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AULAS ALGODAO.Atualizado em 12.10.2012

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA 
 
 
 
 
ÁREA DE FITOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULAS CULTURA DO ALGODOEIRO 
 
 
 
 
 
ELABORAÇÃO: PROF. FRANCISCO JOSÉ DE OLIVEIRA, Dr. 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE, PE, 
 
OUT. 2011
2 
 
CULTURA DO ALGODOEIRO 
 
1. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL 
 
O algodão é a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, pois propicia o mais 
variado elenco de utilidades. É uma planta cultivada em todos os continentes e, pela importância de 
seus inúmeros produtos, muito representa para a economia dos povos, em razão da geração de renda 
e de empregos. 
O algodoeiro é conhecido desde 8 mil anos A. C.. A Índia é tida como centro de origem do 
algodoeiro. Indígenas transformavam o algodão em fios e tecidos na época do descobrimento do 
Brasil. 
 
 
2. TIPO DE ALGODÃO CULTIVADO NO BRASIL 
 
Atualmente, cultiva-se o algodão herbáceo em 16 estados no Brasil: Mato Grosso (1
0
 lugar), 
seguido da Bahia, Goiáis, Mato Grosso do Sul, Minas gerais, São Paulo, Maranhão, Piauí, 
Tocantins, Paraná, Distrito Federal, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas 
(Conab, 2011). 
 
 
3. PRINCIPAIS PRODUTOS, SUBPRODUTOS E SUA UTILIZAÇÃO 
a) PRODUTOS: semente e fibra. A semente (caroço) representa aproximadamente 65% do peso da 
produção e a fibra 35%. 
 
A fibra, principal produto do algodão, possui mais de 400 aplicações industriais, dentre as quais 
citam-se: confecção de fios, preparação de algodão hidrófilo, confecção de feltro, cobertores e 
estofamentos, obtenção de celulose e outros. 
A semente é rica em óleo (18 a 25%) e contém de 20 a 25% de proteína bruta. O óleo depois de 
refinado é utilizado na alimentação humana e na fabricação de margarina e sabão. 
 
b) SUBPRODUTOS: 
Torta ou resíduo – subproduto da extração do óleo, é utilizado na alimentação animal devido seu 
alto valor protéico, com 40 a 45% de proteínas. Apresenta a seguinte composição química: umidade 
(10,46%), proteína (37,91%), gordura (1,44%), fibra (16,60%), material mineral (9,98%), ext. não 
nitrogenado (23,77%). 
3 
 
Línter – é uma fira curta, grossa e pouca resistência, presente apenas nas cultivares herbácea. Em 
média, pode-se ter 50 kg de línter por tonelada de sementes. Diversas são as aplicações do línter na 
indústria: na confecção de estofamento, de algodão hidrófilo, de filtros, na confecção de tecidos 
rústicos. 
 
c) USO DO ALGODOEIRO 
Aproveitamento: 
- Fibra (35% do peso da produção). 
- Caroço (65%). 
- O caroço (semente): 
- Rico em óleo (18-25%). 
- 20-25% de proteína bruta. 
- O óleo é refinado e destinado à alimentação humana e fabricação de margarina e sabões. 
 
 
4. PRODUTORES MUNDIAIS E NACIONAIS 
a) MUNDIAIS: 
China, Índia, Estados Unidos, Brasil, Paquistão, Uzbequistão, Turquia, Austrália, e outros. 
O algodoeiro é cultivado em 81 países, economicamente liderado pela China, Índia, E.U.A e 
Brasil. 
- No Brasil, estima-se que a demanda aumentará das atuais 900 mil toneladas/ano para 1.200 
mil toneladas/ano. 
- US$25 bilhões/ano investidos na cadeia. 4% do PIB nacional e 13,5% do PIB industrial 
(TÊXTIL, 2004). 
 
b) NACIONAIS: Algodão herbáceo (CONAB, maio 2011) 
Mato Grosso (1
0
), seguido da Bahia, Goiáis, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, 
Maranhão e outros (Veja o quadro anterior). 
Rendimento algodão em pluma: Brasil = 1.470 kg/ha 
Bahia = 1.533 kg/ha (Asume a primeira posição em produtividade de pluma). 
 
Rendimento industrial algodão em pluma: 38% (média). 
 
4 
 
5. 
CONCEITOS E SINONÍMIAS 
 
Algodão – é o produto que se colhe. 
Algodoeiro – é a planta que produz fibra. 
Algodão em caroço – é o produto colhido constituído pelo caroço (semente) e fibra. 
Algodão em rama – é o produto que está no campo em fase de produção (flores e frutos) para ser 
colhido depois. 
 
Rendimento algodão em caroço = kg/ha 
Rendimento industrial (fibra) = em média 36 % 
1 arroba (@) = 15 kg de algodão caroço ou pluma (fibra, lã) 
 
 
6. ORIGEM GEOGRÁFICA 
 
5 
 
6.1. Novo Mundo: 
 
Espécies tetraplóides (26 pares de cromossomos e 2n=52 de cromossomos somáticos), no 
total de 6 espécies (4 selvagens e 2 cultivadas): 
 
6.1.1. Gossypium hirsutum L. originária da América Central (Sul do México e da Guatemala), que 
deu origem aos tipos de algodões cultivados no Brasil (representa 90% da produção mundial): 
Gossypium hirsutum L. raça Marie Galante Hutch (mocó); 
Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch (herbáceo); 
 
6.1.2. A espécie Gossypium barbadense L. é originária da América do Sul (Norte do Brasil e Costa 
Ocidental do Peru) e deu origem aos tipos de algodões (representa 5% da produção mundial): 
Gossypium barbadense L. raça brasiliense: algodão inteiro ou rim-de-boi e algodão quebradinho. 
 
6.2. Velho Mundo: 
 
Espécies diplóides (13 pares de cromossomos e 2n=26 de cromossomos somáticos), no total de 
33espécies (31 selvagens e 2 cultivadas): 
 
6.2.1. Gossypium arboreum L. e Gossypium herbaceum L originária da Ásia e África. A primeira 
permanece com certa importância em regiões da Índia, Paquistão, China e Tailândia, e a segunda 
ocupa área significativa apenas na Índia. A contribuição de ambas para a produção mundial de 
algodão não chega a 4%. 
 
7. BOTÂNICA DO ALGODOEIRO 
 
7.1. POSIÇÃO SISTEMÁTICA 
Reino: Vegetal – Divisão: Embriófita sifonogama – Subdivisão: Angiosperma – Classe: 
Dicotiledônea – Subclasse: Arquiclamídea – Ordem: Malvales – Família: Malvácea – Gênero: 
Gossypium – 
Espécies cultivadas: G. arboreum, G. herbaceum, G. hirsutum, G. barbadense. 
 
O algodoeiro é o nome vulgar dado a várias espécies do gênero botânico Gossypium L., da família 
Malvaceae. Existem cerca de 40 espécies, arbustivas, nativas das regiões subtropicais e tropicais, 
algumas das quais são utilizadas para a produção da fibra têxtil conhecida como algodão. 
6 
 
 
7.2. ESPÉCIES E RAÇAS DE ALGODOEIRO 
 
Espécies cultivadas utilizadas para fins têxteis 
Gossypium arboreum L. – Algodoeiro-arbóreo, nativo da Ásia meridional. 
Gossypium barbadense L. – Algodoeiro egípcio, também designado como algodão-crioulo ou 
algodão de Sea Island, nativo da América do Sul tropical. 
Gossypium herbaceum L. – Algodoeiro-asiático ou algodoeiro-do-levante, nativo do sul de África 
Gossypium hirsutum L. – Algodoeiro-das-terras-altas ou Algodoeiro-americano, nativo da América 
Central, das Caraíbas e do sul da Florida. 
Gossypium vitifolium Lam. - cultivado nos Estados Unidos da América, México, Antilhas e norte 
da América do Sul 
 
Espécies e raças 
Gossypium hirsutum L. raça Marie Galante Hutch (mocó); 
 
7.3. DESCRIÇÃO BOTÂNICA 
Característica da planta: 
a) Porte: ereto, anual ou perene. 
b) Raiz principal cônica, pivotante, profunda e com pequeno número de raízes secundárias grossas 
e superficiais. 
c) Caule: 
- Herbáceo ou lenhoso. 
- Altura variável. 
- Ramos vegetativo: 
- 4 a 5 intra-axilares, na parte de inferior. 
- Ramos frutífero: 
- Extra-axilares, na parte superior). 
 
d) Folhas: 
- Pecioladas. 
- Cordiformes. 
- Consistência coriácea ou não. 
- Inteiras ou recortadas (3 a 9 lóbulos). 
7 
 
 
e) Flores: 
- Hermafroditas. 
- Axilares. 
- Isoladas ou não. 
- Cor creme nas recém-abertas (que passam a rósea e purpúrea). 
- Com ou sem mancha purpúrea na base interna. 
- Abertura: a cada 3-6 dias. 
 
 
 
f) Frutos: 
- “Maçãs“, quando verdes. 
- “Capulhos“, após a abertura.- Cápsulas de deiscência (abertura) longitudinal. 
- 3 a 5 lojas cada uma, encerrando 6 a 10 sementes. 
8 
 
 
 
Semente – tem forma piriforme, livre, geralmente de cor-pardo-escura. Na amêndoa encontram-se 
muitas bolsas gomíferas e algumas células manchas de oxalato de cálcio. Contêm cerca de 25 a 
40% de gordura. Apresenta a seguinte composição química: umidade (6 a 12%), cinzas (3 a 4%), 
proteínas (16 a 26%), carboidratos (24 a 31%), óleo (14 a 25%) e material fibroso (12 a 21%). 
 
8. CULTIVARES 
As cultivares diferenciam-se quanto ao: 
- Tamanho da fibra: 
- Curta, média e longa. 
- Ciclo: 
- Curto (120-150 dias) ou ciclo longo (150-180 dias). 
- Porte: 
- Alto ou baixo. 
- Características de uma boa cultivar: 
- Produtividade elevada (200 a 300 arrobas/ha). 
- Alto rendimento de fibras (38 a 41%). 
- Ciclo normal a longo (150 a 180 dias de ciclo). 
- Maturidade acima de 82%. 
- Teor de fibras curtas inferior a 7%. 
9 
 
- Comprimento de fibras acima de 28,5 mm 
Algumas cultivares lançadas pela Embrapa: 
- CNPA ITA 90. 
- CNPA ITA 92. 
- BRS ITA 96. 
- CNPA ITA 97. 
- BRS ANTARES. 
- BRS FACUAL. 
- BRS AROEIRA. 
- BRS IPÊ. 
 
