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Termos - Teologia

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Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
Recomendações: 
 
DEFINIÇÕES: 
 
- HERMENÊUTICA: A palavra hermenêutica significa explicar, interpretar ou expor. 
Do grego ερμηνευειν − hermeneuein = INTERPRETAR. Nas Escrituras é usado em 
quatro versículos: João 1.42; 9.7; Hebreus 7.2 e Lucas 24.27. O termo Hermenêutica, 
portanto, descreve simplesmente a prática da interpretação. 
 
- EXEGESE: do Grego εξηγησιs − exégesis ek+egéomai, penso, interpreto, arranco 
para fora do texto. Não se trata de pôr algo no texto (eis-egesis) e sim de tirar o que já 
existe no texto (ex-egesis). 
 
Uma das Funções do pastor ou pregador leigo é explicar (interpretar) a Bíblia – Ne 
8.8 “A missão do intérprete é servir de ponte entre o autor do texto e o leitor“. 
(J.Martínez, Hermeneutica Biblica, p. 34) 
 
 
ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS 
 
- Antilegomena = Escritos bíblicos que em certo momento foram questionados; 
 
- Apócrifos = Livros supostamente do Antigo Testamento, mas que não possuem 
embasamento para comprovar a autenticidade quanto a seu caráter profético; 
 
- Cânon = Do grego “kánon”, e do hebraico “kaneh”, regra; lista autêntica dos 
Livros considerados como inspirados; 
 
- Epístolas = Cartas; 
 
- Evangelho = Boas Novas; 
 
- Homologomena = Livros bíblicos aceitos por todos e que em momento algum 
foram questionados; 
 
- Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir a ideia e não as 
palavras; 
 
- Pseudo-epígrafos = Falsos escritos. Livros não bíblicos, cujos escritos se 
desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos; 
 
- Septuaginta = LXX de Alexandria. Bíblia traduzida para o grego por judeus e 
gregos de Alexandria, incluindo os Livros apócrifos; 
 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
- Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de 
evangelhos sinópticos, pois sintetizam a vida de Jesus de forma harmoniosa; 
- Testamento = Aliança, Pacto, Acordo; 
 
- Tradução = Transliteração de uma língua para outra; 
 
- Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, 
mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito; 
 
- Versão = Tradução da língua original para outra língua. 
 
PRESSUPOSTOS BÁSICOS QUE DEVEMOS TER PARA FAZER UMA BOA 
EXEGESE. 
(ninguém faz exegese sem pressupostos) 
 
A existência 
de Deus 
Deus existe e atua na história. Milagres e profecia são possíveis. 
Portanto, podemos interpretar os relatos da atividade sobrenatural de 
Deus como história e não mito. 
Revelação 
Progressiva 
Deus se revelou progressivamente. A revelação não foi dada de uma 
única vez. Portanto, devo ler o texto bíblico comparando as suas 
diferentes partes considerando a unidade. 
Inspiração e 
Autoridade 
Os escritores bíblicos foram movidos pelo Espírito, de tal forma que seus 
escritos são inspirados por Deus. Portanto, são autoritativos e infalíveis. 
História da 
Redenção 
A Bíblia deve ser lida como o registro dos atos redentores de Deus na 
história. Portanto, a Bíblia deve ser lida, não como um manual de 
ciências, astronomia, geografia ou física, mas como um livro teológico. 
Cristo Devemos ler a Bíblia sabendo antecipadamente que Cristo é a substância 
de todos os tipos e símbolos do AT, do pacto da graça e de todas as 
promessas. Cristo, portanto, é a própria substância, centro, escopo e 
alma das Escrituras. 
Cânon O cânon protestante das Escrituras é a coleção feita pela Igreja de livros 
que ela reconheceu que foram dados pela inspiração de Deus. Cada livro 
deve ser lido e entendido dentro deste contexto canônico, que é o 
contexto apropriado para a interpretação. 
 
 
ATITUDES ERRADAS FRENTE À BÍBLIA 
- O RACIONALISMO – coloca a mente humana acima da revelação divina. Tira 
tudo o que é tido como sobrenatural, como os milagres. 
 
- O MISTICISMO – coloca os sentimentos ou a experiência humana acima da 
revelação de Deus. O neo-pentecostalismo extremado, por exemplo, que aceita as 
“novas revelações” em detrimento às Escrituras. 
 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
- O ROMANISMO – põe a igreja acima da Bíblia. A tradição e as declarações 
papais “ex cátedra”, tem a mesma autoridade da Bíblia. 
 
- AS SEITAS – elevam os escritos de seu fundador acima das Escrituras. Ex: 
Mormonismo, Tabernáculo da fé, Adventismo, Testemunhas de Jeová etc. 
 
