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[PRESENCIAL] 389P - ANATOMIA

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A disciplina de Anatomia estuda a História e Introdução aos fundamentos anatômicos, a anatomia do Aparelho Locomotor (ossos, articulações e músculos), Sistema Circulatório e Sistema Respiratório. Para tal serão apresentados à seguir 8 conteúdos abordando tais temas, os quatro primeiros serão cobrados na avaliação NP1 e os quatro últimos na NP2 ou, à critério do professor local, segue abaixo as referências para o estudo:
Leitura sugerida:
DANGELO E FATTINI, Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar Ed. Atheneu, São Paulo, 2000.
SOBOTTA, J., Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara-Koogan, 2000.
SPENCE, A.P., Anatomia Humana Básica. São Paulo, Ed. Manole Ltda., 1998.
HISTÓRIA DA ANATOMIA
 
 
            "Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. A humanidade que por ele passou indiferente" (Rokitansky, 1876) 
 
O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmas, que provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal.
No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A..C. a dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O conhecimento anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, porém só se conhecia através das dissecações em animais.
No século II D.C., Galeno dissecou quase tudo, macacos e porcos, aplicando depois os resultados obtidos na anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo, alguns erros foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos. Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da "causa final", um sistema teológico que requeria que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a compreendia. Porém não chegaram até nós as ilustrações anatômicas do período clássico, sendo as "séries de cinco figuras" medievais dos ossos, veias, artérias, órgãos internos e nervos são provavelmente cópias de desenhos anteriores. Invariavelmente, as figuras são representadas numa posição semelhante a de uma rã aberta, para demonstrar os diversos sistemas, às vezes, se agrega uma sexta figura que representa uma mulher grávida e órgãos sexuais masculinos ou femininos.
Nos antigos baixos-relevos, camafeus e bronzes aparecem muitas vezes representações de esqueletos e corpos encolhidos cobertos com a pele (chamados lêmures), de caráter mágico ou simbólico mais que esquemático e sem finalidade didática alguma. Parece que o estudo da anatomia humana recomeçou mais por razões práticas que intelectuais. A guerra não era um assunto local e se fez necessário dispor de meios para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era suficiente para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas introduziram a prática de "cocção dos ossos". A bula pontifica De sepulturis de Bonifácio VIII (1300), que alguns historiadores acreditaram equivocadamente proibir a dissecção humana, tentava abolir esta prática. O motivo mais importante para a dissecação humana, foi o desejo de saber a causa da morte por razões essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. O verbo "dissecar" era usado também para descrever a operação cesariana cada vez mais freqüente. A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no mundo natural. As ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a capacidade dos escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram pelo menos alguns erros, tanto de conceito como de técnica. As coisas "eram vistas" tal qual os antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um curto-circuito do próprio método de estudo. A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas e esquemáticas foram suficientes.
O primeiro livro ilustrado com imagens impressas mais do que pintadas foi a obra de Ulrich Boner Der Edelstein. Foi publicada por Albrecht Plister em Banberg depois de 1460 e suas ilustrações foram algo mais que decorações vulgares. Em 1475, Konrad Megenberg publicou seu Buch der Natur, que incluía várias gravuras em madeira representando peixes, pássaros e outros animais, assim como plantas diversas. Essas figuras, igual a muitas outras pertencentes a livros sobre a natureza e enciclopédias desse período, estão dentro da tradição manuscrita e são dificilmente identificáveis. Dentre os muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento da técnica ilustrativa no começo do século XVI, dois ocuparam lugar destacado: o primeiro foi o final da tradição manuscrita consistente em copiar os antigos desenhos e a conversão da natureza em modelo primário. Chegou-se ao convencimento de que o mais apropriado para o homem era o mundo natural e não a posteridade.
O escolasticismo de São Tomás de Aquino havia preparado inadvertidamente o caminho através da separação entre o mundo natural e o sobrenatural, prevalecendo a teologia sobre a ciência natural. O segundo fator que influiu no desenvolvimento da ilustração científica para o ensino foi a lenta instauração de melhores técnicas. No começo os editores, com um critério puramente quantitativo, pensaram que com a imprensa poderiam fazer grande quantidade de reproduções de modo fácil e barato. Só mais tarde reconheceram a importância que cada ilustração fosse idêntica ao original. A capacidade para repetir exatamente reproduções pictórica, daquilo que se observava, constituiu a característica distinta de várias disciplinas científicas, que descartaram seu apoio anterior à tradição e aceitação de uma metodologia, que foi descritiva no princípio e experimental mais tarde. 
As primeiras ilustrações anatômicas impressas baseiam-se na tradição manuscrita medieval. O Fasciculus medicinae era uma coleção de textos de autores contemporâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Na primeira (1491) utilizou-se a xilografia pela primeira vez, para figuras anatômicas. As ilustrações representam corpos humanos mostrando os pontos de sangria, e linhas que unem a figura às explicações impressas nas margens. As dissecações foram desenhadas de uma forma primitiva e pouco realista. Na Segunda edição (1493), as posições das figuras são mais naturais. Os textos de Hieronymous Brunschwig (cerca de 1450-1512) continuaram utilizando ilustrações descritivas. O capítulo final de uma obra de Johannes Peyligk (1474-1522) consiste numa breve anatomia do corpo humano como um todo, mas as onze gravuras de madeira que inclui são algo mais que representações esquemáticas posteriores dos árabes. Na Margarita philosophica de George Reisch (1467-1525), que é uma enciclopédia de todas as ciências, forma colocadas algumas inovações nas tradicionais gravuras em madeira e as vísceras abdominais são representadasde modo realista. Além desses textos anatômicos destinados especificamente aos estudantes de medicina e aos médicos, foram impressas muitas outras páginas com figuras anatômicas, intituladas não em latim (como todas as obras para médicos), mas sim em várias línguas vulgares. Houve um grande interesse, por exemplo, na concepção e na formação do feto humano. O uso freqüente da frase "conhece-te a ti mesmo" fala da orientação filosófica e essencialmente não médica.
A "Dança da Morte" chegou a ser um tema muito popular, sobretudo nos países de língua germânica, após a Peste Negra e surpreendentemente, as representações dos esqueletos e da anatomia humana dos artistas que as desenharam são melhores que as dos anatomistas. Os artistas renascentistas do século XV se interessavam cada vez mais pelas formas humanas, e o estudo da anatomia fez parte necessária da formação dos artistas jovens, sobretudo no norte da Itália. Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro artista que considerou a anatomia além do ponto de vista meramente pictórico. Fez preparações que logo desenhou, das quais são conservadas mais de 750, e representam o esqueleto, os músculos, os nervos e os vasos. As ilustrações foram completadas muitas vezes com anotações do tipo fisiológico. A precisão de Leonardo é maior que a de Vesalio e sua beleza artística permanece inalterada. Sua valorização correta da curvatura da coluna vertebral ficou esquecida durante mais de cem anos. Representou corretamente a posição do fetus in utero e foi o primeiro a assinalar algumas estruturas anatômicas conhecidas. Só uns poucos contemporâneos viram seus folhetos que, sem dúvida, não foram publicados até o final do século passado. 
Michelangelo Buonarotti (1475-1564) passou pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente, sobretudo no convento de Santo Espírito de Florença. Posteriormente expôs a evolução a que esteve sujeito, ao considerar a anatomia pouco útil para o artista até pensar que encerrava um interesse por si mesma, ainda que sempre subordinada à arte. Albrecht Dürer (1471-1528) escreveu obras de matemática, destilação, hidráulica e anatomia. Seu tratado sobre as proporções do corpo humano foi publicado após sua morte. Sua preocupação pela anatomia humana era inteiramente estética, derivando em último extremo um interesse pelos cânones clássicos, através dos quais podia adquirir-se a beleza. Com a importante exceção de Leonardo, cujos desenhos não estiveram ao alcance dos anatomistas do século XVII, o artista do Renascimento era anatomista só de maneira secundária. Ainda foram feitas importantes contribuições na representação realista da forma humana (como o uso da perspectiva e do sombreado para sugerir profundidade e tridimensionalidade), e os verdadeiros avanços científicos exigiam a colaboração de anatomistas profissionais e de artistas.
Quando os anatomistas puderam representar de modo realista os conhecimentos anatômicos corretos, se iniciou em toda Europa um período de intensa investigação, sobretudo no norte da Itália e no sul da Alemanha. O melhor representante deste grupo é Jacob Berengario da Capri (+1530), autor dos Commentaria super anatomica mundini (1521), que contém as primeiras ilustrações anatômicas tomadas do natural. Em 1536, Cratander publicou em Basiléia uma edição das obras de Galeno, que incluía figuras, especialmente de osteologia, feitas de um modo muito realista. A partir de uma data tão cedo como 1532, Charles Estienne preparou em Paris uma obra em que ressaltava a completa representação pictórica do corpo humano.   
    
