Buscar

RESIDÊNCIA PGE RJ Questoes de Administrativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
 
 
(QUESTÃO 1) Discorra sobre a modulação de efeitos temporais na invalidação dos 
atos administrativos. 
 
A questão versa sobre o tema “Atos Administrativos”, mais especificamente sobre os efeitos 
da invalidação do ato administrativo. 
 
A doutrina costuma elencar diversas formas de extinção do ato administrativo, que podem ser 
didaticamente assim agrupadas: 
 
1 - Extinção natural: ocorre com exaurimento dos efeitos do ato administrativo ou com 
decurso do prazo previamente fixado para sua duração (Ex: ato concessivo de férias do 
servidor). 
2 - Extinção subjetiva: ocorre quando há o desaparecimento do sujeito \ beneficiário do ato 
administrativo. (Ex: falecimento do servidor, que gera a extinção do ato de nomeação). 
3 - Extinção objetiva: ocorre quando há o desaparecimento do objeto do ato. (Ex: ato que 
determina reforma de um prédio publico, sendo que este acaba destruído por uma inundação 
antes da obra). 
4 – Caducidade: é a extinção do ato que se torna incompatível com uma nova legislação. Em 
outras palavras, o ato é editado regularmente, mas acaba se tornando incompatível com uma 
nova lei editada em momento posterior. 
5 - Extinção por vontade do particular: ocorre quando há a renúncia ou recusa do particular 
aos efeitos do ato administrativo que lhe beneficia (Ex: servidor que pede exoneração do 
cargo) 
6 – Cassação: é a extinção por conta de uma ilegalidade atribuída ao beneficiário do ato 
administrativo. Em outras palavras, o ato administrativo foi editado regularmente, de acordo 
com a lei, mas no curso de seus efeitos o beneficiário passa a descumprir os requisitos legais 
(Ex: sujeito que obteve a carteira de motorista regularmente, mas descumpre reiteradamente 
a legislação de transito e acaba tendo sua licença cassada). 
7 – Revogação: é a extinção do ato administrativo por critérios de conveniência e 
oportunidade. O ato administrativo é valido, conforme a lei, mas acaba se tornando 
inconveniente ou inoportuno à Administração, de modo que esta pode extingui-lo através da 
revogação, entendida como uma reavaliação do mérito administrativo. 
8 – Anulação: é a extinção do ato por ilegalidade ORIGINÁRIA. Aqui há um vício no ato 
administrativo, o que gera o poder-dever da administração de anular o ato administrativo. 
 
 
Quais os efeitos da anulação e da revogação do ato administrativo? 
Na revogação, como o ato era válido, os efeitos são ex nunc (dali pra frente). 
Já na anulação, como a ilegalidade é originária, os efeitos são retroativos (ex tunc), como 
regra. Operada a anulação, é como se o ato nunca tivesse existido. 
 
 
 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
 
É possível modulação de efeitos temporais na invalidação dos atos administrativos? 
Com o intuito de resguardar os efeitos do ato administrativo inválido e preservar a segurança 
jurídica, parcela da doutrina tem admitido a modulação dos efeitos temporais na invalidação 
do ato administrativo, à semelhança do que ocorre no controle de constitucionalidade. 
 
Quando uma lei é declarada inconstitucional, o art. 27 da Lei 9868 permite que o STF realize a 
modulação dos efeitos temporais da decisão, mitigando a regra de que lei inconstitucional é lei 
nula e não produz efeitos. 
 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por 
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que 
ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser 
fixado. 
 
A partir desta constatação, doutrina minoritária capitaneada por Rafael Oliveira defende uma 
aplicação por analogia da referida técnica à decisão de invalidação dos atos administrativos. 
 
O argumento é o de que “quem pode mais, pode o menos”: se mesmo um vicio tão grave 
como o de inconstitucionalidade pode produzir efeitos, quanto mais o de legalidade. Assim, 
seria sim possível que o ato administrativo ilegal, ao ser anulado, possa ter seus efeitos 
reconhecidos, a partir da aplicação análoga da técnica da modulação dos efeitos temporais da 
decisão de inconstitucionalidade. 
 