Para cultivo de sequeiro no Nordeste: 
BR 2001 – CNPA 8H – BRS 200 MARROM – BRS VERDE – BRS SAFIRA-VERMELHO – BRS 
RUBI 
 
Cerrado do Brasil: 
Camaçari – Acala 90.2 – Cedro – Peroba – BRS Jatobá 
 
Cultivo irrigado: ciclo precoce e fibra de comprimento médio 
CNPA PRECOCE 3 – BRS 187 (CNPA 8H) – BRS 201 – BRS CAMAÇARI 
 
Ciclo normal e fibra média: 
CNPA ITA 90 – BRS IPÊ – BRS AROEIRA – BRS SUCUPIRA – BRS CEDRO – BRS JATOBÁ 
 
Características tecnológicas da fibra 
A fibra do algodão é constituída, na sua maior parte, de celulose, e pode chegar a mais de 97% do 
seu peso seco. A fibra do algodão é formada por uma única célula, que tem origem no tegumento 
externo do óvulo (episperma). A sua função biológica é de proteger a semente do calor excessivo e 
facilitar a propagação da espécie. A fibra Constitui o principal produto do algodão. 
 
Parâmetros ideais da fibra exigida pela indústria Têxtil Nacional: 
 
Comprimento comercial em mm: 
fibra curta= de 2 a 28 mm; média de 28 a 34 mm; longa de 34 a 36 mm e extra-longa acima 36 
mm). 
10 
 
Uniformidade de comprimento %, 
Maturidade (% de fibra madura), 
Finura índice micronaire, 
Resistência Pressley lb/mg, 
Alongamento. 
 
 
 
 
9. MELHORAMENTO GENÉTICO DO ALGODOEIRO 
 
9.1. Reprodução do algodoeiro 
O algodoeiro é considerado planta de autofecundação, embora a taxa de cruzamento natural possa 
atingir 50% ou mais. Assim sendo, o algodoeiro é uma planta de reprodução mista, ou seja, 
intermediária, pois ocorre tanto a alogamia como a autogamia. 
 
9.2. Objetivos e componentes da produção, da qualidade da fibra e característica do produto 
 
9.2.1. Finalidades: acentuar qualidades de interesse já possuídas; eliminar características negativas; 
introduzir características desejáveis ausentes. 
 
9.2.2. Componentes da produção e de adequação agrícola: (1) número e tamanho de capulhos; 
(2) peso das sementes; (3) porcentagem de fibra; (4) índice de fibra; (5) precocidade; (5) tipo da 
11 
 
planta (porte, conformação, folhagem); (5) deiscência dos frutos e retenção da pluma; (5) 
resistência a doenças e pragas; (5) estabilidade e adaptabilidade fenotípicas. 
 
9.2.3. Componentes de qualidade da fibra e do fio: comprimento, uniformidade, índice de fibras 
curtas; tenacidade; elongação; índice micronaire (finura + maturidades); maturidade; finura; teor de 
açúcar; reflectância; grau de amarelecimento; tenacidade do fio; elongação do fio. 
 
9.2.4. Características do produto para fins especiais: fibras coloridas; ausência de gossypol; teor 
e qualidade do óleo; algodão “orgânico”. 
 
 4.3.1. Métodos para dispor de variabilidade genética 
 Variabilidade natural 
 Hibridação dirigida 
 4.3.2. Métodos de seleção 
 4.3.2.1. Seleção perante a variabilidade natural 
 Seleção de linha pura 
 Seleção massal 
 4.3.2.2. Seleção em populações híbridas 
 Método de “pedigree” 
 Método da população (“bulk”) 
 4.3.3. Métodos especiais de melhoramento 
 4.3.3.1. Resistência a parasitas 
 4.3.3.2. Algodoeiro híbrido 
 4.3.3.3. Compostos ou “bulks” 
 
10. FENOLOGIA DO ALGODOEIRO 
10.1. Introdução 
Fenologia refere-se à parte da Botânica que estuda as diferentes fases do desenvolvimento das 
plantas, tais como germinação, emergência, crescimento e desenvolvimento vegetativos, 
florescimento e frutificação, maturação, marcando-lhes as épocas de ocorrência e as respectivas 
características. 
 
 
10.2. Escala fenológica do algodoeiro herbáceo 
O desenvolvimento do algodoeiro herbáceo possui cinco estágios fenológicos a saber: 
12 
 
Estágio 1 (Plântula) – da germinação ao aparecimento do primeiro botão floral (0 a 35 dias); 
Estágio 2 (Pré-floração) – do aparecimento do primeiro botão floral ao da primeira flor (35 dias a 
55 – 60 dias); 
Estágio 3 (Floração) – da primeira flor ao aparecimento da primeira maçã firme (55-60 dias a 70-
75 dias); 
Estágio 4 (Frutificação) – da primeira maçã firme ao aparecimento do primeiro capulho (70-75 
dias a 115-120 dias); 
Estágio 5 (Maturação e colheita) – do primeiro capulho à última colheita (115-120 dias a  170-
180 dias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3. Exigências fisiológicas da planta em cada estádio fenológico 
 
 
Plântula Pré-floração Floração Frutificação Maturação e 
colheita 
I II III IV V 
Nú
m
er
o/
he
ct
ar
e (
X 
1.
00
0)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Mai jun Jul Ago Set Out
Botões
 Flores
Maçãs
Maçãs abertas
Dias após emergência
Em
er
gê
nc
ia
Co
til
éd
on
es
4 f
ol
ha
s v
er
da
de
ira
s
6 
a 8
 n
ós
 Início Meio Fim
Primeiras Expansão foliar Florescimento e Maturação da
raízes e fechamento da desenvolvimento maçã e da fibra
 copa das maçãs
CICLO
13 
 
N-P-K-Ca-Mg, 
O2, água 
(1,0mm/dia). 
água moderada: 
4,0mm/dia), 
temperatura. 
Insolação, umidade 
(8,0mm/dia), 
temperatura 25
o
-30
o
C 
(tempo quente e seco) 
e nutrientes. 
Umidade, 
(8,0mm/dia), 
temperatura 25
o
-
30
o
C (tempo quente 
e seco). 
Maturação e 
colheita: 
temperatura (25
o
-
30
o
C) e luz. 
 
 
 Dependendo, também, da variedade e do ambiente, o tempo médio para estágios fenológicos 
relativos à reprodução no algodoeiro é o seguinte: 
 
 Da emergência da plântula aos primeiros botões florais: 30-35 dias; 
 Do aparecimento do botão à abertura da flor: 20-25 dias; 
 De flor aberta a fruto com tamanho máximo: 25-30 dias; 
 De fruto com tamanho máximo à deiscência: 30 dias. 
 O ciclo do algodoeiro é característica genética, porém, fortemente influenciada pelo 
ambiente. As variedades podem ser assim classificadas quanto à maturação dos capulhos: 
 a) precoces: cerca de 130 dias; b) médias cerca de140-160 dias; c) tardias: acima de 
170 dias. 
 
11. ECOFISIOLOGIA DO ALGODOEIRO 
11. 1. Condição de clima e solo 
 
Clima: É uma planta de clima tropical. 
Exige: Umidade no solo para germinação, início do desenvolvimento plantular e o período entre a 
formação dos primeiros botões florais ao início da abertura dos frutos (35 a 120 dias do ciclo de 
vida). 
Condição ideal de desenvolvimento: muito calor, muita luminosidade e umidade regular no solo. 
 
Solos: 
- Profundos, porosos, bem drenados e de textura média. 
- Faixa de pH entre 5,5 e 6,5. 
- Declividade: inferior a 10%. 
- Altitude: inferior a 1.500m. 
- Extremamente exigente em oxigênio no solo. 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo do crescimento e desenvolvimento do algodoeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.2. Fatores que influenciam no ciclo do algodoeiro 
Apesar de alguns eventos ocorrerem concomitantemente, neste trabalho serão analisados 
em cada fase, os principais processos que ocorrem em cada um deles. 
Finalmente, algumas questões se colocam: 
a) Quais os fatores que influenciam em cada fase do algodoeiro? 
b) O que a planta exige em cada fase? 
c) Quais as providências para um bom manejo da lavoura? 
 
11.2.1. Fase de semeadura à emergência 
 
Em condições favoráveis (umidade, arejamento e temperatura entre 15 e 180 C) dá-se a 
germinação da semente. A velocidade de emergência depende fundamentalmente da 
temperatura ocorrendo a temperaturas médias da ordem de 32C. 
15 
 
Nesta fase, devem ser tomadas algumas providências para o manejo da cultura, tais 
como: utilizar sementes de boa qualidade, semear na época adequada, com temperatura e 
umidade adequadas, com as sementes colocadas em profundidade uniforme por máquinas bem 
reguladas. 
 
 
11.2.2. Fase de emergência ao primeiro botão floral 
 
O crescimento de plântulas de algodão durante as duas primeiras semanas após a 
emergência não é muito sensível à mudança na temperatura. Entretanto, a partir da 3a semana a 
planta fica muito sensível a variações de temperatura, com crescimento ótimo em temperaturas 
diurnas de 30
0
C e noturnas de 22
0
C. 
Com relação à parte aérea, o crescimento da plântula é afetado também pela luz e pela 
umidade (excesso de umidade ou escassez), arejamento, compactação e fertilidade do solo 
(constituindo o fator mais importante), requerendo elevadas quantidades de N-P-K-Ca-Mg. A 
carência de nitrogênio nesta fase é facilmente perceptível, pois acarreta atrofia da planta. 
No manejo cultural é importante providenciar: a) semeadura na época correta; b) 
uniformidade na profundidade de semeadura; c) bom programa de correção e fertilização do 
solo; d) ausência de camadas compactadas. 
 
11.2.3. Fase do primeiro botão floral à primeira flor 
Nesta fase acentuam-se o crescimento em altura e a acumulação de matéria seca pela 
planta, que entra na fase linear de crescimento. A duração desta fase é regulada pela 
temperatura. Em temperaturas médias de 22 a 250C, as plantas iniciam a produção de um novo 
ramo simpodial (frutífero) na haste principal a cada 3 dias. 
Com relação à exigência de água, nesta fase ela passa de menos de 1mm por dia para 
quase 4 mm por dia. O crescimento ascendente da parte aérea nesta fase aumenta as 
necessidades da planta em água e nutrientes. A falta de água neste período fará com que a planta 
fique menor do que deveria, com menos posições para o desenvolvimento de flores e maçãs. 
Uma seca nesta fase faz com que a planta estacione seu crescimento. Se a seca não for muito 
severa, poderá haver recuperação do crescimento. 
 
