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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO BRUNA LUDMILA MAIA DE DEUS 2314345908 CIBELE CABRAL AQUINO 2335449740 KATIUSCIA ROCHA DE ARAÚJO 2353430192 LUCIVANIA DA SILVA SAMPAIO 2314343534 PORTFÓLIO VIRTUAL A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina ‘’Fundamentos Sociológicos da Educação’’, sob orientação do professor-tutor a distância Adalgisa Bergamin Diples. CIDADE 2012 A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE A sociologia irá permitir que possamos entender melhor a função da educação e sua relação com a sociedade e a cultura. O que é sociedade? Uma pergunta muito fácil... Mas de resposta complexa. Não podemos nos permitir em acreditar que sociologia se resume em um aglomerado de pessoas que convivem num ambiente comum. Analisemos uma coisa: todas as pessoas têm um conceito de sociedade. Afinal, ela é bem conhecida, pois todos os seres humanos vivem em uma. Até os animais vivem em sociedade. Mas, o interesse aqui é tratar da sociedade de seres humanos. Toda sociedade possui seus mecanismos próprios, ou seja, possui um sistema familiar, um sistema cultural com suas normas (o que deve ser obedecido, quem deve ser respeitado), hábitos e costumes. Neste sentido, a sociologia preocupa-se com a dinâmica das sociedades. A primeira pessoa que usou esse termo foi um eminente pensador francês chamado Auguste Comte (1798-1857), o qual designou a sociologia como ciência da sociedade. Depois de Comte, há uma tríade clássica da sociologia: Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Pois bem, Durkheim conceituou a sociologia como sendo “a ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, toda crença, todo comportamento instituído pela coletividade”. Weber por sua vez, disse que a sociologia é “uma ciência que se propõe compreender por interpretação a atividade social e com isso explicar causalmente seu desenvolvimento e seus efeitos”. Assim, a sociologia é uma ciência que não reduz a estudar os fenômenos sociais, mas também procura entender os processos e estruturas que contribuem para o funcionamento ou não dos sistemas sociais. Há muitas definições de Sociologia. Selecionamos uma que achamos bastante completa e fácil de entender. “A Sociologia é uma das Ciências Sociais”. Seu objetivo mais amplo é descobrir a estrutura básica da sociedade humana, identificar as principais forças que mantêm os grupos unidos ou que os enfraquecem e verificar que condições. A sociologia é um tipo de interpretação e de conhecimento de tudo o que se relaciona com o homem e com a vida humana, um método de investigação que busca identificar, descrever, interpretar, relacionar, e explicar regularidades da vida social. A educação não acontece só na escola. Talvez nem seja a educação escolar a que mais influencia exerce sobre o desenvolvimento dos indivíduos. A escola é, até certo ponto, reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu sentido maquis amplo, e pela comunidade, no sentido mais restrito. Por outro lado, no interior mesmo da escola multiplicam-se os grupos sociais. Esses grupos de alunos, de professores, de administrador e, etc. tem enorme influencia sobre o comportamento dos alunos e sobre sua educação. Mesmo dentro da sala de aula, apesar do controle que pode ser exercido pelo professor, a influencia das condições sociais do aluno e dos grupos sociais de que ela participa dentro e fora da sala não pode ser menosprezada. Através da Sociologia podemos aprender que o meio social em que nossos alunos vivem deve ser valorizado e levado a serio dentro ou fora de sala de aula, assim podemos entender melhor o desenvolvimento de cada um, e trazendo para dentro de sala experiências vividas em seu meio social. Enfim, a sociologia permite ao aluno uma visão mais aprofundada sobre os processos sociais, analisa a escola como um grupo socialmente estruturado, explica a influência da escola no comportamento e na personalidade dos alunos, e também estuda os padrões de interação entre a escola e os demais grupos sociais. A discussão sociológica colabora para a escola e o professor enfrentarem o desafio que lhes está colocado a partir da sua realidade social, garantindo ao aluno a possibilidade de despertar sua consciência e expandir seus conhecimentos, de forma que atue como sujeito sociocultural, voltado para a busca de caminhos de transformação social. Assim, a Sociologia está ligada com a educação em relação à sociedade em seu sentido mais amplo, a interação entre a escola