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1 INTRODUÇÃO O QUE É DESENHO TÉCNICO? Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação. As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo, à medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais de uma ou várias áreas de conhecimento. É importante saber as diferenças que existem entre o desenho técnico e o desenho artístico: O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados. No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. SURGE O DESENHO TÉCNICO NECESSIDADE DE PADRONIZAÇÃO OBJETIVO: SE TORNAR UMA LINGUAGEM UNIVERSAL FACILITANDO O INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES TÉCNOLOGICAS. Para um bom desenho técnico é necessário usar instrumentos adequados para a execução. Além disso, é necessário que o projetista tenha em mente que o desenho deve expressar todos os conceitos que o ampara e ser o mais claro possível. 2 INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA EXECUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO Lápis ou lapiseiras Ambos possuem vários graus de dureza: Grafite mais dura: pontas finas e traços muito claros. (H) - Por "H" entende-se "Hard" - uma mina dura Grafite mais macia: cria traços mais escuros. (B) - Por "B" entende-se "Brand" ou "Black" - uma mina macia ou preta. Grafite médio: mais usual. (HB) - Por "HB" entende-se "Hard/Brand"- uma mina de dureza média. A mesma classificação apresentada acima se aplica aos grafites utilizadas em lapiseiras também. Os lápis devem estar sempre apontados, de preferência com estilete. Para lapiseiras, recomenda-se usar grafites de diâmetro 0,5 ou 0,3 mm. Borracha: deve ser macia e própria para grafite. Pasta com grampo: para guardar os desenhos formando ao final do curso um portfólio contendo todos os desenhos executados em sala de aula. Esta pasta não deve conter plásticos para colocação do trabalho, pois isso dificulta a correção. Flanela: para limpeza da mesa de trabalho, mãos e folhas de desenho. Fita Crepe: para fixar o papel na prancheta, sempre prendendo-o nas quatro extremidades. Não deve ser usado outro tipo de fita, pois dessa forma o desenho pode ser danificado. Papel: inicialmente tamanho A4 branco com margens e legendas conforme indicação abaixo: OBS: quando necessário será solicitado com antecedência tamanhos diferentes da A4 para execução de desenhos maiores. 3 FOLHA A4 BRANCA: 210 MM DE LARGURA, 297 MM DE ALTURA MODELO DA LEGENDA: 175 MM DE LARGURA, 40 MM DE ALTURA. Esquadros: São usados em pares: um de 45o e outro de 30o x 60o. O modelo ideal é aquele que não possui chanfro. A combinação de ambos permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas paralelas e perpendiculares. Para traçar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundo esquadro através do papel conforme exemplo abaixo: Margem superior 10mm Margem inferior 10mm Margem direita 10mm Lugar para legenda Margem esquerda 25 mm Linha de centro Área de trabalho 4 Compasso: Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite. Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso contrário o instrumento está descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontada com o auxílio de uma lixa. Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil para grandes circunferências. Escalímetro: Conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina a necessidade do uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto. O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A medida do escalímetro é em METROS, assim a escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1). O uso de escalas será explicado mais adiante. OBS: Existem outros materiais específicos para Desenho Técnico, porém inicialmente será preciso apenas o material básico apresentado acima. NORMAS PARA EXECUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresenta algumas das normas referentes ao desenho técnico. NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – TERMINOLOGIAS. NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES. NBR 10582 – CONTEÚDO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO. NBR 13142 – DOBRAMENTO DE CÓPIA. NBR 8196 – EMPREGO DE ESCALA. NBR 8402 – ESCRITA NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS – LARGURAS DE LINHAS. NBR 10126 – COTAGEM. NBR 6492 – REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA 5 NORMAS GERAIS O que quer dizer a expressão desenho técnico? Segundo a NBR 10647/89 é todo o tipo de desenho utilizado pela engenharia incorporando também os desenhos não projetivos. Na classificação dada através dos aspectos geométricos os desenhos são divididos em: DESENHOS PROJETIVOS NÃO – PROJETIVOS Resulta de projeção do objeto sobre um ou mais planos que coincidem com o próprio desenho Não se subordina a correspondência entre as figuras que o constituem 1 – Vistas Ortográficas: projeções cilíndricas ortogonal sobre o plano escolhido que representa com exatidão a forma e seus detalhes Ex: elevação do cubo 2 – Perspectivas: projeção cilíndrica ou cônica sobre um único plano, permite fácil percepção da forma do objeto Ex: perspectiva do cubo 1 – Diagramas: valores funcionais representados em sistema de coordenadas 2 – Esquemas: não se preocupa com a forma do objeto e sim as suas relações e funções 3 – Ábaco ou nomograma: solução de equações pela determinação de traços 4 – Fluxograma: seqüência de operações 5 – Organograma: quadro geométrico que representa níveis hierárquicos 6 – Gráficos: conjuntos finitos de pontos e segmentos de linhas Na classificação dada através do grau de elaboração os desenhos são divididos em: 1 – Esboço: estágio inicial 2 – Desenho preliminar – sujeito a alterações ( anteprojeto) 3 – Croqui – não obrigatório escala – mão livre 4 – Desenho definitivo – solução final do projeto Na classificação dada através do modo de obtenção os desenhos são divididos em: original e reprodução. A reprodução pode ser na mesma escala ou escala diferente que o original. Porém o estudo sobre escala será feito mais á frente. 6 LETRA TÉCNICA Os caracteres de escrita ou letras técnicas são utilizados em desenho técnico para proporcionar maior uniformidade e tornar mais fácil a leitura. Se uma palavra ou valor de uma cota for passível de proporcionar interpretação errônea de um desenho pode comprometer todo o processo de execução do objeto projetado. Nos desenhos técnicosdevem-se usar os caracteres unificados pela NBR 8402/2004 da ABNT. As principais exigências que norteiam a escrita de desenho técnico são: legibilidade, uniformidade e adequação à microfilmagem e outros processos de reprodução. Para preencher os requisitos acima deve se observar a seguinte regra: Os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre si para prevenir qualquer troca ou algum desvio mínimo da forma ideal. Além disso, a escrita pode ser vertical ou inclinada, em um ângulo de 15° para a direita em relação à vertical A proporção entre letra maiúscula e minúscula deve seguir a seguinte regra: A letra maiúscula ocupa ¾ da altura, o corpo da letra minúscula ocupa 2/4 da altura da maiúscula e 1/3 para cima ou para baixo para pernas ou hastes particulares de cada letra. MODELOS DE LETRAS TÉCNICAS 1/4 h 1/4 h 1/4 h 1/4 h Altura total (h) { Bh,p. 7 Exercício: Reproduza o modelo acima nas linhas abaixo: Agora que já está treinado, veja o modelo de carimbo abaixo e preencha conforme a orientação da professora, depois repita o mesmo modelo na sequência: 8 MODELO DA LEGENDA: 175 MM DE LARGURA, 40 MM DE ALTURA. Repita o modelo acima completo: No espaço abaixo, copie o parágrafo a seguir organizando o texto de forma adequada. Atenção: deve ser usado letras maiúsculas e minúsculas. As principais exigências que norteiam a escrita de desenho técnico são: legibilidade, uniformidade e adequação à microfilmagem e outros processos de reprodução. Para preencher os requisitos acima deve se observar a seguinte regra: Os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre si para prevenir qualquer troca ou algum desvio mínimo da forma ideal. A proporção entre letra maiúscula e minúscula deve seguir a seguinte regra: a letra maiúscula ocupa 3/4 da altura, o corpo da letra minúscula ocupa 2/4 da altura da maiúscula e 1/3 para cima ou para baixo são para pernas ou hastes particulares de cada letra. 9 10 ESPAÇO PARA TREINO LIVRE: DEDICA-SE PARA ALCANÇAR UM BOM NÍVEL DE ESCRITA TÉCNICA 11 PRINCIPAIS FIGURAS GEOMÉTRICAS: O Ponto: é determinado pelo cruzamento de duas linhas e é identificado com o uso de uma letra maiúscula do alfabeto latino. No exemplo lê-se: ponto A A Reta: a reta tem uma única dimensão: o comprimento. É um conjunto infinito de pontos dispostos sucessivamente. O deslocamento de um ponto também gera uma linha reta. A reta é ilimitada, isto é, não tem início nem fim. As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino. No exemplo encontra-se a reta r. Semi-reta: Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes,chamadas semi-retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim. Segmento de reta: Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o segmento de reta são chamados de extremidades.No exemplo tem-se o segmento de reta CD. Plano: conjunto de retas dispostas sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representá-lo delimitado por linhas fechadas. Para identificar o plano usamos letras gregas. É o caso das letras: a (alfa), b (beta) e g (gama). O plano tem duas dimensões, normalmente chamadas comprimento e largura. 12 Figuras geométricas planas: Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam-se no mesmo plano. As figuras planas com três ou mais lados são chamadas polígonos. Sólidos geométricos: figura geométrica com pontos situados em diferentes planos. Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura. Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam. E essas superfícies podem ser planas ou curvas. Prismas: é um sólido geométrico limitado por polígonos. O prisma pode também ser imaginado como o resultado do deslocamento de um polígono. Ele é constituído de vários elementos. Para quem lida com desenho técnico é muito importante conhecê- los bem. 13 Obs: partes do prisma. Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo. Por isso ele recebe o nome de prisma retangular. Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma denominação específica. Por exemplo: o prisma que tem como base o triângulo é chamado prisma triangular. Quando todas as faces do sólido geométrico são formadas por figuras geométricas iguais, temos um sólido geométrico regular. O prisma que apresenta as seis faces formadas por quadrados iguais recebe o nome de cubo. Pirâmides: conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os outros, que diminuem de tamanho indefinidamente. Outra maneira de imaginar a formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os pontos de um polígono qualquer a um ponto P do espaço. O nome da pirâmide depende do polígono que forma sua base. Na figura ao lado, temos uma pirâmide quadrangular, pois sua base é um quadrado. O número de faces da pirâmide é sempre igual ao número de lados do polígono que forma sua base mais um. Sólidos de revolução: podem ser formados pela rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa ação de rodar, dar uma volta completa. A figura plana que dá origem ao sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao redor do eixo formando a superfície de revolução é chamada linha geratriz. O cilindro, o cone e a esfera são os principais sólidos de revolução.Cilindro: O cilindro é um sólido geométrico, limitado lateralmente por uma superfície curva. O cilindro pode ser um resultado da rotação de um retângulo ou de um quadrado em torno de um eixo que passa por um de seus lados. 14 Cone: O cone também é um sólido geométrico limitado lateralmente por uma superfície curva. A formação do cone pode ser imaginada pela rotação de um triângulo retângulo em torno de um eixo que passa por um dos seus catetos. Esfera: A esfera também é um sólido geométrico limitado por uma superfície curva chamada superfície esférica. Podemos imaginar a formação da esfera a partir da rotação de um semicírculo em torno de um eixo, que passa pelo seu diâmetro. Sólidos geométricos truncados: sólido geométrico cortado por um plano resultando em novas figuras geométricas: os sólidos geométricos truncados. 15 Sólidos geométricos vazados: Os sólidos geométricos que apresentam partes ocas são chamados sólidos geométricos vazados. 7.16. Construção Geométrica: · Retas Perpendiculares: Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos retos. · Retas Paralelas: Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam. · Mediatriz: é uma reta perpendicular a um segmento da reta que divide este segmento em duas partes iguais. A reta M é a mediatriz do segmento de reta AB. Os segmentos de reta AM e MB têm a mesma medida. O ponto M chama-se ponto médio do segmento de reta AB. · Bissetriz: é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o ângulo em duas partes iguais. A semi-reta r é uma bissetriz do ângulo A. · Polígonos regulares: é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os vértices numa circunferência. 16 · Linhas tangentes: são linhas que têm só um ponto em comum e não se cruzam. O ponto comum às duas linhas é chamado ponto de tangência. Na primeira figura os centros das duas circunferências e o ponto de tangência ficam numa mesma reta. Na segunda figura o raio da circunferência e a reta são perpendiculares no ponto de tangência. EXERCÍCIO: FAZER OS EXERCÍCIOS DE REVISÃO DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS ENTRE PELA PROFESSORA. TIPOS DE LINHAS: A NBR que normaliza os tipos de linhas a ser usado no desenho técnico é a norma 8403/84. A diferenciação do tipo de linha torna-se extremamente importante para a clareza e legibilidade do desenho técnico. Os desenhos planos são aqueles que transformam uma figura com três dimensões em apenas 2 dimensões, para isso precisa haver diferenciação da intensidade da linha para o correto entendimento de profundidade e distância do observador. Segundo a norma em questão há uma hierarquia a ser seguida caso houver uma coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, onde devem ser observados a ordem de prioridade: 1. Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A); 2. Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F); 3. Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas extremidades e na mudança de direção; tipo de linha H); 4. Linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G); 5. Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K); 6. Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B). Além disso, as linhas de chamadas devem terminar: Fig.1 Fig.2 17 Fig.A Fig.B Fig.C a) sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota (Fig. A); b) com um ponto, se termina dentro do objeto representado (Fig. B); c) com uma seta, se ela conduz e ou contorna a aresta do objeto representado (Fig. C). OBSERVAÇÃO: No projeto de arquitetura são utilizadas as seguintes linhas conforme a NBR 6492/94 A. Linhas de contornos contínuas: mais intensa B. Linhas internas contínuas: menos intensa C. Linhas situadas além do plano do desenho: tracejada. D. Linha de projeção: traço e dois pontos. Representam projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços, etc. E. Linhas de cotas: contínuas e estreitas F. Linhas auxiliares: contínuas e estreitas G. Linha de interrupção de desenho: um zigue-zague. Exercício: DADO PELA PROFESSORA EM SALA DE AULA 18 QUADRO COM OS TIPOS DE LINHAS:
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