- A ALTA CRÍTICA – coloca as pressuposições do crítico liberal acima da Bíblia. 
Colocam às Escrituras em pé de igualdade com qualquer outro livro. Ou a Bíblia está 
acima de qualquer livro ou não é o livro de Deus. 
 
- A NEO-ORTODOXIA – diz que a Bíblia não é a Palavra de Deus, senão que se 
transforma em Palavra de Deus quando fala ao coração do leitor. De maneira sutil, se 
transmite assim a autoridade das Escrituras ao leitor, onde à luz de “seu coração” se 
quando Deus fala e quando não. (contra Jr 17.9). 
 
- OUTRAS “ESCRITURAS” – Com frequência se diz que a Bíblia é só mais um 
livro sagrado. Afirma-se que as outras religiões também têm suas escrituras 
autoritativas. É evidente que nenhuma destas «escrituras», com exceção do Alcorão, 
pretende ser uma revelação de Deus. 
 
VERDADE DE DEUS 
REVELAÇÃO 
INSPIRAÇÃO 
PRESERVAÇÃO 
TRADUÇÃO 
INTERPRETAÇÃO 
POVO DE DEUS HOJE 
Estágios da Verdade Divina 
Como a verdade chegou até nós 
 
*A VERDADE ABSOLUTA existe na mente de Deus 
 
*Pela REVELAÇÃO a verdade vem à mente do escritor numa forma antropomórfica 
 
*Pela INSPIRAÇÃO essa revelação se torna Escritura que é infalível e inerrante 
 
*Pela PRESERVAÇÃO temos os presentes textos que devem ser comparados para 
serem exatos em sua essência 
 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
*Pela TRADUÇÃO obtemos nossas versões no vernáculo que nós tentamos tornar 
essencialmente fiéis 
 
*Pela INTERPRETAÇÃO a revelação vem à mente dos leitores apresentando a 
verdade original que veio da mente de Deus 
 
 
OS DISTANCIAMENTOS: 
 
- Distanciamento temporal – A Bíblia está séculos distante de nós. 
 
- Distanciamento contextual – Os livros da Bíblia foram escritos em várias 
situações diferentes. 
 
- Distanciamento cultural – O mundo em que os escritores da Bíblia viveram já 
não existe. 
 
- Distanciamento lingüístico – As línguas em que a Bíblia foi escrita também já 
não existem. 
 
- Distanciamento autorial – Os autores já estão mortos. 
 
A natureza divina da Bíblia, por sua vez, provoca outros tipos de 
distanciamentos: 
 
- Distanciamento natural – a distância entre Deus e nós é imensa. 
 
- Distanciamento espiritual — somos pecadores. 
 
- Distanciamento moral – é a distância que existe entre seres pecadores e 
egoístas e a pura e santa Palavra que pretendem esclarecer. 
 
HISTÓRIA DA HERMENÊUTICA – PRINCÍPIO 
- Esdras – Ne 8.8 “Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, 
de maneira que entendessem o que se lia”. 
No tempo de Cristo, a exegese judaica podia classificar-se em 4 tipos: 
1. Método Literal – referido como peshat (despir, depenar). Não se procurava um 
sentido além da passagem bíblica. 
 
2. Interpretação Midráshica – rabi Hillel. Era mais espiritualista perdendo a visão do 
texto. 
 
3. Interpretação Pesher – comunidades de Qumran. Era midráshica mais com 
enfoque escatológico. Mais aplicação do que interpretação.Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
4. Exegese Alegórica – o verdadeiro sentido jaz sob o significado literal das 
Escrituras. O alegorismo foi desenvolvido pelos gregos. 
Os rabinos usavam às vezes peshat, outras vezes, midrash. 
 
- Filo (c. 20 a.C. – c. 50 d.C.) Acreditava que o significado literal era para os 
imaturos e o alegórico para os maduros. Filo considerava a história de Adão e Eva 
uma fábula. E outras passagens como mito. 
 
HISTÓRIA DA HERMENÊUTICA 
 
Do 2º ao 4º século 
 
- Escola de Alexandria 
Clemente 
Origines 
- Escola de Antioquia 
Luciano 
Em termos práticos, Alexandria nos ensina a ter cautela com a interpretação dos 
“espirituais”. Antioquia nos ensina: Evitar a subjetividade descontrolada 
PAIS LATINOS – AGOSTINHO E JERÔNIMO 
 
Principais Características Hermenêuticas 
 
- Preferência pelo Literal 
Contexto histórico 
- Intenção autoral 
- Alegorias ocasionais 
- Escritura com Escritura 
- Regra de Fé da Igreja 
REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DE AGOSTINHO 
 