Apesar de o tema ser pouco explorado na doutrina, no Estado do RJ a L5427 (lei estadual do 
processo administrativo) expressamente passou a prever a modulação de efeitos no controle 
de legalidade de atos administrativos, em seu art. 53, §3º: 
 
L5427 RJ, Art. 53, §3º Os Poderes do Estado e os demais órgãos dotados de autonomia 
constitucional poderão, no exercício de função administrativa, tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da declaração de 
nulidade de ato administrativo ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de determinado 
momento que venha a ser fixado 
 
Entretanto, mesmo para quem não entende ser possível a utilização análoga de tal técnica, 
admite-se a possibilidade de sanatória do ato administrativo, que pode se dar através de 
institutos como a ratificação ou a reforma. Através da sanatória, o ato administrativo inválido 
pode ter seus efeitos preservados, em respeito ao princípio da segurança jurídica. 
O tema das sanatórias será melhor estudado na Apostila de tópicos atuais de Direito 
Administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
 
(QUESTÃO 2) Firmado convênio entre o Estado e entidade privada pelo 
prazo de dois anos, esta decide denunciá-lo após nove meses. 
Considerando que o Estado aplicou recursos para a criação de estrutura 
necessária à realização do objeto conveniado, opine justificadamente 
sobre a viabilidade de denúncia imotivada pelo particular e eventuais 
efeitos de tal ato. 
 
 
Os convênios são classificados como ATOS COMPLEXOS, podendo ser conceituados como o 
acordo firmado por entidades públicas ou entre estas e particulares para realização de 
objetivos de interesse comum. Nessa linha, claras são as lições do professor Diogo de 
Figueiredo: 
 
“O convênio é o ato administrativo complexo em que uma entidade pública acorda com outra ou 
outras entidades, públicas ou privadas, a realização de obra ou serviço público de competência 
da primeira.” (Diogo de Figueiredo Moreira Neto – Curso de Direito Administrativo) 
 
 
Tradicionalmente, a doutrina distingue os convênios dos contratos. Enquanto nos contratos as 
partes possuem interesses contrapostos - a exemplo do que ocorre em um contrato 
administrativo, no qual a Administração busca o interesse público e o particular visa o lucro - 
nos convênios os interesses são convergentes, não sendo tecnicamente correto se falar em 
partes, mas sim em partícipes. 
 
Assim, não se exige, como regra, a realização de licitação para a celebração de convênios, ao 
passo que nos contratos a licitação é obrigatória (salvo as exceções legalmente previstas, como 
as hipóteses de dispensa e inexigibilidade). 
 
CONTRATOS CONVÊNIOS 
- Interesses contrapostos. 
- Partes 
- Obrigatoriedade de licitação, salvo exceções 
legais. 
- Interesses convergentes 
- Partícipes. 
- Desnecessidade de licitação. 
 
 
Não obstante, esta distinção tem sido paulatinamente mitigada. 
Conforme veremos quando da resolução da questão nº 3, o legislador trouxe a 
regulamentação dos consórcios públicos como CONTRATOS, sendo certo que na sistemática da 
L11107 os interesses entre os contratantes são convergentes. 
Ademais, a recente L13019 trouxe a exigência de CHAMAMENTO PÚBLICO para a celebração 
de convênios com organizações da sociedade civil. Esse chamamento público pode ser 
conceituado como um procedimento seletivo simplificado de seleção, criado com o intuito de 
garantir a observância do principio da impessoalidade também na celebraçãode parcerias. 
 
 
L13019, Art. 2º, XII - chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da 
sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se 
garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos; 
 
 
Art. 24. Para a celebração das parcerias previstas nesta Lei, a administração pública deverá 
realizar chamamento público para selecionar organizações da sociedade civil que torne mais 
eficaz a execução do objeto. 
 
 
Feitas estas considerações introdutórias, convém mencionar que a principal previsão 
legislativa acerca dos convênios encontra-se no art. 116 da Lei 8666\93. 
 
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e 
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. 
 
 
Tal dispositivo, além de prever uma aplicação das normas da L8666 aos convênios, naquilo que 
compatíveis, também traz uma série de exigências em seus parágrafos para a celebração dos 
referidos ajustes, como a elaboração de um plano de trabalho e a necessidade de ciência do 
convênio à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva. 
 
