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TRABALHO_DE_FUNDAMENTOS_SOCIOLOGICOS_DA_EDUCACAO

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO DE PEDAGOGIA 
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 
 
 
BRUNA LUDMILA MAIA DE DEUS 2314345908 
 CIBELE CABRAL AQUINO 2335449740 
 KATIUSCIA ROCHA DE ARAÚJO 2353430192 
LUCIVANIA DA SILVA SAMPAIO 2314343534 
 
PORTFÓLIO VIRTUAL 
A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E SUA REPRESENTAÇÃO NA 
SOCIEDADE 
 
 
Atividade Prática 
Supervisionada (ATPS) 
entregue como requisito para 
conclusão da disciplina 
‘’Fundamentos Sociológicos da 
Educação’’, sob orientação do 
professor-tutor a distância 
Adalgisa Bergamin Diples. 
 
 
 
 
 
CIDADE 
2012 
 
 
A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E SUA REPRESENTAÇÃO NA 
SOCIEDADE 
A sociologia irá permitir que possamos entender melhor a função da educação e sua 
relação com a sociedade e a cultura. 
O que é sociedade? Uma pergunta muito fácil... Mas de resposta complexa. Não 
podemos nos permitir em acreditar que sociologia se resume em um aglomerado de 
pessoas que convivem num ambiente comum. Analisemos uma coisa: todas as pessoas 
têm um conceito de sociedade. Afinal, ela é bem conhecida, pois todos os seres 
humanos vivem em uma. Até os animais vivem em sociedade. 
Mas, o interesse aqui é tratar da sociedade de seres humanos. 
Toda sociedade possui seus mecanismos próprios, ou seja, possui um sistema familiar, 
um sistema cultural com suas normas (o que deve ser obedecido, quem deve ser 
respeitado), hábitos e costumes. 
Neste sentido, a sociologia preocupa-se com a dinâmica das sociedades. A primeira 
pessoa que usou esse termo foi um eminente pensador francês chamado Auguste Comte 
(1798-1857), o qual designou a sociologia como ciência da sociedade. Depois de 
Comte, há uma tríade clássica da sociologia: Émille Durkheim, Karl Marx e Max 
Weber. Pois bem, Durkheim conceituou a sociologia como sendo “a ciência das 
instituições, da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, toda crença, todo 
comportamento instituído pela coletividade”. Weber por sua vez, disse que a sociologia 
é “uma ciência que se propõe compreender por interpretação a atividade social e com 
isso explicar causalmente seu desenvolvimento e seus efeitos”. 
Assim, a sociologia é uma ciência que não reduz a estudar os fenômenos sociais, mas 
também procura entender os processos e estruturas que contribuem para o 
funcionamento ou não dos sistemas sociais. Há muitas definições de Sociologia. 
Selecionamos uma que achamos bastante completa e fácil de entender. “A Sociologia é 
uma das Ciências Sociais”. Seu objetivo mais amplo é descobrir a estrutura básica da 
sociedade humana, identificar as principais forças que mantêm os grupos unidos ou que 
os enfraquecem e verificar que condições. 
 A sociologia é um tipo de interpretação e de conhecimento de tudo o que se relaciona 
com o homem e com a vida humana, um método de investigação que busca identificar, 
 
descrever, interpretar, relacionar, e explicar regularidades da vida social. A educação 
não acontece só na escola. Talvez nem seja a educação escolar a que mais influencia 
exerce sobre o desenvolvimento dos indivíduos. A escola é, até certo ponto, reflexo das 
condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu sentido maquis amplo, 
e pela comunidade, no sentido mais restrito. Por outro lado, no interior mesmo da escola 
multiplicam-se os grupos sociais. Esses grupos de alunos, de professores, de 
administrador e, etc. tem enorme influencia sobre o comportamento dos alunos e sobre 
sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle que pode ser exercido 
pelo professor, a influencia das condições sociais do aluno e dos grupos sociais de que 
ela participa dentro e fora da sala não pode ser menosprezada. 
Através da Sociologia podemos aprender que o meio social em que nossos alunos vivem 
deve ser valorizado e levado a serio dentro ou fora de sala de aula, assim podemos 
entender melhor o desenvolvimento de cada um, e trazendo para dentro de sala 
experiências vividas em seu meio social. 
Enfim, a sociologia permite ao aluno uma visão mais aprofundada sobre os processos 
sociais, analisa a escola como um grupo socialmente estruturado, explica a influência da 
escola no comportamento e na personalidade dos alunos, e também estuda os padrões de 
interação entre a escola e os demais grupos sociais. 
A discussão sociológica colabora para a escola e o professor enfrentarem o desafio que 
lhes está colocado a partir da sua realidade social, garantindo ao aluno a possibilidade 
de despertar sua consciência e expandir seus conhecimentos, de forma que atue como 
sujeito sociocultural, voltado para a busca de caminhos de transformação social. 
Assim, a Sociologia está ligada com a educação em relação à sociedade em seu sentido 
mais amplo, a interação entre a escola e a comunidade em que está inserida e as 
condições sociais da sala de aula. 
 
DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE 
 O estudo da sociologia visa entender o porquê dos conflitos gerados dentro de uma 
sociedade pelo ser humano. A sociologia é o estudo do comportamento social das 
interações e organizações humanas, onde seu principal objetivo é facilitar as 
compreensões cotidianas da sociedade mais sistemáticas e precisas, ou seja, uma ciência 
 
que estuda as questões culturais criadas pelos sujeitos para interagir e organizar a 
sociedade. 
Somente no século XIX que a sociologia consolidou-se como ciência, mesmo diante das 
condições que mostraram seu desenvolvimento antes, através dos acontecimentos que 
atingiram a Europa desde o século XV, que foi as grandes navegações onde, foi 
descoberto o globo terrestre surgindo uma nova definição de território, definindo novos 
continentes como África, Ásia e América. 
O Renascimento foi outro fato ocorrido no século XV-XVI, e foi considerado um ponto 
de partida para o surgimento da sociologia, onde houve um período de valorização 
humana, ou seja, o homem se torna o personagem principal, fato que foi chamado de 
antropocentrismo, onde foram valorizadas as artes e dos conhecimentos humanos. 
A Reforma Protestante (século XVI) trouxe uma nova maneira de compreensão 
religiosa através de Martin Lutero, que criticou a religião católica que pregava que a 
salvação da humanidade ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. 
 O termo Sociologia foi criado por Auguste Comte em 1838 (séc. XVIII), que 
pretendia unificar todos os estudos relativos ao homem. Mas foi com Karl Marx, Émile 
Durkheim e Max Weber que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como 
ciência foram institucionalizados. 
 A Sociologia que estuda a realidade socioeducacional e os processos educacionais 
de socialização. Tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. 
Émille Durkheim foi o criador da Sociologia da Educação. Para o sociólogo francês a 
principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia 
social. 
 Weber receberia também forte influência do pensamento marxista, que a essa 
época já havia penetrado o mundo político e universitário. O contrário do positivismo, 
que dava maior ênfase aos fatos, à realidade empírica, transformando geralmente o 
pesquisador num mero registrador de informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe 
um papel ativo na elaboração do conhecimento. 
 
 A obra de Weber representou uma inegável contribuição à pesquisa sociológica, 
abrangendo os mais variados temas, como o direito, a economia, a história, a religião, a 
política, a arte, de modo destacado a música. 
 Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os futuros professores 
para uma nova moral laica e racionalista,sem influência religiosa. A sociologia da 
educação começou a se consolidar por Marx e Engels, como o pensamento sobre as 
sociedades de seu tempo, criando uma relação de educação e produção. As concepções 
deles têm como início a revolução industrial, criando a educação politécnica, que 
combina a instituição escolar com o trabalho produtivo, acreditando que dessa relação 
nasceria um dos mais poderosos meios de transformação social. 
 Karl Heinrich Marx foi um filósofo, cientista político, e socialista revolucionário 
muito influente em sua época, até os dias atuais. É muito conhecido por seus estudos 
sobre as causas sociais. Teve enorme importância para a política européia, ao escrever o 
Manifesto Comunista, juntamente com Friedrich Engels, que deu origem ao 
“Marxismo”. 
 A Realidade Social é una, não se encontrando compartimentada. Mas para que 
todas as suas vertentes 
 Possam ser estudadas e aprofundadas com uma fácil análise pelas diferentes 
ciências, está artificialmente compartimentada. Todas as ciências sociais se ocupam da 
mesma realidade social, mas são distintas entre si devido ao seu ponto de vista ou 
leitura própria, fornecendo uma visão parcelar da realidade. Se conhecermos todas essas 
visões parcelares, então obteremos uma compreensão mais correta e profunda do 
fenômeno social analisado, ou seja, a realidade social é tão complexa, tem uma tão 
grande diversidade de situações, de fenômenos, que é necessário recorrer a 
pluridisciplinar idade como atitude metodológica a tornar para a análise dos fatos e 
fenômenos sociais por forma a adquirir um conhecimento mais profundo e correto da 
realidade. A realidade é, portanto pluridimensional, pois é passível de várias 
abordagens. 
 A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos 
compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é 
também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-
relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas. 
 