1. O intérprete deve possuir fé cristã autêntica; 
2. Deve-se ter em alta conta o significado literal e histórico da Escritura; 
3. A Escritura tem mais que um significado e, portanto, o método alegórico é 
adequado; 
4. Há significado nos números bíblicos; 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
5. O A. T. é um documento cristão, porque Cristo está retratado nele; 
6. Compete ao expositor entender o que o autor pretendia dizer; 
7. O intérprete deve consultar o verdadeiro credo ortodoxo; 
8. Um versículo deve ser estudado em seu contexto, e não isolado dos demais que o 
cercam; 
9. Se o significado de um texto é obscuro, nada na passagem pode constituir matéria 
de fé ortodoxa; 
10. O Espírito Santo não toma o lugar do aprendizado necessário para se entender a 
Escritura. O intérprete deve conhecer hebraico, grego, geografia e outros 
assuntos; 
11. A passagem obscura deve dar preferência à passagem clara; 
12. O expositor deve levar em consideração que a revelação é progressiva. 
(na prática, Agostinho renunciou à maioria de seus princípios e inclinou-se para uma 
alegorização excessiva). 
AS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO 
- As escolas de teologia – nas catedrais. Surgem como contraponto aos 
mosteiros 
 
- O judeu Rashi (Rabi Salomão bem Isaque – 1040-1105) 
Comentarista da Bíblia Hebraica e Talmude Babilônico 
 
- Publicação da obra de Maimônides (1135-1204) – “Guia para os perplexos“. A 
lei pode ser aplicada e interpretada literalmente 
 
- Surgimento das ordens mendicantes 
Francisco de Assis – Interpretação literal dos Evangelhos. 
 
- Tradução das Escrituras para o vernáculo 
João Wycliffe – (1328-1384) Tradução da Vulgata latina para o inglês. 
O ressurgimento na Idade Média do interesse do método gramático-histórico 
contribuiu para a Reforma. 
 
IDADE MÉDIA 
(Séc. 5º ao 16º) 
 
Prevaleceu o Sistema de Interpretação Difundido por Alexandria. Antecipou os 
princípios histórico-gramaticais dos Reformadores 
- João Cassiano (435 AD) – Quadriga: 
 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
Histórico ou literal – o sentido óbvio do texto 
 
Alegórico ou cristológico – sentido mais profundo. Aponta para Cristo 
 
Tropológico ou moral – conduta do cristão 
 
Anagógico ou escatológico – o que o cristão devia esperar 
 
- As Escrituras possuem diversos sentidos 
Bernardo de Claraval 
Nicolau de Lira 
Boaventura 
O MÉTODO DE CALVINO 
 
A Hermenêutica de Lutero 
Entre a hermenêutica medieval e a obra de Calvino, devemos situar o trabalho e 
Martinho Lutero (1438-1546). Com o afã de viver de acordo com o modelo de 
Agostinho (354-430), Com a Reforma a Bíblia toma o lugar que antes pertencera à 
hierarquia Católico Romana. Lutero não se viu livre da alegoria. Seu trabalho, contudo, 
trouxe inestimáveis contribuições à igreja cristã. 
 
Calvino e seu uso do método Histórico-Gramatical 
- Calvino faz um uso mais desenvolvido do método histórico-gramatical. Ele tenta 
levá-lo às últimas consequências e manter uma coerência metodológica ao analisar 
textos do Novo e do Antigo Testamento. Por estas razões não é exagero dizer que ele 
foi o maior pensador de seus dias e o grande exegeta da Reforma. 
- Princípios da Hermenêutica de Calvino 
 
1. Renúncia à alegorese e enfática denúncia da mesma como sendo uma arma de 
deturpação do sentido da Escritura. 
 
2. Ênfase no sentido literal do texto Calvino defende que cada texto tem um, e 
somente um, sentido, que é aquele pretendido pelo autor humano. Ele esclarecia aos 
seus leitores que há passagens que são nitidamente figurativas e outras simbólicas, 
estas devem ser interpretadas como demonstra ser a intenção do autor. 
3. Dependência da operação do Espírito Santo para a correta interpretação da 
Bíblia. 
 
4. Valorização do estudo das línguas originais para melhor compreensão do ensino 
sagrado. 
 
5. Tipologia equilibrada, evitando impor a textos veterotestamentários simbolismos 
que eles não suportam. 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
 
6. A melhor arma para interpretar a Bíblia é a própria Bíblia Este tem sido 
considerado o princípio áureo da hermenêutica reformada. 
 