11.2.4. Fase da primeira flor ao primeiro capulho 
Nesta fase estão ocorrendo diversos eventos, com grande intensidade, na planta. A 
competição entre crescimento vegetativo e reprodutivo se acentua, exigindo maior atenção. As 
16 
 
plantas continuam a crescer linearmente. É atingida a altura máxima, assim como a máxima 
interseção de luz (fechamento da copa). 
A exigência em água passa de 4 a mais de 8mm por dia, acompanhando o desenvolvimento 
da área foliar. Embora o algodoeiro seja conhecido por ter certa resistência à seca, maior que a dos 
cereais, por exemplo, isso não significa que não necessite de água. A planta requer água moderada 
durante todo ciclo. O algodoeiro é uma das culturas que apresenta maior tolerância ao nível de 
tensão de água no solo, cerca de 3 atmosferas, permitindo elevadas colheitas. Para obtenção de altas 
produtividades é necessária uma quantidade de água da ordem de 700 mm durante o ciclo da 
cultura. 
A luz, a umidade e a temperatura são fatores que governam a floração. A insolação 
(incidência de radiação solar direta) tem ação primordial na abertura das flores, que abrem pela 
manhã com o aparecimento da luz solar. Em geral, o algodoeiro adulto floresce no final do ciclo 
chuvoso, quando se inicia o estresse hídrico. O ritmo de eclosões de flores aumenta com o tempo 
seco e quente. O fornecimento contínuo de água durante a floração e formação de maçãs pode 
resultar em crescimento vegetativo prolongado e abundante; déficits severos de água durante o 
florescimento podem estagnar o crescimento, mas a cultura se restabelece e a formação de flores 
reinicia com suprimento subseqüente de água. 
A frutificação do algodoeiro se dá na época mais seca, com o declínio das chuvas e calor 
suficiente. A planta necessita de mais água exatamente no período de crescimento das maçãs que se 
inicia cerca de 20 dias antes de atingir o seu tamanho definitivo. Depois que os frutos atingem este 
tamanho, a necessidade hídrica da planta diminui. Estudos indicam que a água contida no fruto 
maduro retorna à planta. As temperaturas altas (25-300C), a água, a luz e os nutrientes são 
importantes durante a formação dos frutos. A deiscência da cápsula se processa em torno de 60 dias 
depois da floração. 
 
Exigência durante a floração: insolação (abertura das flores), umidade (moderada), temperatura 
(tempo seco e quente). 
 
Frutificação – Exigência: a planta necessita de mais água exatamente no período de crescimento 
das maçãs, que se inicia cerca de 20 dias antes de atingir o seu tamanho definitivo, bem como, de 
temperaturas altas (25-300C), de luz e de nutrientes durante a formação das maçãs. 
 
Quanto ao manejo da lavoura, nesta fase deve providenciaras a maximizar o controle de 
pragas e doenças, com acompanhamento da queda de estruturas reprodutivas e do crescimento da 
planta em altura. 
17 
 
 
11.2.5. Fase de capulho à colheita 
 
A fase final da cultura começa com a abertura do primeiro capulho e termina com a 
aplicação de desfolhantes e/ou maturadores. A maturação das maçãs depende fundamentalmente da 
temperatura. A maior taxa de crescimento, ou seja, a temperatura em que as maçãs atingem a 
maturidade em menor tempo, encontra-se entre 21 e 260C. Para temperaturas médias de 30, 26 e 23 
0C, o tempo para se obter maçãs maduras será respectivamente, de 40, 50 e 60 dias. Por outro lado, 
temperaturas mais baixas favorecem a formação de maçãs mais pesadas. 
Durante a fase de maturação, a temperatura alta (25-300C) e a intensidade de luz aceleram a 
deiscência da maçã, enquanto temperaturas reduzidas retardam tanto o crescimento das maçãs 
quanto sua maturação. A intensa insolação também contribui para maturação e a deiscência dos 
frutos. O ataque de pragas (lagartas da maçã e rosada) e a deficiência de potássio podem dificultar a 
abertura do capulho. 
Nesta fase, ocorrência de um estresse causará prejuízo na qualidade da fibra e não tanto na 
produtividade, a não ser que ocorra excesso de chuvas. Assim, baixas temperaturaspoderão resultar 
em muitas fibras imaturas e de má abertura dos capulhos. 
 
Exigência: durante a fase de maturação, a temperatura alta (25-30
0
C e a intensidade de luz acelera a 
deiscência da maçã. O ataque das lagartas da maçã e rosada e a deficiência de potássio podem 
dificultar à abertura do capulho. 
Providenciar: acompanhamento da maturação das maçãs, aplicação de maturadores e/ou 
desfolhantes. 
 
 CONCLUSÃO: O algodoeiro requer água moderada a partir da germinação até a formação da 
maçã firme. A necessidade de água aumenta a partir da formação dos botões florais. Água em 
excesso durante a floração e formação das maçãs pode resultar em crescimento vegetativo 
prolongado e excessivo prejudicando a produção da planta. 
 
11.3. SHEDDING E COMPENSAÇÃO 
 
11.3.1. “Shedding” é a queda das estruturas e reprodução do algodoeiro resultante de uma reação 
fisiológica devido às causas externas (ambientais) e internas. 
18 
 
a) Causas externas: redução da luminosidade, ocorrência de condições hídricas desfavoráveis, 
temperaturas infra ou supra-ótimas, insuficiência de nutrientes minerais, ocorrência de pragas e 
doenças, capazes de comprometer o desenvolvimento normal da planta. 
b) Causas internas: alteração no balaço hormonal, quando os inibidores do crescimento e 
promotores da queda de estruturas das plantas (o etileno e o ácido abscissico - ABA) aumentam a 
concentração em relação aos promotores do crescimento, às auxinas, as giberelinas e citocianinas e, 
por conseguinte, o desequilíbrio entre a produção de assimilados e a demanda das estruturas de 
reprodução em crescimento (drenos de elevada atividade). 
 
11.3.2. Compensação – é um fenômeno que se dá depois do desaparecimento da queda dos órgãos 
frutíferos do algodoeiro. Então, a planta volta novamente a vegetar com vigor e em pouco tempo 
inicia a floração podendo até mesmo compensar as perdas parciais ou totalmente. 
 
12. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DO ALGODOEIRO 
12.1. Fase de plântula – a cultura requer quantidades comparativamente elevadas de N, P, K, Ca e 
Mg. 
 
12.2. Fase de pré-floração e Floração – as necessidades da planta em nutrientes aumentam com a 
velocidade de formação de tecidos, em razão da aceleração do crescimento vegetativo. 
 
12.3. Fase de frutificação e maturação – a acumulação de substâncias nutritivas alcança o valor 
máximo. As acumulações se efetuam principalmente nos parênquimas dos frutos (botões florais e 
cápsulas), enquanto nas fases anteriores se concentram quase exclusivamente nas folhas, caules e 
raízes. 
 
13. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO PARA O ALGODOEIRO HERBÁCEO 
 
13.1. Escolha de cultivares 
 
Na exploração do algodoeiro é de grande valia a escolha da cultivar recomendada pela 
pesquisa, para cada região e local onde vai ser plantada. A indústria têxtil brasileira exige algodões 
de fibra média, longa e extralonga, nas proporções de 80%, 15% e 15% da demanda nacional; são 
exigidas, também, fibras cada vez mais finas e resistentes para que possam ser fiadas nos teores e 
rotores de alta velocidade existentes nas fiações; assim, as cultivares modernas deve apresentar 
19 
 
finura avaliada em índice Micronaire de 3,5 a 4,2 e resistência avaliada em H.V.I superior a 24 
gf/tex. 
No Nordeste, são recomendas pela EMBRAPA-algodão cultivares de algodão herbáceo 
adaptadas às condições edafoclimáticas, com rendimentos satisfatórios e boas qualidades 
tecnológicas de fibra. As melhores cultivares para o Nordeste, segundo a EMBRAPA são as 
seguintes: CNPA precoce 1, CNPA precoce 2, IAC 20, IAC 22, CNPA Acala 1, CNPA 7H. 
 
Para as condições do Nordeste semi-árido, a maior precocidade permite várias vantagens 
ao produtor de algodão, sendo as principais: a) melhor aproveitamento da umidade disponível; b) 
redução das populações do bicudo, o que é extremamente importante. 
 
13.2. Escolha de área 
O uso inadequado de áreas com o algodão herbáceo tem sido o principal fator de degradação 
dos solos no Nordeste brasileiro. Inicialmente deve-se proceder a um planejamento racional da 
capacidade de uso dos solos da propriedade, levando-se em consideração: a) o relevo atual da 
superfície (erosão), profundidade, drenagem, textura e fertilidade do solo. 
Portanto, devem-se escolher áreas planas a levemente onduladas. Visto que o algodoeiro é 
exigente em nutrientes minerais, de raiz pivotante e com a maioria do sistema radicular crescendo e 
se desenvolvendo nos primeiros 20 cm, a cultura requer solos razoavelmente profundos e de média 
a alta fertilidade. 
Solos profundos, bem estruturados, de pH entre 5,5 a 6,5, não sujeitos a encharcamento ou 
erosão, devem ser os preferidos ao cultivo do algodoeiro. 
 
13.3. Conservação do solo 
A alteração em qualquer dos elementos que constituem o complexo sistema que é o solo, 
pode gerar mudanças na sua biodinâmica e induzir a sua degradação. Os fatores envolvidos neste 
processo atuam conjuntamente, mas sua importância relativa varia de local para local, de acordo 
com o relevo, o solo, o clima e o uso e manejo da terra. Várias ações podem levar a estes 
desequilíbrios, tais como: desmatamento indiscriminado, preparo inadequado de solo, uso 
inadequado de insumos, monocultura, queima de resíduos orgânicos, etc. 
O algodão deve ser cultivado como parte de um programa sistemático de rotação de culturas, 
em glebas aptas para culturas anuais, adotando-se operações e técnicas agrícolas que permitam 
obter o máximo retorno econômico, com um mínimo de efeitos deletérios sobre o ambiente. 
 