VESÁLIO
Uma das primeiras e mais acertada solução para uma reprodução perfeita das representações gráficas foi encontrada nas ilustrações publicadas nos tratados anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564), que culminou com seu De humanis corpori, fabricada em 1453, um dos livros mais importantes da história do homem. Vesálio comprovou também que não são iguais em todos os indivíduos. Relatou sua surpresa ao encontrar inúmeros erros nas obras de Galeno, e temos que ressaltar a importância de sua negativa em aceitar algo só por tê-lo encontrado nos escritos do grande médico grego. Sem dúvida, apesar de ter desmentido a existência dos orifícios que Galeno afirmava existir comunicando as cavidades cardíacas, foi de todas as maneiras um seguidor da fisiologia galênica. Foram engrandecidas as diferenças que separavam seu conhecimento anatômico do de Galeno, começando pelo próprio Vesálio.
Talvez pensasse que uma polêmica era um modo de chamar atenção. Manteve depois uma disputa acirrada com seu mestre Jacques du Bois (ou Sylvius, na forma latina), que foi um convencido galenista cuja única resposta, ante as diferenças entre algumas estruturas tal como eram vistas por Vesálio e como as havia descrito Galeno, foi que a humanidade devia tê-lo mudado durante esses dois séculos. Vesálio tinha atribuído o traçado das primeiras figuras a um certo Fleming, mas na Fabrica não confiou em ninguém, e a identidade do artista ou artistas que colaboraram na sua obra tem sido objeto de grande controvérsia, que se acentuou ante a questão de quem é mais importante, se o artista ou o anatomista. Essa última foi uma discussão não pertinente, já que é óbvio que as ilustrações são importantes precisamente porque juntam uma combinação de arte e ciência, uma colaboração entre o artista e o anatomista. As figuras da Fabrica implicam em tantos conhecimentos anatômicos que forçosamente Vesálio devia participar na preparação dos desenhos, ainda que o grau de refinamento e do conhecimento de técnicas novas de desenho, também para os artistas do Renascimento, excluem também que fora o único responsável. Até hoje é discutido se Jan Stephan van Calcar (1499-1456/50), que fez as primeiras figuras e trabalhou no estúdio de Ticiano na vizinha Veneza, era o artista. De qualquer maneira, havia-se encontrado uma solução na busca de uma expressão pictórica adequada aos fenômenos naturais.
No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e da fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar. Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais. O conduto de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se como conduto de Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades. Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula e os nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à produção de sangue. Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas desconhecia as bases desta transformação. A explicação da função respiratória levou muitos anos, mas durante o século XVII foramdados passos importantes para seu esclarecimento. Robert Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões. Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia ao constato com o ar dos pulmões. John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue. Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri (ilustrado por Christopher Wren e Richard Lower), sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação. A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se. Berengario da Carpi estudou o apêndice e o timo, e Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos. A nova anatomia do Renascimento exigiu a revisão da ciência. O inglês William Harvey, educado em Pádua, combinou a tradição anatômica italiana com a ciência experimental que nascia na Inglaterra. Seu livro a respeito, publicado em 1628, trata de anatomia e fisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e descrição de órgãos isolados, estuda a mecânica da circulação do sangue, comparando o corpo humano a uma máquina hidráulica. O aperfeiçoamento do microscópio (por Leeuwenhoek) ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, assim, o estudo microscópico da anatomia. Gabriele Aselli punha em evidência os vasos linfáticos; Bernardino Genga falava, então, em “anatomia cirúrgica”. Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vês pormenorizado das técnicas operatórias levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à anatomia topográfica.
O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de estudar as alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovan Battista Morgani. Surgia a anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo da patologia celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças infecciosas, por Pasteur e Koch. Recentemente, a anatomia tornou-se submicroscópica. A fisiologia, a bioquímica, a microscopia eletônica e positrônica, as técnicas de difração com raios X, aplicadas ao estudo das células, estão descrevendo suas estruturas íntimas em nível molecular. Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, através de técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a tomografia axial computadorizada, a tomografia por emissão de positrões, a imagem de ressonância magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA
 
CONCEITO DE ANATOMIA  
 
            No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
             Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: “anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal.”
            Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas.
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. 
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). A Anatomia do Desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento.
A Anatomia Humana, a Anatomia Vegetal e a Anatomia Comparada também são especializações da anatomia. Na anatomia comparada faz-se o estudo comparativo da estrutura de diferentes animais (ou plantas) com o objetivo de verificar as relações entre eles, o que pode elucidar sobre aspectos da sua evolução.
 
 
 
POSIÇÃO ANATÔMICA           
 
            A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. O corpo está numa postura ereta (em pé, posição ortostática ou bípede) com os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para a frente. A cabeça e pés também estão apontados para frente e o olhar para o horizonte.                    
Posição SUPINA e PRONA são expressões utilizadas na descrição da posição do corpo, quando este não se encontra na posição anatômica.
POSIÇÃO SUPINA ou DECÚBITO DORSAL – o corpo está deitado com a face voltada para cima. 
POSIÇÃO PRONA ou DECÚBITO VENTRAL – o corpo está deitado com a face voltada para baixo. 
DECÚBITO LATERAL – o corpo está deitado de lado.
 POSIÇÃO DE LITOTOMIA – o corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90° de quadril e joelho, expondo o períneo. 
POSIÇÃO DE TRENDELEMBURG – O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°. 
 