OS REFORMADORES: CARACTERÍSTICAS 
- Ênfase no Literal 
- Iluminação do Espírito Santo 
- Estudos das Escrituras – Escritura com Escritura 
- Intenção Autoral 
- Uso de Outras Fontes 
- Linguagem Figurada 
- Os reformadores desenvolveram um sistema de interpretação que representou 
um rompimento radical com a hermenêutica alegórica medieval. 
- Rejeição do método alegórico e ênfase no sentido literal, gramático-histórico do 
texto. 
- Uma passagem só tem um sentido, e esse é literal. 
- A necessidade da iluminação do Espírito Santo 
- O homem é caído – A Escritura é divino-humana 
- A necessidade de se estudar às Escrituras 
- A Bíblia é um livro humano. Divino quanto a origem. A intenção do autor humano 
- Possui passagens obscuras que precisam ser esclarecidas 
- Necessidade de uma teologia sistemática 
 
MODERNIDADE 
 
 Racionalismo X Empirismo 
 Descartes Locke 
 Spinoza Berkeley 
 Leibniz Hume 
 
Mesmo sendo teoricamente contrárias entre si, as duas filosofias concordavam que 
Deus tem de ficar de fora do conhecimento humano. 
 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
- Impacto do Iluminismo 
 
Rejeição dos Milagres 
Distinção entre Fé e História 
Erros nas Escrituras 
Exegese Controlada Pela Razão 
 
- Surgimento das Metodologias Críticas 
Críticas das Fontes 
Crítica da Forma 
Crítica da Redação 
 
PÓS-MODERNISMO 
 
O Iluminismo e Racionalismo 
 
- O surgimento do Método Histórico-Crítico da Bíblia está associado às mudanças 
que ocorrem no pensamento humano e, consequentemente, na cosmovisão da 
época. 
 
Iluminismo: Início do Séc. XVIII 
 
- Revolta contra a religião institucionalizada 
 
– Filosofias: 
Racionalismo: Descartes, Spinoza e Leibniz 
Empirismo: Locke, Berkeley e Hume 
Deus: uma hipótese desnecessária 
 
– Teologia: Deísmo: Deus não intervém na história (Início da teologia liberal). 
 
Características: 
- Rejeição do sobrenatural e da revelação 
- O sobrenatural não invade a história- História: resultado de causa e efeito 
- Os relatos históricos da Bíblia são construções do povo de Israel e da Igreja 
Primitiva 
- A exegese é controlada pela razão 
- - Razão: a medida suprema da verdade 
- - Fé + Racionalismo = Método Histórico-Crítico 
 
RESUMO DA HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO 
- Na Idade Antiga - Alegoria 
- Na Idade Média - Dogma 
- Na Reforma - Escritura 
- Pós-Reforma - Confissões 
- Período Moderno - Razão 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
COMPARATIVO ENTRE AS ESCOLAS 
 Escola de Alexandria Escola de Antioquia Pais Latinos 
Época Entre os séculos 
II e IV 
Início do século IV Entre os séculos IV e V 
Surgimento Baseada nas filosofias de 
Heráclito e Platão, que 
influenciaram Filo. 
Fundada por Luciano de 
Samosata, em oposição 
consciente ao método 
alegórico de Alexandria. 
Pais da Igreja, cujas obras 
foram escritas em latim. 
Tipo de Interpretação 
proeminente 
Alegórica Literal Literal, com algumas 
inconsistências. 
Principais características  Huponóia – o verdadeiro 
sentido está além das 
palavras 
 
 Alegorese – dizer uma 
coisa em termos de outra 
 
 Procurar descobrir sentido 
oculto, o qual é revelado 
somente aos “espirituais”. 
 Atenção ao sentido 
literal do texto 
 
 Abordagem gramático-
histórica 
 
 Uso de tipologia 
 
 Buscar a intenção do 
autor 
 
 Teoria – buscar o 
sentido mais que literal, 
permanecendo fiel ao 
sentido literal. 
 Favoreciam a 
interpretação literal 
 
 Davam atenção ao 
contexto histórico da 
passagem 
 
 Às vezes, alegorizavam 
o V. T. 
 
 Passagens obscuras 
devem ser interpretadas à 
luz das mais claras 
Principais 
representantes 
 Clemente de Alexandra 
 
 Orígenes 
 Teófilo de Antioquia 
 
 Deodoro de Tarso 
 
 Teodoro de Mopsuéstia 
 
 João Crisóstomo. 
 Tertuliano 
 
 Jerônimo 
 
 Agostinho 
 
 Ticônio 
Conclusões Diminui o caráter histórico 
das passagens bíblicas 
Enfatiza o caráter 
histórico das passagens, 
mantendo-se fiel ao 
sentido original dos 
textos. 
Influenciou a Igreja 
ocidental, em especial a 
obra de Agostinho, visto 
como um precursor das 
ideias da Reforma. 
Implicações Práticas Ter cautela com o uso de 
alegorias, ultrapassando o 
sentido simples, claro e 
evidente das Escrituras. 
Ter cautela para evitar o 
extremo de buscar 
somente o sentido do 
texto no passado, sem 
aplicá-lo ao presente. 
Evitar que pressupostos 
pessoais (preconceitos) 
possam influenciar na 
interpretação das 
Escrituras. 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
 
