Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2a Prova de Ca´lculo I - T.01 - 2016/1 Profo Douglas Monsoˆres 06/06/2016 GABARITO 1. Considere a func¸a˜o f(x) = x 2−3 x−2 . Determine: (a) Intervalos de crescimento e decrescimento de f , assim como seu(s) extremo(s); (1pt) Soluc¸a˜o: Primeiro, notamos que f na˜o e´ definida apenas em x = 2, pois esse valor anula o denominador. Portanto, D = R− {2}. Derivando a func¸a˜o f , obtemos: f ′(x) = 2x(x− 2)− (x2 − 3) · 1 (x− 2)2 = 2x2 − 4x− x2 + 3 (x− 2)2 , e portanto f ′(x) = x 2−4x+3 (x−2)2 . Os pontos cr´ıticos sa˜o os pontos do domı´nio de f que fazem a derivada ser zero ou deixar de existir. Essa derivada deixa de existir no ponto x = 2, pore´m, esse valor na˜o sera´ ponto cr´ıtico por na˜o pertencer ao domı´nio de f . Logo, se f tem pontos cr´ıticos, esses fara˜o a derivada ser igual a zero. f ′(x) = 0 ⇐⇒ x2 − 4x + 3 = 0 ⇐⇒ x = 3 ou x = 1. Portanto, f tem dois pontos cr´ıticos. Note que o denominador de f ′(x) e´ sempre positivo e da´ı, na ana´lise do sinal da derivada basta nos atermos ao sinal do numerador. Sendo assim, ha´ 4 intervalos a considerar (obtidos atrave´s dos pontos cr´ıticos e do ponto fora do domı´nio). Sa˜o eles: • x < 1. Nesse caso vemos que f ′(x) > 0 . Logo, f e´ crescente; • 1 < x < 2. Nesse caso vemos que f ′(x) < 0. Logo, f e´ decrescente. • 2 < x < 3. Nesse caso vemos que f ′(x) < 0. Logo, f e´ decrescente. • x > 3. Nesse caso vemos que f ′(x) > 0. Logo, f e´ crescente. Segue que x = 1 rende ponto de ma´ximo local e x = 3, de mı´nimo local. Temos que f(1) = 2 e f(3) = 6. Portanto, (1, 2) e´ ponto de ma´ximo local e (3, 6) de mı´nimo local. (b) Intervalos de concavidade e poss´ıveis pontos de inflexa˜o; (1pt) Soluc¸a˜o: Como f ′(x) = x 2−4x+3 (x−2)2 , derivando novamente obtemos: f ′′(x) = (2x− 4)(x− 2)2 − (x2 − 4x + 3) · 2(x− 2) (x− 2)4 = 2(x− 2)[(x− 2)2 − (x2 − 4x + 3)] (x− 2)4 = 2[x2 − 4x + 4− x2 + 4x− 3] (x− 2)3 = 1 (x− 2)3 . Como f ′′(x) nunca e´ igual a zero, f na˜o tem pontos de inflexa˜o. Portanto, o u´nico ponto a se levar em considerac¸a˜o na ana´lise de sinal de f ′′(x) e´ o ponto x = 2 (fora do domı´nio de f): • Se x < 2, vemos que f ′′(x) < 0 o gra´fico sera´ coˆncavo para baixo; • Se x > 2, vemos que f ′′(x) > 0 o gra´fico sera´ coˆncavo para cima; Note que apesar da alternaˆncia do sinal, x = 2 na˜o rende ponto de inflexa˜o por na˜o pertencer ao domı´nio de f . (c) Verifique se ha´ ass´ıntotas verticais e horizontais; (1pt) Como o u´nico ponto fora de domı´nio e´ x = 2, esse sera´ o u´nico candidato a ass´ıntota vertical: lim x→2+ f(x) = lim x→2+ x2 − 3 x− 2 = +∞, pois o numerador tendo a 1 e o denominador tende a zero por valores positivos. Como o valor do limite foi infinito, conclu´ımos que x = 2 e´ ass´ıntota vertical. Para analisar a existeˆncia de ass´ıntotas horizontais, calculamos os limites lim x→+∞ f(x) e lim x→−∞ f(x). Temos: lim x→+∞ f(x) = lim x→+∞ x2 − 3 x− 2 = limx→+∞ x− 3 x 1− 2 x = +∞. Da mesma forma, lim x→−∞ f(x) e´ infinito. Como esses dois limites sao infinitos, na˜o ha´ ass´ıntota horizontal. (c’) Extra: Calcule as assintotas obl´ıquas. (1pt) Soluc¸a˜o: Como vimos em aula, y = ax+b sera´ ass´ıntota obl´ıqua do gra´fico se, e somente se a = lim x→+∞ f(x) x e´ um nu´mero real 6= 0 e b = lim x→+∞ [f(x)− ax] e´ um nu´mero real (ana´logo para x→ −∞). a = lim x→+∞ f(x) x = x2 − 3 x2 − 2x = limx→+∞ x2(1− 3 x2 ) x2(1− 2 x ) = lim x→+∞ 1− 3 x2 1− 2 x = 1. b = lim x→+∞ [f(x)− ax] = lim x→+∞ x2 − 3 x− 2 − x = limx→+∞ x2 − 3− x2 + 2x x− 2 = limx→+∞ 2x− 3 x− 2 = 2. Segue que y = x + 2 e ass´ıntota obl´ıqua. Note que trocando x → +∞ por x → −∞ nos limites acima, obtemos os mesmos resultados. Logo ha´ uma u´nica ass´ıntota obl´ıqua ao gra´fico, sendo que este ficara´ cada vez mais pro´ximo da ass´ıntota tanto quando x → +∞ como quando x→ −∞. (d) Esboc¸o do Gra´fico. (1pt) Soluc¸a˜o: Segue das concluso˜es dos itens anteriores que o gra´fico de f sera´ como na figura a seguir: 2. A func¸a˜o seno hiperbo´lico e´ da func¸a˜o dada por senh(x) := e x−e−x 2 . A func¸a˜o cosseno hiperbo´lico e´ dada por cosh(x) := e x+e−x 2 . (a) Prove que senh′(x) = cosh(x) e cosh′(x) = senh(x). (0,5 pt) Soluc¸a˜o: Sendo senh(x) = e x−e−x 2 , temos que senh′(x) = e x−(−1)e−x 2 = e x+e−x 2 = cosh(x). Derivando cosh(x), obtemos que cosh′(x) = e x+(−1)e−x 2 = e x−e−x 2 = senh(x). (b) Encontre o polinoˆmio de Taylor de ordem 3 da func¸a˜o senh(x), com centro em a = 0. (1pt) Soluc¸a˜o: Notemos que senh(0) = 0 e cosh(0) = 1. Seja f(x) = senh(x). Temos: f ′(x) = cosh(x), f ′′(x) = senh(x), f ′′′(x) = cosh(x). Portanto, f(0) = 0, f ′(0) = 1, f ′′(0) = 0 e f ′′′(0) = 1. Segue que o polinoˆmio de Taylor de f(x) de ordem 3 centrado em a = 0 sera´: p(x) = f(a) + f ′(a)(x− a) + f ′′(a) 2! (x− a)2 + f ′′′(a) 3! (x− a)3 = f(0) + f ′(0)x + + f ′′(0) 2! x2 + f ′′′(0) 3! x3 = x + x3 6 (c) Use o polinoˆmio obtido no item (b) para dar uma aproximac¸a˜o do valor de senh(0, 1). (0,5pt) Soluc¸a˜o: O polinoˆmio de Taylor calculado no item (b) aproxima a func¸a˜o senh(x) em uma vizinhanc¸a de a = 0. Portanto, senh(0, 1) ≈ p(0, 1). Temos: p(0, 1) = 0, 1 + (0, 1)3 6 = 0, 1 + 0, 001 6 = 0, 601 6 ≈ 0, 1001. Curiosidade: As func¸o˜es seno e cosseno usuais sa˜o as resposa´veis por parametrizar os pontos do c´ırculo trigonome´trico x2 + y2 = 1. De fato, todos os pontos desse c´ırculo sa˜o da forma (cos(t), sen(t)) para algum t ∈ R. As func¸o˜es seno hiperbo´lico e cosseno hiperbo´lico, por sua vez, sa˜o responsa´veis por parametrizar o “brac¸o”direito da hipe´rbole x2 − y2 = 1. De fato, se x = cosh(t) e y = senh(t), onde t ∈ R, vemos que x e´ sempre positivo, por ser soma de duas exponenciais de base e. Ale´m disso: x2 − y2 = (e t + e−t)2 4 − (e t − e−t)2 4 = e2t + 2ete−t + e−2t − (e2t − 2ete−t + e−2t) 4 = 2 + 2 4 = 1 Ou seja, os pontos da forma (cosh(t), senh(t)), t ∈ R esta˜o sobre a curva x2 − y2 = 1. Note que isto prova que cosh2(t)− senh2(t) = 1, propriedade similar a` identidade fundamental da trigonometria cos2(t) + sen2(t) = 1. 