 
 
PLANOS ANATÔMICOS     
 
a)     Planos Seccionais: quatro planos são fundamentais:
 
1)     Plano Mediano: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda. Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e neurologistas é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano mediano ésagital por definição. Um plano próximo do mediano é um Plano Paramediano.
2) Planos Sagitais: são planos verticais que passam através do corpo, paralelos ao plano mediano.        
3) Planos Frontais (Coronais): são planos verticais que passam através do corpo em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e posterior (de trás).      
4) Planos Transversos (Horizontais): são planos que passam através do corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior.
                         
            b) Planos Tangenciais: suponhamos, agora, que o indivíduo, em posição anatômica, esteja dentro de um caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos tangenciais:
 
Plano Superior: seria a parede que está por cima da cabeça
Plano Inferior: é o que se situa por baixo dos pés.  
Plano Anterior: é o plano que passa pela frente do corpo.  
Plano Posterior: é o que formaria o fundo do caixão, ou seja, atrás das costas.   
Planos Laterais: são as duas paredes laterais, que limitam os membros (superiores e inferiores), do lado direito e esquerdo.     
 
 
 
TERMOS ANATÔMICOS     
 
a)     Termos de Relação:
 
* Anterior / Ventral / Frontal: na direção da frente do corpo.     
* Posterior / Dorsal: na direção das costas (traseiro).     
Exemplo: O osso esterno e as cartilagens costais encontram-se anteriormente em relação ao coração. Já os grandes vasos e a coluna vertebral localizam-se posteriormente em relação ao coração.  
             
* Superior / Cranial: na direção da parte superior do corpo.     
* Inferior / Caudal: na direção da parte inferior do corpo.     
Exemplo: Os grandes vasos localizam-se superiormente ao coração enquanto que o diafragma localiza-se inferiormente ao coração.  
             
* Medial: mais próximo do plano sagital mediano (linha sagital mediana).
* Lateral: mais afastado do plano sagital mediano (linha sagital mediana).     
Exemplo: Os ligamentos colaterais do joelho. O ligamento colateral fibular está localizado lateralmente enquanto que o ligamento colateral tibial está localizado medialmente, ou seja, mais próximo à linha sagital mediana.
                         
            b) Termos de Comparação:
 
* Proximal: próximo da raiz do membro. Na direção do tronco.     
* Distal: afastado da raiz do membro. Longe do tronco ou do ponto de inserção. 
Exemplo: O braço é considerado proximal quando comparado ao antebraço (distal), pois está mais próximo da raiz de implantação do membro (cintura escapular).
                         
* Superficial: significa mais perto da superfície do corpo.     
* Profundo: significa mais afastado da superfície do corpo.     
Exemplo: A pele é uma estrutura superficial comparada às artérias ou os ossos que estão localizados mais profundamente. No sistema venoso é comum utilizarmos esses termos para diferenciar o sistema venoso superficial (mais próximo à superfície) do sistema venoso profundo (passa mais profundamente junto com o sistema arterial).
                         
* Homolateral / Ipsilateral: do mesmo lado do corpo ou de outra estrutura.     
* Contralateral: do lado oposto do corpo ou de outra estrutura.     
Exemplo: Se considerarmos a mão direita como referência, o membro inferior direito é considerado homo/ipsilateral, pois está localizado do mesmo lado. Já o membro inferior esquerdo é considerado contralateral, pois está localizado no lado oposto à mão de referência (mão direita).                          
 
c) Termos de Movimento:
 
* Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo.  
* Extensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo.                           
* Adução: movimento na direção do plano mediano em um plano coronal.  
* Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal. 
* Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano. 
* Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano.          
* Retrusão: movimento de retração (para trás) como ocorre na retrusão da mandíbula e no ombro.    
* Protrusão: movimento dianteiro (para frente) como ocorre na protrusão da mandíbula e no ombro.
             
* Oclusão: movimento em que ocorre o contato da arcada dentário superior com a arcada dentária inferior. 
* Abertura: movimento em que ocorre o afastamento dos dentes no sentido súpero-inferior. 
* Rotação Inferior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se medialmente e a cavidade glenóide move-se caudalmente.   
* Rotação Superior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se lateralmente e a cavidade glenóide move-se cranialmente. 
* Elevação: elevar ou mover uma parte para cima, como elevar os ombros.   
* Abaixamento: abaixar ou mover uma parte para baixo, como baixar os ombros.      
* Retroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é posterior ao plano vertical através da sínfise púbica.    
* Anteroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é anterior ao plano vertical através da sínfise púbica.     
* Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente. e no ombro.    
* Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. e no ombro.             
* Inversão: movimento da sola do pé em direção ao plano mediano. Quando o pé está totalmente invertido, ele também está plantifletido.    
* Eversão: movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Quando o pé está totalmente evertido, ele também está dorsifletido.             
* Dorsi-flexão (flexão dorsal): movimento de flexão na articulação do tornozelo, como acontece quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo.    
* Planti-flexão (flexão plantar): dobra o pé ou dedos em direção à face plantar, quando se fica em pé na ponta dos dedos.             
           
 
 ABORDAGENS ANATÔMICAS        
 
As três principais abordagens para estudar anatomia são: regional, sistêmica e clínica.
 
a)     Anatomia Regional: é o método de estudo do corpo por regiões, como o tórax e o abdome. A anatomia de superfície é uma parte essencial do estudo da anatomia regional.
b)     Anatomia Sistêmica: é o método de estudo do corpo por sistemas, por exemplo, sistema circulatório e reprodutor.
c) Anatomia Clínica: enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras ciências da saúde.        
 
Do ponto de vista médico, a anatomia humana consiste no conhecimento da forma exata, posição exata, tamanho e relação entre as várias estruturas do corpo humano, enquanto características relacionadas à saúde. Esse tipo de estudo é chamado anatomia descritiva ou topográfica. A anatomia topográfica é aprendida através de exercícios repetidos de dissecação e inspeção de partes (cádaveres especialmente destinados à pesquisa). Do ponto de vista morfológico, a anatomia humana é um estudo científico que tem por objetivo descobrir as causas que levaram as estruturas do corpo humano a serem tais como são, e para tanto solicita ajuda às ciências conhecidas como embriologia, biologia evolutiva, filogenia e histologia. Na área médica existe ainda um outro tipo de estudo anatômico, definida como anatomia patológica, que é o estudo de órgãos defeituosos ou acometidos por doenças. Já os ramos da anatomia normal com aplicações específicas, ou restritas a determinados aspectos, recebem nomes como anatomia médica, anatomia cirúrgica, anatomia artística, anatomia de superfície.     
           
 
 
 	DIVISÃO DO CORPO HUMANO     
 
 
Classicamente o corpo humano é dividido em: cabeça,pescoço, tronco e membros.
Cabeça					Crânio e face
Pescoço					Pescoço
Tronco					Tórax, abdome e pelve
Membros (Membro Superior)		Ombro, braço, antebraço e mão
Membros (Membro Inferior)		Quadril, coxa, perna e pé
SISTEMA ESQUELÉTICO
 
“O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens”.
 
Conceito de Ossos:
 
Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unindos-se aos outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas).
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando osso velho.
O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.
Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos sangüíneos maiores) e os canais de Havers (vasos sangüíneos menores). O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática.         
No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm células ósseas chamadas osteófitos. Cada osteófito possui prolongamentos chamados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado.
 