13.4. Preparo do terreno 
20 
 
Os sistemas de preparo de solo ainda utilizado para o cultivo do algodoeiro são: 
a) gradagem – A gradagem pesada, trabalhando a cerca de 15 cm de profundidade, seguida de uma 
ou mais gradagens niveladoras (com profundidade de trabalho de cerca de 5 cm); 
b) sistema convencional – aração com arado de discos ou de aivecas trabalhando a cerca de 20 cm 
de profundidade seguida de uma ou mais gradagens destorroadoras/niveladoras, e 
c) escarificação + gradagens niveladoras - Neste caso tem-se que o escarificador (implemento de 
hastes com ponteiras estreitas) trabalha a cerca de 25 a 30 cm de profundidade. 
Normalmente realizado no início do período chuvoso, o preparo do solo deixa a superfície 
exposta ao impacto direto das gotas de chuva, à radiação solar e ao vento. A desagradação e 
compactação (crostas superficiais) do solo são então produzidas, ocorrendo formação de camadas 
compactadas ao nível de 15 a 30 cm de profundidade, resultado da ação dos discos das grades ou 
dos arados (“pé de arado ou de grade”). Esses aspectos levam a um aumento dos processos erosivos 
e, portanto, a perdas de matéria orgânica, nutrientes, sementes, etc., que carreados para fora da área 
de cultivo, geram prejuízos econômicos e ambientais. Essas perdas por erosão resultam em queda 
da fertilidade e da condição de manutenção da vida biológica do solo, promovendo o seu 
empobrecimento geral, com efeitos negativos sobre a profundidade e a sustentabilidade econômica 
da agricultura. 
O sistema constituído de escarificação + gradagem niveladora pode ser uma alternativa mais 
conservacionista do que os sistemas de preparo utilizados mais freqüentemente na cultura do 
algodoeiro. 
Enquanto não se faz a completa substituição dos atuais sistemas de manejo pelo Sistema de 
Plantio Direto, para minimizar os efeitos negativos das operações de preparo do solo, alguns 
cuidados devem ser observados, tais como: 
a) alternância de implemento e profundidade de trabalho; 
b) eliminar operações e trânsito s desnecessários nas glebas; 
c) evitar o revolvimento excessivo e a desagregação; 
d) trabalhar o solo quando este estiver emcondições adequadas de umidade; 
e) descompactar o solo nas camadas densas entre 10 e 30 cm de profundidade. 
 
21 
 
 
13.5. Calagem e adubação 
13.5.1. Calagem – O algodoeiro é uma planta pouco tolerante ao alumínio tóxico e a níveis de pH 
do solo, razão pela qual é considerado sensível à moderada acidez no solo. Por essa sensibilidade às 
condições de acidez, a prática de calagem é imprescindível para se consiga sucesso em culturas 
estabelecidas em solos ácidos. 
Deve-se proceder à análise do solo, para se definir a quantidade de calcário, calculada de 
acordo com a seguinte equação: NC = (V2 – V1T) /100 x F, onde NC =necessidade de calcário 
(kg/ha), V2 = saturação de base desejada (60 a 70%), V1 = saturação de base atual, T = Ca + Mg + 
K + (H +Al), F = fator de correção (100/PRNT do Calcário), onde PRNT = poder reativo de 
neutralização total (%). 
A aplicação do calcário (CaCO3 . MgCO3) deve ser efetuada com antecedência ao plantio 
no mínimo 2 a 3 meses, de preferência com calcário dolomítico ou magnesiano, para suprir o solo 
com magnésio, sendo a metade antes da ração e metade entre a aração e gradagem. 
A incorporação deve ser feita com o uso de arado e não de grades, que promovem uma 
incorporação superficial, inferior a 20 cm de profundidade. 
A aplicação de gesso (CaSO4) é indicada quando se detectar, na camada subsuperficial (30 a 
50 cm de profundidade), saturação de Al maior que 20% e/ou de Cálcio menor que 60%. O efeito 
residual esperado é de, no mínimo, 5 anos. Como fontes de Ca e S, a aplicação de gesso deve-se 
restringir as doses em torno de 200 kg/ha/ano. 
 
13.5.2. Adubação Mineral 
 
22 
 
NITROGÊNIO: 
- É o elemento que o algodoeiro retira em MAIOR proporção do solo. 
- Promove: 
- Desenvolvimento da planta, INCLUSIVE na floração. 
- Comprimento e resistência à fibra. 
- Aplicação: 
Base + Cobertura. 
- Cobertura: 
- Parcelada em 2 ou 3 vezes. 
- Até 40 dias após a emergência. 
 
FÓSFORO: 
- Concentra-se principalmente nas folhas e frutos. 
- É responsável: 
- Pela boa polinização. 
- Frutificação, maturação e abertura dos frutos. 
- Formação e crescimento de raízes. 
 
Altamente exigente entre 30 e 50 dias após a emergência (DAE). 
 
- POTÁSSIO: 
- Participa direta ou indiretamente na fotossíntese e respiração, e no transporte de fotoassimilados 
na planta. 
- Aumenta: 
- Tamanho das maçãs. 
- Peso do capulho e sementes. 
- Qualidade das fibras do algodão. 
- Exigente entre 30 e 50 DAE e entorno de 90 DAE. 
 
 
O complemento das exigências nutricionais do algodoeiro deve ser realizado com base em 
informações obtidas a partir dos resultados da análise do solo e/ou diagnose foliar. 
Adubação de plantio: P e K podem ser adequadamente recomendados em função da análise 
de solo. O nitrogênio deve participar em dose mínima (10 a 15 kg de N/ha) e o enxofre em dose 
mínima (25 a 30 kg/ha de S/ha). Aplicação de boro e zinco na forma mais eficiente de 
23 
 
fornecimento. A mistura de adubo, granulado ou moído, deve ser colocada no sulco de semeadura, 
4 a 5 cm abaixo das sementes e 2 a 3 cm ao lado. 
Adubação em cobertura – Para as condições tropicais, as recomendações de adubação 
nitrogenada são as seguintes: a) 30 a 50 kg/ha de N/ha, em solos intensamente cultivados e 
adubados, ou desgastados e erodidos; b) 20 a 40 kg de N/ha, em solos ácidos ou em processo de 
correção, moderadamente adubada; c) 15 a 25 kg de N/ha, em solos de derrubada recente, ou em 
pousio prolongado ou, ainda, em cultura após rotação com leguminosas. 
A época mais adequada para a cobertura corresponde à fase de 25 a 30 dias após a 
emergência das plantas logo após o desbaste, ou seja antes, da fase de pré-floração do algodoeiro, 
quando o solo estiver molhado. 
Pulverização foliar – Aplicar como medida preventiva o boro que é prontamente assimilado pelas 
folhas do algodoeiro. 
No algodoeiro herbáceo irrigado, onde a água não é limitante, para se atingir níveis 
elevados de produtividade deve-se elevar a dose de nitrogênio e, preferencialmente, utilizar, como 
fonte, o sulfato de amônio, parte aplicada na fundação, juntamente com o P e K, em sulcos de 
plantio. Em cobertura, o N deve ser aplicado aos 35 a 40 dias da emergência das plantas e na forma 
de uréia ou sulfato de amônio. 
 
 
13.6. Semeadura 
 
Três classes de fatores ecológicos exercem efeitos sobre o desenvolvimento vegetal e, 
conseqüentemente, sobre o rendimento de cada espécie: a) fatores climáticos (chuva, duração do 
dia, umidade do ar, temperatura, vento e intensidade de luz); 2) fatores edáficos (natureza química e 
física, água, temperatura e atmosfera do solo); 3) fatores bióticos (originados das múltiplas 
atividades das próprias plantas, do homem e dos animais). 
 
- População de plantas: 200.000 a 320.000 plt/ha. 
- Espaçamento: 0,75 m entre linhas. 
- Profundidade:- 5 a 6 cm. 
- Época: início das chuvas de cada região de cultivo 
 
- Semeadura adensada: IAC (2006): 
O sistema de plantio adensado possui algumas características que o distingue do modo 
convencional. Dentre elas destacam-se a maior densidade de plantas por área, ou seja, de 200 mil a 
24 
 
250 mil por hectare; a necessidade de maior controle do crescimento das plantas com 
fitorreguladores; e a colheita mecanizada com equipamentos apropriados ao sistema. 
Introduzido há poucos anos nas lavouras brasileiras, o plantio adensado de algodão cresceu 
40% e 50% no ciclo de 2010/11. 
Os números revelam que a proposta de semeadura com espaçamento entre linhas menor que 
76 cm (sendo os mais utilizados de 38 cm e 45 cm) conquistou os cotonicultores. A possibilidade de 
obter melhor aproveitamento até mesmo, maior rentabilidade por área são fatores que influenciam 
na boa aceitação do adensado, mesmo que ocasione severas modificações no sistema de produção 
em relação ao cultivo convencional. 
Para esse cultivo também é necessário que sejam utilizadas cultivares mais compactas e com 
ciclo mais curto. Entretanto, como o sistema é novo no Brasil, não existe cultivares apropriadas a 
essa forma de produção. Com isso, os produtores utilizam os materiais desenvolvidos para a lavoura 
convencional. 
Além disso, faltam mais informações a respeito da população de plantas adequadas às 
condições do Cerrado, das épocas mais recomendadas ao plantio nas diferentes regiões de cultivo; 
do manejo do regulador de crescimento, da fertilidade do solo e das adubações, e do manejo 
integrado de pragas e doenças. 
 
- 0,75 m. 
- 0,60 m. 
- 0,45 m. 
- 0,30 m. 
- 0,75 m: 
- Colhedora com esse espaçamento. 
- Espaçamentos menores, como proposta. 
 
Quais as vantagens: 0,30 m: 
- Maior produtividade. 
- Maior cobertura do solo. 
- Maior IAF (30 DAE já cobriram o solo). 
- Melhor conservação de umidade no solo. 
 
Resultados encontrados: 
Semeadura adensada (7 plt/m): 
- 0,30 m versus 0,75 m: 
25 
 
- Aumento de 22% no rendimento. 
- 0,30 m versus 0,60 m: 
- Aumento de 16% no rendimento. 
- Inserção do primeiro ramo frutífero: 
- 0,75 = 15 cm. 
- 0,30 = 30 cm. 
- Não suja a fibra e melhora a qualidade do produto. 
 
 
 
 
ARQUITETURA DA PLANTA 
 
Cálculo da quantidade de sementes 
 
 Q = K (P x D) 1000/G x E, onde: 
 
Q = quantidade de sementes (kg/ha) 
P = peso de 100 sementes (g) 
E = espaçamento entre fileiras (cm) 
D = número de plantas desejado por metro linear da fileira 
G = poder germinativo da semente (resultado teste de germinação) 
26 
 
K = 1,1 fator de segurança ou acréscimo de 10% no valor calculado 
 
13.6.1. Época – refere-se ao período do ano mais propíciopara o início de cultivo do algodoeiro, 
sendo determinada diretamente pelos fatores climáticos. 
 
