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www.cers.com.br 
 
ADVOCACIA PÚBLICA 
Direito Constitucional 
Flavia Bahia 
1 
JURISPRUDÊNCIA STF – 2014/2015 – 
Direito Constitucional 
Profª. Flavia Bahia 
 
 Súmulas Vinculantes: 
Súmula Vinculante nº 33 
 Aplicam-se ao servidor público, no que 
couber, as regras do regime geral da 
previdência social sobre aposentadoria 
especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso 
III da Constituição Federal, até a edição de lei 
complementar específica. 
 
Fonte de Publicação 
DOU de 24/4/2014, p. 1. 
 
Legislação 
Constituição Federal de 1988, art. 40, § 4º, III. 
Lei nº 8.213/1991, art. 57 e 58. 
 
Precedentes 
MI 721, MI 795, MI 788, MI 925, MI 1328, MI 
1527, MI 2120, MI 1785, MI 4158 AgR-
segundo 
MI 1596 AgR, MI 3215 AgR-segundo 
 
Súmula Vinculante 34 
A Gratificação de Desempenho de Atividade 
de Seguridade Social e do Trabalho – 
GDASST, instituída pela Lei 10.483/2002, 
deve ser estendida aos inativos no valor 
correspondente a 60 (sessenta) pontos, 
desde o advento da Medida Provisória 
198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, 
quando tais inativos façam jus à paridade 
constitucional (EC 20/1998, 41/2003 e 
47/2005). 
 
Fonte de Publicação 
DJe nº 210 de 24/10/2014, p. 1. 
DOU de 24/10/2014, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 35 
A homologação da transação penal prevista 
no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa 
julgada material e, descumpridas suas 
cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante 
oferecimento de denúncia ou requisição de 
inquérito policial. 
 
Fonte de Publicação 
DJe nº 210 de 24/10/2014, p. 1. 
DOU de 24/10/2014, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 36 
Compete à Justiça Federal comum processar 
e julgar civil denunciado pelos crimes de 
falsificação e de uso de documento falso 
quando se tratar de falsificação da Caderneta 
de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira 
de Habilitação de Amador (CHA), ainda que 
expedidas pela Marinha do Brasil. 
 
Fonte de Publicação 
DJe nº 210 de 24/10/2014, p. 1. 
DOU de 24/10/2014, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 37 
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem 
função legislativa, aumentar vencimentos de 
servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
Fonte de Publicação 
DJe nº 210 de 24/10/2014, p. 2. 
DOU de 24/10/2014, p. 1. 
 
Súmula vinculante 38 
É competente o Município para fixar o horário 
de funcionamento de estabelecimento 
comercial. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 55 de 
20/03/2015, p. 1. DOU de 20/03/2015. 
 
Súmula vinculante 39 
Compete privativamente à União legislar 
sobre vencimentos dos membros das polícias 
civil e militar e do corpo de bombeiros militar 
do Distrito Federal. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 55 de 
20/03/2015, p. 1. DOU de 20/03/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 40 
A contribuição confederativa de que trata o 
art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é 
exigível dos filiados ao sindicato respectivo. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 55 de 
20/03/2015, p. 1. DOU de 20/03/2015, p. 1. 
 
 
Súmula Vinculante 41 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
O serviço de iluminação pública não pode ser 
remunerado mediante taxa. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 55 de 
20/03/2015, p. 2. DOU de 20/03/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 42 
É inconstitucional a vinculação do reajuste de 
vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção 
monetária. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 55 de 
20/03/2015, p. 2. DOU de 20/03/2015, p. 2. 
 
Súmula Vinculante 43 
É inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 72 de 
17/04/2015, p. 1. DOU de 17/04/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 44 
Só por lei se pode sujeitar a exame 
psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 72 de 
17/04/2015, p. 1. DOU de 17/04/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 45 
A competência constitucional do Tribunal do 
Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de 
função estabelecido exclusivamente pela 
constituição estadual. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 72 de 
17/04/2015, p. 1. DOU de 17/04/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 46 
A definição dos crimes de responsabilidade e 
o estabelecimento das respectivas normas de 
processo e julgamento são da competência 
legislativa privativa da União. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 72 de 
17/04/2015, p. 2. DOU de 17/04/2015, p. 1. 
 
