
As imunidades parlamentares podem ser renunciadas?
Não. São irrenunciáveis. (ler Lenza, p. 486).
Não se estendem aos suplentes.
Parlamentares estaduais:
Art.27, § 1. – mesmas regras.
Autos são remetidos à Assembléia Legislativa dentro de 24 horas para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Após a Diplomação: TJ instaura o processo sem licença da AL, mas deverá a ela dar ciência,sendo que, pelo voto de maioria dos seus membros, o PLE poderá sustar o andamento da ação.
Parlamentares Municipais:
Art. 29,VIII – (LER)
Imunidade material e na circunscrição municipal.
Art. 29, IX.

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