 
 
13.7. Densidade de sementes e profundidade de plantio 
A quantidade de sementes a ser colocada por cova ou metro de sulco (mecanizado), dependerá do 
valor cultural da semente; se for elevado, acima de 90% com mais de 85% de germinação e bom 
vigor, o que, aliás, é o recomendado, necessita-se colocar 4 a 5 sementes por cova (plantio manual), 
é de 15 a 25 sementes/m (plantio mecanizado), ou 15 sementes, caso não haja nenhum impedimento 
do solo para emergência das plântulas, o que evitará o desbaste ou raleamento. 
A profundidade de plantio é função da textura do solo, o que varia de 5 a 8 cm. 
 
 
13.8. Sistema de cultivo e espaçamento 
 
A população de plantas ideal do algodoeiro, por unidade de área, é um dos componentes de 
produção que contribui significativamente para o aumento da produtividade. Vários fatores estão 
envolvidos na definição do espaçamento: cultivar, clima, fertilidade do solo, sistema de cultivo e 
sistema de colheita. 
27 
 
Para as áreas de sequeiro, indicam-se os seguintes espaçamentos: a) CNPA precoce 1, 
CNPA precoce 2 e CNPA 7H (menores ciclos e hábitos de crescimento determinado) utilizar os 
espaçamentos 0,8 x 0,2m ou 0,7 x 0,3m, (manual com 1 a 2 plantas/cova ou de 5 a 15 plantas/m de 
sulco), dependendo das condições de cultivo e dos tipos de máquinas existentes na propriedade. b) 
cultivares de maior porte e hábito de crescimento determinado (CNPA 6H), utilizar o espaçamento 
de 1,0 x 0,2m, com duas plantas/cova, no plantio manual, e de 5 a 15 plantas por metro de fileira no 
plantio mecanizado. 
No Nordeste, o método tradicional de consórcio com o milho e com feijão macassar deve ser 
evitado, pois reduz a produtividade do algodoeiro herbáceo e dificulta de pragas (bicudo). No caso 
de se ter necessidade do consórcio, usar o sistema plantio em faixa (6 fileiras de algodão para 1 de 
milho). O consórcio de feijão macassar de ciclo curto pode ser feito plantando-se uma ou duas 
fileiras duplas do algodão, intercaladamente. 
 
A densidade de plantio do algodoeiro herbáceo pode varias de 50.000 a 100.000 plantas/ha. 
 
13.9. Controle das ervas daninhas 
O algodoeiro é uma cultura altamente sensível à competição imposta pelas plantas daninhas, 
devido ao seu crescimento inicial (até os primeiros 20 dias de emergência das plântulas) muito 
lento, à sua baixa capacidade fotossintética (metabolismo fotossintético C3, ineficiente), elevada 
taxa de fotorrespiração, baixa taxa de fotossíntese líquida e baixa taxa de translocação de 
assimilados, à arquitetura da planta e ao próprio arranjo das plantas em fileiras espaçadas de 1,0m, 
que facilita o crescimento e o desenvolvimento das plantas daninhas as quais e podem chegar a 90% 
de competição. 
 
13.9.1. Período crítico de competição entre o herbáceo e as ervas daninhas – (intervalo e tempo 
fenológico onde a interferência das plantas daninhas causa danos à compacidade produtiva da 
cultura) 
Variam na sua amplitude, em função das espécies e tipos de plantas daninhas presentes no 
ambiente; densidade populacional de cada planta daninha; evolução de biótipos resistentes, 
inclusive a alguns herbicidas; manejo cultural (espaçamento, densidade de plantio, configuração de 
plantio, localização dos fertilizantes, preparo do solo, etc); condições do ambiente, envolvendo o 
clima, em especial a precipitação pluvial e a temperatura do ar; e solo, englobando aspectos físicos, 
químicos biológicos e bioquímicos (potencial enzimático). 
O algodoeiro apresenta sistema radicular efetivo (raízes responsáveis pela absorção de água 
e nutrientes minerais) superficial, especialmente nos primeiros 42 dias após a emergência, onde a 
28 
 
competição imposta pelas plantas invasoras é bem maior e pode causar danos irreversíveis à cultura, 
reduzindo a produtividade. 
Na média, o período crítico de competição entre as plantas invasoras e a cultura do 
algodoeiro é dos 15 aos 56 dias da emergência das plantas. 
 
13.9.2. Métodos de controle 
Vários métodos de controle podem ser utilizados, tais como: a) método cultural; b) método 
mecânico (manual, tração animal e tração mecânica); c) método químico (herbicidas incorporados – 
pré-plantio incorporado, herbicidas de pré-emergência, herbicidas de pós-emergência) e d) método 
integrado (herbicida + controle mecânico). Os herbicidas podem ser usados de maneira isolada, para 
o controle de determinada classe de ervas invasoras, ou misturados, para o controle de ervas de 
folhas largas e estreitas. 
 
13.10. Irrigação 
A irrigação é a técnica que permite ao agricultor o controle da água, assegurando às plantas 
seu suprimento adequado na zona do sistema radicular, possibilitando, assim, a obtenção de altos 
rendimentos. Para este controle é necessário dimensionar um projeto de irrigação no qual serão 
levados em conta fatores de solo (textura capacidade de campo, ponto de murchamento, densidade 
aparente e velocidade de infiltração da água no solo), clima (evapotranspiração real da região), água 
(quantidade e qualidade) e cultura (profundidade efetiva do sistema radicular do algodoeiro, estádio 
de desenvolvimento do algodoeiro e coeficiente de cultivo). 
É importante: quanto irrigar, quando irrigar e como irrigar (sulcos, aspersão, gotejamento). 
 
13.10.1. Necessidade hídrica da cultura – Na prática, a quantidade de água aplicada à cultura 
depende do clima, da classificação textural do solo, da fase fenológica da planta e da eficiência do 
sistema de irrigação utilizado. De modo geral, o consumo hídrico do algodoeiro varia entre 450 e 
700 mm no ciclo para região semi-árida do Nordeste. 
 
Coeficiente de cultura (Kc) do algodoeiro de ciclo curto e médio para diferentes fases fenológicas 
estimada pelo método do Tanque Classe “A”. 
 
CICLO/FASE I II III IV 
Curto 0,48 0,67 0,71 0,61 
Médio 0,49 0,82 1,04 0,88 
 
29 
 
O coeficiente de cultura (Kc) para o algodoeiro varia em função da fase de crescimento da cultura e 
seu ciclo, sendo determinado para as cultivares de ciclo curto (100-120 dias) e médio (130-150 dias) 
para períodos semanais e em função das fases fenológicas. 
 
 
 
Necessidade hídrica da cultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
14. PRINCIPAIS PRAGAS E CONTROLE 
 
Praga Caracterização do dano Período crítico Nível de controle Ingrediente ativo 
Trips Atacam as plantas ainda jovens, 
provocando o encarquilhamento e 
espessamento das folhas do ápice, 
acompanhado da planta 
Até 20 dias da emergência 70% das plantas com pelo 
menos 6 insetos cada uma 
Dimeton-metil, 
Tiomethion, Dimentoato, 
Monocrotofós 
Pulgão Encarquilhamento das folhas, na página 
dorsal das folhas presença de substância 
açucarada excretada pelo inseto que 
implica danos na qualidade da fibra. 
Agente transmissor de viroses. 
Da emergência até o 
aparecimento do 1
0
 capulho. 
10% cultivares susceptível, 
30% cultivares tolerante e 
50% cultivares resistentes 
Piricarb, Dimenton-S- 
Metil, Tiometon, 
Monocrotofós 
Curuquerê Desfolha generalizada das plantas. Da emergência até o 
aparecimento do 1
0
 capulho. 
1 lagarta/planta ou 10% de 
desfolha do ponteiro 
Bacillus thuringiensis, 
Diflubenzuron, 
Endosulfan, Triclorfon, 
Abamectin, Monocrotofós, 
Cyfluthrin 
Bicudo Botões florais tornam-se amarelecidos 
após o ataque; as brácteas se abrem e os 
botões florais caem no solo; há destruição 
da fibra e das sementes nas maçãs 
atacadas. 
Do surgimento dos botões 
florais até o aparecimento do 
10
 capulho. 
10% de botões com orifício 
de ovoposição e/ou 
alimentação 
Endosulfan, Fhosmet, 
Carbaryl, Malation, 
Betacyfluthrin, 
Cypermetrin, 
Delmametrina, Cyfluthrin 
L. militar Podem danificar o caule, folhas, botões 
florais e maçãs. 
Do surgimento dos botões ao 
aparecimento do 1
0
 capulho. 
Até 15% de plantas com 
lagartas de tamanho 
pequeno 
Endosulfan, Prophenofos, 
Chlorpirifos, Metomil, 
Cipermetrina, 
Deltametrina 
L. das 
maçãs 
Perfurações circulares nos botões e frutos 
com penetração total ou parcial das 
lagartas; excrementos (fezes) em grande 
quantidade entre as brácteas e na 
superfície dos órgãos atacados. 
Do surgimento dos botões 
florais até o aparecimento do 
1
0
 capulho. 
10% de plantas com lagarta Bacillus thuringensis, 
Endosulfan, Carbaryl, 
Acephate, Deltametrina 
 
 
31 
 
 
 
 
Praga Caracterização do dano Período crítico Nível de controle Ingrediente ativo 
L. rosada Imbricação das flores em forma de roseta; 
apresentam a parte interna com galerias ou 
verrugas e as fibras, de uma ou mais lojas, 
ficam manchadas ou destruídas; sementes 
parcial ou totalmente destruídas e os 
capulhos amadurecem precocemente, 
chegando, muitas vezes, a não abrir. 
Do surgimento da 1
a
 maçã 
firme até o aparecimento do 
1
0
 capulho. 
7% de maçã com sinal de 
ataque 
Carbaryl, Deltametrina, 
Cypermetrin, Cyfluthrin, 
Betacyfluthrin 
Ácaro 
rajado 
Inicialmente, surgem pequenas manchas 
avermelhadas entre as nervuras, as quais, 
dependendo da intensidade do ataque, 
provocam o secamento e queda das folhas. 
Do surgimento dos botões 
florais até o aparecimento do 
1
0
 capulho. 
10% de plantas atacadas Abamectin, Propargite, 
Bromopropylato 
Percevejos O percevejo rajado aborta os órgãos 
frutíferos, enquanto, o percevejo machador 
provoca queda e má formação das maçãs; 
abertura defeituosa dos frutos e os 
capulhos apresentam manchas nas fibras. 
Da emissão dos botões florais 
até aparecimento dos frutos. 
Quando forem encontrados 
5 percevejos em 50 redadas 
Methithion, Endosulfan 
 
32 
 
14.1. Métodos de controle 
14.1.1. Controle químico 
14.1.2. Controle biológico (vírus, fungos, bactérias, insetos e ácaros) 
14.1.3. Controle cultural (espaçamento e densidade de plantio, nível de fertilidade, plantio na época 
correta, uso de cultura-armadilha, arranquio, enleiramento e queimas dos restos culturais) 
 
14.1.4. Controle legislativo (leis que regem os aspectos do transporte, introdução ou exportação de 
produtos ou partes de vegetais e do estabelecimento e condução da cultura: uso restrito de cultivares 
recomendadas, estabelecimento de época de plantio, queima ou destruição dos restos de cultura, 
medidas quarentenárias no caso de introduções, expurgo de sementes. 
 