3. Um helico´ptero da pol´ıcia rodovia´ria sobrevoa uma autoestrada plana a 3 milhas do solo a uma velocidade constante de 120 milhas/h. O piloto veˆ um carro se aproximar e o radar assinala que no instante da observac¸a˜o a distaˆncia entre o carro e o helico´ptero e´ de 5 milhas. A distaˆncia entre eles diminui a uma taxa de 160 milhas/h. Calcule a velocidade do carro ao longo da rodovia. (2pts) Soluc¸a˜o: Considere a figura a seguir que descreve a situac¸a˜o-problema. Nela, o ponto H representa o helico´ptero, o ponto P a projec¸a˜o ortogonal do helico´ptero sobre a rodovia e C representa o carro. Na figura, y e´ a distaˆncia entre o helico´ptero e o carro e x e´ a distaˆncia entre o carro e a projec¸a˜o do helico´ptero. Pelo enunciado do problema, dy dt = −160milhas/h, visto que y esta´ diminuindo ao longo da ac¸a˜o. Pelo Teorema de Pita´goras: y2 = x2 + 9. Quando a distaˆncia entre o carro e o helico´ptero e´ de 5 milhas, y = 5. Substituindo na igualdade acima, obtemos que x = 4. Derivando a igualdade acima implicitamente em relac¸a˜o a t, obtemos: 2y dy dt = 2x dx dt =⇒ 5(−160) = 4dx dt =⇒ dx dt = −200. Portanto, x diminui a uma taxa de 200 milhas/h. Ale´m disso, a taxa de variac¸a˜o de x e´ a soma das velocidades do ponto P com a do ponto C. A velocidade de P , e´ a velocidade do helico´ptero, que o enunciado diz ser de 120 milhas/h e a velocidade de C, e´ a mesma do carro. Segue que a velocidade do carro na rodovia e´ igual a 200− 120 = 80 milhas/h. 4. Usando derivac¸a˜o impl´ıcita, calcule as equac¸o˜es da reta tangente e da reta normal a` curvade equac¸a˜o y2(2− x) = x3 no ponto (1, 1). (2pts) Soluc¸a˜o: Derivando a equac¸a˜o da curva implicitamente em relac¸a˜o a x, obtemos: 2y dy dx (2− x) + y2(−1) = 3x2. Substituindo as coordenadas do ponto (1, 1): 2 dy dx − 1 = 3 ∴ dy dx = 2. Seja y = ax + b a equac¸a˜o da reta tangente a` curva no ponto (1, 1). Como o coeficiente angular desta reta e´ igual a` derivada no ponto (1, 1), segue que a = 1. Para determinar b, basta substituir as coordenadas do ponto (1, 1) na equac¸a˜o, visto que ele pertence a` reta. y = 2x + b =⇒ 1 = 2 + b =⇒ b = −1. Portanto, a equac¸a˜o da reta tangente a` curva no ponto (1, 1) e´ y = 2x− 1. Seja agora y = cx + d a equac¸a˜o da reta normal a` curva no ponto (1, 1). O coeficiente angular sera´ igual ao sime´trico do inverso do coeficiente angular da tangente. Portanto, c = −1 2 . Para determinar, d, substitu´ımos as coordenadas de (1, 1) na equac¸a˜o da reta. y = −x 2 + d =⇒ 1 = −1 2 + d =⇒ d = 3 2 . Portanto, a equac¸a˜o da reta normal a` curva no ponto (1, 1) e´ y = −x+3 2 .
Compartilhar