e a comunidade em que está inserida e as condições sociais da sala de aula. DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE O estudo da sociologia visa entender o porquê dos conflitos gerados dentro de uma sociedade pelo ser humano. A sociologia é o estudo do comportamento social das interações e organizações humanas, onde seu principal objetivo é facilitar as compreensões cotidianas da sociedade mais sistemáticas e precisas, ou seja, uma ciência que estuda as questões culturais criadas pelos sujeitos para interagir e organizar a sociedade. Somente no século XIX que a sociologia consolidou-se como ciência, mesmo diante das condições que mostraram seu desenvolvimento antes, através dos acontecimentos que atingiram a Europa desde o século XV, que foi as grandes navegações onde, foi descoberto o globo terrestre surgindo uma nova definição de território, definindo novos continentes como África, Ásia e América. O Renascimento foi outro fato ocorrido no século XV-XVI, e foi considerado um ponto de partida para o surgimento da sociologia, onde houve um período de valorização humana, ou seja, o homem se torna o personagem principal, fato que foi chamado de antropocentrismo, onde foram valorizadas as artes e dos conhecimentos humanos. A Reforma Protestante (século XVI) trouxe uma nova maneira de compreensão religiosa através de Martin Lutero, que criticou a religião católica que pregava que a salvação da humanidade ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. O termo Sociologia foi criado por Auguste Comte em 1838 (séc. XVIII), que pretendia unificar todos os estudos relativos ao homem. Mas foi com Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram institucionalizados. A Sociologia que estuda a realidade socioeducacional e os processos educacionais de socialização. Tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Émille Durkheim foi o criador da Sociologia da Educação. Para o sociólogo francês a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social. Weber receberia também forte influência do pensamento marxista, que a essa época já havia penetrado o mundo político e universitário. O contrário do positivismo, que dava maior ênfase aos fatos, à realidade empírica, transformando geralmente o pesquisador num mero registrador de informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe um papel ativo na elaboração do conhecimento. A obra de Weber representou uma inegável contribuição à pesquisa sociológica, abrangendo os mais variados temas, como o direito, a economia, a história, a religião, a política, a arte, de modo destacado a música. Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os futuros professores para uma nova moral laica e racionalista,sem influência religiosa. A sociologia da educação começou a se consolidar por Marx e Engels, como o pensamento sobre as sociedades de seu tempo, criando uma relação de educação e produção. As concepções deles têm como início a revolução industrial, criando a educação politécnica, que combina a instituição escolar com o trabalho produtivo, acreditando que dessa relação nasceria um dos mais poderosos meios de transformação social. Karl Heinrich Marx foi um filósofo, cientista político, e socialista revolucionário muito influente em sua época, até os dias atuais. É muito conhecido por seus estudos sobre as causas sociais. Teve enorme importância para a política européia, ao escrever o Manifesto Comunista, juntamente com Friedrich Engels, que deu origem ao “Marxismo”. A Realidade Social é una, não se encontrando compartimentada. Mas para que todas as suas vertentes Possam ser estudadas e aprofundadas com uma fácil análise pelas diferentes ciências, está artificialmente compartimentada. Todas as ciências sociais se ocupam da mesma realidade social, mas são distintas entre si devido ao seu ponto de vista ou leitura própria, fornecendo uma visão parcelar da realidade. Se conhecermos todas essas visões parcelares, então obteremos uma compreensão mais correta e profunda do fenômeno social analisado, ou seja, a realidade social é tão complexa, tem uma tão grande diversidade de situações, de fenômenos, que é necessário recorrer a pluridisciplinar idade como atitude metodológica a tornar para a análise dos fatos e fenômenos sociais por forma a adquirir um conhecimento mais profundo e correto da realidade. A realidade é, portanto pluridimensional, pois é passível de várias abordagens. A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter- relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas. O