 O sociólogo Pierre Bourdieu centralizou-se, ao longo de sua obra, na tarefa de 
desvendar os mecanismos da reprodução social que legitimam as diversas formas de 
dominação. Para empreender esta tarefa, Bourdieu desenvolve conceitos específicos, 
retirando os fatores econômicos do epicentro das análises da sociedade, a partir de um 
conceito concebido por ele como violência simbólica, no qual Bourdieu advoga acerca 
da não arbitrariedade da produção simbólica na vida social, advertindo para seu caráter 
efetivamente legitimador das forças dominantes, que expressam por meio delas seus 
gostos de classe e estilos de vida, gerando o que ele pretende ser uma distinção social. 
 Bourdieu, permitindo ter seu pensamento rotulado, adota como nomenclatura o 
construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista. 
 Esta postura consiste em admitir que existam no mundo social estruturas objetivas 
que podem dirigir, ou melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos, dos 
chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas socialmente assim como 
os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus. 
 Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/objetivismo dentro das ciências 
humanas. Rejeita tanto trabalhar no âmbito do fisicalismo, considerando o social 
enquanto fatos objetivos, como no do psicologismo, o que seria a "explicação das 
explicações". 
 O momento objetivo e subjetivo das relações sociais está numa relação dialética. 
Existem realmente as estruturas objetivas que coagem as representações e ações dos 
agentes, mas estes, por sua vez, na sua cotidianidade, podem transformar ou conservar 
tais estruturas, ou almejar a tanto. 
 A verdade da interação nunca está totalmente expressa na maneira como ela se nos 
apresenta imediatamente. Uma das mais importantes questões na obra de Bourdieu se 
centraliza na análise de como os agentes incorporam a estrutura social, ao mesmo tempo 
que a produzem, legitimam e reproduzem. Neste sentido se pode afirmar que ele dialoga 
com o Estruturalismo, ao mesmo tempo em que pensa em que espécie de autonomia os 
agentes detêm. É um grande desafio: cuidar do professor, arrumar uma pedagogia na 
qual ele nasça de uma maneira diferente, não seja só vinculado a dar aulas. A pedagogia 
precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar 
aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com as novas linguagens, que 
tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental. Depois, quando ele está na 
 
 
escola, ele precisa ter um reforço constante para aprender. É preciso um curso grande, 
intensivo, especialização, voltar para a universidade, de maneira que o professor se 
reconstrua. Um dos desejos que nós temos é de que o professor produza material 
didático próprio, que ainda é desconhecido no Brasil. Ele tem que ter o material dele, 
porque a gente só pode dar aula daquilo que produz - essa é a regra lá fora. Quem não 
produz não pode dar aula, porque vai contar lorota. Não adianta também só criticar o 
professor, ele é uma grande vítima de todos esses anos de descaso, pedagogias e 
licenciaturas horríveis, encurtadas cada vez mais, ambientes de trabalho muito ruins, 
salários horrorosos... Também nós temos que, mais que criticar cuidar do professor para 
que ele se coloque a altura da criança. A pedagogia precisa inventar um professor que 
já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente 
correto. Que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo 
– isso é fundamental. Depois, quando ele está na escola, ele precisa ter um reforço 
constante para aprender. É preciso um curso grande, intensivo, especialização, voltar 
para a universidade, de maneira que o professor se reconstrua. Um dos desejos que nós 
temos é de que o professor produza material didático próprio, que ainda é desconhecido 
no Brasil. Ele tem que ter o material dele, porque a gente só pode dar aula daquilo que 
produz - essa é a regra lá fora. Quem não produz não pode dar aula, porque vai contar 
lorota. Não adianta também só criticar o professor, ele é uma grande vítima de todos 
esses anos de descaso, pedagogias e licenciaturas horríveis, encurtadas cada vez mais, 
ambientes de trabalho muito ruins, salários horrorosos... Também nós temos que, mais 
que criticar cuidar do professor para que ele se coloque a altura da criança. E também, 
com isso, coloque à altura da criança a escola – sobretudo a escola pública, onde grande 
parte da população está. 
 Em grande medida, a função do sociólogo de nossos dias é liberar sua ciência do 
aprisionamento que o poder burguês lhe impôs e transformar a sociologia em um 
instrumento de transformação social. Para isso, deve colocá-la ao lado - sem 
paternalismo e vanguardismo - dos interesses daqueles que se encontram expropriados 
material e culturalmente, para junto deles construir uma sociedade mais justa e mais 
igualitária do que a presente. 
 
