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FERIMENTOS E HEMORRAGIAS CONCEITOS HEMORRAGIA: É a perda de sangue circulante. FERIMENTO: É o resultado da agressão sofrida pelas partes moles, produzindo lesão tecidual. LESÕES: São feridas onde há destruição da pele ou mucosa, em razão da força de ação de um agente externo. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES A) POR INSTRUMENTO CONTUNDENTE: Se dá pelo impacto. O instrumento contundente (objeto) vai de encontro à vítima (Ex. soco, chute, paulada), ou quando o corpo vai de encontro ao objeto contundente. Lesão superficial e Lesão profunda Lesão superficial EQUIMOSE: Lesão causada nos primeiros vasos sanguíneos, ocasionando pequena infiltração de sangue. Passa por estágios de cores, iniciando avermelhada; depois azulada (violeta); em seguida esverdeada e amarelada, até desaparecer totalmente. HEMATOMA: É uma lesão de maior nível. O vaso sanguíneo, junto à área atingida, começa a liberar uma quantidade maior de sangue, sem tempo hábil para que se infiltre no tecido (trama tecidual), provocando com isso acúmulo de sangue local. Lesão superficial ESCORIAÇÃO: Lesão na camada superficial da pele caracterizada por arranhões. O ser humano dispõe de um instrumento escoriante natural, a unha. FERIDA CONTUSA: Lesão provocada por forte impacto sobre a pele. Ocorre um esmagamento do músculo, caracterizado por uma ferida de bordas irregulares. Pode levar ao hematoma. Lesões profundas FRATURA: Perda de continuidade da estrutura óssea. LUXAÇÃO: Perda de contato entre as superfícies articulares. LESÕES VISCERAIS: Sangramento interno, quando ocorre vazamento de fluxo sanguíneo para dentro da cavidade visceral. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES B) POR INSTRUMENTO CORTANTE: Deslizamento do objeto cortante sobre o tecido epitelial. FERIDA INCISA: bordas regulares e não há através do músculo e entre as bordas, sinais de contusão. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES C) POR INSTRUMENTO CORTOCONTUNDENTE: Ocorre pelo mecanismo de pressão. Peso do objeto mais a força do agente agressor. Essa ferida chama-se cortocontusa, ou seja, ferida que corta e contunde. Ex.: atropelamento, enxada, machado, foice. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES D) POR INSTRUMENTO PERFUROCORTANTE: A ação ocorre pelo mecanismo da pressão. O instrumento irá penetrar o corpo, perfurando e cortando. Ex.: punhal. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES E) POR INSTRUMENTO PERFURANTE: A ação perfurante tem também a ação de pressão. Ex. agulhas. A profundidade da ferida perfurante poderá ser maior do que o comprimento da lâmina, desde que o instrumento atinja uma região de tecido elástico (abdômen) e o agente agressor, após introduzir totalmente o objeto, pressioná-lo para dentro. Pode levar a lesões leves, moderadas e gravíssimas. CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS Hemorragia venosa: sangramento mais escuro, que sai escorrendo. Hemorragia arterial: sangramento de cor viva (rutilante), que sai em jatos. Hemorragia Externa: são aquelas com origem na superfície corporal. Hemorragia Interna: são aquelas que não ocorrem na superfície corporal podem ser divididas em exteriorizadas ou não exteriorizadas. SÃO EXTERIORIZADAS QUANDO O SANGRAMENTO APRESENTA- SE PARA O MEIO EXTERNO. HEMORRAGIAS INTERNAS EXTERIORIZADAS OTORRAGIA: sangramento pelo conduto da orelha externa. ESTOMATORRAGIA: sangramento proveniente da cavidade oral, incluindo as hemorragias dentárias. Usamos roletes de gaze sobre a lesão, fazendo compressão. HEMORRAGIAS INTERNAS EXTERIORIZADAS EPISTAXE: sangramento pelas narinas. Fazemos compressão manual. Pode-se utilizar gelo juntamente com a compressão nos casos de trauma. Em último caso, fazemos o tamponamento anterior, utilizando roletes de gaze com vaselina. OBSERVAÇÃO: NUNCA SE UTILIZA GELO DIRETAMENTE SOBRE A PELE, NEM SOBRE A GENITÁLIA E MUCOSAS! HEMOSTASIA Ação de contenção das hemorragias PROCEDIMENTOS EM HEMORRAGIAS EXTERNAS • Nunca toque a ferida; • Não toque nem aplique medicamento ou qualquer produto no ferimento; • Não tente retirar objeto empalado; • Proteger com gazes ou pano limpo, fixando com bandagem, sem apertar o ferimento; • Fazer compressão direta também chamada de compressão