sociólogo Pierre Bourdieu centralizou-se, ao longo de sua obra, na tarefa de desvendar os mecanismos da reprodução social que legitimam as diversas formas de dominação. Para empreender esta tarefa, Bourdieu desenvolve conceitos específicos, retirando os fatores econômicos do epicentro das análises da sociedade, a partir de um conceito concebido por ele como violência simbólica, no qual Bourdieu advoga acerca da não arbitrariedade da produção simbólica na vida social, advertindo para seu caráter efetivamente legitimador das forças dominantes, que expressam por meio delas seus gostos de classe e estilos de vida, gerando o que ele pretende ser uma distinção social. Bourdieu, permitindo ter seu pensamento rotulado, adota como nomenclatura o construtivismo estruturalista ou estruturalismo construtivista. Esta postura consiste em admitir que existam no mundo social estruturas objetivas que podem dirigir, ou melhor, coagir a ação e a representação dos indivíduos, dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas socialmente assim como os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus. Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/objetivismo dentro das ciências humanas. Rejeita tanto trabalhar no âmbito do fisicalismo, considerando o social enquanto fatos objetivos, como no do psicologismo, o que seria a "explicação das explicações". O momento objetivo e subjetivo das relações sociais está numa relação dialética. Existem realmente as estruturas objetivas que coagem as representações e ações dos agentes, mas estes, por sua vez, na sua cotidianidade, podem transformar ou conservar tais estruturas, ou almejar a tanto. A verdade da interação nunca está totalmente expressa na maneira como ela se nos apresenta imediatamente. Uma das mais importantes questões na obra de Bourdieu se centraliza na análise de como os agentes incorporam a estrutura social, ao mesmo tempo que a produzem, legitimam e reproduzem. Neste sentido se pode afirmar que ele dialoga com o Estruturalismo, ao mesmo tempo em que pensa em que espécie de autonomia os agentes detêm. É um grande desafio: cuidar do professor, arrumar uma pedagogia na qual ele nasça de uma maneira diferente, não seja só vinculado a dar aulas. A pedagogia precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental. Depois, quando ele está na escola, ele precisa ter um reforço constante para aprender. É preciso um curso grande, intensivo, especialização, voltar para a universidade, de maneira que o professor se reconstrua. Um dos desejos que nós temos é de que o professor produza material didático próprio, que ainda é desconhecido no Brasil. Ele tem que ter o material dele, porque a gente só pode dar aula daquilo que produz - essa é a regra lá fora. Quem não produz não pode dar aula, porque vai contar lorota. Não adianta também só criticar o professor, ele é uma grande vítima de todos esses anos de descaso, pedagogias e licenciaturas horríveis, encurtadas cada vez mais, ambientes de trabalho muito ruins, salários horrorosos... Também nós temos que, mais que criticar cuidar do professor para que ele se coloque a altura da criança. A pedagogia precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental. Depois, quando ele está na escola, ele precisa ter um reforço constante para aprender. É preciso um curso grande, intensivo, especialização, voltar para a universidade, de maneira que o professor se reconstrua. Um dos desejos que nós temos é de que o professor produza material didático próprio, que ainda é desconhecido no Brasil. Ele tem que ter o material dele, porque a gente só pode dar aula daquilo que produz - essa é a regra lá fora. Quem não produz não pode dar aula, porque vai contar lorota. Não adianta também só criticar o professor, ele é uma grande vítima de todos esses anos de descaso, pedagogias e licenciaturas horríveis, encurtadas cada vez mais, ambientes de trabalho muito ruins, salários horrorosos... Também nós temos que, mais que criticar cuidar do professor para que ele se coloque a altura da criança. E também, com isso, coloque à altura da criança a escola – sobretudo a escola pública, onde grande parte da população está. Em grande medida, a função do sociólogo de nossos dias é liberar sua ciência do aprisionamento que o poder burguês lhe impôs e transformar a sociologia em um instrumento de transformação social. Para isso, deve colocá-la ao lado - sem paternalismo e vanguardismo - dos interesses daqueles que se encontram expropriados material e culturalmente, para