 
 
 
 
OS ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS, HISTÓRICOS E CULTURAIS DA 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
ENSINO, CULTURA E SOCIEDADE. 
 
O filme “Entre os muros da escola”, de Lautet Cantet, nos remete aos muitos aspectos 
conflitantes vividos em uma escola pública localizada no subúrbio de Paris. Grande 
parte da ficção se passa dentro de uma sala de aula composta por alunos de treze a 
quinze anos de idade com diversos problemas de ordem política e, principalmente, 
social. É possível, também, perceber as diversidades étnicas ali inseridas, cujas culturas 
e diferençasque cada aluno trás consigo acirra ainda mais o conflito entre eles no que 
diz respeito ao preconceito de raça, de classe social, etnias, dentre outros. 
Observando o filme, e analisando a prática pedagógica adotada pelo personagem 
François, pode se verificar que o professor Marin se mostra comprometido e disposto a 
enfrentar, através do diálogo, os muitos desafios que irão surgindo por parte daquela 
turma indisciplinada, no intuído de transformar os vários questionamentos dos discentes 
num aprendizado através da reflexão crítica. Ou seja, ser um educador naquilo que 
envolve uma preocupação com a transformação social que, segundo Cipriano Luckesi, 
possui grande importância por promover mudanças na história. Trabalhar nos alunos o 
conhecimento e o hábito de se fazer uma reflexão críticas dos fatos a fim de obter 
mudanças no modo de pensar e não simples reprodução do senso-comum. 
 
Os muitos conflitos sociais e questionamentos por parte dos alunos de diferentes 
realidades presentes naquela sala de aula, uma vez suscitadas, François utiliza cada 
momento para reflexão e esclarecimento. O professor passa a ser o mediador daquela 
realidade conflitante para poder extrair algum conteúdo a fim de que seus alunos 
adquiram uma conscientização moral, ética e política na intenção de promover uma 
transformação social através da reflexão e debate. 
A didática pela qual o professor apresenta os conteúdos referentes à língua francesa, 
logo no início do filme, é uma didática que podemos chamar de progressivista (centrada 
no aluno), estimulando a troca de conhecimentos e experiências por meio dos diálogos 
cujo antiautoritarismo e a valorização das experiências vividas pelos discentes se fazem 
 
presentes por parte do educador no intuito de fazê-los refletirem sobre a importância de 
se aprender a língua francesa, o respeito aos colegas de classe e suas etnias etc. Porém, 
diante da resistência dos alunos em não aceitar seus métodos pedagógicos, desprezarem 
a figura do professor e sua forma de trabalhar, a sua pedagogia de caráter progressivista 
parece se perder no decorrer do filme. 
 
Segundo Cipriano Luckesi em seu texto “O papel da didática na formação do 
educador”, o docente deve possuir um compromisso com o ensinar de forma a 
transformar as relações humanas através de um processo dialético transformador. 
Transformação essa que se baseia numa troca constante de saberes e experiências entre 
o professor e o aluno, pois “ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua em 
todos os instantes de nossas vidas.” Isso deve ser refletido também dentro de sala de 
aula. 
 
O educador deve ter consciência da importância de seu papel na sociedade, naquilo que 
envolve as suas práticas educacionais no sentido de ser sujeito da história que, através 
de seu caminhar, construirá o conhecimento, respeito aos outros conhecimentos, 
desenvolvimento do pensamento ético, moral, político e humano em seus alunos. 
 
Ainda que todo esse esforço seja aproveitado de forma mínima pelos discentes, tal 
empenho se refletirá, quem sabe, em uma sociedade mais justa. É ter consciência de seu 
papel, ainda que seja árdua a tarefa, hoje em dia, do educador. Este, por sua vez, deve 
estar compromissado com o “fazer” a história, contribuindo por uma sociedade e 
educação melhor. É um desafio constante. 
 
Nesse sentido, diante desses aspectos acima citado, observa-se que o professor François 
se distancia, no decorrer do filme, aos poucos dessa pedagogia progressivista, desse 
compromisso de fazer a história e provocar mudanças devido à grande resistência dos 
alunos. Isso fará com que ele passe a adotar algumas atitudes semelhantes à prática 
pedagógica conservadora na tentativa de passar o conteúdo da disciplina, ou seja, o 
estudo da língua francesa. 
 
Apesar dele se mostrar disposto a esclarecer para os alunos a importância das aulas de 
literatura e a aprendizagem da conjugação dos verbos no imperfeito do subjuntivo, por 
exemplo, ele esbarra em muitos questionamentos dos discentes ante aqueles ensinos, 
 
portanto tais resistências por parte dos alunos farão com que o professor mude a sua 
postura de ensinar. Os conteúdos passam a ser transmitidos pelo professor não de forma 
a proporcionar a compreensão do porque daqueles verbos e conjugação, mas se 
caracterizando como uma transferência de um saber através do seu autoritarismo. 
 