Súmula Vinculante 47 
Os honorários advocatícios incluídos na 
condenação ou destacados do montante 
principal devido ao credor consubstanciam 
verba de natureza alimentar cuja satisfação 
ocorrerá com a expedição de precatório ou 
requisição de pequeno valor, observada 
ordem especial restrita aos créditos dessa 
natureza. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 104 de 
02/06/2015, p. 1. DOU de 02/06/2015, p. 1 
 
Súmula Vinculante 48 
Na entrada de mercadoria importada do 
exterior, é legítima a cobrança do ICMS por 
ocasião do desembaraço aduaneiro. 
 
Fonte de Publicação DJe nº 104 de 
02/06/2015, p. 1. DOU de 02/06/2015, p. 1 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL 88/2015 
 
EC 88/2015 e aposentadoria compulsória - 
1 
O Plenário, por maioria, deferiu pedido de 
medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade para: a) suspender a 
aplicação da expressão “nas condições do 
art. 52 da Constituição Federal” contida no 
art. 100 do ADCT, introduzido pela EC 
88/2015, por vulnerar as condições 
materiais necessárias ao exercício 
imparcial e independente da função 
jurisdicional, ultrajando a separação dos 
Poderes, cláusula pétrea inscrita no art. 
60, § 4º, III, da CF; b) fixar a interpretação, 
quanto à parte remanescente da EC 
88/2015, de que o art. 100 do ADCT não 
pudesse ser estendido a outros agentes 
públicos até que fosse editada a lei 
complementar a que alude o art. 40, § 1º, II, 
da CF, a qual, quanto à magistratura, é a 
lei complementar de iniciativa do STF, nos 
termos do art. 93 da CF; c) suspender a 
tramitação de todos os processos que 
envolvessem a aplicação a magistrados do 
art. 40, § 1º, II, da CF e do art. 100 do 
ADCT, até o julgamento definitivo da ação 
direta em comento; e d) declarar sem 
efeito todo e qualquer pronunciamento 
judicial ou administrativo que afastasse, 
ampliasse ou reduzisse a literalidade do 
comando previsto no art. 100 do ADCT e, 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
com base neste fundamento, assegurasse 
a qualquer outro agente público o 
exercício das funções relativas a cargo 
efetivo após ter completado 70 anos de 
idade. A norma impugnada — introduzida 
no ADCT pela EC 88/2015 — dispõe que, 
“até que entre em vigor a lei complementar 
de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da 
Constituição Federal, os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais 
Superiores e do Tribunal de Contas da 
União aposentar-se-ão, compulsoriamente, 
aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas 
condições do art. 52 da Constituição 
Federal”. Alegava-se, na espécie, que a 
expressão “nas condições do art. 52 da 
Constituição Federal” incorreria em vício 
material por ofensa à garantia da 
vitaliciedade (CF, art. 93, “caput”) e à 
separação dos Poderes (CF, art. 2º), 
exorbitando dos limites substantivos ao 
poder de reforma da Constituição (CF, art. 
60, §4º, III e IV). 
ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 
21.5.2015. (ADI-5316) 
 
 
 Decisões do STF 
 
1. CPI estadual e quebra de sigilo fiscal - 6 
Em conclusão de julgamento, o Plenário, em 
virtudeda perda superveniente de objeto, 
assentou o prejuízo de pedido formulado em 
ação cível originária, processada segundo o 
rito do mandado de segurança. A ação havia 
sido ajuizada pela Assembleia Legislativa do 
Estado do Rio de Janeiro – Alerj contra ato 
coator do Chefe da Superintendência 
Regional da Receita Federal na 7ª Região 
Fiscal. Na espécie, questionava-se decisão 
da mencionada autoridade, que, com base no 
dever do sigilo fiscal, negara pedido de 
transferência de dados fiscais relativos aos 
principais investigados em comissão 
parlamentar de inquérito - CPI, criada pela 
autora, destinada a apurar a ação de milícias 
no referido Estado-membro — v. Informativo 
578. Na presente assentada, em voto-vista, o 
Ministro Dias Toffoli julgou prejudicado o 
pedido diante do encerramento das atividades 
da mencionada CPI. Não obstante, ressalvou 
seu entendimento quanto à possibilidade de 
CPI estadual obter informações dessa ordem, 
desde 
que observado o âmbito de poder e das 
competências que um Estado-membro teria. 
O Ministro Joaquim Barbosa, relator e 
Presidente, reajustou seu voto no sentido do 
prejuízo. 
ACO 1271/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 
12.2.2014. (ACO-1271) 
(Informativo 735, Plenário) 
 