Conceito de Cartilagem: É uma forma elástica de tecido conectivo semi-rígido - forma partes do esqueleto nas quais ocorre movimento. A cartilagem não possui suprimento sangüíneo próprio; conseqüentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo alcance.
 
Funções do Sistema Esquelético:
 
          Sustentação do organismo (apoio para o corpo)
          Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro)
          Base mecânica para o movimento
          Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo)
          Hematopoiética (suprimento contínuo de células sangüíneas novas)
 
Número de Ossos do Corpo Humano:
 
É clássico admitir o número de 206 ossos.
Cabeça = 22
            Crânio = 08
            Face = 14
Pescoço = 8
Tórax = 37
            24 costelas
            12 vértebras
            1 esterno
Abdômen = 7
            5 vértebras lombares
            1 sacro
            1 cóccix            Membro Superior = 32
            Cintura Escapular = 2
            Braço = 1
            Antebraço = 2
            Mão = 27
Membro Inferior = 31
            Cintura Pélvica = 1
            Coxa = 1
            Joelho = 1
            Perna = 2
            Pé = 26
Ossículos do Ouvido Médio = 3
 
 
Divisão do Esqueleto:
 
Esqueleto Axial - Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.
Esqueleto Apendicular - Composta pelos membros superiores e inferiores.
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica.
 
Classificação dos Ossos:
 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
 
Ossos Longos
 
            Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência. O osso um pouco encurvado absorve o estresse mecânico do peso do corpo em vários pontos, de tal forma que há melhor distribuição do mesmo. Os ossos longos tem suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises.
 
Exemplo: Fêmur.          
 
 
Ossos Curtos
 
            São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.
 
Exemplo:
Ossos do Carpo.           
 
 
Ossos Laminares (Planos)
 
            São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos.
 
Exemplos:
Frontal e Parietal.        
 
 
Além desses três grupos básicos bem definidos, há outros intermediários, que podem ser distribuído em 5 grupos:
 
Ossos Alongados
 
            São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central.
 
Exemplo: Costelas.      
 
 
Ossos Pneumáticos
 
            São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao seu volume.
 
Exemplo: Esfenóide.    
 
 
Ossos Irregulares
 
            Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias. Eles tem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto.
 
Exemplo: Vértebras.    
 
 
Ossos Sesamóides
 
            Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e número, de pessoa para pessoa, não são sempre completamente ossificados, normalmente, medem apenas alguns milímetros de diâmetro. Exceções notáveis são as duas patelas, que são grandes ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres humanos.      
 
 
Ossos Suturais
 
            São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa.            
 
 
Estrutura dos Ossos Longos:
 
A disposição dos tecidos ósseos compacto e esponjoso em um osso longo é responsável por sua resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e remodelação, e estruturas associadas às articulações. As partes de um osso longo são as seguintes:
 
Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituído principalmente de tecido ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo.
Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso e recobertas por cartilagem.
Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.                   
Configuração Externa dos Ossos:
 
Saliências Ósseas
 
Articulares
 
- Cabeça
- Côndilos
- Facetas
 
Não Articulares
 
- Processos
- Tubérculos
- Trôcanter
- Espinha
- Eminência
- Lâminas
- Cristas
 
Depressões Ósseas
Articulares                
     
- Cavidades
- Acetábulo
- Fóvea
           
Não Articulares
 
- Fossas
- Sulcos
- Forames
- Meatos
- Seios
- Fissuras
- Canais         
Configuração Interna dos Ossos:
             
            As diferenças entre os dois tipos de osso, compacto e esponjoso ou reticular, dependem da quantidade relativa de substâncias sólidas e da quantidade e tamanho dos espaços que eles contém. Todos os ossos tem uma fina lâmina superficial de osso compacto em torno de uma massa central de osso esponjoso, exceto onde o último é substituído por uma cavidade medular. O osso compacto do corpo, ou diáfise, que envolve a cavidade medular é a substância cortical. A arquitetura do osso esponjoso e compacto varia de acordo com a função. O osso compacto fornece força para sustentar o peso.
Nos ossos longos planejados para rigidez e inserção de músculos e ligamentos, a quantidade de osso compacto é máxima, próximo do meio do corpo onde ele está sujeito a curvar-se. Os ossos possuem alguma elasticidade (flexibilidade) e grande rigidez.
 
Periósteo e Endósteo:
 
O Periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso, muito fibroso, que reveste a superfície externa da diáfise, fixando-se firmemente a toda a superfície externa do osso, exceto à cartilagemarticular. Protege o osso e serve como ponto de fixação para os músculos e contém os vasos sangüíneos que nutrem o osso subjacente.
 
O Endósteo se encontra no interior da cavidade medular do osso, revestido por tecido conjuntivo.
 
SISTEMA ARTICULAR
 
 
Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade:
 
 Articulações Fibrosas (Sinartroses) ou imóveis;
 Articulações Cartilagíneas (Anfiartroses) ou com movimentos limitados;
 Articulações Sinoviais (Diartroses) ou articulações de movimentos amplos.
 
           
ARTICULAÇÕES FIBROSAS (SINARTROSES) 
 
            As articulações fibrosas incluem todas as articulações onde as superfícies dos ossos estão quase em contato direto, como nas articulações entre os ossos do crânio (exceto a ATM). Há três tipos principais de articulações fibrosas:
Suturas
Sindesmoses
Gonfoses
Suturas
Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos, que os mantêm íntima e firmemente unidos. Conseqüentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. Na maturidade, as fibras da sutura começam a ser substituídas completamente, os de ambos os lados da sutura tornam-se firmemente unidos/fundidos. Esta condição é chamada de sinostose.
Exemplo de Sutura Craniana             Exemplo de Sinostose (Sacro)
 
  Sindesmoses
 
Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas não ocorre nos ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar.
 
Gonfoses
 
Também chamada de articulação em cavilha, é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar. Gonfoses - Dentes Primários e Permanentes
 
 
ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS (ANFIARTROSES)          
 
            Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem pelo fato de pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações, elas também são chamadas de anfiartroses. Existem dois tipos de articulações cartilagíneas:
Sincondroses
Sínfises
Sincondroses
 
Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes.
Sincondroses Cranianas:
 Esfeno-etmoidal
 Esfeno-petrosa
 Intra-occipital anterior
 Intra-occipital posterior ··
 
Sincondroses Pós-cranianas:
 Epifisiodiafisárias
 Epifisiocorporal
 Intra-epifisária
 Esternais
 Manúbrio-esternal
 Xifoesternal
 Sacrais
             
Sínfises
 
As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas por uma camada de cartilagem hialina. Entre os ossos da articulação, há um disco fibrocartilaginoso, sendo essa a característica distintiva da sínfise. Esses discos por serem compressíveis permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, mas essa articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta.
 
Sínfises:
 Manúbrio-esternal
 Intervertebrais
 Sacrais
 Púbica
 Mentoniana                          
 
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS (DIARTROSES)    
 
            As articulações sinoviais incluem a maioria das articulações do corpo. As superfícies ósseas são recobertas por cartilagem articular e unidas por ligamentos revestidos por membrana sinovial. A articulação pode ser dividida completamente ou incompletamente por um disco ou menisco articular cuja periferia se continua com a cápsula fibrosa, enquanto que suas faces livres são recobertas por membrana sinovial.
 