Não é visto, por parte dele, no decorrer do filme, uma construção baseada na troca de 
conhecimentos como demonstrava no início, na intenção de entender e fazer os alunos 
refletirem. A sua prática pedagógica passa a centrar na transmissão do conhecimento 
que, muitas das vezes, quando contrariado, o professor Marin costumava impor sua 
opinião ou suscitar uma discussão que não levava a lugar algum; pelo contrário, irritava 
mais ainda os alunos, agravando a desmotivação deles, levando- os a discutirem e até 
brigarem em sala de aula. 
 
Infelizmente, houve uma falha da parte do personagem, pois tal atitude tende a 
aumentar ainda mais o processo de exclusão do aluno do conhecimento devido à falta de 
compreensão daquilo que está sendo ensinado e sua aplicabilidade. 
 
O personagem François começa com uma pedagogia progressivista, porém esta, por sua 
vez, passa a dar lugar à pedagogia mais conservadora diante das grandes dificuldades 
que o professor encontra naquele hostil ambiente escolar. Ele não é o “herói” que 
“salva” toda uma turma como muito já vimos nos filmes voltados para a educação, mas, 
também, não é o vilão por tais atitudes. 
No que concerne ao aspecto afetivo, o professor até tenta estabelecer algo; por exemplo, 
na conversa que ele possui com o Souleymane na tarefa do autoretrato, porém o aluno 
não crê naquela conversa, na atenção dispensada, achando que tal valorização da parte 
do professor fazia parte de um plano para que ele e os outros alunos fizessem a lição 
proposta. Teria esse questionamento por parte de Souleymane um fundo de verdade, ou 
não? 
 
Se ainda existia um fio mínimo de afeto por parte do professor, parece que tudo fora 
posto por terra, haja vista as muitas discussões em sala de aula e, mais tarde, com as 
duas alunas representantes de classe que, após terem mentindo sobre a conversa dos 
docentes no conselho de classe, provocou a ira do professor chamando-as de 
vagabundas. Ou seja, o que se pode tirar disso, dessa lição, é que o clima afetivo entre 
professor e aluno é muito importante para a construção da autoestima e o 
 
desenvolvimento cognitivo, pois o processo de aprendizagem se dá através do 
relacionamento interpessoal forte entre ambos. Dependendo de como se dá essa relação 
afetiva, ela pode ser responsável pelo sucesso ou fracasso na aprendizagem. 
Referente ao campo da cognição, à relação entre professor e aluno, no filme, 
envolvendo aspectos em sua dimensão humana, político e social, verifica-se que foi 
bastante prejudicada devido à resistência dos alunos em não aceitarem o ensino da 
língua francesa e as orientações e práticas pedagógicas do professor François. O 
professor até se esforça em fazer com que a turma aprenda a língua local e sua 
importância, porém é possível perceber que poucos foram os que aprenderam, e outros 
não aprenderam nada. Nesse sentido, entendo que a falta de afeto e a grande dificuldade 
de aceitação do professor François Marin, por parte do aluno, fizeram com que este 
profissional falhasse em seu papel de educador, e a sua autoridade como mestre vai aos 
poucos sendo abafada, dando lugar ao autoritarismo que passa a ser evidenciado em 
alguns de seus confrontos com os discentes diante da postura agressiva deles, como, por 
exemplo, o personagem problemático Souleymanee a aluna Khoumba, principais 
questionadores e rebeldes que desprezavam a autoridade do professor como um 
profissional da educação. 
 
Observa-se, portanto, o quão importante é o desenvolvimento afetivo-emocional 
professor /aluno para o desenvolvimento do cognitivo, pois o estímulo afetivo 
capacitará o aluno (se ele de fato quiser) a conhecer a si mesmo, promovendo a 
autoestima e, como resultado, o aluno passará a se conhecer e situar-se melhor no 
mundo. 
 
Concernente à globalização e seus efeitos no campo da educação pública, de acordo 
com o filme, “Entre os muros da escola”, tende a aproximar vários países, idéias e 
culturas. Ou seja, a globalização cria paradigmas e seus efeitos passam a ditar isso ou 
aquilo que devemos fazer, pensar e perceber as coisas no mundo. 
 
