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Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 1 TRIBUTÁRIO DIREITO Direito Tributário Prof. Giuliano Menezes Módulo 3 OS: 0755/9/11‐Gil Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 2 TRIBUTÁRIO DIREITO Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 3 TRIBUTÁRIO DIREITO OAB – 1ª FASE DIREITO TRIBUTÁRIO Módulo I – Direito Tributário RECEITAS ESTATAIS ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 1. Receita/ Despesa O Estado como qualquer pessoa ou empresa precisa de uma receita para cumprir com as suas despesas. 1.2. Receitas ‐ Originárias – São as que decorrem/ defluem do próprio patrimônio do Estado. O Estado tem esta receita em função do próprio patrimônio. O Estado excepcionalmente pode exercer atividade econômica. Ex. Petrobrás (sociedade de economia mista), assim como o foro anual cobrado de que ocupa terrenos de marinha. É estudado no direito Administrativo. ‐ Derivadas (tributos) – Decorrem do patrimônio do particular, NÃO são obtidas a partir do patrimônio do Estado e sim do Particular. Ex. Tributos (IPTU, IPVA, IR....). No Direito Tributário nos preocupamos com as receitas derivadas como sendo nosso objeto de estudo (Fisco/Contribuinte). ** Cada vez mais o Estado depende das receitas derivadas, pois o Brasil fez opção pelas privatizações. 2. Direito Financeiro x Direito Tributário O Dir. Tributário na sua origem integrava o direito financeiro. No entanto, ganhou autonomia, pois o Direito Financeiro se preocupa com o fenômeno financeiro completo ( receitas e despesas), sendo que ao longo do século XX a questão tributária passa a ter relevância maior. Esta relação tributária é conflituosa, pois o particular quer pagar menos tributo e o Estado quer arrecadar mais. 3. Princípios Constitucionais Tributários 3.1 – Princípio Federativo – O Brasil é uma federação, onde o poder está descentralizado, pois existem várias instâncias de governo: União, Estados/DF e Municípios. O Brasil é uma federação sui generis porque o município também é considerado ente federativo. O princípio federativo é uma cláusula pétrea. Entes integrantes de uma Federação ( Art. 18 CF) – União. Estados/DF e Municípios são autônomos). ‐ União ‐ Estados/ DF ‐ Municípios 4. Características de uma Federação‐ É possível citar algumas características de uma federação. ‐ Eleições próprias – No Brasil, cada ente federativo tem suas próprias eleições. A investidura de um Prefeito, por exemplo, não depende da vontade do Governador ou do Presidente da República. ‐ Competência Administrativa própria para prestar serviços públicos – Função principal do Estado. Os entes federativos recebem do texto constitucional competência para prestar serviços públicos próprios. O país opta pela Federação para melhorar a prestação do serviço público, comum em Estados geograficamente grandes. ‐ Autonomia Administrativa – A organização político administrativa do Brasil compreende em União, Estados/DF e municípios com autonomia do ponto de vista administrativo, com capacidade de se auto‐administrar. ‐ Competência Tributária própria ‐“Não existe autonomia sem dinheiro – isto é essencial para fazer valer a federação”. IR – União, IPVA‐ Estado, Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 4 TRIBUTÁRIO DIREITO IPTU – Município. Para que seja autônomo cada ente que integre a federação tem competência para tributar. A CF prevê impostos para cada ente – essencial para fazer valer a autonomia. A união concentra ainda grande parte dos impostos, mas se comparado com o Brasil, antes da atual Constituição, houve um avanço muito grande, principalmente em relação aos municípios, que atualmente possuem uma situação financeira muito melhor do que a que existia anteriormente. IMPORTANTE Além da competência Tributária, qual seria a outra forma através da qual os Estados e Municípios podem auferir receitas derivadas? Através das receitas da União que são repassadas para os Estados e para os Municípios, e também receitas do Estado que são repassadas para os Municípios. Essas receitas derivadas, são transferidas, Ex. O que a União arrecada com IR e IPI grande parte será repassado (Arts.157. 158 e 159 CF. O IPVA arrecadado pelo Estado será em parte repassado para o município. A CF determina este repasse, pois além da competência própria para tributar os Estados/DF e Municípios também possuem essas receitas que lhe são transferidas. DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Atribuição da Competência Tributária Outra Forma: Receita Transferidas, além da própria competência tributária, os Estados e municípios recebem receitas transferidas por outro ente. Ex. FPE (21,5%) IR e FPM (22.5%) FPM. Quem fiscaliza é o TCU. A União e o Estado não ficam com 100% do que arrecadam. O porquê desse repasse? Primeiramente o tributo existe onde estão as riquezas ou presunção de riquezas, ou seja onde há consumo, onde há poder de compra. Vamos partir da hipótese de um município localizado no sertão central do ceará com 10.000 habitantes – Os impostos municipais previstos no art 156 CF são (IPTU, ISS, ITBI) – Nesta hipótese não existirá muita transferência de bens imóveis, pois a quantidade de imóvel vendido é mínima e quando existe o valor é muito pequeno, chegando a ser irrelevante, desta forma a arrecadação através do ITBI será quase inexistente. Em relação ao ISS – sabe‐se que o setor de serviços é próprio de cidades mais desenvolvidas. IPTU – a arrecadação será baixa devido ao valor do imóvel e parte desses imóveis são isentos de IPTU. Nesse caso, o município tem baixa receita tributária, mas tem obrigações e competências constitucionais de prestar serviço público. Em razão disso, é necessário receber essas receitas (derivadas) transferidas através do FPM e do FPE, existindo municípios que recebem mais receitas transferidas do que receitas oriundas de sua competência tributária. Competência Tributária – Poder de Tributar juridicamente limitado “É o poder de tributar juridicamente limitado; O que está limitando? A CF é quem limita, Ex. União não pode tributar IPVA, um ente não pode invadir a competência tributária de outro ente. Formas de Competência Tributária: ‐ Competência Exclusiva – Exs. Arts 153,155,156 CF A Competência exclusiva existe em relação aos Impostos. CTN – Imposto é um tributo independentede qualquer atividade estatal específica à pessoa do contribuinte. Não está associado a nenhuma ação do Estado, é um tributo não contra‐prestacional. Ex. IPVA é pago somente porque tenho carro – não é necessário o Estado prestar um serviço. Por sua vez, as taxas e contribuições de melhorias são vinculadas a alguma atuação do Estado. São tributos contra‐ prestacionais. A CF em seu art. 145 II – “A União, os Estados, O Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:” II – Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Poder de Polícia‐ Restringir a esfera individual em prol da coletividade. Ex. Alvará de construção ( o município verifica se o meu projeto respeita o espaço de calçada, se respeita a lei municipal), Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 5 TRIBUTÁRIO DIREITO podendo cobrar uma taxa para liberar o alvará. A Contribuição de melhoria sempre existiu, mas de difícil cobrança. Ex. particular com terreno no Eusébio comprado por um preço X (muito barato) e depois das melhorias provenientes do Estado como, por exemplo, rodovia que valorizou o terreno. A rodovia beneficia a todos, mas no caso em questão, a obra gerou uma valorização imobiliária, podendo existir uma lei que cobre um valor sobre a valorização do terreno, também é um tributo vinculado/ contra‐ prestacional. ‐ Competência Comum – Art 145 II, III CF – Existe em relação às taxas e às contribuições de melhorias (outras espécies tributárias). Porque o constituinte resolveu discriminar as competências dos impostos? ‐ porque se não houver a discriminação como saberia a quem pertence os impostos? Não existe outra forma de definir, pois em relação aos impostos não há vinculação / contra‐ prestação, desta forma é preciso ser definido pela CF. Já no caso das taxas e contribuições de melhorias, por serem tributos vinculados, o ente que prestar será o competente para cobrar, por estar associado a atuação prévia do Ente, somente ele pode cobrar – não sendo necessário discriminar/ previsão clara exclusiva. *** Imposto como não é vinculado é necessário a discriminação pela CF – com isso gera a competência exclusiva. Mas, quando se falar em competência comum (no plano abstrato), é no sentido de que não existe a pré‐definição constitucional. No entanto, quando o ente prestar o serviço, será o competente para cobrar. É comum no plano abstrato, pois quando a obra é feita, a competência deixa de ser comum e passa a ser exclusiva. Competência Residual – Art 154,I CF *** Principio da legalidade: Os tributos não são criados pela CF. A CF limita‐se a autorizar a tributação A CF delimita espaços de tributação. Na verdade quem cria o tributo é o ente competente – União, Estados/DF e municípios quando aprovam suas leis, como conseqüência lógica do Principio da Legalidade. Ex. A CF autoriza a tributação sobre grandes fortunas, porém não há lei que regulamente a tributação – a CF prevê a possibilidade de haver tributo, porém enquanto não houver uma lei (podendo ser lei ordinária em alguns casos) não poderá ser tributado. “ A CF assina o cheque, mas quem preenche os valores deste é o Ente competente e este ato é feito através da lei.” Residual – Também é exclusiva, pois só quem pode exercê‐la é a União, através de lei complementar, não sendo um tributo cumulativo. Pode a União Federal criar imposto residual sobre renda? Não, pois já é tributado através do I.R – tem que ser fato novo não tributado. Para os demais impostos basta a lei ordinária (maioria simples dos votos) e para o exercício da competência residual é necessário uma lei complementar (maioria absoluta dos votos). Qual a razão? Quando a União, Estados/DF e municípios aprovam as lei para regulamentar os impostos já previstos na CF, já estão limitados materialmente. Ex. Veículo automotor para a cobrança de IPVA – existe uma limitação material maior por isso exige‐se