PERÍODO SÉC ESCOLA FILOSOFIA NOMES CARACTERÍSTICAS I 
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A 
 II-III ALEXANDRIA Platonismo Clemente de 
Alexandria 
Orígenes 
Alegórica; Uso do 
Platonismo; 
Vários níveis de sentido. 
PÓSAPOSTÓLICO IV ANTIOQUIA Luciano de 
Samosata 
 Deodoro de Tarso 
João Crisóstomo 
Gramático-histórica; Theoria 
Oposição à Alexandria; 
Intenção do autor. 
 IV-V PAIS LATINOS Neo- 
Platonismo 
Ticônio 
Agostinho 
Jerônimo 
Tertuliano 
Interpretação literal; Por 
vezes alegorizavam o Texto; 
Exegese dominada pelas 
questões teológicas. 
 LINHA 
ALEGÓRICA 
 João Cassiano 
Gregório, o Grande 
4 sentidos da Escritura; 
Desejo de justificar os 
dogmas da Igreja; Analogia 
da fé 
IDADEMÉDIA VI-
XVI 
LINHA 
GRAMÁTICO-
HISTÓRICA 
Aristote- 
lianismo 
Monges de São 
Victor 
Tomás de Aquino 
Surgimento das escolas de 
teologia; Contato com 
estudiosos judeus (Rashi); 
Abordagem gramático-
histórica. 
REFORMA XVI GRAMÁTICO-
HISTÓRICA 
 Calvino 
Lutero 
Rejeição do método 
alegórico Gramático-
histórico; Escritura com 
Escritura Iluminação do 
Espírito Santo. 
PÓSREFORMA XVII ESCOLASTICI
SMO E 
PURITANISMO 
 Turretini 
John Owen 
Richard Baxter 
R. Sibbes 
Th. Goodwin 
M. Henry 
Controvérsias; 
Confessionalismo; 
Sistematização; 
Controle da teologia sobre 
exegese; Cristo como centro 
das Escrituras; Interpretar 
para aplicar. 
MODERNO XVII-
XX 
HISTÓRICO-
CRÍTICA 
Métodos 
produzidos: 
Crítica das 
Racionalism
o e 
Empirismo 
Keil 
Stäudlin 
J. Eichhorn 
Strauss 
Diacrônicas; Razão como 
critério e métodos como 
ferramenta; Separação entre 
teologia e exegese, os 2 
testamentos; Abandono da 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
Fontes, Forma, 
Redação, etc. 
Ernesti 
J. Semler 
F. Baur 
H. Günkel 
R. Bultmann 
inspiração e inerrância. 
 
 
O AUTOR COMO DETERMINANTE DO SIGNIFICADO 
 
O significado é aquele que o escritor, conscientemente, quis dizer ao produzir 
o texto. É importante verificar o que o autor disse em outro escrito. O que Lucas 
registrou em seu Evangelho poderá ser mais esclarecedor se comparado com Atos, 
outro registro de Lucas. Devemos levar em conta os idiomas da época: aramaico, 
hebraico e grego. Eles possuem um significado que não pode variar. Por outro lado, o 
texto está limitado ao que o autor disse exatamente? Por exemplo: lemos em Efésios 
5.18: “Não vos embriagueis com vinho”. Alguém poderia dizer: “Paulo proíbe que nos 
PERÍODO SÉC ESCOLA FILOSOFIA NOMES CARACTERÍSTICAS O 
S 
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A 
 
PÓS 
MODERNO 
XX NOVA CRÍTICA LITERÁRIA Existencialismo 
x 
positivismo 
T. S. Elliot Aspectos literários 
Texto é autossuficiente 
Intenção autoral e 
contexto histórico são 
irrelevantes. 
 ESTRUTURALISMO F. Saussure “Lange e Parole” 
Estrutura linguística 
comum a todos os 
idiomas. O sentido está 
no texto, em sua 
estrutura. 
 READER RESPONSE 
Hermenêuticas de Libertação 
Hermenêuticas Feministas 
Filosofia 
hermenêutica 
H-G Gadamer A verdade é relativa. 
Hermenêutica não é 
método, mas 
epistemologia (filosofia). 
Fusão de Horizontes. 
Importância dos 
pressupostos. 
 DESCONSTRUCIONISMO Jacques 
Derrida 
Não há verdade 
absoluta. Pluralidade da 
verdade. Suspeita. 
Achar rupturas no texto 
para desconstruí-lo 
Estudos Bíblicos - TEOLOGIA 
Marizete Lopes de Menezes 
embriaguemos com vinho, mas acho que não seria errado embriagar-se com cerveja, 
rum, ou outra droga”. Os escritos do apóstolo vão além de sua consciência, embora 
essas implicações não contradigam o significado original, antes fazem parte do texto e 
seu objetivo. Compreendemos então o mandamento paulino como um princípio, pois 
mesmo que o autor não esteja ciente das circunstâncias futuras, ele 
transmitiu exatamente a sua intenção. 
 