14.2. Estratégias e táticas para o controle do bicudo 
14.2.1. Controle na entressafra 
a) Colocação de armadilhas b) Soqueiras-isca c) Arranquio de plantas hospedeiras 
 
14.2.2. Controle durante a safra 
a) Cultura-armadilha; b) Tubo mata-bicudo; c) Plantio uniforme; d) Catação de botões e maças 
novas; e) Destruição de restos culturais; f) Amostragem e nível de dano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Broca da haste - Eutinobothrus brasiliensis 
 
 
Bicudo - Anthonomus grandis 
 
 
34 
 
 
 
Curuquerê – Alabama argillacea 
 
 
 
 
 
Lagarta –da-maçã – Heliothis virescens 
 
 
35 
 
Lagarta rosada – Pectinophora gossypiella 
 
 
Pulgão – Aphis gossypi 
 
 
Trips – Frankliniella spp 
 
 
 
 
36 
 
Percevejo-de-renda – Gargaphia torresi 
 
 
 
 
Ácaros - Tetranychus urticae 
 
 
 
 
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE 
- Biológico: 
- Traduz-se na ação de parasitas, predadores ou causadores de enfermidades nas pragas, reduzindo 
sua população. 
- Cultural. 
- Mecânico. 
- Químico. 
37 
 
 
 
38 
 
15. DOENÇAS E CONTROLE 
Nome Etiologia Caracterização do dano 
Ramulose ou 
superbrotamento 
Colletrotrichum gossypii 
var. cephalosporioides 
Inicia nas folhas mais novas, localizadas no 
“ponteiro” da planta, onde aparece uma lesão em 
forma de “estrela”. Posteriormente a planta mostra 
internódios mais curtos com nós entumescidos, 
lesões (pústulas do fungo) nas hastes da planta e 
no pecíolo das folhas, superbrotamento do 
ponteiro (aspecto “ramalhudo”). 
Tombamento ou 
Mela Colletrotrichum gossypii, 
Rhyzoctonia solani, 
Fusarium sp., Pythium sp., 
Macrophomina phaseoli, 
Botryodiplodia 
theobromae 
Logo após a emergência das plantinhas, folhas 
cotiledonárias e primárias são atacadas. O 
principal prejuízo causado pelo tombamento faz-se 
sentir na germinação ou no desenvolvimento 
inicial das plântulas, determinando falhas na 
lavoura. 
Murcha de 
Fusarium e 
Murcha de 
Verticillium 
Fusarium oxysporum f. 
vasinfectum; Verticillum 
albo-atrum e Verticillum 
dahliae 
Nos dois casos, no início as folhas das plantas 
mostram perda de turgescência seguida de 
coloração amarelada em áreas irregulares. Há um 
murchamento geral das plantas e nos casos mais 
severos, principalmente de Fusarium, ocorre a 
morte delas. 
Mancha angular Xanthomonas campestris 
pv. Malvacearum 
Folhas mostrando lesões de formato sempre de 
coloração verde, aspecto oleoso e posteriormente 
de coloração parda e necrosada. Os sintomas, em 
casos mais graves, podem ser observados no 
pecíolo das folhas, pedúnculo das maçãs, 
ponteiros das plantas novas e hastes das plantas, 
onde se observam lesões escuras. 
Antracnose Colletotrichum gossypii Ataca todas as partes da planta, podendo aparecer 
nos cotilédones e caule de plântulas recém-
emergidas. 
Podridão de 
maçãs 
Colletrotrichum gossypii x 
Xanthomonas campestris 
pv. Malvacearum, 
Botriodiplodia sp. 
Primeiro a bactéria provoca a lesão na maçã, 
facilitando a entrada do fungo. A severidade deste 
problema está altamente correlacionada com as 
condições de clima durante a formação das maçãs 
e com o desenvolvimento das plantas. 
Viroses Mosaico comum, mosaico 
tardio, mosaico das 
nervuras, vermelhão do 
algodoeiro 
As folhas das plantas infectadas apresentam um 
mosaico de coloração amarela. O vetor é a mosca 
branca (Bemisia tabaci). O vetor do mosaico 
tardio mais provável é o trips Frankliniella ssp. O 
vetor do mosaico das nervuras é o pulgão Aphis 
gossypii. As folhas infectadas com o vermelhão do 
algodoeiro, localizadas nas partes medianas e 
inferiores da planta, apresentam áreas 
avermelhadas entre as nervuras, que permanecem 
verdes. O vetor dessa doença é pulgão Aphis 
gossypii. 
Alternaria 
Alternaria tenuis 
As folhas apresentam manchas arredondadas, de 
coloração escura ou parda, composta de anéis 
39 
 
concêntricos. 
Nematóides Meloidogyne incógnita, 
Rotylenchulus reniformis, 
Pratylenchus brachyurus, 
Helicotylenchus sp. 
Os nematóides representam um sério problema na 
maioria das regiões algodoeiras, principalmente 
nas áreas onde ocre a murcha de Fusarium. A 
mais importante é M. incógnita. As plantas afetadas 
crescem menos devido a danos provocados no sistema 
radicular. 
 
 
15.1. Controle de doenças 
 
Com exceção dos vários tipos de “tombamento”, o controle mais viável – do ponto de vista 
técnico e econômico – das doenças e nematóides do algodoeiro se faz mediante utilização de 
variedades resistentes. Como ações complementares,são importantes a rotação de culturas com 
espécies ou cultivares não hospedeiras, o controle de vetores dos patógenos e a adoção de medidas 
profiláticas. No caso da Antracnose, a medida de controle mais importante é o tratamento das 
sementes com fungicidas, rotação de culturas e destruição da resteva. 
 
16. REGULADORES DE CRESCIMENTO 
 
O algodoal fechado, em final de ciclo, com plantas com mais de 1,5m de altura, apresenta 
problemas de sombreamento do baixeiro, apodrecimento de maçãs e carga concentrada nos 
ponteiro, causando o tombamento das plantas, dificuldade e ineficiência no controle de pragas, 
dificuldade na colheita e, conseqüentemente, perda de tipo e de qualidade do algodão. Em caso de 
colheita mecânica, a própria altura excessiva das plantas (<1,60m) constitui entrave sério; 
recomenda-se, para tais condições, o uso de regulador de crescimento que, convenientemente 
aplicado, limitará o porte das plantas, eliminado grande parte dos problemas mencionados e 
assegurando boa eficiência à colheitadeira mecânica. 
Estes reguladores devem ser recomendados quando as plantas de algodão, por ocasião do 
florescimento (60 a 70 dias) ultrapassarem 1,0m de altura, com 8 a 10 flores abrindo por 10m 
lineares de fileira. 
Existem atualmente, no mercado, dois produtos com ação reguladora de crescimento: 
cloreto de chlormequat e cloreto de mepiquat; as doses recomendadas são de 500 ml a 1,0 litros de 
produto comercial/ha. 
REGULADORES DE CRESCIMENTO: 
- Cloreto de mepiquat (PIX): 
- 1,0 litro/ha. 
40 
 
- Cloreto de clormequat (TUVAL): 
- 50 g/ha. 
- Cloreto de clorocolina (CCC): 
- 0,50 litro/ha. 
 
Por que aplicação de reguladores de - Crescimento, desfolhantes e maturadores? 
 
Plantas acima de 1,5m de altura, dificultam colheita mecanizada e controle de pragas, além de 
determinar sombreamento das partes mais baixas da planta resultando no apodrecimento de 
maçãs. 
 
DESFOLHANTES: 
- Podem ser específicos (produzindo a queda das folhas antes da senescência) e herbicidas 
(ocasionando a morte da folha, que permanece ligada à planta). 
- A desfolha apressa a maturação do fruto e a abertura dos capulhos facilitando a colheita. 
 
Posso usar herbicidas dessecantes como desfolhante? 
- Os dessecantes provocam o secamento das folhas, que permanecem na planta, aumentando as 
impurezas por ocasião da colheita. 
 
MATURADORES: 
- Os maturadores devem ser aplicados quando 90% dos capulhos estiverem abertos. 
- O alvo único é o fruto, acelerando sua maturação e abertura. 
 
DESFOLHANTES E MATURADORES: 
- Thidiazuron: 
- 0,075 a 0,150 kg/ha. 
- 60% de frutos abertos. 
- Bromoxinil: 
- 0,232 kg/ha. 
- 60% de frutos abertos. 
- Ethefon + cyclanilide: 
- 0,72 + 1,20 ha. 
- 90 % de frutos abertos. 
 
41 
 
17. Tempo de aplicação de químicos condicionadores de colheita: desfolhantes e 
maturadores 
 
É importante enfatizar que as aplicações de químicos condicionadores de colheita, marcam 
(na prática) o final do ciclo do cultivo, pois sem folhas a planta deixa de alimentar os frutos. O 
número e peso das maçãs no momento da desfolhação definem o limite máximo de rendimento e 
qualidade de fibra. Por outro lado, desfolhações tardias resultam em perda de peso dos capulhos, 
possível contaminação da fibra com excrementos de pulgões e ou mosca branca, deterioração da 
fibra por raios ultravioletas e microorganismos e perda da cor da fibra, causado por pigmentos nas 
paredes da casca do capulho e poeira do ambiente. 
Existem vários métodos para determinar o momento adequado para desfolhar. O mais 
comum é determinar a porcentagem de abertura de cápsulas. Experiências internacionais 
demonstram que cultivos se podem desfolhar quando obtém entre 50 a 70% de cápsulas maduras, 
sendo 60% una boa média como referência. 
Vantagens deste método são sua simplicidade e objetividade em seu uso. O tempo 
necessário para obter estes dados é sua principal desvantagem. 
Um método mais rápido e confiável para determinar o momento ótimo de desfolhação, se 
baseia na posição da cápsula madura (deiscente), mas próxima ao terminal da planta. Cápsulas 
localizadas quatro ramas acima da última cápsula aberta 
já estão maduras em termos de peso do capulho e qualidade da fibra. Cápsulas posicionadas 
nas ramas acima destas quatro, precisam de aproximadamente 4 a 6 dias –dependendo de 
temperatura- por rama para madurar. A figura No. 1 mostra graficamente a determinação e uso 
deste método. 
 