uma lei menos rígida (lei ordinária). No caso de impostos residuais por ser fato NOVO ainda não tributado, e sem previsão constitucional, a União tem maior liberdade no plano material. Em razão disto, o constituinte restringe através de uma lei mais formal (lei complementar‐ maioria absoluta de votos‐ anuência congresso maior). Este formalismo é para compensar a liberdade material maior, é uma forma de contrabalancear. “ A União nunca exerceu, mas em tese poderá faze‐lo.” A qual ente federativo pertence à competência Residual em relação as taxas? Em matéria de impostos, a competência residual é exclusiva da União. Em matéria de taxas, a competência residual é do Estado (art. 25 p. 1º CF). As taxas estão vinculadas aos serviços públicos e os novos serviços públicos que surgirão são de competência do Estado (podem surgir serviços novos), razão pela qual as novas taxas serão cobradas pelo Estado Residualmente as taxas incubem aos Estados. A Doutrina questiona essa competência entregue ao Estado, pois verifica‐se que seria mais razoável ser entregue aos municípios pois este ente está mais próximo do cidadão e verifica‐se mais detalhadamente a necessidade de prestação de novos serviços. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 6 TRIBUTÁRIO DIREITO COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA (ART.154,II CF) Aspecto semelhante a competência residual porque também é exclusiva da União Federal, nenhum outro ente poderá exercer A cobrança de impostos de competência extraordinária só pode acontecer em períodos de guerra, porém nunca foi exercida, pois o Brasil não se envolve em conflitos armados. Nunca foi cobrada, mas poderá ser. Evidentemente quando se está em guerra é necessário receita extraordinária, mesmo porque a receita ordinária diminui e precisa haver uma compensação, desta forma o constituinte viu uma maneira de equilibrar o orçamento autorizando a união a cobrança de impostos extraordinários. Neste caso, devido ao caráter de urgência basta ser autorizado através de lei ordinária Não exige‐se lei complementar por esta ser mais formal e conseqüentemente mais demorada, porque precisa‐ se que a arrecadação seja da forma mais rápida possível. O constituinte visualizou tornar mais rápida sua criação, exigindo‐se apenas lei ordinária. O imposto da guerra pode ser cumulativo por fatos já tributados (lógico), pois a rentabilidade é mais imediata, pode alcançar situações tributadas por imposto Federal, Estadual ou Municipal (art. 154 II). Ambos: impostos residual e extraordinário são de competência da união. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ‐ Privatividade – Os impostos são outorgados privativamente aos entes, mesmo na competência comum haverá a cobrança privativa de cada ente, porque é comum no plano abstrato, por nãohaver pré‐definição constitucional mas quando houver a prestação do serviço, a cobrança passa a ser privativa/exclusiva. ‐ Indelegabilidade – Não pode delegar a competência a que lhe pertence, se a Constituição Federal outorga à União Federal a competência da cobrança do IR, esta não pode delegar ao Estado e assim sucessivamente. Ou o ente exerce a competência ou não exerce, pois caso contrário, haveria ofensa à CF, pois se fosse possível, poderia haver barganhas políticas entre os entes maiores em relação aos menores. O objetivo é preservar a autonomia. Nenhum ente pode aprovar lei para delegar. ‐ Irrenunciabilidade – As receitas tributárias não pertencem aos gestores públicos, por isso não poderão a elas renunciar. Diferente da esfera privada que o particular poderá dispensar/renunciar as questões patrimoniais (dispensar juros, por exemplo). Na esfera pública, não pode dispensar, é irrenunciável. ‐ Incaducabilidade – O fato da União Federal nunca ter tributado sobre grandes fortunas não impede que passe a exercer. O Poder público pode a qualquer tempo cobrar. O exercício da competência tributária nunca caduca. ‐ Intransferibilidade – Não pode a União aprovar uma lei que chama para si o imposto de outro ente, por exemplo, a União não pode aprovar uma lei que chama para si a cobrança de IPVA que é de competência exclusiva do estado. Não pode um ente chamar pra si tributos de outro ente A transferência só é possível se for feita por emenda constitucional, porém é vedada esta transferência através de legislação infraconstitucional. ‐ Facultatividade – Os entes federativos recebem competência através da CF, mas só podem exercê‐la através de Lei. Existem municípios pequenos que não possuem lei de cobrança de ISS (pois a arrecadação seria mínima). A competência é outorgada pela CF, mas só será exercida através de lei. É fundamental ressaltar que a Competência Tributário não se confunde com a Capacidade Tributária, posto que competente é o ente federativo que pode criar o tributo, ou seja, aquele que recebe da Constituição Federal o poder para instituir o tributo. A capacidade tributária está associada a quem pode cobrar o tributo, a quem pode arrecadar o tributo. A competência tributária é indelegável. A capacidade tributária é delegável. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 7 TRIBUTÁRIO DIREITO CONSTITUIÇÃO FEDERAL TÍTULO VI Da Tributação e do Orçamento CAPÍTULO I DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Seção I DOS PRINCÍPIOS GERAIS Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I ‐ impostos; II ‐ taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III ‐ contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1º ‐ Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º ‐ As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Art. 146. Cabe à lei complementar: I ‐ dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II ‐ regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III ‐ estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I ‐ será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II ‐ poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV ‐ a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 146‐A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 8 TRIBUTÁRIO DIREITO Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I ‐ para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosinstituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) >§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I ‐ não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II ‐ incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I ‐ exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II ‐ instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III ‐ cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 9 TRIBUTÁRIO DIREITO b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV ‐ utilizar tributo com efeito de confisco; V ‐ estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI ‐ instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 2º ‐ A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º ‐ As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º ‐ As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º ‐ A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Art. 151. É vedado à União: I ‐ instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio‐econômico entre as diferentes regiões do País; II ‐ tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III ‐ instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 10 TRIBUTÁRIO DIREITO entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Seção III DOS IMPOSTOS DA UNIÃO Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I ‐ importação de produtos estrangeiros; II ‐ exportação, para o exterior, de produtos nacionais ounacionalizados; III ‐ renda e proventos de qualquer natureza; IV ‐ produtos industrializados; V ‐ operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI ‐ propriedade territorial rural; VII ‐ grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 1º ‐ É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. § 2º ‐ O imposto previsto no inciso III: I ‐ será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; § 3º ‐ O imposto previsto no inciso IV: I ‐ será seletivo, em função da essencialidade do produto; II ‐ será não‐cumulativo, compensando‐se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III ‐ não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. IV ‐ terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I ‐ será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II ‐ não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) § 5º ‐ O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita‐se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: I ‐ trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II ‐ setenta por cento para o Município de origem. Art. 154. A União poderá instituir: I ‐ mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não‐ cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II ‐ na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 11 TRIBUTÁRIO DIREITO Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I ‐ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II ‐ operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III ‐ propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I ‐ relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal II ‐ relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; III ‐ terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; IV ‐ terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I ‐ será não‐cumulativo, compensando‐se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II ‐ a isenção ou não‐incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III ‐ poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; IV ‐ resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; V ‐ é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; VI ‐ salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; VII ‐ em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar‐se‐á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 12 TRIBUTÁRIO DIREITO b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; VIII ‐ na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; IX ‐ incidirá também: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidosna competência tributária dos Municípios; X ‐ não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) XI ‐ não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; XII ‐ cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar‐se‐á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 13 TRIBUTÁRIO DIREITO I ‐ nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II ‐ nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo‐se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) III ‐ nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) IV ‐ as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando‐se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I ‐ terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II ‐ poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Seção V DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I ‐ propriedade predial e territorial urbana; II ‐ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III ‐ serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I ‐ ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II ‐ ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 2º ‐ O imposto previsto no inciso II: I ‐ não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II ‐ compete ao Município da situação do bem. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 14 TRIBUTÁRIO DIREITO § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I ‐ fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II ‐ excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III ‐ regulara forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) Seção VI DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I ‐ o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II ‐ vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. Art. 158. Pertencem aos Municípios: I ‐ o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II ‐ cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV ‐ vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios: I ‐ três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II ‐ até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. Art. 159. A União entregará: I ‐ do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro‐Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi‐árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) II ‐ do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 15 TRIBUTÁRIO DIREITO ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. III ‐ do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004) § 1º ‐ Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir‐ se‐á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. § 2º ‐ A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. § 3º ‐ Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. § 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I ‐ ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II ‐ ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 161. Cabe à lei complementar: I ‐ definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I; II ‐ estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio‐ econômico entre Estados e entre Municípios; III ‐ dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159. Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II. Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio. Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município. Anotações ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 16 TRIBUTÁRIO DIREITO Módulo II – Direito Tributário LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (Art. 150. CF) Princípios Constitucionais Tributários A CF atribui aos entes competência tributária, cada um recebe uma parte da competência tributária. A competência tributária é a 1ª forma de limitação do poder de tributar. Ex. IPVA ‐ imposto exclusivo do Estado. No entanto, não é a única forma de limitação. Os princípios tributários também limitam o poder de tributar. Referidos princípios (alguns previstos no art. 150 da Constituição Federal) condicionam o poder de tributar. Princípio da Legalidade (art. 150, I CF). A essência da CF é dar poder e ao mesmo tempo limitar o poder. O tributo só pode ser criado/majorado por lei específica. Não pode ser criado por decreto ou portaria. Quem o aprova são os nossos representantes. A competência tributária só é outorgada a entes políticos federativos porque só eles são dotados de poder legislativo O que adiantaria entregar a competência tributária sem poder para legislar? Somente os entes políticos podem criar tributos, por ser dotados de poder legislativo. “Exceções ao Principio da Legalidade” (art.153,p1º CF) – Mitigações – A lei do I.R alíquota fixa em 15, 20, 27,5% mas em alguns impostos a alíquota não é fixada, ou seja, tem um patamar mínimo e máximo a ser cobrado, por exemplo, a alíquota pode variar de 0% até 100% e um decreto fixa o valor da alíquota dentro do intervalo legal. A lei prevê o intervalo e o decreto fixa o valor. São os seguintes impostos: II (imposto de importação), IE (exportação), IPI (produtos industrializados), IOF (operações