 
O TEXTO COMO DETERMINANTE DO SIGNIFICADO 
 
Alguns eruditos afirmam que o significado tem autonomia semântica, sendo 
completamente independente do que o autor quis comunicar quando o escreveu. De 
acordo com esse ponto de vista, quando um determinado escrito se torna literatura, 
as regras normais de comunicação nãomais se lhe aplicam, transformou-se em texto 
literário. O que o texto está realmente dizendo sobre o assunto? Analisando o relato 
em Marcos 4.35-41 Qual é o objetivo do texto? Informar sobre a topografia do mar da 
Galileia ou o mal tempo naquela circunstância? Seu objetivo era falar sobre Jesus 
Cristo, Filho de Deus. O significado que Marcos queria transmitir está claro: “Mas 
quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (4.41). O autor queria transmitir 
que Jesus de Nazaré é o Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Senhor e até mesmo a 
natureza está sujeita a ele! 
 
 
O LEITOR COMO DETERMINANTE DO SIGNIFICADO 
Segundo essa perspectiva, o que determina o significado é o que o 
leitor compreende do texto. O leitor atualiza a interpretação do texto. Leitores distintos 
encontram diferentes significados, isso porque o texto lhes concede permitir essa 
multiplicidade. É relevante o que pensa o leitor? Isto poderia influenciar o sentido do 
texto? Se compreendermos que há diferença de interpretação entre um leitor crente e 
outro que é ateu, a resposta é sim! Contudo, é necessário que o leitor esteja em 
condições de entender o texto. Ao verificar como as palavras são usadas nas frase, 
como as orações são empregadas nos parágrafos, como os parágrafos se adequam 
aos capítulos e como os capítulos são estruturados no texto, o leitor procurará 
compreender a intenção do autor. O texto, em sua íntegra, ajudará o leitor a 
compreender cada palavra individualmente. Assim sendo, as palavras, ou conjunto de 
palavras, ajudam a compreender o todo. 
 
 
O PROCEDIMENTO EXEGÉTICO ERRADO 
 
- O procedimento errado. 
Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado da passagem e então 
aceitar a interpretação que mais lhe agrade. 
Este procedimento é errado pelas seguintes razões: 
a) encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua preconcepção; 
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b) forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. 
Isto para o iniciante, frequentemente resulta em confusão e ressentimento mental a 
respeito de toda a tarefa da exegese. 
Isto não é exegese, é outra forma de decoreba e é muito desinteressante e perigoso. 
Os comentaristas não são infalíveis. 
O péssimo resultado e mais sério do “procedimento errado” na exegese é que próprio 
interprete não pensa por si mesmo. As convicções que você mesmo buscou e 
absorveu ficam pra vida toda. 
 
CINCO REGRAS CONCISAS 
 
- interpretar lexicamente. É conhecer a etimologia das palavras, o 
desenvolvimento histórico de seu significado e o seu uso no documento sob 
consideração. 
- interpretar sintaticamente: o interprete deve conhecer os princípios gramaticais 
da língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado como foi 
escrito. 
- interpretar contextualmente. Deve ser mantida em mente a inclinação do 
pensamento de todo o documento. Então pode notar-se a “cor do pensamento”, que 
cerca a passagem que está sendo estudada. 
- interpretar historicamente: o interprete deve descobrir as circunstâncias para 
um determinado escrito vir à existência. 
- interpretar de acordo com a analogia da Escritura. A Bíblia é sua própria 
intérprete, diz o princípio hermenêutico. 
 