Segundo Minayo (ET all, 2001), tudo se torna efêmero, descartável diante da agressiva 
conquista de mercado por meio do poder que possui e exerce a globalização, refletindo-
se também no modo como as pessoas devem “perceber” e aceitar as coisas. Esse efeito é 
algo amplo e dinâmico no mundo atual, portanto o individualismo e tudo que se mostra 
diferente tende a ser amenizado para sobressair aspectos que devem ser comuns a todos: 
 
mesmo gosto, estilo, não importando qual lugar, país ou cultura. A homogeneização é o 
seu grande alvo. Dessa forma, o controle é mais fácil. 
A educação, por sua vez, tende também a sofrer tais efeitos uma vez que ela não é 
neutra, mas, nem por isso, alienada. 
 
Se compararmos, é possível perceber no filme de Laurent Cantet uma aproximação com 
a Europa e a América Latina, com a sala de aula francesa e a brasileira, nas atitudes, 
gostos, música, indisciplina, falta de respeito ante ao professor e, até mesmo, nos 
problemas dentro da classe como os muitos celulares ligados e tocando em plena aula. 
Tudo isso pode ser visto aqui no Brasil, por exemplo. 
 
Outro aspecto comum aos dois países ante a nossa realidade, hoje em dia, se encontra na 
dificuldade que os professores possuem em fazer o aluno perceber e entender o quão 
importante é a análise crítica daquilo que se mostra como “verdade”, ou seja, a realidade 
alienada e alienante na qual vivemos. Infelizmente, a falta de hábito de uma análise 
crítica das coisas encontra apoio na grande resistência por parte dos discentes; não só 
dos discentes, mas da população em sua grande maioria. A falta de leitura é uma das 
maiores contribuidoras para tal desinteresse. 
Portanto, eis um filme envolvente através de uma realidade tão próxima ao que se vive 
nas muitas escolas públicas hoje em dia. Filme para muitos debates sobre práticas 
pedagógicas, relacionamentos professor /aluno conturbados, ou não, vividos dentro de 
uma sala de aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO NO COTIDIANO DA SOCIEDADE ATUAL?”. 
 
a) A sociologia nos permite ver o mundo social a partir de outros pontos de vista que 
não o nosso. Com frequência, se compreendemos propriamente como os outros vivem, 
também adquirimos melhor entendimento de quais são seus problemas. Políticas 
práticas qual não são baseadas numa consciência bem informadas dos modos de vida 
das pessoas afetadas por elas têm poucas chances de sucesso. Assim, um assistente 
social branco, operando em uma comunidade predominante negra, não ganhará a 
confiança de seus membros sem desenvolver uma sensibilidade às diferenças na 
experiência, social, que, amiúde, separam brancos e negros. 
b) A pesquisa sociológica fornece ajuda prática na avaliação dos resultados de 
iniciativas políticas. Um programa de reformas prática pode simplesmente fracassar em 
realizar o que seus planejadores buscavam ou pode trazer consequências involuntárias e 
desastrosas. Por exemplo: Após a Segunda Guerra Mundial o governo inglês criou 
grandes blocos residências destinado a famílias de baixa renda que não estavam 
acostumas a este tipo de edificação, teve como resultado um sentimento de isolamento 
para estas pessoas que lá foram colocadas. Não era isto que elas queriam. Aqui no 
Brasil também aconteceu com as Cooperativas Habitacionais - mais populares. Eram 
indivíduos que não estavam acostumados a viverem em uma comunidade mais 
organizada e teve como resultado o total abandono de conservação dos imóveis. 
c) A Sociologia pode nos fornecer auto-esclarecimento. Quanto mais sabermos por que 
agimos como agimos e como se d´o completo funcionamento de nossa sociedade, 
provavelmente seremos mais capazes de influenciar nossos próprios futuros Podemos 
considerar a Sociologia como uma fonte inspiradora da contestação, isto é, não aceitar o 
que um grupo orienta a fazer e não fazer, mas despertar no cidadão o espírito da 
verdadeira cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
Observar, refletir e interpretar os quadrinhos abaixo: 
 
 
Fatos sociais são maneiras de agir, pensar, sentir. Existem regras na sociedade que 
devemos obedecer, como quando aprendemos de nossos pais a não roubar, não fazer 
barulho em determinados locais e etc. 
E as pessoas que não se adaptam a esse tipo de regras, são excluídas da sociedade. Por 
isso a escola é muito importante porque desde pequenas as crianças aprendem a ter 
disciplina para não serem excluídas futuramente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SITUAÇÕES COTIDIANAS ESCOLARES EM QUE A SOCIOLOGIA É 
EMPREGADA 
 
"Se agimos, somos responsáveis pelo que se realiza através de nossa ação; se nos 
afastamos da ação, somos responsáveis pelo que não fizemos." 
 