financeiras) (art. 153, § 1º, CF). São impostos sem alíquotas fixas por lei e sim pelo Poder Executivo através de decreto. O Poder Executivo fixa a alíquota no intervalo que a lei autorizar, razão pela qual existe imposto sem alíquota fixa (para isso as leis tem que verificar as funções dos tributos). Funções dos tributos: ‐ Fiscal: A sua função principal é arrecadar. O Estado através dos impostos tem objetivo de arrecadação. ‐Extrafiscal: Objetivo central é intervir na economia, estimulando ou desestimulando determinados comportamentos dos contribuintes. Ex. o governo diminuiu a cobrança do IPI sobre automóveis aumentando quase que imediatamente o consumo interno, tendo como resultado o aumento do consumo em 2009 maior do que o ano de 2008. O poder público é o tutor da economia. Essa é a razão pelo qual esses impostos tem que ter alíquotas flexíveis para ter respostas imediata (II,IE,IPI,IOF). Ex. Imposto sobre Importação alíquota alta para valorizar o consumo dos bens nacionais. Instrumento de política econômica (função extra‐ fiscal), flexibilidade dentro da limitação da lei – o executivo é quem define. ‐ Parafiscais Função do Código Tributário Nacional No art. 146, II CF – Lei complementar – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. – Regula os princípios tributários (dentre outras matérias). O CTN seria uma Lei complementar que esclareceria os princípios. O CTN regulamenta o poder de tributar (dentre outras matérias). O CTN no Art. 97 esclarece a CF, regula as limitações ao poder de tributar, esclarece os princípios. É importante ressaltar que o Código Tributário Nacional foi elaborado como lei ordinária e recepcionado pela nova ordem constitucional como lei complementar (cuida‐se do fenômeno da Recepção Constitucional) Existe hierarquia entre lei complementar e lei Ordinária?Uma lei complementar poderá ocasionalmente ser revogada por lei ordinária? O STF sempre teve uma posição contrária a este posicionamento. O STF entende que não há hierarquia o que há é uma RESERVA DE MATÉRIA. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 17 TRIBUTÁRIO DIREITO Princípio da Anterioridade Princípio da Anterioridade: Como regra geral, a criação ou majoração de um tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte. No Brasil, o ano fiscal coincide com o ano civil, ou seja, se o governo aumentar um tributo em fevereiro de 2009, em regra só poderá ser cobrado no exercício financeiro de 2010. Anterioridade X Anualidade: A anualidade não se aplica no Brasil. Anterioridade refere‐se a cobrança de tributo a partir do exercício seguinte, valendo de forma indefinida, só deixando de valer quando revogada por outra lei. A anualidade – significa que a majoração/criação terá que ser ratificada todo ano para poder cobrar no ano seguinte, como se exigisse do Executivo que justifique todo ano a cobrança. Não se aplica a anualidade no Brasil no campo tributário. Quando se fala em principio da Anterioridade, postergando a cobrança do tributo para o ano seguinte, não significa que tenha que esperar 1 ano inteiro, por exemplo, aumento em dezembro/09, cobra‐se em jan/10 (inicio do exercício fiscal seguinte). O principio da anterioridade também é chamado de princípio da não surpresa: Para que o contribuinte não seja surpreendido na cobrança de novos impostos. ART. 150, III “b”– Fica vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os princípios tributários existem para nos proteger (proteção para o contribuinte), mas se o Governo reduz ou extingue o tributo e coloca no corpo da lei “esta lei entra em vigor após a publicação” tem efeito imediato – não há que se falar em principio da anterioridade em caso de redução ou extinção. Princípio da Anterioridade Genérica (art. 150,III, “b”, CF) Posterga a eficácia para o ano seguinte (Art. 150, III “B” CF) – Regra Geral Princípio Anterioridade Mitigada (nonagesimal ) (Art.195,§ 6º e Art 150,III “C”‐ CF) ** Contribuições sociais para a seguridade social (Art. 195, § 6º) – A cobrança desse tipo de tributo terá eficácia conforme preceito do art. 195, p.6º quando determina que a exigibilidade só poderá ocorrer após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. A Anterioridade Mitigada era restrita às contribuições sociais para a seguridade social. No entanto, a EC. Nº 42/03 estendeu referida imunidade também para os tributos em geral (Art. 150, III, “C”, CF) Exceções ao princípio da Anterioridade (Art. 150, §1º CF) A extrafiscalidade flexibiliza o principio da anterioridade Art. 150, § 1º Na verdade o art.150, § 1º diz que existem algumas espécies tributárias que não estão sujeitas ao principio da anterioridade mitigada e nem genérica, são eles: Art. 148,I – empréstimo compulsório (guerra), Art. 150, I,II,V (I.Importação, II. Exportação, V.operações financeiras), Art. 154 II( imposto da guerra) – Essas espécies não estão sujeitas, nem ao Princípio da Anterioridade Genérica, nem ao Princípio da Anterioridade Mitigada – Publica‐se hoje e a cobrança amanhã. Existem outrasque não seguem a mitigada aplicando‐se somente a genérica. Exemplo: Imposto de Renda Art 153,III – IR – ainda é possível o aumento no final do ano e a cobrança no exercício seguinte com menos de 90 dias. Também não se aplica a mitigada (nonagesimal) a base de cálculo dos impostos previstos nos artigos 155 III (IPVA), 156 I (IPTU). Não se aplica a anterioridade Genérica ao IPI‐ só segue a mitigada – art. 153, IV CF (se aumentar o teto) ** Os que não estão ressalvados seguem os dois princípios. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 18 TRIBUTÁRIO DIREITO O ITR segue os dois, o ITBI segue os dois (genérica e mitigada‐ aplicando o mais benéfico). Principio da Irretroatividade (Art 150,III “a”, CF) É uma conseqüência lógica do principio da anterioridade. Talvez não fosse necessário o constituinte expressá‐lo. Ex. Jan/08 alíquota IR ‐ 27,5% e o Governo em Jun/08 aumenta para 28% ‐ esta nova alíquota só será cobrada em Jan/09 (genérica‐IR), pelo principio da anterioridade os fatos futuros poderão ser protegidos (período de jun/o8 e dez/08) – não serão alcançados. E devido ao principio da irretroatividade não pode alcançar fatos passados – segurança jurídica. Ex. Atividades estimuladas por tributação baixa e não seria justo cobrar os passados (art.150, III “a”) O principio da irretroatividade não tem Exceções – até mesmo os extrafiscais que são cobrados imediatamente (I. importação, I. exportação) não podem retroagir. Anotações ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Módulo III – Direito Tributário LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (Art. 150. CF) Princípios Constitucionais Tributários A CF atribui aos entes competência tributária, cada um recebe uma parte da competência tributária. A competência tributária é a 1ª forma de limitação do poder de tributar. Ex. IPVA ‐ imposto exclusivo do Estado. No entanto, não é a única forma de limitação. Os princípios tributários também limitam o poder de tributar. Referidos princípios (alguns previstos no art. 150 da Constituição Federal) condicionam o poder de tributar. N , Princípio da Vedação ao Confisco (art. 150, IV CF). A essência da CF é dar poder e ao mesmo tempo limitar o poder. O tributo não pode destruir a atividade produtiva que enseja o mesmo. Sendo assim, o tributo não pode ter efeito confiscatório. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV ‐ utilizar tributo com efeito de confisco; Princípio da Liberdade de Tráfego (art. 150, V CF) A tributação não pode ser utilizada como forma de impedir o tráfego de mercadorias e de bens, sob pena de ferir o Princípio Federativo. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V ‐ estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 19 TRIBUTÁRIO DIREITO Princípio da Uniformidade Geográfica (Art. 151, I, CF) Art. 151. É vedado à União: I ‐ instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio‐econômico entre as diferentes regiões do País; Princípio da Não Cumulatividade § 3º ‐ O imposto previsto no inciso IV: II ‐ será não‐cumulativo, compensando‐se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; Outros Princípios Imunidade Tributária x Isenção x Não Incidência Imunidade Tributária (Ex. Art. 150, VI, CF) – É uma vedação constitucional ao poder de tributar Isenção – É uma vedação legal ao poder de tributar Não Incidência – É quando o contribuinte não realiza o fato gerador disciplinado na lei Conceito de Tributo: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Anotações ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Módulo IV – Direito Tributário IMPOSTO O art. 145 da Constituição Federal (CF) leva o leitor a vislumbrar três espécies do gênero: tributo, quais sejam: imposto, taxa e contribuição de melhoria. No entanto, alguns doutrinadores entendem que além das espécies supra aludidas, pode‐se acrescentar duas outras, previstas expressamente da Magna Carta, quais sejam: empréstimo compulsório (art. 148, CF) e contribuição social ou especial (art. 149, CF). Esta última subdivide‐ se em: contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuição de seguridade social e contribuição de iluminação pública. DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES ‐ Art. 150, VI ‐ A imunidade nestas hipóteses existe somente em relação aos impostos; ‐ Art. 150, par. 1º ‐ O princípio da Anterioridade não se aplica aos impostos de importação, exportação, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários e o imposto extraordinário; ‐ Art. 153, par. 1º ‐ Mitigação do princípio da Legalidade. O Poder Executivo, atendidas as condições e os limites da lei, pode alterar as alíquotas dos impostos de importação, exportação,produtos industrializados e operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. É instrumento de política fiscal;. ‐ Art. 154, I ‐ Competência residual em relação aos impostos; ‐ Art. 154, II ‐ Competência em relação aos impostos extraordinários; ‐ Art. 153 ‐ Impostos de competência da União Federal; Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 20 TRIBUTÁRIO DIREITO ‐ Art. 155 ‐ Impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal; ‐ Art. 156 ‐ Impostos de competência dos