17.1. Tipos de químicos condicionadores de Colheita 
 
Existem no mercado três tipos de produtos para preparar cultivos para a colheita que são: 
dessecantes, desfolhantes e maturadores. 
Num programa de desfolha artificial do algodão podem-se utilizar basicamente três tipos de 
produtos, a saber: desfolhantes, maturadores e dessecantes. 
 
17.1.1. Desfolhantes 
Desfolhantes são produtos químicos específicos utilizados na desfolha artificial da planta do 
algodoeiro. Estes produtos alteram o balanço hormonal da planta, levando à formação prematura da 
zona de abscisão no pecíolo da folha (LAMAS, 2001). 
42 
 
A desfolha artificial através de desfolhantes induz à queda prematura da folhagem da planta 
do algodoeiro. Em condições normais de campo, estes produtos causam a abscisão da folha após 7 e 
14 dias da aplicação. 
O aspecto limitante do uso destes produtos é a incerteza sobre seu funcionamento, pois, 
genericamente, a eficiência de um desfolhante depende de fatores como uniformidade de 
crescimento da planta, condições climáticas, cobertura de pulverização, volatilização, 
fotodecomposição, degradação, absorção e translocação do produto na planta. 
A eficiência dos desfolhantes pode ser melhorada através do uso de adjuvantes, produtos 
químicos que facilitam a penetração do princípio ativo dos insumos agrícolas. Desfolhantes 
aplicados muito cedo, tanto em tratamento basal, com 20% das maças abertas, ou em cobertura 
total, com 60%das maçãs abertas, tendem a reduzir o rendimento, o comprimento e a resistência da 
fibra do algodão. 
Os desfolhantes podem melhorar a classificação da fibra do algodão, pois reduz a umidade, 
o amarelecimento, impureza e incidência de manchas na fibra do algodão (BAKER et al., 1968). O 
uso de glyphosate em combinação com desfolhantes mostrou-se promissor no controle da rebrota 
do algodoeiro (CATHEY & HACSKAYLO, 1974). 
 
17.1.2. Maturadores 
Como o próprio nome sugere, maturadores são produtos químicos hormonais usados como 
propósito de acelerar a maturação dos frutos, promoverem a desfolha e assim permitir melhor 
planejamento e melhora do desempenho da colheita manual ou mecânica do algodoeiro irrigado 
(CARDOZIER, 1957). 
Os maturadores devem ser aplicados quando 100% dos frutos estiverem atingidos à 
maturidade fisiológica ou mais de 90%dos frutos estiverem abertos. Aplicações precoces podem 
comprometer a produção e a qualidade da fibra (SMITH et al., 1988). 
A aplicação de maturadores tem os frutos como alvo principal. Quando a planta estiver com 
elevado número de folhas, é necessária a aplicação de desfolhantes antes da aplicação do maturador, 
para possibilitar o contato direto do produto com os frutos do algodoeiro. 
Embora se saiba que os maturadores tenham algum efeito desfolhante, o objetivo de sua 
aplicação é acelerar a maturação e conseqüente abertura dos frutos (LAMAS, 2001). 
 
17.1.3. Dessecantes 
Dessecantes são compostos químicos que quando aplicados à parte verde das plantas, fazem-
na secar parcial ou totalmente. Entende-se por dessecação, portanto a rápida perda de água da 
43 
 
folhagem após a aplicação de um produto tóxico como o paraquat e o amônio-glufosinato,tendo por 
conseqüência a morte rápida da lâmina da folha e do pecíolo. 
A injúria química causada pelos dessecantes é tão fulminante que não permite a formação da 
zona de abscisão. As folhas secam, mas permanecem na planta. A principal diferença entre os 
desfolhantes, maturadores e dessecantes é que os dois primeiros grupos de insumos provocam a 
queda das folhas, enquanto os dessecantes causam o secamento mas sem a queda das mesmas, 
proporcionando a obtenção de produtos com alto grau de impurezas, o que eleva o custo do 
processo de beneficiamento e exige que os beneficiadores estejam preparados para beneficiar este 
tipo de algodão. 
Diante do exposto, sempre que possível deve ser dada preferência para o uso de desfolhantes 
(LAMAS, 2001). 
A desfolha antes da dessecação tem sido usada em algumas áreas como estratégia de preparo 
da cultura para colheita mecânica. Esta medida tem por objetivo reduzir as impurezas provenientes 
da folhagem do algodão. Dessecantes aplicados em dose e época corretas podem dessecar a 
folhagem e prevenir a rebrota do algodoeiro. No entanto, se tais produtos forem aplicados muito 
cedo, como aos 80% de maçãs abertas, ocorre em redução de produtividade. A adição de 2,4-D aos 
dessecantes reduz a rebrota, no entanto, este produto pode se acumular na semente da maçã em 
desenvolvimento e reduzir o valor da mesma se destinada ao plantio (BENEDICT, 1984). 
Os dessecantes devem ser aplicados quando 100% das maçãs estiverem maduras. Para 
muitos técnicos, o uso de dessecantes na “desfolha” do algodoeiro não é muito recomendável por 
tornar tais estruturas secas e quebradiças. Nestas condições, como já foi mencionado anteriormente, 
a qualidade da fibra, na colheita mecânica, poderá ficar comprometida pela presença de fragmentos 
de limbo, pecíolo e terminais de ramos ressequidos (FEDERACION NACIONAL DE 
ALGODONEROS, 1990). 
 
17.2. Benefícios da Desfolha Artificial 
 Eliminação da principal fonte de impurezas da fibra do algodão por ocasião da colheita. 
Prevenção contra apodrecimento de maçãs. 
Redução da fonte de alimentação para diapausa do bicudo. 
Operação de colheita mais rápida e eficiente. 
Abertura e secagem de capulhos mais rápida permitindo colheita mais precoce. 
Colhedores manuais preferem trabalhar em algodoal desfolhado. 
Menos problemas com a colheita mecânica (RHÔNE – POULENC AGRO BRASIL, Ltda, 
1999 e AGREVO DO BRASIL Ltda, 1999). 
 
44 
 
17.3. Fatores Relacionados à Aplicação de Desfolhantes, Maturadores e dessecantes Condições 
climáticas 
Na ocasião da aplicação e no período de três a cinco dias após esta operação, as condições 
climáticas têm grande efeito na resposta da planta aos desfolhantes, maturadores e dessecantes. 
Estes insumos são mais ativos quando a temperatura, a intensidade de luz e a umidade relativa do ar 
são mais elevadas. 
Para os desfolhantes e maturadores, a temperatura noturna acima de 16ºC é particularmente 
importante. Em temperaturas superiores a 20ºC, o volume e a velocidade de desfolha basicamente 
dobra a cada elevação de 10°C. A faixa ótima de temperatura para uma boa performance de 
desfolhantes e maturadores é de 22-30ºC. 
Necessita-se de pelo menos um dia claro com pouca nebulosidade, um período de pelo 
menos seis horas sem chuva para a obtenção de melhores resultados (CARDOZIER, 1957). 
 
17.4. Condições da planta 
A desfolha será mais eficaz em lavouras bem desenvolvidas, com boa carga frutífera, 
uniforme e com plantas no início da fase de senescência (“CUT out”), porém ativa. Entende-se por 
“cut out” a fase em que a planta deixa de emitir botões florais. Para que ainda haja abscisão é 
necessário que haja alguma atividade de crescimento na planta. Elevado teor de umidade tanto na 
planta como no ar é necessário para uma boa desfolha. Não se devem aplicar desfolhantes em 
lavouras sob estresse hídrico. Os resultados serão precários (BENEDICT, 1984). 
 
17.5. Época de Aplicação 
O mais importante fator a ser considerado na decisão sobre a época de aplicação de 
desfolhantes, maturadores e dessecantes é a maturidade da maçã. 
Considere-se que não ocorre maturação dos frutos após a remoção das folhas. A desfolha ou 
dessecação prematura pode reduzir o rendimento e qualidade da fibra do algodão. Recomenda-se 
desfolhar ou dessecar a planta quando 70%a 80% dos frutos (capulhos) estiverem abertos e as 
maçãs mais novas estiverem maduras. 
Para checar a maturidade da maçã, sugere-se cortá-la em cruz com um canivete afiado. 
Quando o fruto estiver maduro, haverá resistência ao corte, as sementes estarão completamente 
cheias e não haverá gelatina no centro. A presença de uma linha fina amarronzada ao redor da 
semente indica que a casca atingiu a maturidade e a maçã está suficientemente madura para não ser 
afetada pela aplicação dos referidos produtos. 
45 
 
Quando possível, aplicar estes insumos (desfolhantes, maturadores e dessecantes) à tardinha 
ou cedo, pela manhã, quando a umidade relativa do ar é elevada e os ventos estão calmos. Nestas 
condições, não haverá deriva e a cobertura total da plante é obtida. 
Dependendo das condições climáticas, a desfolha ocorre entre sete e quinze dias após a 
aplicação dos desfolhantes. Plantas que foram desfolhadas devem ser colhidas imediatamente para 
evitar perda de qualidade da fibra do algodão através de poeira, chuva e insetos. No caso de grandes 
áreas, recomenda-se fazer a aplicação do produto de forma escalonada, observando-se o número de 
máquinas e a capacidade de colheita (FEDERACION NACIONAL DE ALGODONEROS, 1990). 
 
 
 
17.6. Implementos 
Para uma boa cobertura foliar com equipamento de pulverização terrestre, devem-se levar 
em consideração que bicos de jatos cônicos são superiores aos bicos de jato em leque (flat fan), aos 
bicos de jato em leque contínuo (even flat fan) e aos bicos de impacto tipo defletor (flood jet). A 
pressão, a velocidade e o tipo de bico devem estar sincronizados para a aplicação da dose 
recomendada pela bula do produto. 
 
