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Ação Trabalhista de CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

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Ação Trabalhista de Consignação em Pagamento. Comentários 
	
	
CONSULTE: MODELO DE PETIÇÃO RELATIVO À AÇÃO TRABALHISTA DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
A CLT não trata da consignação em pagamento, mas, a espécie é compatível com o processo do trabalho, como, atualmente, admitem, de modo pacífico, doutrina e jurisprudência. O procedimento da consignação em pagamento é o previsto no artigo 890 e seguintes do Código de Processo Civil. Sob o aspecto do direito material, isto é, como modalidade de extinção das obrigações, o pagamento por consignação é previsto no artigo 334, e seguintes, do Código Civil. 
Quem propõe a ação é denominado consignante; quem se defende é o consignatário. A competência processual para conhecer da ação de consignação, a teor do art. 891 do CPC, leva em conta o lugar do pagamento. No entanto, pelas regras do processo do trabalho, a competência territorial obedece ao disposto no art. 651 da Consolidação das Leis do Trabalho. A respeito de competência territorial trabalhista, consultem o artigo: 
Exceção de Incompetência “Ratione Loci”
A ação pode ser proposta tanto pelo empregador quanto pelo empregado, embora, no que se refere a este último é bem mais rara. O exemplo clássico seria o empregado ajuizar demanda para consignar valores recebidos indevidamente. Mais comum seria a hipótese em que empregado pretende devolver equipamento do empregador. 
O objetivo desse tipo de ação é o devedor propor demanda exonerando-se da mora quanto ao pagamento de quantia ou de objetos, conforme art. 890, do CPC: 
Art. 890. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
Tratando-se de obrigações periódicas, respectivas prestações podem ser depositadas no mesmo processo, a teor do art. 892, do CPC: 
Art. 892. Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento.
No caso de ação proposta pelo empregador, a consignação judicial mais utilizada é a de verbas rescisórias, para evitar pagamento da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, aplicada se houver atraso na quitação. 
É o caso indicado no modelo relativo à consignação em pagamento, apresentado anteriormente, que, de fato, é o mais, comum e trata de situação em que o empregado, conquanto rescindido o contrato, não comparece para receber títulos de direito. 
Havendo recusa expressa quanto ao recebimento de verbas trabalhistas, também caberia, claro, a consignação, mas, nesse caso, a espécie careceria de interesse prático, por duas razões: 
- a primeira, e mais objetiva, é o fato de que, por força de lei, nas demissões em que o empregado conta com mais de um ano de serviço, o Termo de Rescisão Contratual (TRCT) deve ser homologado pelo respectivo sindicato da categoria ou pelo Ministério do Trabalho (art. 477, § 1º, da CLT) – sendo demitido ou pedindo demissão o empregado. Assim, se houver divergência quanto à natureza ou valor das rescisórias que estão sendo pagas, o empregado, normalmente, recebe-as fazendo ressalva, no próprio TRCT, quanto a eventual pleito judicial de verbas devidas (Súmula 330 do TST);
- a segunda, embora possa se admitir consignação judicial caso o empregado, demitido com menos de um ano  (não sendo obrigatória homologação, portanto), apresente recusa em receber rescisórias, o próprio ato,  salvo caso de nulidade, claro, não poderia impor ao empregador a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT. Não obstante, repise-se, a recusa deve ser expressa (a matéria não é pacífica nos Tribunais).
A consignação administrativa, prevista no art. 890, § 1º, do CPC, teria certa restrição de ser aplicada no processo do trabalho, já que, como vimos, para a rescisão trabalhista, em geral, são exigidas certas formalidades (a exemplo do art. 477, § 1º, da CLT). 
Desse modo, os procedimentos da consignação administrativa seriam, em tese, incompatíveis com o escopo do dissídio laboral (nesse sentido Cristóvão Piragibe Tostes Malta: Prática do Processo Trabalhista – 33ª ed. – 2005 : São Paulo, LTr, p. 221). 
Esse, também, o pensamento de Wagner D. Giglio: “A nosso ver, a aplicação subsidiária do depósito extrajudicial não ocorrerá, entretanto, por obstáculos e inconvenientes praticamente insuperáveis” (Direito Processual do Trabalho – 12ª ed. rev. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2002, p. 295). 
Cabe reconvenção na ação de consignação e a hipótese é até comum: o empregador propõe ação de consignação em pagamento de verbas rescisórias e o respectivo empregado propõe reconvenção pedindo, por exemplo, indenização, horas extras, etc.

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