2. Reclamação: cabimento e Senado 
Federal no controle da constitucionalidade 
- 11 
Em conclusão de julgamento, o Plenário, por 
maioria, julgou procedente pedido formulado 
em 
reclamação ajuizada sob o argumento de 
ofensa à autoridade da decisão da Corte no 
HC 82.959/SP (DJU de 1º.9.2006), em que 
declarada a inconstitucionalidade do § 1º do 
art. 2º da Lei 8.072/1990, que veda a 
progressão de regime a condenados pela 
prática de crimes hediondos. Na espécie, juiz 
de 1º grau indeferira pedido de progressão de 
regime em favor de condenados a penas de 
reclusão em regime integralmente fechado, à 
luz do aludido dispositivo legal — v. 
Informativos 454, 463 e 706. O Ministro 
Gilmar Mendes, relator, determinou a 
cassação das decisões impugnadas, ao 
assentar que caberia ao juízo reclamado 
proferir nova decisão para avaliar se, no caso 
concreto, os interessados atenderiam ou não 
os 
requisitos para gozar do referido benefício. 
Considerou possível determinar, para esse 
fim, e desde que de modo fundamentado, a 
realização de exame criminológico. 
Preliminarmente, quanto ao cabimento da 
reclamação, o relator afastou a alegação de 
inexistência de decisão do STF cuja 
autoridade deveria ser preservada. 
Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 
20.3.2014. (Rcl-4335) 
(Informativo 739, Plenário) 
 
3. Reclamação: cabimento e Senado 
Federal no controle da constitucionalidade 
- 12 
O relator afirmou, inicialmente, que a 
jurisprudência do STF evoluíra relativamente 
à utilização 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Constitucional 
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4 
da reclamação em sede de controle 
concentrado de normas, de maneira que seria 
cabível a reclamação para todos os que 
comprovassem prejuízo resultante de 
decisões contrárias às suas teses, em 
reconhecimento à eficácia vinculante “erga 
omnes” das decisões de mérito proferidas em 
sede de controle concentrado. Em seguida, 
entendeu ser necessário, para análise do 
tema, verificar se o instrumento da 
reclamação fora usado de acordo com sua 
destinação constitucional: garantir a 
autoridade das decisões do STF; e, superada 
essa questão, examinar o argumento do juízo 
reclamado no sentido de que a eficácia “erga 
omnes” da decisão no HC 82.959/SP 
dependeria da expedição de resolução do 
Senado que suspendesse a execução da lei 
(CF, art. 52, X). Para apreciar a dimensão 
constitucional do tema, discorreu sobre o 
papel do Senado Federal no controle de 
constitucionalidade. Aduziu que, de acordo 
com a doutrina tradicional, a suspensão da 
execução, pelo Senado, do ato declarado 
inconstitucional pelo STF seria ato político 
que emprestaria eficácia “erga omnes” às 
decisões definitivas sobre 
inconstitucionalidade proferidas em caso 
concreto. Asseverou, no entanto, que a 
amplitude conferida ao controle abstrato de 
normas e a possibilidade de se suspender, 
liminarmente, a eficácia de leis ou atos 
normativos, com eficácia geral, no contexto 
da CF/1988, concorreriam para infirmar a 
crença na própria justificativa do instituto da 
suspensão da execução do ato pelo Senado, 
inspirado em concepção de separação de 
poderes que hoje estaria ultrapassada. 
Ressaltou, ademais, que, ao alargar, de forma 
significativa, o rol de entes e órgãos 
legitimados a provocar o STF no processo de 
controle abstrato de normas, o constituinte 
restringira a amplitude do controle difuso de 
constitucionalidade. 
Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 
20.3.2014. (Rcl-4335) 
(Informativo 739, Plenário) 
 
4. ADI: chefia do Poder Executivo estadual 
e autorização para viagem - 1 
O Plenário confirmou medida cautelar e julgou 
procedente pedido formulado em ação direta 
para declarar a inconstitucionalidade das 
expressões “ou do País por qualquer tempo” 
e “por qualquer tempo”, contidas, 
respectivamente, no inciso IV do art. 53 e no 
art. 81, ambos da Constituição do Estado do 
Rio Grande do Sul (“Art. 53 - Compete 
exclusivamente à Assembleia Legislativa, 
além de outras atribuições previstas nesta 
Constituição: ... IV - autorizar o Governador e 
o Vice Governador a afastar-se do Estado por 
mais de quinze dias, ou do País por qualquer 
tempo”; ... “Art. 81 - O Governador e o Vice 
Governador não poderão, sem licença da 
Assembleia Legislativa, ausentarem-se do 
País, por qualquer tempo, nem do Estado, por 
mais de quinze dias, sob pena de perda do 
cargo”). A Corte asseverou, na cautelar, que a 
referência temporal contida na Constituição 
gaúcha não encontraria parâmetro na 
Constituição Federal. 
ADI 775/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 3.4.2014. 
(ADI-775) 
(Informativo 741, Plenário) 
 