Classificação Funcional das Articulações
 
O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limita-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classifica-las funcionalmente.
             Articulação Monoaxial - Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais. Há duas variedades nas quais o movimento é uniaxial: gínglimo ou articulação em dobradiça e trocóide ou articulação em pivô.
- Gínglimo ou Articulação em Dobradiça: as superfícies articulares permitem movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais. Exemplos: Articulações interfalangeanas e articulação úmero-ulnar.
- Trocóide ou Articulação em Pivô: Quando o movimento é exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô rodando dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. Exemplos: Articulação rádio-ulnar proximal e atlanto-axial.
 
             Articulação Biaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Há duas variedades de articulaçõees biaxiais: articulações condilar e selar.
- Articulação Condilar: Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovóide ou condilar é recebida em uma cavidade elíptica de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução, ou seja, todos os movimentos articulares, menos rotação axial. Exemplo: Articulação do pulso.
- Articulação Selar: Nestas articulações as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações condilares. Exemplo: Carpometacárpicas do polegar.
 
Articulação Triaxial - Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada articulação esferóide ou enartrose.
- Articulação Esferóide ou Enartrose: É uma forma de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em torno de vários eixos, que tem um centro comum. Exemplos: Articulações do quadril e ombro.
 
Existe ainda um outro tipo de articulação chamada Articulação Plana, que permite apenas movimentos deslizantes. Exemplos: Articulações dos corpos vertebrais e em algumas articulações do carpo e do tarso.
 
Estruturas das Articulações Móveis
 
Ligamentos
Os ligamentos são constituídos por fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas as outras. São maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, porém são muito fortes, resistentes e inelásticos (para não ceder facilmente à ação de forças).
 
Cápsula Articular
 
É uma membrana conjuntiva que envolve as articulações sinoviais como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna).
A membrana fibrosa (cápsula fibrosa) é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios e em algumas, como na articulação do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares.
Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade mantera união entre os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular e forma um saco fechado denominado cavidade sinovial. É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção de líquido sinovial. Discute-se que a sinóvia é uma verdadeira secreção ou um ultra-filtrado do sangue, mas é certo que contém ácido hialurônico que lhe confere a viscosidade necessária a sua função lubrificadora.
 
Discos e Meniscos
 
Em várias articulações sinoviais, interpostas as superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinados a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica em forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e ATM.
 
Bainha Sinovial dos Tendões
 
Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e ósseos (retináculo dos flexores de punho).
Bolsas Sinoviais (Bursas)
 
São fendas no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. São constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial. Facilitam o deslizamento de músculos ou de tendões sobre proeminências ósseas ou ligamentosas.
 
 
Articulações Sinoviais
 
ATM
Coluna Vertebral
Ombro
Cotovelo
Punho
Quadril
Joelho
Tornozelo
SISTEMA MUSCULAR
 
Conceito de Músculos:
 
São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares.
Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.
 
 
Funções dos Músculos:
 
a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar.
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sangüíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
 
Grupos Musculares:
 
Em número de nove. São eles:
              a) Cabeça
              b) Pescoço
              c) Tórax
              d) Abdome
              e) Região posterior do tronco
              f) Membros superiores
              g) Membros inferiores
              h) Órgãos dos sentidos
              i) Períneo                       
 
Classificação dos Músculos:
 
Quanto a Situação:
 
            a) Superficiais ou Cutâneos: Estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região hipotenar).
 
Exemplo: Platisma.
 
 
            b) Profundos ou Subaponeuróticos: São músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial.
 
Exemplo: Supinador.
 
Quanto à Forma:
 
            a) Longos: São encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações.
 
Exemplo: Bíceps braquial.
 
 
            c) Curtos: Encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força nem especialização.
 
Exemplo: Músculos da mão.
 
 
            b) Largos: Caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e abdome).
 
Exemplo: Diafragma.
 
Quanto à Disposição da Fibra:
 
a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.
b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.
 
Quanto à Origem e Inserção:
 
a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps.
b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Flexor Longo dos Dedos.
 
Quanto à Função:
 
a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos.
b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos.
c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.
 
 
Quanto à Nomenclatura:
 
O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Ação: Extensor dos dedos.
b) Ação Associada à Forma: Pronador redondo e pronador quadrado.
c) Ação Associada à Localização: Flexor superficial dos dedos.
d) Forma: Músculo Deltóide (letra grega delta).
e) Localização: Tibial anterior.
f) Número de Origem: Bíceps femoral e tríceps braquial.
 
Tipos de Músculos:
 
a) Músculos Estriados Esqueléticos: Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.             
b) Músculos Lisos: Localizado nos vasos sangüíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo.      
 
c) Músculo Estriado Cardíaco: Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – AUTO RITMICIDADE.
 
 
Componentes Anatômicos dos Músculos Estriados:
 
a) Ventre Muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa).
b) Tendão é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros.
c) Aponeurose é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques.      
d) Bainhas Tendíneas são estruturas que formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão, permitindo-lhe um deslizamento fácil.
e) Bolsas Sinoviais são encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilitam o deslizamento muscular.
Topo da Página
 
Tipos de Contrações:
 
O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores,entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: Trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça.
b) Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração. Ex: idem anterior, porém quando recolocamos o livro sobre mesa.
c) Contração Isométrica: servem para estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: idem anterior, porém quando o livro é sustentado em abdução de 90°.
 
Anatomia Microscópica da Fibra Muscular:
 
O tecido muscular consiste de células contráteis especializadas, ou fibras musculares, que são agrupadas e dispostas de forma altamente organizada. Cada fibra de músculo esquelético apresenta dois tipos de estruturas filiformes muito delgadas, chamadas miofilamentos grossos (miosina) e finos (actina).                          
 
 
Componentes Anatômicos do Tecido Conjuntivo:
 
a) Fáscia Superficial separa os músculos da pele.
b) Fáscia Muscular é uma lâmina ou faixa larga de tecido conjuntivo fibroso, que, abaixo da pele, circunda os músculos e outros órgãos do corpo.
c) Epimísio é a camada mais externa de tecido conjuntivo, circunda todo o músculo.
d) Perimísio circunda grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares individuais, separando-as em feixes chamados fascículos. Os fascículos podem ser vistos a olho nu.
e) Endomísio é um fino revestimento de tecido conjuntivo que penetra no interior de cada fascículo e separa as fibras musculares individuais de seus vizinhos.
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR
 
O sistema cardiovascular é a denominação oficial da terminologia anatômica que veio substituir as expressões antigas “aparelho circulatório ou sistema circulatório”. A substituição fez-se por necessária por que o aparelho designa um conjunto de dois ou mais sistemas, e circulatório indica apenas “o lugar em que algo se move e que volta ao ponto de partida”, sem precisar as estruturas nem sua morfologia. Cabe notar, de passagem, que “circulator” em Latim, tem o significado de charlatão, um comportamento ou uma característica não recomendável para um nobre e vital sistema orgânico (DI DIO, 1998).
 