 
Somos milhões de pessoas diferentes entre si, na cor da pele e dos cabelos, no formato 
dos olhos, da boca e do nariz. Diferentes quanto à cultura de origem, a classe social, 
profissão, religião, opinião política e ideológica, e na forma de falar. Somos cariocas, 
paulistas, baianos, árabes, judeus, africanos, portugueses, espanhóis, japoneses, índios, 
brancos, mulatos ou negros… Essa diversidade, frequentemente, provoca discriminação. 
Aquelas que fogem ao padrão ideologicamente dominante são consideradas inferiores. 
Por exemplo, uma forma comum de discriminar está na classificação de traços: ouve-se 
muitas vezes que existe o “cabelo bom” que é o liso e o “cabelo ruim”, o cabelo crespo. 
 
É possível considerar a diversidade cultural, étnica, econômica e social, sem anular a 
possibilidade de formarmos uma nação, firmando nossa diversidade cultural como traço 
fundamental de nossa identidade nacional e, ao mesmo tempo, procurando 
compreender. 
 
 
 
 
Somos milhões de pessoas diferentes entre si, na cor da pele e dos cabelos, no formato 
dos olhos, da boca e do nariz. Diferentes quanto à cultura de origem, a classe social, 
profissão, religião, opinião política e ideológica, e na forma de falar. Somos cariocas, 
paulistas, baianos, árabes, judeus, africanos, portugueses, espanhóis, japoneses, índios, 
brancos, mulatos ou negros… Essa diversidade, frequentemente, provoca discriminação. 
Aquelas que fogem ao padrão ideologicamente dominante são consideradas inferiores. 
Por exemplo, uma forma comum de discriminar está na classificação de traços: ouve-se 
muitas vezes que existe o “cabelo bom” que é o liso e o “cabelo ruim”, o cabelo crespo. 
 
É possível considerar a diversidade cultural, étnica, econômica e social, sem anular a 
possibilidade de formarmos uma nação, firmando nossa diversidade cultural como traço 
fundamental de nossa identidade nacional e, ao mesmo tempo, procurando 
compreender. 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
as causas da desigualdade social existente no Brasil: desigualdade de acesso à 
alimentação, à saúde, à habitação,ao trabalho, ao lazer e à educação. 
 
Os sistemas educacionais muitas vezes favorecem e estimulam a discriminação e a 
exclusão social. Quando o Estado, em nome da autonomia e da diversidade, oferece um 
ensino cada vez mais pobre, com um currículo mínimo “contextualizado” à ausência de 
informações, à carência de recursos econômicos e financeiros e também de recursos 
culturais, os setores dirigentes, estão na verdade, reforçando as desigualdades sociais. 
Tais políticas contribuem para que a exclusão social e econômica se mantenha e se 
aprofunde porque aos alunos não é oferecida outra expectativa de futuro que não seja 
aquela que ele já conhece.··. 
 aos bens culturais produzidos pela sociedade, e que, induzidos pelo discurso 
dominante, discriminatório e excludente consideram a criança pobre como uma 
criança portadora de uma deficiência congênita; 
 Escolas onde a evasão escolar é entendida como uma resposta à necessidade de 
trabalho das crianças e dos jovens, reforçando a iniquidade do uso de crianças e 
de jovens em tarefas muitas vezes degradantes, ou como uma consequência da 
pobreza, do descaso, da cor da pele, da ignorância dos pais ou da 
“desestruturação familiar”; 
 Escolas onde a avaliação do desempenho das/as alunos/as é feita a partir de um 
julgamento prévio, que exclui, com uma aferição do que eles não sabem, numa 
sequencia de procedimentos estanques e desarticulados, que não facultam 
agregar ao fazer docente nova reflexão e ações e não considera o processo em 
que o conhecimento se constrói; 
 Escolas que não proporcionam uma formação profissional competente ao/a 
professor/a, onde o poder público compromete o papel que a escola e a educação 
devem desempenhar na construção de uma nação digna, formada por cidadãos 
capazes de se organizarem na luta por uma escola verdadeiramente democrática. 
 
 
E a escola tem papel importantíssimo para a afirmação do Brasil como uma nação. Para 
isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Darcy Ribeiro, estabelece 
que em seu artigo 26 a existência de um currículo nacional comum. 
 