local suficiente para cessar o sangramento; • Se o ferimento for em membros, deve-se elevar o membro ferido (usar a gravidade à nosso favor); • Torniquete deverá ser usado, em último caso, sendo feito com uso do manguito do esfignomanômetro. • Procurar socorro adequado. TORNIQUETE PROCEDIMENTOS EM HEMORRAGIAS INTERNAS Devemos nos atentar em alguns sinais externos que são característicos de hemorragia interna: a) Pulso fraco e acelerado; b) Se a pele está fria, pegajosa e pálida e mucosas da boca e dos olhos esbranquiçadas; c) Extremidades cianóticas. d) Respiração curta, rápida e irregular. PROCEDIMENTOS EM HEMORRAGIAS INTERNAS • Mantenha as vias áreas liberadas*; • Mantenha a vítima deitada*; • Afrouxe a roupa apertada no pescoço, no peito e na cintura; • Aplique compressas frias no local onde a vítima foi atingida; • Caso a vítima vomite, vire-lhe a cabeça para o lado; • Não dê nada para o paciente beber; • Observe cuidadosamente o paciente*; • Procure socorro adequado. FERIMENTOS ESPECIAIS Ferimento na cabeça: • Liberar e manter as vias aéreas com o controle cervical; • Observar o estado de consciência da vítima; •Evitar mexer a pessoa, para evitar traumas secundários, na medula; • Controlar as hemorragias presentes; •Proteger o ferimento com gaze ou pano limpo, sem apertar a ferida; • Se apresentar vômito, proceder o rolamento lateral; • Se apresentar sangramento ou saída de líquor pelo nariz ou ouvido, não tentar conter; • Procure socorro adequado. Ferimentos nos olhos • Não tente remover objetos da córnea; • Não faça curativo compressivo*; • Não remova objetos empalados, estabilize-os; • O curativo deve ser frouxo e nos dois olhos*; • Presença de corpos estranhos ou em caso de queimadura química, lave sempre partindo do nariz para as extremidades; • Procure socorro adequado. Ferimento na orelha: • Curativo ou bandagem em caso de ferimento na orelha; • Otorragia – sangramento pelo conduto da orelha externa. NUNCA SE FAZ TAMPONAMENTO; • Saíde de líquido claro e/ou sangue é sugestivo de TCE; • Procure socorro adequado. Ferimento na Face: • Liberar e manter as vias aéreas com o controle cervical; • Use pressão suficiente para parar o sangramento; • Retire corpos estranhos do ferimento da boca; • Retire objetos empalados; • Faça curativo; • Procure socorro adequado. Epistaxe • Coloque o paciente sentado; • Cabeça ligeiramente inclinada para frente; • Fazemos compressão manual. Pode-se utilizar gelo juntamente com a compressão nos casos de trauma. • Procure socorro adequado. Ferimento no pescoço • Liberar e manter as vias aéreas com o controle cervical; •Mantenha o paciente calmo; • Peça para a vítima respirar devagar e observe a respiração; • Curativo oclusivo com uma compressa, sendo esta coberta com plástico estéril ou alumínio; • Perigo de embolia traumática pelo ar; • Não aplicar pressão sobre as vias aéreas; • Não aplique pressão dos dois lados ao mesmo tempo; • Procure socorro adequado. Ferimento no Abdomen • Mantenha a vítima deitada em repouso; • Não toque nem recoloque no lugar as vísceras;• Cubra as vísceras com curativo oclusivo embebido em soro fisiológico, cobrindo este com plástico estéril ou papel alumínio; • Fixe-o de maneire firme, mas não aperte; • Fique alerta para vômito; • Não dê líquido para a vítima; • Não remova objetos empalados; • Fique atento para o estado de choque; • Procure socorro adequado. Ferimento no Tórax • Mantenha a vítima deitada, de preferência sobre o lado da lesão; • Proteja o ferimento com compressa, pano limpo para impedir a penetração de ar através do ferimento*; • Fixe o curativo protetor, não aperte demasiadamente para não prejudicar os movimentos respiratórios da vítima; • Fique atento para os estado de choque; • Transporte sobre o lado ferido; • Procure socorro adequado. Ferimento na região genital • Faça curativo compressivo • Procure socorro adequado OBS: Em caso de mutilação, o pedaço deverá ser colocado dentro de saco plástico, sem nada dentro, devendo este saco ser colocado em um recipiente com gelo. Referências Bibliográficas NOVAES, J. S.; NOVAES, G. S. Manual de primeiros socorros para educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. PEREIRA, M. M.; MOULIN, A. F. V. Educação Física para o profissional provisionado. Brasília: CREF7, 2006.