Municípios. CONCEITO DE IMPOSTO Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Fala‐se, por consequência, que o imposto é o tributo não vinculado, ao passo que, a taxa e a contribuição de melhoria são tributos vinculados a uma atuação estatal. A taxa, pela utilização de serviços públicos ou em razão do poder de polícia e a contribuição de melhoria, vinculada a uma obra pública. A não‐ vinculação é o ponto característico e distintivo do imposto em face das demais espécies tributárias. A cobrança do imposto relaciona‐se sempre com uma situação cotidiana da vida do contribuinte. Jamais a uma atividade estatal específica. Ex.: Imposto de Renda, IPVA, IPTU, etc.... Imposto Pessoal ‐ Vislumbra a pessoa. Os impostos pessoais são mais justos Ex.: Imposto de Renda (Art. 145, par. 1º, CF) Imposto Real ‐ Vislumbra somente a matéria tributável Ex.: IPI, ICMS A Constituição Federal (CF) de 1.988 distribuiu a competência para instituir os impostos entre os três entes (União, estados e DF e municípios) estatais de forma clara e incontroversa, em seus arts. 153, 155 e 156. Competem à União os impostos de importação, exportação, renda e proventos de qualquer natureza (IR), sobre produtos industrializados (IPI), sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre grandes fortunas. (art. 153, CF). Deve‐se destacar os parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º do art. 153, CF Além dos impostos supra mencionados, a União dispõe da competência residual em relação aos impostos (art. 154, inciso I, da CF) e poderá instituir impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa. (art. 154, inciso II, da CF) Competem aos Estados e ao Distrito Federal os impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). (art. 155, CF) Competem aos Municípios o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis (ITBI) e sobre serviços de qualquer natureza (ISS). (art. 156, CF) Ressalte‐se ainda que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. (Art. 147, CF). TAXAS São tributos vinculados. Têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou o serviço público, prestado ou posto à disposição do contribuinte (art. 145, inciso II, CF e art. 77, CTN). Distingue‐se do imposto por ser uma espécie tributária vinculada a uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. Por sua vez, o traço distintivo da contribuição de melhoria, deve‐se ao fato de que esta vincula‐se à obra pública, ao passo que a taxa vincula‐se ao poder de polícia ou a serviço público. Prof. Giuliano Menezes OS: 0755/9/11-Gil 21 TRIBUTÁRIO DIREITO Conceito de poder de polícia (art. 78, CTN) Utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis (art. 79, CTN) Art. 145, parágrafo 2º, CF ‐ As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. O ente estatal competente para cobrar determinada taxa é o ente público competente, segundo os dispositivos constitucionais e administrativos, para exercer determinado serviço público. Só pode cobrar a taxa por aquele determinado serviço público, quem for o competente para executá‐lo. TAXA x PREÇO PÚBLICO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA É o tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (Art. 81 do Código Tributário Nacional e art. 145, III, da Constituição Federal. É imprescindível para a cobrança deste tributo que os imóveis sejam valorizados em virtude da obra pública. Não exige‐se somente a obra pública. É indispensável que o imóvel seja valorizado. Competente para instituí‐la é o ente estatal que realize a obra pública. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS São espécies tributárias previstas no art. 149 do Código Tributário Nacional. Suas finalidades estão constitucionalmente definidas: intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais e econômicas e seguridade social Competência: União, exclusivamente, para as contribuições de intervenção no domínio econômico, de interesse das categorias profissionais ou econômicas, bem como para custear o regime geral de previdência e assistência social e para os sistemas de previdência e assistência social dos servidores públicos federais. Estados, Distrito Federal e Municípios podem instituir contribuições para os sistemas de previdência e assistência social dos seus respectivos servidores públicos (Art. 149, parág. Único da CF) As contribuições sociais devem obedecer aos princípios constitucionais tributários, por expressa determinação constitucional. As contribuições sociais destinadas à Seguridade Social não obedecem ao princípio da anterioridade. No entanto, só podem ser cobradas depois de 90 dias da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Existem duas espécies básicas: Art. 148, I, CF ‐ para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (não obedece ao princípio da anterioridade); Art. 148, II, CF ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (obedece ao princípio da anterioridade) Necessidade de lei complementar. Há quem questione a natureza tributária do empréstimo compulsório pelo fato de ser restituível.
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