46 
 
17.7. Produtos Recomendados 
A seguir recomendam-se os seguintes produtos na cultura do algodoeiro, informando 
também dose, condições de aplicação, época de aplicação, adjuvantes e outros itens que possam 
facilitar o uso dos mesmos. 
• Fósforo tritioato de S,S,S – tributil (DEF 6/Bayer do Brasil S.A) é um desfolhante 
organofosforado registrado para a desfolha química do algodoeiro. 
Este produto é uma emulsão (720 g/L) comDL 50 oral de 200mg/kg que age nas axilas dos 
pecíolos foliares. Deve ser aplicado quando 60% das maças estiverem abertas e as demais maduras. 
Recomenda-se aplicar 1L/ha do produto comercial para plantas pequenas de até 1m; 1,5L/ha 
para plantas médias com 1ma 1,5m; e 2,0L para plantas grandes, superiores a 1,5m de altura. Este 
desfolhante não é um forte inibidor da rebrota (HERTWIG, 1983). 
• 2,3 – dihidro – 5,6 – dimetil – 1,4 – ditio 1,1,4,4 – tetraóxido (Harvade 600 FW/Uniroyal 
do Brasil S/ A Ind. Química). É um desfolhante-dessecante registrado para a cultura do algodão. 
Recomenda-se usar um adjuvante não iônico, tipo UBI-1126. O seu desempenho será melhor 
quando aplicado sob temperatura de até 21ºC, pois temperaturas mais baixas podem comprometer 
sua eficiência. A dose recomendada é de 0,5 L/ha quando 70 a 80% dos capulhos estiverem abertos 
e as demais maçãs fisiologicamente maduras. Recomenda-se também usar o surfactante UBI 1126 
na dose de 0,96 a 1,2 L/ha. Este produto não é um forte inibidor da rebrota terminal da planta do 
algodoeiro (HERTWIG, 1983). 
• Bramoxinil (Buctril/Rhône Poulenc) - Buctril é uma emulsão concentrado contendo 232 
g/L de Bromoxinil octonoato na forma de éster e é usada como desfolhante do algodoeiro.A dose 
recomendada é de 1 L/ha do produto comercial (pc) e deve ser aplicado quando 80% das maçãs 
estiverem abertas e as demais fisiologicamente maduras (RHÔNE POULENC, 1999). 
• Thidiazuron (Dropp 50 PM) - O dropp 50 PM é um desfolhante de algodão que 
contém50% de Thidiazuron como ingrediente ativo. Não é um produto fosforado, por isso é menos 
poluente e menos perigoso à saúde dos aplicadores e ao meio ambiente. A dose recomendada é de 
125 a 200 g/ha de pc, devendo ser aplicado na lavoura com 60% de maçã abertas ou de 7 a 14 dias 
antes da colheita. Este produto não deve ser aplicado se houver risco de chuvas. Em caso de 
dúvidas, adicionar à calda um óleo emulsionável ou um espalhante adesivo. Sob altas temperaturas 
e alta umidade, ou com plantas pouco enfolhadas, deve-se usar menor dosagem. O tempo de 
desfolhamento é de 7 a 14 dias após aplicação. Sob baixas temperaturas ou em plantas com 
folhagem mais intensa, recomenda-se usar maior dose (200g/ha). Dropp é um forte inibidor da 
rebrota terminal quando aplicado em condições climáticas, dose e equipamento correto (Lamas, 
1998). 
47 
 
• Glufosinato de Amônio (Finale/AgrEvo) - O Finale é um produto concentrado solúvel 
contendo 200 g/L. Seu nome químico é Amônio – DL- homoalanina – 4- il (metil) fosfinato, 
pertencente ao grupo químico dos aminoácidos. O Finale é um herbicida pós-emergente de ação 
de contato, não seletivo que pode ser usado utilizar a dose de 0,5 L/ha (pc) de Finale +0,2%v/v de 
Hoefix+75 g/ha de Dropp 50 PM quando 50% das maçãs estiverem abertas e as demais 
fisiologicamente maduras. Chuvas ou irrigação por aspersão após 6 horas da aplicação do produto, 
não reduzem o seu efeito, particularmente se foi utilizado algum espalhante adesivo (AGREVO DO 
BRASIL Ltda, 1999). 
• Ethephon+Cyclanilide (Finish/Rhône-Poulenc) – É um maturador constituindo de 830 
g/L de ethephon e 60 g/L de cyclanilide, fabricado pela Rhône-Poulenc Agro Brasil Ltda. Finish é 
um produto específico para o algodoeiro que antecipa a maturação e a abertura das maçãs, além de 
provocar a queda das folhas. Depois de aplicado, o ethephon é absorvido pelas folhas e frutos do 
algodoeiro, provocando um aumento de concentração do etileno que é um hormônio vegetal 
responsável pela maturação dos frutos. O cy clanilide potencializa o ethephon que provoca a 
abscisão foliar. Deve-se aplicar o produto quando mais de 90%das maçãs estiverem 
fisiologicamente maduras. A dose recomendada é de 1,5 a 2,5 L/ha do produto comercial. 
Recomenda-se aplicar o produto baseando-se na temperatura média da data de aplicação. 
Temperatura superior a 30ºC, aplicar 1,5 L/ha 
Temperatura entre 25 e 30ºC, aplicar 2,0 L/ha 
Temperatura entre 22 e 25ºC, aplicar 2,5 L/ha 
Temperatura inferior a 22ºC, não aplicar 
Se a cultura estiver muito enfolhada, o que dificulta a penetração do produto até as maçãs, 
utilizar um desfolhante antes da aplicação do Finish. Na aplicação terrestre, usar de 200 a 500 L/ha 
de calda, barra e bico de jato cônico vazio. A barra deve estar posicionada à altura de 50 cm em 
relação ao alvo de deposição. A pressão de trabalho deverá estar entre 80-100 libra/pol2. Para 
aplicação aérea, a vazão recomendada é de 30 L/ha. Usar conjunto de barras e bicos com juntas de 
pulverização de jato cônico vazio (RHÔNE POULENC, 1999). 
• Glyphosate (Round up/Monsanto; Glyfosato 480/Agripec) - O Glyphosate é um herbicida 
registrado no Brasil para o controle não seletivo de mono e dicotiledôneas e empós-emergência. 
Trata-se de um concentrado solúvel com360 g/L (Round up) ou 480 g/L (Agripec) derivado da 
glicina e incompatível com pós-molháveis e herbicidas de contato. Como dessecante, recomenda-se 
usar de 1,0 a 2,0 L/ha do produto comercial, quando 70 a 80% das maçãs estiverem abertas e o 
restante fisiologicamente maduro. Aplicar o produto com a planta em bom estado de vigor 
vegetativo, evitando dias nebulosos, umidade relativa do ar inferior a 60%e excesso de chuva. 
Requer um período de 6 horas sem chuva após aplicação, para assegurar a absorção pela folha. Na 
48 
 
pulverização, deverá utilizar gotícula fina, para obter boa cobertura e distribuição da calda sobre a 
folhagem. Pode-se usar bico em leque, de distribuição de jato elíptica de ângulo 80º ou 110º ou 
bicos em cone vazio ou cheio. Nos bicos em leque deve-se usar pressão de 50 a 60 libras/pol 2 e em 
ambos os casos, vazão de 200-400 litros de calda/ha. Não se deve aplicar com ventos superiores a 
10km/h (RODRIGUES & ALMEIDA, 1998). 
•Paraquat (Gramoxone 200/zeneca) - O gramoxone é um herbicida formulado em solução 
aquosa concentrada (200 g/L) pertencente ao grupo químico dos bipiridilios. Este produto é 
registrado no Brasil para aplicação em pré-plantio em culturas anuais. É também registrado como 
dessecante de culturas como o algodoeiro, cana-de-açúcar, arroz etc. A dose recomendada é de 1,0 a 
2,.5 L/ha do produto comercial, quando 70%dos frutos estiverem abertos e o restante 
fisiologicamente maduro. Aplica-se com a planta em bom estado de vigor vegetativo, evitando 
horas de calor, umidade relativa inferior a 60%e excesso de chuva. Adicionar à calda um adjuvante 
não iônico (Agral, 100 mL/100 litros de calda). Requer um período de 30 min sem chuva após 
aplicação para assegurar absorção pelas folhas. Usam-se bicos em leque de distribuição de jato 
elíptica de ângulo 80º ou 110º, pressão de 25 a 30 libras/pol2 e vazão de 300-400 litros de calda/ha. 
As pressões e vazões mais elevadas são indicadoras para o algodoeiro com maior volume de folhas. 
Não se deve aplicar com ventos superiores a 10 km/h (RODRIGUES & ALMEIDA, 1998). 
 
 
17. COLHEITA E ARMAZENAMENTO 
 
Como o principal uso do algodão é na indústria têxtil, a qualidade da fibra é fator de 
fundamental importância e depende, em parte, dos cuidados durante a operação da colheita, 
merecendo esta toda atenção para que o produto colhido não se desvalorize. 
 
17.1. Colheita Manual – Os apanhadores utilizam-se sacos de juta ou algodão para o 
armazenamento do produto colhido e barbante de algodão para o fechamento dos sacos. Em 
média um agricultor colhe de 3 a 6 arrobas por dia. Alguns cuidados devem ser observados: 
a) Iniciar a colheita quando 60% dos capulhos estiverem abertos, realizando quantas vezes 
forem viáveis; 
b) Na medida do possível separar o algodão sujo de baixeiro dos limpos; 
c) Evitar colher capulhos com carimãs, plantas daninhas, maçãs verdes e outros produtos 
estranhos; 
(d)Não utilizar sacaria e amarrios de plástico, para evitar contaminação por materiais estranhos; 
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e) Se o produto for armazenado antes da comercialização, o local deve estar seco, limpo e bem 
arejado. 
 
17.2. Colheita Mecânica – A colheita mecanizada é efetuada por colheitadeiras tipo “picker” 
de 2 a 5 fileiras e apresenta as seguintes vantagens: a) maior uniformidade e superioridade do 
tipo colhido; b) economia de mão-de-obra e sacaria; c) eliminação de contaminação com outras 
fibras (juta e nylon); d) colheita mais rápida e econômica. 
 
O rendimento da colheitadeira de 2 filas é de 3 a 5 há por dia, correspondendo ao trabalho de 
aproximadamente 200 homens; o rendimento das colheitadeiras de 4 e 5 filas é 
proporcionalmente maior (2.000 a 3.000 @/dia). As perdas se situam em torno de 5%. Para o 
sucesso desta operação são importantes as seguintes observações: 
 
a) Declividade do terreno inferior a 8%; 
b) Adequação do solo para um bom desempenho da colhedora, eliminando-se todo e qualquer 
obstáculo (tocos, pedras, depressões, etc); 
 
c) Adoção de qualidade em todas as fases do processo produtivo, ajustando às exigências de 
colheita mecânica, cultivar, época de semeadura, população de plantas, espaçamento, correção

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