 
APRENDA A EXAMINAR O CONTEXTO 
 
- Contexto Imediato 
A. Leia a passagem em pelo menos 3 traduções diferentes. 
B. O que precede e se segue imediatamente à passagem? 
C. Há algumas definições fornecidas pelo contexto imediato? 
D. Qual é o argumento principal do capítulo inteiro? 
E. Qual é o ponto principal da própria passagem? 
F. Qual é o entendimento consistente da passagem no contexto? 
- Contexto Amplo 
A. A minha interpretação faz essa passagem contradizer com 
1. O próprio autor? 
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2. Outras passagens bíblicas? 
3. Com o bom senso? 
B. Quais outras passagens na Escritura lançam luz sobre os assuntos levantados 
nessa passagem? 
ALGUMAS PERGUNTAS IMPORTANTES: 
1. Quem escreveu/falou a passagem e para quem era endereçada? 
2. O que a passagem diz? 
3. Existe alguma palavra ou frase nesta passagem que precise ser examinada? 
4. Qual é o contexto imediato? 
5. Qual é o contexto mais amplo exposto no capítulo e no livro? 
6. Quais são os versículos relacionados ao assunto da passagem e como eles afetam 
a compreensão desta? 
7. Qual é o fundo histórico e cultural? 
8. Qual a conclusão que eu posso tirar desta passagem? 
9. As minhas conclusões concordam ou discordam de áreas relacionadas nas 
Escrituras ou com outras pessoas que já estudaram esta passagem? 
10. O que eu posso aprender e aplicar à minha vida? 
 
UM PROCEDIMENTO HERMENÊUTICO DE 6 PASSOS 
 
- 1º Passo: Análise Histórico-Cultural e Contextual 
Consideramos o ambiente histórico-cultural do autor para melhor compreendermos 
suas alusões e objetivos. 
- 2º Passo: Análise Léxico-Sintática 
Visa compreendermos a definição das palavras (lexicologia) e sua relação com as 
outras (sintaxe) para que entendamos melhor o sentido texto. Neste momento é 
fundamental um bom conhecimento de português e, se possível, de grego e hebraico. 
- 3º Passo: Análise Teológica 
Consideramos o nível de conhecimento teológico do público alvo na época em que o 
texto foi escrito, levando em conta os textos correlatos para seus primeiros 
destinatários. 
- 4º Passo: Análise Literária 
Identifica a forma ou método literário utilizado numa passagem em particular 
(metáforas, antropomorfismos etc.) visando uma interpretação mais adequada. 
- 5º Passo: Comparação com Outros Intérpretes 
Comparar o produto dos quatro passos acima com trabalhos de outros intérpretes 
sobre do mesmo texto. 
- 6º Passo: Aplicação 
Traduzir o significado original do texto, obtido pelos 5 passos acima, para a nossa 
própria época e cultura. 
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10 PROPÓSITOS DAS CITAÇÕES DO A. T. 
1. Mostrar como certos eventos cumpriram predições do A.T. (Ex: Mt 21.4 e Zc 9.9). 
2. Para apoiar uma verdade expressada no N.T. (Rm 1.17 e Hc 2.4). 
3. Para aplicar um acontecimento do A.T. a Cristo (Mt 2.15 e Os 11.1). 
4. Para mostrar um paralelo com algum acontecimento do A.T. (Ro 8.36 e Sl 44.22). 
5. Para utilizar as mesmas palavras que o A.T. (Mt 27.46 e Sl 22.1). 
6. Para aplicar um princípio do A.T. a uma situação do N.T. (Ro 9.15 e Ex 33.19). 
7. Para apoiar uma verdade expressada no N.T. (Mc 10: e Gn 2.24). 
8. Para explicar mais plenamente uma verdade do A.T. (Mt 22.43-44 e Sl 110.1). 
9. Para mostrar que um acontecimento do N.T. está de acordo com um princípio do 
A.T. (At 15.16-17 e Amós 9.11-12). 
10. Para esclarecer um princípio ou uma verdade do N.T. (Ro 10.16 e Is 53.1). 
 
ANÁLISE LÉXICO-SINTÁTICA 
 
a) Determinar a forma literária geral 
- Sentido Literal: Coroa de ouro na cabeça do rei 
- Sentido Figurativo: Não me chame de coroa, pois eu sou muito novo. 
- Sentido Simbólico: “vi uma coroa de 7 pontas que eram 7 nações”. 
 
b) Observar as divisões naturais do texto 
- Divisões em versículos e capítulos (úteis na localização de passagens) dividem o 
texto de modo antinatural. 
n Algumas versões mantêm a numeração, mas organizam o texto em parágrafos. 
Atos 8:1 depende completamente de Atos 7:60. 
c) Observar os conectivos dentro de parágrafos e sentenças 
d) Determinar o sentido das palavras (Ex: carne) 
e) Como determinar o sentido das palavras? 
n Entender os estilos diversos. Determinar se a palavra está sendo utilizada comoparte de uma figura de linguagem ou não. 
n Estudar passagens paralelas. 
ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL E CONTEXTUAL 
a) Determinar o contexto histórico-cultural geral 
• Situação política, econômica e social; 
• Costumes relacionados ao texto em questão; 
• Nível de comprometimento espiritual do “público alvo” 
 