junto deles construir uma sociedade mais justa e mais igualitária do que a presente. OS ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS, HISTÓRICOS E CULTURAIS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO ENSINO, CULTURA E SOCIEDADE. O filme “Entre os muros da escola”, de Lautet Cantet, nos remete aos muitos aspectos conflitantes vividos em uma escola pública localizada no subúrbio de Paris. Grande parte da ficção se passa dentro de uma sala de aula composta por alunos de treze a quinze anos de idade com diversos problemas de ordem política e, principalmente, social. É possível, também, perceber as diversidades étnicas ali inseridas, cujas culturas e diferençasque cada aluno trás consigo acirra ainda mais o conflito entre eles no que diz respeito ao preconceito de raça, de classe social, etnias, dentre outros. Observando o filme, e analisando a prática pedagógica adotada pelo personagem François, pode se verificar que o professor Marin se mostra comprometido e disposto a enfrentar, através do diálogo, os muitos desafios que irão surgindo por parte daquela turma indisciplinada, no intuído de transformar os vários questionamentos dos discentes num aprendizado através da reflexão crítica. Ou seja, ser um educador naquilo que envolve uma preocupação com a transformação social que, segundo Cipriano Luckesi, possui grande importância por promover mudanças na história. Trabalhar nos alunos o conhecimento e o hábito de se fazer uma reflexão críticas dos fatos a fim de obter mudanças no modo de pensar e não simples reprodução do senso-comum. Os muitos conflitos sociais e questionamentos por parte dos alunos de diferentes realidades presentes naquela sala de aula, uma vez suscitadas, François utiliza cada momento para reflexão e esclarecimento. O professor passa a ser o mediador daquela realidade conflitante para poder extrair algum conteúdo a fim de que seus alunos adquiram uma conscientização moral, ética e política na intenção de promover uma transformação social através da reflexão e debate. A didática pela qual o professor apresenta os conteúdos referentes à língua francesa, logo no início do filme, é uma didática que podemos chamar de progressivista (centrada no aluno), estimulando a troca de conhecimentos e experiências por meio dos diálogos cujo antiautoritarismo e a valorização das experiências vividas pelos discentes se fazem presentes por parte do educador no intuito de fazê-los refletirem sobre a importância de se aprender a língua francesa, o respeito aos colegas de classe e suas etnias etc. Porém, diante da resistência dos alunos em não aceitar seus métodos pedagógicos, desprezarem a figura do professor e sua forma de trabalhar, a sua pedagogia de caráter progressivista parece se perder no decorrer do filme. Segundo Cipriano Luckesi em seu texto “O papel da didática na formação do educador”, o docente deve possuir um compromisso com o ensinar de forma a transformar as relações humanas através de um processo dialético transformador. Transformação essa que se baseia numa troca constante de saberes e experiências entre o professor e o aluno, pois “ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua em todos os instantes de nossas vidas.” Isso deve ser refletido também dentro de sala de aula. O educador deve ter consciência da importância de seu papel na sociedade, naquilo que envolve as suas práticas educacionais no sentido de ser sujeito da história que, através de seu caminhar, construirá o conhecimento, respeito aos outros conhecimentos, desenvolvimento do pensamento ético, moral, político e humano em seus alunos. Ainda que todo esse esforço seja aproveitado de forma mínima pelos discentes, tal empenho se refletirá, quem sabe, em uma sociedade mais justa. É ter consciência de seu papel, ainda que seja árdua a tarefa, hoje em dia, do educador. Este, por sua vez, deve estar compromissado com o “fazer” a história, contribuindo por uma sociedade e educação melhor. É um desafio constante. Nesse sentido, diante desses aspectos acima citado, observa-se que o professor François se distancia, no decorrer do filme, aos poucos dessa pedagogia progressivista, desse compromisso de fazer a história e provocar mudanças devido à grande resistência dos alunos. Isso fará com que ele passe a adotar algumas atitudes semelhantes à prática pedagógica conservadora na tentativa de passar o conteúdo da disciplina, ou seja, o estudo da língua francesa. Apesar dele se mostrar disposto a esclarecer para os alunos a importância das aulas de literatura e a