O fato de existir um currículo nacional comum, com referências claras sobre o que é 
fundamental ensinar e aprender nas diversas áreas do conhecimento significa que deve 
haver parâmetros para o que é oferecido em todas as escolas, estejam no campo ou nas 
cidades, no litoral ou no interior, de norte a sul do país. Não significa que todos os 
professores devam ensinar da mesma forma em todos os cantos do país, em todas as 
escolas, em todas as turmas, a todos os alunos. Significa que os professores detêm um 
eixo para gerenciar seu trabalho de ensino-aprendizagem, introduzindo e ajustando 
procedimentos, buscando metodologias que respondam às demandas culturais 
diferenciadas e aos conhecimentos prévios de cada grupo de alunos. 
A escola precisa oferecer condições para que meninos e meninas possam frequentar o 
ensino fundamental e médio, de tal maneira que queiram continuar aprendendo mesmo 
depois que saem da escola. 
 
 
 
A exclusão social das novas gerações se reproduz quando o sistema educacional 
oferece: 
 Tempos reduzidos de educação escolar para os alunos, principalmente para 
aqueles que se encontram em situações sociais precárias e que só dependem da 
escola para aprender o que a sociedade está cada vez mais a exigir, para que 
possam vir a ser, participar e intervir; 
 Escolas em condições materiais inadequadas, sujas, sem ventilação, mal 
conservadas, com carteiras estragadas ou desajustadas aos alunos que as 
utilizam; 
Escolas mal organizadas, muitas vezes, atendendo a alunos da educação infantil 
ao ensino médio, com uma estrutura organizacional vertical e autoritária e com 
professores de diferentes regimes de trabalho, sem possibilidade de se reunir, 
situações que inviabilizam a construção de uma equipe docente atuante e 
responsável; 
Escolas onde atuam professores sem oportunidades de uma formação profissional 
contínua em serviço ou oferecida por instituições de caráter educacional e/ou cultural, 
profissionais mal pagos, sem possibilidade de acesso aos bens culturais produzidos pela 
sociedade, e que, induzidos pelo discurso dominante, discriminatório e excludente 
consideram a criança pobre como uma criança portadora de uma deficiência congênita; 
 
 
 
A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos 
países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a 
desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não 
desenvolvidos. 
 
 
 
O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de 
desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de 
escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica – a 
mais conhecida – é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela 
distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de 
visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 
2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a 
desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto 
mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante. 
Alguns dos pesquisadores que estudam a desigualdade social brasileira atribuem, em 
parte, a persistente desigualdade brasileira a fatores que remontam ao Brasil colônia, 
pré-1930 – a máquina midiática, em especial a televisiva, produz e reproduz a ideia da 
desigualdade, creditando o “pecado original” como fator primordial desse flagelo social 
e, assim, por extensão, o senso comum “compra” essa ideia já formatada –, ao afirmar 
que são três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade: a influência ibérica, os 
padrões de títulos de posse de latifúndios e a escravidão. 
 
 
 
. É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente para que a desigualdade 
brasileira permanecesse por séculos em patamares inaceitáveis. Todavia, a desigualdade 
social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré-
moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o 
 
país a partir do início do século XIX. 
Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as 
disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, 
o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade 
infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram 
as desigualdades sociais no Brasil. 
 
 
 
 
Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta 
têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que 
possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status 
social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que 
as desigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, 
assim como é também verdade que o sistema político intervém de diversas maneiras, às 
vezes mais, às vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento dos 
mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas. 
Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade nacional e 
sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial. Conforme 
argumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir dessa ideia “se inventou a teoria do capital 
 
humano, pela qual se investe nas pessoas para que elas possam competirno mercado”. 
De acordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status de direito, tornando-se um 
investimento na qualificação do indivíduo. 
Ou, como afirma Hélio Jaguaribe em seu artigo No limiar do século 21: “Num país com 
190 milhões de habitantes, um terço da população dispõe de condições de educação e 
vida comparáveis às de um país europeu. Outro terço, entretanto, se situa num nível 
extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. O terço 
intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”. 
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, não há 
como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
CARVALHO, Alonso B.; SILVA, Calis S. Sociedade e Educação: leituras e 
Interpretações: Leituras e Interpretações. São Paulo: Avercamp, 2006. 
 
DURKHEIM, Émile. Introdução à Sociologia de Durkheim. Disponível em: 
<http://www4.fct.unesp.br/docentes/educ/alberto/page_download/SOCIOLOGIA%20I_
2010/Introdu%E7%E3o%20%E0%20Sociologia%20de%20Durkheim. pdf>. Acesso 
em: 9 out. 2012. 
FERREIRA, Rosilda Arruda. Sociologia da Educação: Uma análise de suas origens e 
desenvolvimento a partir de um enfoque da sociologia do conhecimento. Disponível 
em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n7/n7a07.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. 
 NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins; NOGUEIRA, Maria Alice. A sociologia da 
educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a03v2378.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012.

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