Quanto à extinção dos convênios – hipótese tratada na questão -, esta pode se dar de diversas 
formas, à semelhança do que ocorre com os contratos administrativos. Diogo de Figueiredo, 
procurando sistematizar o tema, lista 4 espécies de “desfazimento” dos atos administrativos 
complexos: 
 
1) Desfazimento fundado na lei (anulação): quando há algum vício de legalidade no 
ajuste. 
2) Distrato: quando as partes resolvem extinguir o ajuste por comum acordo. 
3) Rescisão: é o desfazimento fundado nas próprias cláusulas do ato complexo, quando 
há o descumprimento de obrigação assumida por qualquer dos acordantes. 
4) Denúncia: quando a extinção se dá através de ato unilateral de uma das partes. 
 
Por se tratar de uma relação de cooperação, a regra é que o convênio possa ser denunciado 
livremente por qualquer das partes, pois ninguém pode ser compelido a cooperar ou a 
colaborar contra sua vontade. 
 
Entretanto, se as partes resolvem se autolimitar e estabelecem um prazo de vigência para o 
convênio, nesse caso a denúncia deve obrigatoriamente ser motivada. Trata-se de aplicação do 
princípio da boa-fé e da teoria das autolimitações administrativas, que iremos aprofundar na 
Apostila de Temas atuais de Direito Administrativo. 
 
Ademais, caso tenha havido dispêndios para a realização do objeto conveniado, o partícipe 
prejudicado pela denúncia imotivada do convênio pode pleitear eventual indenização. Nessa 
linha, importante transcrever as lições de Diogo de Figueiredo: 
 
“Salvo se o acordo fixar prazo de vigência, qualquer parte poderá denunciar livremente uma 
relação de cooperação ou de colaboração de que não lhe interesse mais participar, extinguindo-
a, se for bilateral, embora permanecendo vigente em relação às demais partes pactuantes, em 
se tratando de acordo multilateral. 
 
A regra é de que ninguém poderá ser compelido a cooperar ou a colaborar contra sua vontade 
(como aplicação do brocardo nemo potest cogi ad factum). Por óbvio, distintamente se as partes 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
se autolimitaram, fixando um determinado prazo de vigência para manter a relação de 
coordenação avençada, descaberá a denúncia livre, ou vazia de conteúdo. 
 
Mas, mesmo que exista prazo de vigência pactuado, qualquer parte acordante com 
personalidade de direito público, ainda assim, poderá invocar motivadamente o interesse público 
à sua cura para a desconstituição prematura da relação. A denúncia será então ato discricionário 
da Administração que a declarar, o que não excluirá, tampouco, sua adequada motivação. 
 
Em qualquer das hipóteses, a denúncia que causar prejuízo a qualquer das partes acordantes 
importará no dever de indenizá-las, salvo disposição consensual que as isente.” (Diogo de 
Figueiredo Moreira Neto – Curso de Direito Administrativo) 
 
 
No caso de denúncia de convênio, a lei 8666 também prevê que eventuais saldos 
remanescentes devem ser devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos: 
 
Art. 116, § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou 
ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das 
aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, 
no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de 
tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão 
ou entidade titular dos recursos. 
 
 
Ante o exposto, o candidato deveria responder pela impossibilidade de denúncia imotivada do 
convênio pelo particular na hipótese de estabelecimento de um prazo de vigência, indicando 
também a necessidade de restituição de eventuais valores repassados e a recomposição de 
eventuais prejuízos que o ato tenha causado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
(QUESTÃO 3) Qual a distinção entre contrato de programa e contrato de 
rateio nos consórcios públicos? 
 
De forma simplificada, os consórcios públicos podem ser conceituados como uma união de 
esforços entre entes federativos, através da formalização de um ajuste que permite a criação 
de uma pessoa jurídica específica para prestar determinado serviço. 
 
O principal fundamento dos consórcios públicos é o chamado FEDERALISMO COOPERATIVO. 
Trata-se de um modelo de federalismo baseado na cooperação entre os entes federados, 
através do chamado “diálogo inter-federativo”. Tal ideia é expressa no artigo 241 da CRFB, que 
traz o embasamento constitucional para a criação de consórcios públicos: 
 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os 
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão 
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, 
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos 
 
 
Outro fundamento é a importante noção de CONSENSUALIDADE no direito administrativo 
contemporâneo. Tal ideia prega a substituição da clássica Administração Pública impositiva ou 
autoritária por uma ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONSENSUAL, viabilizada principalmente 
através de PARCERIAS. Estas parcerias podem ser parcerias publico-privadas (como as PPPs da 
L11079 e os convênios firmados com particulares, estudados na questão anterior) ou parcerias 
publico-publicas (dentre as quais se destaca o consórcio público, como uma parceria entre 
entes federativos). 
 
