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A Agressividade em Relação ao Desenvolvimento Emocional

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A Agressividade em Relação ao Desenvolvimento Emocional
Antes da integração da personalidade, já está a agressividade. Um bebê de poucas semanas agira os braços: não se pode dizer que ele esteja querendo golpear. O bebê mastiga os mamilos com suas gengivas: não se pode dizer que ele esteja pretendendo destruir ou machucar. Em suas origens, a agressividade é quase sinônimo de atividade: trata-se de uma função parcial.
São essas funções parciais que aos poucos organizam-se na criança à medida que essa se torna uma pessoa, transformando-se em agressividade. Na medida em que um comportamento é proposital, a agressividade é intencional. 
O erotismo oral atrai para si componentes agressivos, e na saúde é o amor oral que leva consigo a base para a parte maior da agressividade real – ou seja, a agressividade deliberada do indivíduo, sentida como tal pelos que estão à sua volta.
Agressividade em seus vários estágios
Inicial: Pré-integração e propósito sem piedade.
Intermediária: Integração, propósito com piedade e culpa.
Personalidade total: Relações interpessoais, situações triangulares e conflitos conscientes/inconscientes.
O pré concernimento
Necessário observar o estágio teórico da ausência do concernimento no qual se pode dizer que a criança existe como uma pessoa e tem propósitos, mas não tem ainda concernimento quanto aos resultados. 
Estágio do concernimento
Traz consigo a capacidade de sentir culpa. Isto leva à transformação de uma parte da agressividade em fenômenos clínicos, tais como o sofrimento ou sentimento de culpa, ou um equivalente físico como o vômito. A culpa refere-se ao dano que a criança imagina haver causado à pessoa amada nos momentos do relacionamento excitado. Na saúde é possível a criança dar conta da culpa, e com ajuda de uma mãe viva e atenta torna-se capaz de descobrir um anseio pessoal por dar e construir e reparar. Assim, uma boa parte da agressividade transforma-se em funções sociais, e é desta forma que ela se manifesta. Ao sentir-se abandonada, essa transformação quebra e a agressividade reaparece. A atividade social não pode ser satisfatória a não ser quando se baseia num sentimento de culpa pessoal a respeito da agressividade.
Raiva
A frustração, impossível de se evitar inteiramente em todas as experiências, favorecia uma dicotomia: 1. Impulsos agressivos inocentes contra objetos frustrantes. 2. Impulsos agressivos provocados de culpa contra objetos amados. Se a cisão dos objetos em bom e mau realmente ocorre, o sentimento de culpa é atenuado, mas em compensação o amor perde uma parte de seu valioso componente agressivo, e o ódio torna-se mais explosivo.
Crescimento do mundo interno
Na saúde, o indivíduo pode guardar a maldade dentro de si, para usá-la contra forças externas que ameaçam o que ele julga valioso. A agressividade tem, nesse caso, um valor social. Esse valor é dado pelo fato de aqui, em contraste com a agressividade maníaca ou delirante, ficar preservada a objetividade, e assim o inimigo que, para ser atacado, não precisa ser amado.
Isto, apenas descreve a relação entre a agressividade e o estágio intermediário do desenvolvimento emocional. Esse estágio precede a pessoa total, com seus relacionamentos interpessoais e suas situações triangulares do complexo de édipo, e segue-se ao estágio inicial da ausência de concernimento e à época anterior à existência de propósitos e à integração da personalidade.
A agressividade pertencente ao estágio da pessoa total já é conhecida da geração atual através dos trabalhos de Freud. Outras fontes importantes da agressividade datam dos estágios muito primitivas no desenvolvimento do ser humano.
Raízes primitivas da agressividade
É possível dizer que no impulso do amor primitivo encontramos sempre uma reação agressiva, pois na prática não existe a satisfação total do id. 
O ódio é um fenômeno relativamente sofisticado e não se pode afirmar que exista nesses estágios iniciais. Torna-se necessário examinar a agressividade para além da reação agressiva que inevitavelmente acompanha o impulso do id, devida ao fracasso da experiência do id decorrendo do funcionamento do princípio da realidade.
É preciso que cada bebê injete o máximo de motilidade primitiva nas experiências do id. Neste ponto mostra-se verdadeira a ideia de que o bebê precisa da frustração promovida pela realidade – pois se a experiência do id fosse completa e sem obstáculo algum, ocorreria a frustração dessa outra parte da raiz motora.
Num dos padrões o ambiente é constantemente descoberto e redescoberto a partir da motilidade. Num segundo padrão, o ambiente impõe-se ao feto (ou bebê), e em vez de uma série de experiências individuais, temos uma série de reações à intrusão. Aqui, portanto, desenvolve-se uma retirada em direção à quietude, única situação em que a existência individual é possível. A motilidade é parte da experiência da reação à intrusão.
Num terceiro padrão, extremo, este último fenômeno é exagerado a um tal grau que já não resta nem mesmo um lugar para a tranquilidade que permite a existência individual, e a consequência é a de uma falha na capacidade do estado do narcisismo primário de transformar-se num indivíduo. O ‘indivíduo’ desenvolve-se mais como uma extensão da casca que como uma extensão do núcleo, assim, existe por não ser encontrado. O verdadeiro eu está oculto, e aquilo com que temos de lidar é clinicamente é um complexo falso eu cuja função é manter o verdadeiro eu escondido.
O primeiro padrão configura o que chamamos saúde. No segundo e no terceiro padrões é apenas através da intrusão ambiental que o potencial de motilidade se torna matéria de experiência. Aqui, estamos diante da doença. 
Muita coisa acontece antes da primeira mamada, mesmo que a organização do ego seja imatura. O somatório das experiências motoras contribui para a capacidade do indivíduo de começar a existir e, através da identificação primária, rejeitar a casca e tornar-se o núcleo. O ambiente suficientemente bom torna possível esse desenvolvimento. Quando o ambiente inicial é suficientemente bom, e somente então, podemos passar a estudar a psicologia inicial do indivíduo humano, pois a não ser que o ambiente tenha sido suficientemente bom, o ser humano poderá diferenciar-se, e não poderá então ser estudado em termos de uma psicologia da normalidade. Quando o indivíduo existe, porém, torna-se possível dizer que um caminho central pelo qual o ego e o id, agora diferenciados, mantêm um relacionamento, e conservam esse relacionamento apesar das dificuldades devidas ao funcionamento do princípio da realidade, é o caminho da fusão de uma elevada proporção do potencial de motilidade primária com o potencial erótico.
A natureza externa dos objetos
Na prática psicanalítica, quando a análise já percorreu um longo caminho, o analista passa a ter um ponto de observação privilegiado sobre os fenômenos do desenvolvimento emocional. 
A personalidade compõe-se de três partes: um eu verdadeiro, com um Eu e um Não-eu claramente constituídos, e com uma certa fusão dos elementos agressivos e eróticos. 
Existe uma certa confusão quando empregamos o termo agressividade para designar a espontaneidade. O gesto impulsivo volta-se para fora e torna-se agressivo quando encontra oposição. Há realidade nessa experiência, e ela funde-se facilmente às experiências eróticas que aguardam o recém-nascido. Esta impulsividade e a agressividade que dela deriva que levam o bebê a necessitar de um objeto externo, e não apenas de um objeto que o satisfaça.

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