aprendizagem da conjugação dos verbos no imperfeito do subjuntivo, por exemplo, ele esbarra em muitos questionamentos dos discentes ante aqueles ensinos, portanto tais resistências por parte dos alunos farão com que o professor mude a sua postura de ensinar. Os conteúdos passam a ser transmitidos pelo professor não de forma a proporcionar a compreensão do porque daqueles verbos e conjugação, mas se caracterizando como uma transferência de um saber através do seu autoritarismo. Não é visto, por parte dele, no decorrer do filme, uma construção baseada na troca de conhecimentos como demonstrava no início, na intenção de entender e fazer os alunos refletirem. A sua prática pedagógica passa a centrar na transmissão do conhecimento que, muitas das vezes, quando contrariado, o professor Marin costumava impor sua opinião ou suscitar uma discussão que não levava a lugar algum; pelo contrário, irritava mais ainda os alunos, agravando a desmotivação deles, levando- os a discutirem e até brigarem em sala de aula. Infelizmente, houve uma falha da parte do personagem, pois tal atitude tende a aumentar ainda mais o processo de exclusão do aluno do conhecimento devido à falta de compreensão daquilo que está sendo ensinado e sua aplicabilidade. O personagem François começa com uma pedagogia progressivista, porém esta, por sua vez, passa a dar lugar à pedagogia mais conservadora diante das grandes dificuldades que o professor encontra naquele hostil ambiente escolar. Ele não é o “herói” que “salva” toda uma turma como muito já vimos nos filmes voltados para a educação, mas, também, não é o vilão por tais atitudes. No que concerne ao aspecto afetivo, o professor até tenta estabelecer algo; por exemplo, na conversa que ele possui com o Souleymane na tarefa do autoretrato, porém o aluno não crê naquela conversa, na atenção dispensada, achando que tal valorização da parte do professor fazia parte de um plano para que ele e os outros alunos fizessem a lição proposta. Teria esse questionamento por parte de Souleymane um fundo de verdade, ou não? Se ainda existia um fio mínimo de afeto por parte do professor, parece que tudo fora posto por terra, haja vista as muitas discussões em sala de aula e, mais tarde, com as duas alunas representantes de classe que, após terem mentindo sobre a conversa dos docentes no conselho de classe, provocou a ira do professor chamando-as de vagabundas. Ou seja, o que se pode tirar disso, dessa lição, é que o clima afetivo entre professor e aluno é muito importante para a construção da autoestima e o desenvolvimento cognitivo, pois o processo de aprendizagem se dá através do relacionamento interpessoal forte entre ambos. Dependendo de como se dá essa relação afetiva, ela pode ser responsável pelo sucesso ou fracasso na aprendizagem. Referente ao campo da cognição, à relação entre professor e aluno, no filme, envolvendo aspectos em sua dimensão humana, político e social, verifica-se que foi bastante prejudicada devido à resistência dos alunos em não aceitarem o ensino da língua francesa e as orientações e práticas pedagógicas do professor François. O professor até se esforça em fazer com que a turma aprenda a língua local e sua importância, porém é possível perceber que poucos foram os que aprenderam, e outros não aprenderam nada. Nesse sentido, entendo que a falta de afeto e a grande dificuldade de aceitação do professor François Marin, por parte do aluno, fizeram com que este profissional falhasse em seu papel de educador, e a sua autoridade como mestre vai aos poucos sendo abafada, dando lugar ao autoritarismo que passa a ser evidenciado em alguns de seus confrontos com os discentes diante da postura agressiva deles, como, por exemplo, o personagem problemático Souleymanee a aluna Khoumba, principais questionadores e rebeldes que desprezavam a autoridade do professor como um profissional da educação. Observa-se, portanto, o quão importante é o desenvolvimento afetivo-emocional professor /aluno para o desenvolvimento do cognitivo, pois o estímulo afetivo capacitará o aluno (se ele de fato quiser) a conhecer a si mesmo, promovendo a autoestima e, como resultado, o aluno passará a se conhecer e situar-se melhor no mundo. Concernente à globalização e seus efeitos no campo da educação pública, de acordo com o filme, “Entre os muros da escola”, tende a aproximar vários países, idéias e culturas. Ou seja, a globalização cria paradigmas e seus efeitos passam a ditar isso ou aquilo que devemos fazer, pensar e perceber as coisas no mundo. Segundo Minayo (ET all, 2001), tudo se torna efêmero, descartável diante da agressiva conquista de mercado por meio do poder que possui e exerce a globalização, refletindo- se também no modo como as pessoas devem “perceber” e aceitar as coisas. Esse efeito é algo amplo e dinâmico no mundo atual, portanto o individualismo e tudo que se mostra diferente tende a ser amenizado para sobressair aspectos que devem ser comuns a todos: mesmo gosto, estilo, não importando qual lugar, país ou cultura. A homogeneização é o seu grande alvo. Dessa forma, o controle é mais fácil. A educação, por sua vez, tende também a sofrer tais efeitos uma vez que ela não é neutra, mas, nem por isso, alienada. Se compararmos, é possível perceber no filme de Laurent Cantet uma aproximação com a Europa e a América Latina, com a sala de aula francesa e a brasileira, nas atitudes, gostos, música, indisciplina, falta de respeito ante ao professor e, até mesmo, nos problemas dentro da classe como os muitos celulares ligados e tocando em plena aula. Tudo isso pode ser visto aqui no Brasil, por exemplo. Outro aspecto comum aos dois países ante a nossa realidade, hoje em dia, se encontra na dificuldade que os professores possuem em fazer o aluno perceber e entender o quão importante é a análise crítica daquilo que se mostra como “verdade”, ou seja, a realidade alienada e alienante na qual vivemos. Infelizmente, a falta de hábito de uma análise crítica das coisas encontra apoio na grande resistência por parte dos discentes; não só dos discentes, mas da população em sua grande maioria. A falta de leitura é uma das maiores contribuidoras para tal desinteresse. Portanto, eis um filme envolvente através de uma realidade tão próxima ao que se vive nas muitas escolas públicas hoje em dia. Filme para muitos debates sobre práticas pedagógicas, relacionamentos professor /aluno conturbados, ou não, vividos dentro de uma sala de aula. “QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO COTIDIANO DA SOCIEDADE ATUAL?”. a) A sociologia nos permite ver o mundo social a partir de outros pontos de vista que não o nosso. Com frequência, se compreendemos propriamente como os outros vivem, também adquirimos melhor entendimento de quais são seus problemas. Políticas práticas qual não são baseadas numa consciência bem informadas dos modos de vida das pessoas afetadas por elas têm poucas chances de sucesso. Assim, um assistente social branco, operando em uma comunidade predominante negra, não ganhará a confiança de seus membros sem desenvolver uma sensibilidade às diferenças na experiência, social, que, amiúde, separam brancos e negros. b) A pesquisa sociológica fornece ajuda prática na avaliação dos resultados de iniciativas políticas. Um programa de reformas prática pode simplesmente fracassar em realizar o que seus planejadores buscavam ou pode trazer consequências involuntárias e desastrosas. Por exemplo: Após a Segunda Guerra Mundial o governo inglês criou grandes blocos residências destinado a famílias de baixa renda que não estavam acostumas a este tipo de edificação, teve como resultado um sentimento de isolamento para estas pessoas que lá foram colocadas. Não era isto que elas queriam. Aqui no Brasil também aconteceu com as Cooperativas Habitacionais - mais populares. Eram indivíduos que não estavam acostumados a viverem em uma comunidade mais organizada e teve como resultado o total abandono de conservação dos imóveis. c) A Sociologia pode nos fornecer auto-esclarecimento. Quanto mais sabermos por que agimos como agimos e como se d´o completo funcionamento de nossa sociedade, provavelmente seremos mais capazes de influenciar nossos próprios futuros Podemos considerar a Sociologia como uma fonte inspiradora da contestação, isto é, não aceitar o que um grupo orienta a fazer e não fazer, mas despertar no cidadão o espírito da verdadeira cidadania. Observar, refletir e interpretar os quadrinhos abaixo: Fatos sociais são maneiras de agir, pensar, sentir. Existem regras na sociedade que devemos obedecer, como quando aprendemos de nossos pais a não roubar, não fazer barulho em determinados locais e etc. E as pessoas que não se adaptam a esse tipo de regras, são excluídas da sociedade. Por isso a escola é muito importante porque desde pequenas as crianças aprendem a ter disciplina para não serem excluídas futuramente. SITUAÇÕES COTIDIANAS ESCOLARES EM QUE A SOCIOLOGIA É EMPREGADA "Se agimos, somos responsáveis pelo que se realiza através de nossa ação; se nos afastamos da ação, somos responsáveis pelo que não fizemos." Somos