A lei responsável por disciplinar a criação de consórcios públicos foi a Lei 11107/05, que assim 
dispõe em seu art. 1º: 
 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e 
dá outras providências. 
 
Essa lei trouxe importantes regras para a criação de consórcios públicos, dentre as quais 
podemos destacar as seguintes: 
 
- O consórcio público passa a ser tratado como um CONTRATO, em que pese o clássico 
entendimento doutrinário de que possui natureza de convênio (tendo em vista a existência de 
interesses convergentes entre os entes federativos). 
 
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia 
subscrição de protocolode intenções. 
 
 
- A celebração do consorcio fica condicionada à prévia autorização legislativa, que se dará 
através da ratificação do “protocolo de intenções” pelo poder legislativo de cada ente 
federado, conforme veremos. 
 
- Passa a haver a exigência de PERSONIFICAÇÃO do consórcio. Em outras palavras, deve ser 
criada uma pessoa jurídica específica para desenvolver a atividade objeto do consórcio. Essa 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
pessoa pode ser de direito publico – caso em que será denominada de ASSOCIAÇÃO PÚBLICA 
ou consórcio publico de direito publico - ou de direito privado – podendo ser denominada de 
consórcio publico de direito privado. 
 
Art. 1º, § 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito 
privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Associação Pública (consórcio público de direito público) consiste em uma pessoa jurídica de 
direito público, criada por lei, e que integrará a administração indireta de todos os entes 
consorciados. 
 
Art. 6º, § 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a 
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
 
Por essas características, a doutrina majoritária indica que a Associação Pública seria uma 
espécie de autarquia, mas especificamente uma AUTARQUIA INTERFEDERATIVA ou 
TRANSFEDERATIVA, por integrar a Administração Indireta de diversos entes federativos. O 
Código Civil de 2002 também parece aduzir no mesmo sentido: 
 
CC2002, Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
 
 
Quanto ao consórcio público de direito privado, em que pese a omissão do legislador, a 
doutrina majoritária entende que também integrará a administração indireta dos entes 
consorciados. No entanto, trata-se de pessoa jurídica de direito privado, que não se confunde 
com uma autarquia. 
 
 
Qual o processo de criação de um consórcio público? 
 
A celebração do consórcio público deve seguir um determinado procedimento traçado pela 
L11107, o qual explicaremos de forma sucinta: 
 
1) Protocolo de Intenções: 
 
Inicialmente, os entes que pretendem se consorciar devem celebrar o chamado “PROTOCOLO 
DE INTENÇÕES”. 
 
CONSÓRCIO 
PÚBLICO 
De direito 
Público 
De direito 
privado 
Associação 
Pública 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
Trata-se de uma espécie de minuta do futuro contrato de consórcio, que deve conter algumas 
cláusulas essenciais previstas no art. 4º da L11107, tais como a denominação, finalidade, prazo 
de duração e sede do consórcio. 
 
Observação: Por serem tratados como contratos pelo legislador, os consórcios devem ter 
prazo determinado. 
 
 
2) Ratificação legislativa: 
 
Cada representante (cada ente federado) deverá aprovar o protocolo de intenções por sua 
respectiva casa legislativa (Congresso Nacional, se União; Assembleia Legislativa, se Estado; e 
Câmara de Vereadores, se Município). 
 
A casa legislativa pode aprovar integral ou parcialmente (aprovação com reservas) o protocolo 
de intenções. Se houver essa reserva e o consórcio for criado, teríamos um “consorciamento 
parcial objetivo” (à semelhança do que ocorre na sistemática dos tratados). 
 
Se um dos entes não obtiver a aprovação legislativa, não poderá participar do consorcio, 
podendo este seguir com os demais. Nesse caso, teríamos um “consorciamento parcial 
subjetivo”. 
 
L11107, Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, 
do protocolo de intenções. 
 
§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 
1 (uma) parcela dos entes da Federação que subscreveram o protocolo de intenções. 
§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, 
implicará consorciamento parcial ou condicional. 
§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções 
dependerá de homologação da assembléia geral do consórcio público. 
§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes 
de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio 
público. 
 