O sistema cardiovascular é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído por tubos, no interior dos quais circulam humores. Os tubos são chamados vasos e os humores são o sangue e a linfa (DANGELO & FATTINI, 2000). O corpo de um indivíduo adulto tem, em média, 5 litros de sangue circulando continuamente. Essa quantidade corresponde a aproximadamente 1/12 do peso do corpo de um adulto (DI DIO, 1998). Dessa maneira, o sistema cardiovascular é formado pelo: (a) coração; (b) sistema sanguífero, cujos componentes são os vasos condutores de sangue (artérias, veias e capilares); sistema linfático, formado pelos vasos condutores de linfa: capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos e por órgãos linfóides: linfonodos e timo; (c) órgãos hemopoiéticos, representados pela medula óssea e pelos órgãos linfóides: baço e timo (DANGELO & FATTINI, 2000).
 
ANATOMIA DO CORAÇÃO
 
Órgão central do sistema cardiovascular, o coração é um músculo quadricavitário (DI DIO, 1998) com a forma de um cone truncado, do tamanho aproximado do punho do mesmo indivíduo (GRAY, 1988), que em relação ao sangue desempenha o papel de uma bomba aspirante e premente (TESTUT, 1956), atualmente reconhecido também como glândula endócrina, por terem sido descritos pelo menos nos átrios, os grânulos atriais nos cardiomiocitos, relacionados com o fator natriurético, o hormônio do coração (DI DIO, 1998). Apresenta uma base, um ápice e as faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar: direita e esquerda (DANGELO & FATTINI, 2000).
 
O volume do coração varia segundo a idade e o sexo (TESTUT, 1956). Seu peso em um adulto vem a ser de uns 5 gramas/por kilograma de peso, assim em um indivíduo de 60 Kg, pesa aproximadamente 300 gramas. Em primeiro lugar, está o fator idade, de tal forma que o coração de um recém nascido é proporcionalmente maior do que de um adulto, 7 gramas, ao invés de 5 gramas/por kilograma de peso, devido à resistência da circulação placentária que tem que vencer durante a vida fetal. Depois do nascimento seu peso diminui proporcionalmente, alcançando após os cinco anos a proporção de 5 gramas/por kilograma de peso. A partir desta idade começasse a marcar diferenças nos volumes do coração relacionado com a diferença sexual (LLORCA, 1952), sendo que este é um pouco menor nas mulheres do que nos homens (TESTUT, 1956). Dessa maneira, o coração do adulto mede cerca de 12 cm de comprimento por 8 a 9 cm de largura em sua parte mais larga, e 6 cm de espessura (GRAY, 1988). Seu peso no homem varia de 280 a 340 gramas; na mulher, de 230 a 340 gramas (GRAY, 1988). Também há relação entre o peso do coração com o desenvolvimento da musculatura estriada esquelética, de tal forma que em indivíduos atletas seu peso é proporcionalmente maior (LLORCA, 1952). Na hipertrofia, o volume do coração está aumentado, mas todo ele é mais espesso, suas paredes são mais vigorosas, acompanhando um processo geral de desenvolvimento muscular de todo o corpo. Esse tipo de coração é normal e encontrado em atletas. Porém, o aumento do coração pode ser patológico e traduz insuficiência cardíaca. Na dilatação o coração está aumentado, porém suas paredes são finas, como se fosse uma bola de borracha que contém mais ar (CASTRO, 1989).
 
O coração está encerrado em uma membrana especial, o pericárdio, ocupando a região topográfica do tórax conhecida como mediastino médio (GRAY, 1988). Na cavidade torácica o coração está localizado entre os dois pulmões, limites laterais, por trás do osso esterno, limite anterior (CASTRO, 1989), repousando sobre o diafragma, limite inferior (GRAY, 1988), e por diante da coluna vertebral, entre a 4ª e a 8ª vértebras, as vértebras cardíacas de Giacomini, limite posterior (TESTUT, 1956). Sua maior porção se encontra à esquerda do plano mediano, ficando 1/3 à direita e 2/3 à esquerda do plano mediano, e não totalmente do lado esquerdo do tórax, como vulgarmente se acredita (CASTRO, 1989). Embora esta seja a posição mais freqüente, chamada levocárdica, existem variações na posição do coração em relação ao tórax. O coração pode assumir a posição mesocárdica, quando a maior parte do seu volume se encontra na porção mediana do tórax ou a posição dextrocárdica, quando grande parte de seu volume se localiza no hemitórax direito (DI DIO, 1998). O coração fica disposto obliquamente, de tal forma que a base é medial e o ápice é lateral. O maior eixo do coração – eixo longitudinal (da base ao ápice) é, pois, oblíquo e forma um ângulo aproximadamente 40° com o plano horizontal e também com o plano mediano do corpo (DANGELO & FATTINI, 2000). 
 
CONFIGURAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÃO
 
              O coração apresenta por causa de sua forma, uma base, um ápice três faces e três margens. Além disso, o coração está formado de quatro partes: os átrios direito e esquerdo e os ventrículos direito e esquerdo (ROUVIERE, 1959). As duas câmaras superiores são os átrios e as duas câmaras inferiores são os ventrículos (TORTORA, 2006). Os ventrículos, com paredes musculares espessas, constituem a porção volumosa do órgão, enquanto que os átrios apresentam paredes musculares delgadas (GRAY, 1988).
 
A base do coração é formada principalmente pelo átrio esquerdo, com uma menor contribuição do átrio direito (MOORE, 2007). Corresponde à área ocupada pelas raízes dos grandes vasos da base do coração, isto é, vasos através dos quais o sangue entra ou sai do coração. No átrio direito desembocam a veia cava superior e inferior. No átrio esquerdo desembocam as veias pulmonares, em número de quatro (duas para cada pulmão). Do ventrículo direito sai o tronco pulmonar, que após curto trajeto bifurca-se em artérias pulmonares:direita e esquerda, para os respectivos pulmões. Do ventrículo esquerdo sai à aorta, que se dirige inicialmente para cima e depois para trás e para a esquerda, formando assim, o arco da aorta (DANGELO & FATTINI, 2000). O ápice do coração é formado pela parte ínfero-lateral do ventrículo esquerdo (MOORE, 2007).
 
As quatro faces do coração são: face esternocostal (anterior), face diafragmática (inferior), face pulmonar direita e face pulmonar esquerda. A face esternocostal é formada principalmente pelo ventrículo direito. A face diafragmática é formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito, estando relacionada principalmente ao tendão central do diafragma. A face pulmonar direita é formada principalmente pelo átrio direito. A face pulmonar esquerda é formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, formando a incisura cardíaca do pulmão esquerdo (MOORE, 2007).
 
              O coração parece trapezóide nas vistas anterior e posterior. Suas margens são: margem direita, margem inferior e margem superior. A margem direita (ligeiramente convexa) é formada pelo átrio direito e estendendo-se entre a VCS e VCI. A margem inferior (oblíqua, quase vertical) é formada principalmente pelo ventrículo direito e por pequena parte do ventrículo esquerdo. A margem superior, formada pelos átrios e aurículas direitos esquerdos em vista anterior; a aorta ascendente e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no seu lado direito (MOORE, 2007). À esquerda não há margem, pois existe a face pulmonar formada principalmente pelo ventrículo esquerdo (DI DIO, 1998).
             