milhões de pessoas diferentes entre si, na cor da pele e dos cabelos, no formato dos olhos, da boca e do nariz. Diferentes quanto à cultura de origem, a classe social, profissão, religião, opinião política e ideológica, e na forma de falar. Somos cariocas, paulistas, baianos, árabes, judeus, africanos, portugueses, espanhóis, japoneses, índios, brancos, mulatos ou negros… Essa diversidade, frequentemente, provoca discriminação. Aquelas que fogem ao padrão ideologicamente dominante são consideradas inferiores. Por exemplo, uma forma comum de discriminar está na classificação de traços: ouve-se muitas vezes que existe o “cabelo bom” que é o liso e o “cabelo ruim”, o cabelo crespo. É possível considerar a diversidade cultural, étnica, econômica e social, sem anular a possibilidade de formarmos uma nação, firmando nossa diversidade cultural como traço fundamental de nossa identidade nacional e, ao mesmo tempo, procurando compreender. Somos milhões de pessoas diferentes entre si, na cor da pele e dos cabelos, no formato dos olhos, da boca e do nariz. Diferentes quanto à cultura de origem, a classe social, profissão, religião, opinião política e ideológica, e na forma de falar. Somos cariocas, paulistas, baianos, árabes, judeus, africanos, portugueses, espanhóis, japoneses, índios, brancos, mulatos ou negros… Essa diversidade, frequentemente, provoca discriminação. Aquelas que fogem ao padrão ideologicamente dominante são consideradas inferiores. Por exemplo, uma forma comum de discriminar está na classificação de traços: ouve-se muitas vezes que existe o “cabelo bom” que é o liso e o “cabelo ruim”, o cabelo crespo. É possível considerar a diversidade cultural, étnica, econômica e social, sem anular a possibilidade de formarmos uma nação, firmando nossa diversidade cultural como traço fundamental de nossa identidade nacional e, ao mesmo tempo, procurando compreender. . as causas da desigualdade social existente no Brasil: desigualdade de acesso à alimentação, à saúde, à habitação,ao trabalho, ao lazer e à educação. Os sistemas educacionais muitas vezes favorecem e estimulam a discriminação e a exclusão social. Quando o Estado, em nome da autonomia e da diversidade, oferece um ensino cada vez mais pobre, com um currículo mínimo “contextualizado” à ausência de informações, à carência de recursos econômicos e financeiros e também de recursos culturais, os setores dirigentes, estão na verdade, reforçando as desigualdades sociais. Tais políticas contribuem para que a exclusão social e econômica se mantenha e se aprofunde porque aos alunos não é oferecida outra expectativa de futuro que não seja aquela que ele já conhece.··. aos bens culturais produzidos pela sociedade, e que, induzidos pelo discurso dominante, discriminatório e excludente consideram a criança pobre como uma criança portadora de uma deficiência congênita; Escolas onde a evasão escolar é entendida como uma resposta à necessidade de trabalho das crianças e dos jovens, reforçando a iniquidade do uso de crianças e de jovens em tarefas muitas vezes degradantes, ou como uma consequência da pobreza, do descaso, da cor da pele, da ignorância dos pais ou da “desestruturação familiar”; Escolas onde a avaliação do desempenho das/as alunos/as é feita a partir de um julgamento prévio, que exclui, com uma aferição do que eles não sabem, numa sequencia de procedimentos estanques e desarticulados, que não facultam agregar ao fazer docente nova reflexão e ações e não considera o processo em que o conhecimento se constrói; Escolas que não proporcionam uma formação profissional competente ao/a professor/a, onde o poder público compromete o papel que a escola e a educação devem desempenhar na construção de uma nação digna, formada por cidadãos capazes de se organizarem na luta por uma escola verdadeiramente democrática. E a escola tem papel importantíssimo para a afirmação do Brasil como uma nação. Para isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Darcy Ribeiro, estabelece que em seu artigo 26 a existência de um currículo nacional comum. O fato de existir um currículo nacional comum, com referências claras sobre o que é fundamental ensinar e aprender nas diversas áreas do conhecimento significa que deve haver parâmetros para o que é oferecido em todas as escolas, estejam no campo ou nas cidades, no litoral ou no interior, de norte a sul do país. Não significa que todos os professores devam ensinar da mesma forma em todos os cantos do país, em todas as escolas, em todas as turmas, a todos os