 
No §4º do art. 5º se estabelece a desnecessidade dessa ratificação legislativa posterior se o 
ente federado já tiver uma lei própria autorizando a sua participação no consórcio. 
 
Dessa forma, verifica-se que o legislador sempre terá participação necessária, sendo inviável a 
celebração de um consórcio publico que não passe pelo crivo do legislativo (seja previa ou 
posteriormente). 
 
 
3) Assinatura 
 
Com a assinatura, a minuta consubstanciada no protocolo de intenções irá se tornar de fato 
um contrato. 
 
 
 
 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
4) Criação da pessoa publica ou privada: 
 
É a chamada PERSONIFICAÇÃO do consórcio, através de uma pessoa jurídica de direito público 
(associação pública) ou de uma pessoa jurídica de direito privado (consórcio público de direito 
privado). 
 
OBS: Enquanto a associação publica será criada a partir da vigência das leis que ratificaram os 
protocolos de intenções, o consórcio público de direito privado dependerá da inscrição de seus 
atos constitutivos no registro competente, tal como ocorre com as pessoas privadas em geral. 
 
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
 
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de 
ratificação do protocolo de intenções; 
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. 
 
 
Em que consiste o “Contrato de Rateio”? 
 
O CONTRATO DE RATEIO é um instrumento que tem por objetivo principal apenas viabilizar a 
transferência de recursos orçamentários do ente consorciado para o próprio consórcio. 
 
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante 
contrato de rateio. 
 
§ 1o O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência 
não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por 
objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano 
plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços 
públicos. 
§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o 
atendimento de despesas genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito. 
§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes 
legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio. 
§ 4o Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 
4 de maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam 
consolidadas, nas contas dos entes consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos 
entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabilizadas nas contas 
de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou 
projetos atendidos. 
§ 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que 
não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para 
suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio. 
 
 
O objeto do contrato de rateio é simplesmente essa transferência de recursos orçamentários. 
Com isso, o prazo máximo de vigência do contrato de rateio é de 1 ano, mesmo prazo de 
vigência da lei orçamentária anual. 
 
Mas a L11107 traz algumas exceções a esse prazo máximo, como nos casos de transferênciasjá previstas no Plano Plurianual (PPA) ou quando o consórcio publico prestar serviço público 
remunerado exclusivamente por tarifa. No primeiro caso, tendo o PPA prazo de 4 anos de 
vigência, natural que o prazo do contrato de rateio também possa ser estendido. No segundo 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
caso, como a tarifa se refere à verba particular, que não envolve recurso do orçamento, 
também é lógico que não haja essa limitação de vigência anual. 
 
 
E contrato de programa? Qual seria sua função? 
 
O CONTRATO DE PROGRAMA, por sua vez, tem por objeto obrigações diversas, que não 
envolvem diretamente o orçamento. 
Pelo contrato de programa o ente pode transferir pessoal, bens e serviços para o consórcio, 
com o fim de viabilizar a prestação da atividade. 
 
L11107, Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição 
de sua validade, as obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da 
Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a 
prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal 
ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos. 
 
A lei permite que o contrato de programa seja celebrado entre o ente e o consórcio ou entre 
os próprios entes consorciados. 
 
Quanto ao prazo, o contrato de programa permanece vigente mesmo após a extinção do 
consórcio. É um caso de ultratividade do contrato, pra que o interesse público e os serviços 
não sejam prejudicados. 
 
§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o 
convênio de cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos. 
 
Para que seja melhor visualizada a distinção, veja o quadro que traçamos: 
 
 
CONTRATO DE RATEIO CONTRATO DE PROGRAMA 
 
- Tem por objeto a transferência de recursos 
orçamentários dos entes para o consórcio. 
 
- Prazo de vigência de no máximo 1 ano (mesmo 
prazo do orçamento), salvo em se tratando de 
obrigações previstas no PPA ou quando o 
consorcio publico prestar serviço público 
remunerado exclusivamente por tarifa 
 
 
- Tem por objeto obrigações diversas, que não 
envolvem a transferência de recursos 
orçamentários, mas sim de servidores, bens ou 
serviços para o consórcio. 
 
- Permanece vigente mesmo após a extinção do 
consorcio.

Outros materiais