CONFIGURAÇÃO INTERNA DO CORAÇÃO
 
              Quando as paredes do coração estão abertas, verifica-se que a cavidade cardíaca apresenta septos, subdividindo-se em quatro câmaras. O septo horizontal – septo átrio-ventricular divide o coração em duas porções, superior e inferior. A porção superior apresenta um septo sagital – septo interatrial (fino e muscular), que a divide em duas câmaras: átrios direito e esquerdo. Cada átrio possui um apêndice, o qual visto na superfície externa do coração se assemelha a orelha de um animal e recebe por isso o nome de aurícula (L. auris, orelha). A porção inferior também possui um septo sagital (forte) – septo interventricular, (DANGELO & FATTINI, 2000), formado por partes membranácea e muscular (MOORE, 2007), que divide a porção inferior em duas câmaras: ventrículo direito e esquerdo (DANGELO & FATTINI, 2000).
 
CARACTERÍSTICAS DO ÁTRIO DIREITO
 
1.     Globoso (DI DIO, 1998);
2.     Forma triangular (DI DIO, 1998);
3.     Maior do que o átrio esquerdo (GRAY, 1988);
4.     Parede um pouco mais delgada do que a do esquerdo - 2 mm de espessura (GRAY, 1988).
5.     Suas paredes finas são reforçadas na porção lateral por feixes musculares, dispostos em cristas paralelas, os músculos pectíneos (ERHART, 1962);
6.     Capacidade de cerca de 57 ml de sangue (GRAY, 1988);
7.     Recebe sangue venoso da circulação sistêmica, a VCS entra na parte superior do átrio, e a VCI, na parte inferior (DI DIO, 1998);
8.     Entre as duas veias cavas e mais próximo da cava inferior, encontramos uma saliência chamada tubérculo intervenoso que se destina a orientar os jatos de sangue que provêm das duas veias cavas, para que não se encontrem frontalmente (CASTRO, 1989);
9.     Anteriormente ao átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio (CASTRO, 1989);
10.       O óstio do seio coronário, que drena o sangue do coração, está situado próximo da veia cava inferior (DI DIO, 1998);
11.       O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através do óstio átrio-ventricular direito, munido da valva átrio-ventricular direita (valva tricúspide). O sangue do átrio direito passa através desse orifício para dentro do ventrículo direito, sendo seu retorno impedido pela valva átrio-ventricular direita (DI DIO, 1998);
12.       O septo interatrial forma a parede dorsal do átrio direito. Contém estruturas rudimentares que tiveram importância no feto (GRAY, 1988): a fossa oval, contornada por um relevo, o limbo da fossa oval (ERHART, 1962). A fossa oval é uma depressão oval na parede septal, correspondendo ao forame oval do coração fetal (GRAY, 1988).
Ø      O forame oval do coração começa a fechar-se no fim da vida fetal e o fechamento se completa logo após o nascimento graças a uma prega, a válvula do forame oval que se solda ao limbo da fossa oval. O forame oval pode persistir aberto e constituir uma anomalia cardíaca. È a chamada comunicação interatrial, cujo tipo mais freqüente ocorre justamente por fechamento incompleto do septo na região do forame oval. Entretanto em aproximadamente 25% dos adultos normais, uma pequena comunicação pode persistir não havendo, contudo, repercussões clínicas, pois não há fluxo de sangue do átrio direito para o esquerdo, em virtude da pressão mais elevada existente no átrio esquerdo (DI DIO, 1998).
 
CARACTERÍSTICAS DO ÁTRIO ESQUERDO
 
1.     Forma: quadrilátero (DI DIO, 1998);
2.     Menor do que o átrio direito (GRAY, 1988);
3.     Parede mais espessa do que a do átrio direito - 3 mm de espessura (GRAY, 1988).
4.     A maior parte localiza-se atrás da aorta ascendente e do TAP (DI DIO, 1998);
5.     O átrio esquerdo, como o direito, apresenta uma expansão piramidal que se dirige para diante que é a aurícula esquerda (CASTRO, 1989);
6.     Os músculos pectinados estão presentes apenas na parede da aurícula esquerda (DI DIO, 1998);
7.     O átrio esquerdo apresenta 05 orifícios através dos quais está em comunicação com as veias pulmonares (quatro óstios das veias pulmonares) e com o ventrículo esquerdo através do óstio átrio-ventricular esquerdo, munido da valva átrio-ventricular esquerda, valva mitral ou bicúspide (DI DIO, 1998).
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO VENTRÍCULO DIREITO
 
1.     Capacidade de cerca de 85 ml de sangue (GRAY, 1988);
2.     Corte transversal tem o aspecto de meia-lua, parece um C (CASTRO, 1989);
3.     Os músculos papilares são projeções cônicas ou arredondadas de músculos e, cujos ápices se inserem as cordas tendíneas (GRAY, 1988). Três músculos papilares no ventrículo direito correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita: anterior, posterior e septal (MOORE, 2007);
Ø     As cordas tendíneas são fibrosas, delicadas, porém fortes. São em número de 20 e possuem tamanhos e espessura diferentes. A maioria acha-se presa aos músculos papilares (GRAY, 1988).
4.     A valva do tronco pulmonar é constituída por três pequenas lâminas denominadas valvas semilunares: anterior, direita e esquerda (CASTRO, 1989);
5.     Trabécula septomarginal consiste em uma coluna que se estende através da cavidade da parede ventricular para o septo interventricular. Trata-se da corda de Leonardo da Vinci, também conhecida como fita moderadora, assim chamada porque impediria a superdistensão do ventrículo (DI DIO, 1998);
6.     Dois orifícios estabelecem comunicação do ventrículo direito: na entrada, o óstio átrio-ventricular direito (tricúspide), através do qual o ventrículo direito recebe sangue do átrio direito, e o óstio do tronco pulmonar, que conduz o sangue ao tronco pulmonar (DI DIO, 1998);
 
CARACTERÍSTICAS DO VENTRÍCULO ESQUERDO
 
1.     Capacidade de cerca de 85 ml de sangue (GRAY, 1988);
2.     Maior e mais cônico do que o direito (GRAY, 1988);
3.     Corte transversal aparece como um círculo, semelhante ao O (CASTRO, 1989);
4.     Valva aórtica é constituída por três válvulas semilunares (direita, esquerda e posterior), semelhantes às da valva pulmonar, porém maiores e mais espessas (GRAY, 1988);
5.     Por estar envolvido na circulação sistêmica, devendo impulsionar o sangue para todo o corpo, sua parede muscular é três vezes mais espessa do que a do ventrículo direito, cuja ação se limita a impelir o sangue aos pulmões, que se encontram à pequena distância do coração (DI DIO, 1998);
Ø     Aumentonas dimensões do ventrículo direito pode ser observado especialmente em situações onde há sobrecarga de volume sangüíneo ao ventrículo direito (comunicações interatriais ou interventriculares) ou quando há aumento de trabalho do ventrículo direito para conseguir ejetar o sangue para os pulmões (DI DIO, 1998);
Ø     Como o ventrículo esquerdo está diretamente ligado ao bombeamento do sangue para a circulação sistêmica alterações no seu funcionamento podem trazer muitos problemas clínicos, como falta de ar, cansaço aos esforços e incapacidade para o trabalho. O infarto do miocárdio é o exemplo clássico, onde após oclusão de um vaso coronário, ocorre pela perda de músculo do ventrículo esquerdo, naquela área correspondente, com conseqüente diminuição da capacidade ventricular (DI DIO, 1998).
6.     Possui apenas dois músculos papilares: anterior e posterior (DI DIO, 1998), entretanto são maiores que aqueles do ventrículo direito (MOORE, 2007);
7.     Dois orifícios estabelecem comunicação com o ventrículo esquerdo: o óstio átrio-ventricular esquerdo, pelo qual o sangue chega ao ventrículo esquerdo proveniente do átrio esquerdo, e o óstio aórtico, pelo qual o sangue é conduzido à aorta ascendente (DI DIO, 1998);
8.     A valva atrioventricular esquerda é constituída por duas cúspides: anterior e posterior (ERHART, 1962).
PERICÁRDIO
 