alunos. Significa que os professores detêm um eixo para gerenciar seu trabalho de ensino-aprendizagem, introduzindo e ajustando procedimentos, buscando metodologias que respondam às demandas culturais diferenciadas e aos conhecimentos prévios de cada grupo de alunos. A escola precisa oferecer condições para que meninos e meninas possam frequentar o ensino fundamental e médio, de tal maneira que queiram continuar aprendendo mesmo depois que saem da escola. A exclusão social das novas gerações se reproduz quando o sistema educacional oferece: Tempos reduzidos de educação escolar para os alunos, principalmente para aqueles que se encontram em situações sociais precárias e que só dependem da escola para aprender o que a sociedade está cada vez mais a exigir, para que possam vir a ser, participar e intervir; Escolas em condições materiais inadequadas, sujas, sem ventilação, mal conservadas, com carteiras estragadas ou desajustadas aos alunos que as utilizam; Escolas mal organizadas, muitas vezes, atendendo a alunos da educação infantil ao ensino médio, com uma estrutura organizacional vertical e autoritária e com professores de diferentes regimes de trabalho, sem possibilidade de se reunir, situações que inviabilizam a construção de uma equipe docente atuante e responsável; Escolas onde atuam professores sem oportunidades de uma formação profissional contínua em serviço ou oferecida por instituições de caráter educacional e/ou cultural, profissionais mal pagos, sem possibilidade de acesso aos bens culturais produzidos pela sociedade, e que, induzidos pelo discurso dominante, discriminatório e excludente consideram a criança pobre como uma criança portadora de uma deficiência congênita; A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante. Alguns dos pesquisadores que estudam a desigualdade social brasileira atribuem, em parte, a persistente desigualdade brasileira a fatores que remontam ao Brasil colônia, pré-1930 – a máquina midiática, em especial a televisiva, produz e reproduz a ideia da desigualdade, creditando o “pecado original” como fator primordial desse flagelo social e, assim, por extensão, o senso comum “compra” essa ideia já formatada –, ao afirmar que são três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade: a influência ibérica, os padrões de títulos de posse de latifúndios e a escravidão. . É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente para que a desigualdade brasileira permanecesse por séculos em patamares inaceitáveis. Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré- moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as desigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, assim como é também verdade que o sistema político intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas. Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial. Conforme argumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir dessa ideia “se inventou a teoria do capital humano, pela qual se investe nas pessoas para que elas possam competirno mercado”. De acordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status de direito, tornando-se um investimento na qualificação do indivíduo. Ou, como afirma Hélio Jaguaribe em seu artigo No limiar do século 21: “Num país com 190 milhões de habitantes, um terço da população dispõe de condições de educação e vida comparáveis às de um país europeu. Outro terço, entretanto, se situa num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos. O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”. A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, não há como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Alonso B.; SILVA, Calis S. Sociedade e Educação: leituras e Interpretações: Leituras e Interpretações. São Paulo: Avercamp, 2006. DURKHEIM, Émile. Introdução à Sociologia de Durkheim. Disponível em: <http://www4.fct.unesp.br/docentes/educ/alberto/page_download/SOCIOLOGIA%20I_ 2010/Introdu%E7%E3o%20%E0%20Sociologia%20de%20Durkheim. pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. FERREIRA, Rosilda Arruda. Sociologia da Educação: Uma análise de suas origens e desenvolvimento a partir de um enfoque da sociologia do conhecimento. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n7/n7a07.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012. NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins; NOGUEIRA, Maria Alice. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a03v2378.pdf>. Acesso em: 9 out. 2012.
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