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b) Contexto histórico-cultural específico e objetivos de um livro: 
• Quem foi o autor? Qual era seu ambiente e sua experiência espiritual? 
• Para quem estava escrevendo? (crentes fiéis, crentes em pecado, incrédulos, 
apóstatas, etc.). 
• Qual foi a finalidade (intenção) do autor ao escrever este livro? 
c) Desenvolver uma compreensão do contexto imediato 
• Entender como o livro é organizado (montar um esboço por assunto); 
• Saber contextualizar a passagem em análise na argumentação corrente o autor; 
• Saber identificar a perspectiva do autor: 
I. Numenológica: Perspectiva Divina, absoluta (geralmente relacionadas a questões 
morais); 
II. Fenomenológica: Perspectiva humana, relativa (relacionadas a questões naturais, 
físicas). 
d) Distinguir passagens descritivas de prescritivas 
• A ação de Deus numa passagem narrativa nem sempre significa que Deus sempre 
opera deste modo com os crentes. 
• Ações humanas descritas na Bíblia, se não forem claramente aprovadas por Deus, 
devem ser avaliadas. A Bíblia também registra os erros dos homens de Deus. 
 
e) Distinguir o núcleo de ensino de uma passagem de detalhes incidentais 
Ex: Uma vez que o filho pródigo voltou para o Pai sem a necessidade de um mediador, 
então alguém poderia concluir que Jesus não é essencial para a salvação. 
 
f) Definir a quem se destina cada promessa, sentença, ordenança, etc. 
 
REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO 
As regras de interpretação se dividem em quatro categorias: gerais, gramaticais, 
históricas e teológicas. É necessário que o estudante da bíblia se familiarize com 
essas regras básicas de interpretação. 
1. 1. Princípios gerais de interpretação: 
 Regra 1: Trabalhe partindo da pressuposição de que a Bíblia tem autoridade. 
 Regra 2: A Bíblia é seu intérprete; a Escritura explica melhor a Escritura. 
 Regra 3: A fé salvadora e o Espírito Santo são-nos necessários para 
compreendermos e interpretarmos bem as Escrituras. 
 Regra 4: Interprete a experiência pessoal à luz da escritura, e não a Escritura à luz 
da experiência pessoal. 
 Regra 5: Os exemplos bíblicos só têm autoridade quando amparados por uma 
ordem. 
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 Regra 6: O propósito primário da Bíblia é mudar as nossas vidas, não aumentar o 
nosso conhecimento. 
 Regra 7: Cada cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar 
pessoalmente a Palavra de Deus. 
 Regra 8: A história da Igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da 
Escritura. 
 Regra 9: As promessas de Deus na Bíblia toda estão disponíveis ao Espírito Santo a 
favor dos crentes de todas as gerações. 
 
1. 2. Princípios gramaticais de interpretação: 
 Regra 10: A Escritura tem somente um sentido, e deve ser tomada literalmente. 
 Regra 11: Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor. 
 Regra 12: Interprete a palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto. 
 Regra 13: Interprete a passagem em harmonia com o seu contexto. 
 Regra 14: Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a 
proposição pode ser considerada figurada. 
 Regra 15: Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição 
pode ser considerada figurada. 
 Regra 16: As principais partes e figuras de uma parábola representam certas 
realidades. Considere somente essas principais partes e figuras quando estiver 
tirando conclusões. 
 Regra 17: Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e 
histórico, a não ser que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem 
claramente que têm sentido simbólico. O cumprimento delas pode ser por etapas, 
cada cumprimento sendo uma garantia daquilo que há de seguir-se. 
 
1. 3. Princípios históricos de interpretação: 
 Regra 18: desde que a Escritura originou-se num contexto histórico, só pode ser 
compreendida à luz da história bíblica. 
 Regra 19: Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o V.T. 
como o N.T. são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade. 
 Regra 20: Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam símbolos de verdades 
espirituais, somente se as Escrituras assim os designarem. 
 
1. 4. Princípios teológicos de interpretação: 
 Regra 21: Você precisa compreender gramaticalmente a Bíblia, antes de 
compreende-la teologicamente. 
 Regra 22: Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a não ser que resuma e 
inclua tudo o que Escritura diz sobre ela. 
 Regra 23: Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são 
contraditórias, aceite ambas como escriturísticas, crendo confiantemente que elas se 
explicarão dentro de uma unidade mais elevada. 
 Regra 24: Um ensinamento simplesmente implícito na Escritura pode ser 
considerado bíblico quando uma comparação de passagens correlatas o apoia.

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