       É um saco fibroso-seroso que envolve o coração, separando-o dos outros órgãos do mediastino e limitando a sua expansão durante a diástole ventricular. Consiste de uma camada externa fibrosa – pericárdio fibroso e de uma camada interna serosa – pericárdio seroso. Este último possui uma lâmina parietal, aderida ao pericárdio fibroso e uma lâmina visceral, aderente ao miocárdio e também chamada de epicárdio. Entre as duas lâminas do pericárdio seroso existe uma cavidade virtual – cavidade do pericárdio, ocupada por camada líquida de espessura capilar, que permite o deslizamento de uma lâmina contra a outra durante as mudanças de volume do coração (DANGELO & FATTINI, 2000).
 
CAMADAS DO CORAÇÃO
 
              As camadas principais que constituem o coração: epicárdio - túnica serosa, externa, miocárdio - túnica muscular, média e endocárdio – túnica íntima, interna (DI DIO, 1998).
 
CIRCULAÇÃO DO SANGUE
 
              Embora a circulação do sangue seja contínua durante a vida através de todos os sistemas do corpo, ela apresenta diferenças no período intra-uterino (circulação fetal) e no período extra-uterino (circulação da criança, do jovem, do adulto e do velho). Do ponto de vista didático divide-se a circulação do indivíduo na vida extra-uterina em quatro tipos principais de circulação: (a) sistêmica, (b) pulmonar, (c) portal e (d) cardíaca (DI DIO, 1998).
 
              Na circulação sistêmica, o coração esquerdo (átrio e ventrículo esquerdo) e os vasos sangüíneos são as partes constituintes da circulação sistêmica, através dos quais o sangue passa para todos os tecidos do corpo, com a possível exceção das partes respiratórias dos pulmões (DI DIO, 1998).
 
              Durante a contração dos ventrículos, a sístole, eles se esvaziam impulsionado o sangue para o tronco pulmonar e para a aorta. Nesse momento as valvas atrioventriculares estão fechadas impedindo o refluxo de sangue para os átrios. Em seguida, ao terminar a contração, os ventrículos se relaxam, as valvas da aorta e do tronco pulmonar se fecham e as valvas atrioventriculares se abrem para a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. A esse fenômeno dá-se o nome de diástole. As veias cavas: superior e inferior levam sangue venoso ao átrio direito. A veia cava superior drena o sangue da cabeça, do pescoço, do membro superior e do tórax. A veia cava inferior drena o sangue dos membros inferiores, pelve e abdome. Após passar para o ventrículo direito, o sangue é enviado ao tronco pulmonar, o qual se divide em artérias pulmonares: direita e esquerda, que se encaminham para os respectivos pulmões. Lá se dividem sucessivamente até se capilarizarem, para permitir a oxigenação do sangue. Na seqüência, as vênulas e as pequenas veias vão se transformando em vasos sangüíneos maiores até deixarem cada pulmão através de duas veias pulmonares. As quatro veias pulmonares ejetam o sangue arterial no átrio esquerdo, que dá acesso ao ventrículo esquerdo de onde é impulsionado para a aorta e daí para todos os órgãos e tecidos do corpo, através de seus numerosos ramos (CRUZ RIZZOLO & MADEIRA, 2004).
 
              Na circulação portal, o sangue passa da rede capilar sangüínea da porção aboral ou distal do esôfago, do estômago, dos intestinos, do baço e do pâncreas para a veia porta, que termina numa segunda rede capilar do fígado. Depois de ser submetido à ação do fígado o sangue passa para a circulação sistêmica (DI DIO, 1998).
 
              A circulação cardíaca ou circulação coronária: as paredes do coração têm seu próprio suprimento de vasos sangüíneos sistêmicos para satisfazer suas necessidades vitais. O miocárdio é suprido com sangue das artérias coronárias: direita e esquerda. Esses dois vasos originam-se da aorta ascendente, no nível das válvulas semilunares da valva da aorta. As artérias coronárias circundam o coração no interior do sulco coronário, a reentrância entre os átrios e os ventrículos. Dois ramos se originam das artérias coronárias: direita e esquerda para se distribuir pelas paredes dos átrios e dos ventrículos. A artéria coronária esquerda fornece o ramo interventricular anterior, que se situa no sulco interventricular anterior para irrigar ambos os ventrículos, e o ramo circunflexo, que supre com sangue oxigenado as paredes do átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. A artéria coronária direita dá o ramo marginal que irriga as paredes do átrio direito e ventrículo direito, e o ramo interventricular posterior, que se situa ao longo do sulco interventricular posterior para atender os dois ventrículos. Dos capilares no miocárdio, o sangue entra nas veias cardíacas. As veias cardíacas, contudo têm paredes mais finas e são mais superficiais do que as artérias. As duas principais veias cardíacas são a veia interventricular anterior, que recolhe o sangue da parte anterior do coração e a veia interventricular posterior, que drena a parte posterior do coração. Estas veias convergem para formar o seio coronário na superfície posterior do coração. O sangue venoso coronário em seguida entra no átrio direito através do óstio do seio coronário (VAN DE GRAAFF, 2003).
 
              A circulação fetal apresenta a placenta, onde se processam as trocas nutritivas materno-fetais, está ligada ao feto por uma veia umbilical e duas artérias umbilicais que fazem parte do cordão umbilical. Pela veia umbilical provém da placenta sangue com O2 que é lançado na veia cava inferior, quer indiretamente através do fígado, quer diretamente através do ducto venoso, comunicação direta entre veia porta e veia cava inferior. A veia cava inferior desemboca no átrio direito do coração, conduzindo sangue com O2 da placenta e sangue venoso da circulação de retorno. No átrio direito desemboca também a veia cava superior, conduzindo sangue venoso do seu território; este, junto com o proveniente da veia cava inferior, passa em parte ao ventrículo direito, e em parte, através do amplo forame oval, ao átrio esquerdo; aqui chega também sangue venoso da circulação pulmonar. Do átrio esquerdo, o sangue é lançado no ventrículo esquerdo, de onde passa para a aorta. O sangue do ventrículo direito sai pelo tronco pulmonar e, em sua maior parte segue para a aorta, pelo ducto arterial, curto vaso que comunica diretamente estas duas artérias no feto; o restante do sangue das artérias pulmonares atinge os pulmões, de onde volta ao coração pelas veias pulmonares, para se misturar no átrio esquerdo com o sangue chegado pelo forame oval. Pela aorta, o sangue é distribuído à circulação geral, retorna à placenta pelas artérias umbilicais, ramos das artérias ilíacas internas. Durante a vida fetal a oxigenação é feita na placenta,

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