5. ADI: chefia do Poder Executivo estadual 
e autorização para viagem - 2 
O Plenário confirmou medida cautelar e julgou 
procedente pedido formulado em ação direta 
para declarar a inconstitucionalidade da 
expressão “por qualquer tempo”, contida no 
inciso X do art. 54 e no “caput” do art. 86 da 
Constituição do Estado do Paraná, com a 
redação dada pela EC 7/2000 (“Art. 54. 
Compete, privativamente, à Assembleia 
Legislativa: ... X - conceder licença, bem 
como autorizar o Governador e o Vice-
Governador a se ausentarem do País por 
qualquer tempo, e do Estado, quando a 
ausência exceder a quinze dias”; ... “Art. 86. 
O Governador e o Vice-Governador não 
poderão, sem licença da Assembleia 
Legislativa, ausentar-se do País, por qualquer 
tempo, e do Estado, quando a ausência 
exceder a quinze dias, sob pena de perda do 
cargo”). A Corte asseverou, na cautelar, que o 
processo legislativo dos Estados-membros 
deveria obedecer aos parâmetros federais. 
Aduziu haver falta de simetria com o modelo 
federal (CF: “Art. 49. É da competência 
exclusiva do Congresso Nacional: ... III - 
autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da 
República a se ausentarem do País, quando a 
ausência exceder a quinze dias”). 
 
 
 
 
 
 
 
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Flavia Bahia 
5 
ADI 2453/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 
3.4.2014. (ADI-2453) 
(Informativo 741, Plenário) 
 
6. ADI: prioridade em tramitação e 
competência processual 
O Plenário julgou procedente pedido 
formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 7.716/2001, do 
Estado do Maranhão. A norma estabelece 
prioridade na tramitação processual, em 
qualquer instância, para as causas que 
tenham, como parte, mulher vítima de 
violência doméstica. O Tribunal esclareceu 
que a competência para normatizar tema 
processual seria da União e, por isso, a lei 
estadual impugnadateria afrontado o art. 22, 
I, da CF. 
ADI 3483/MA, rel. Min. Dias Toffoli, 3.4.2014. 
(ADI-3483) 
(Informativo 741, Plenário) 
 
7. Amicus Curiae 
“EMENTA: “AMICUS CURIAE”. JURISDIÇÃO 
CONSTITUCIONAL E LEGITIMIDADE 
DEMOCRÁTICA. O SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL COMO “mediador entre as 
diferentes forças com legitimação no 
processo constitucional” (GILMAR MENDES). 
POSSIBILIDADE DA INTERVENÇÃO DE 
TERCEIROS, NA CONDIÇÃO DE “AMICUS 
CURIAE”, EM SEDE DE RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO 
GERAL RECONHECIDA. NECESSIDADE, 
CONTUDO, DE PREENCHIMENTO, PELA 
ENTIDADE INTERESSADA, DO PRÉ-
REQUISITO CONCERNENTE À 
REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA. 
DOUTRINA. CONDIÇÃO NÃO OSTENTADA 
POR PESSOA FÍSICA OU NATURAL. 
CONSEQUENTE INADMISSIBILIDADE DE 
SEU INGRESSO, NA QUALIDADE DE 
“AMICUS CURIAE”, EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO 
GERAL RECONHECIDA. PRECEDENTES. 
PEDIDO INDEFERIDO...” 
Rel. Ministro Celso de Mello, STF RE 
659.424/RS* (transcrições). Inf. 742. 
 
8. CNJ - Poderes - Controle Incidental de 
Constitucionalidade 
EMENTA: Conselho Nacional de Justiça. 
Processo legislativo instaurado por iniciativa 
de Tribunal de Justiça. Suposta eiva de 
inconstitucionalidade. Impossibilidade de o 
Conselho Nacional de Justiça, sob alegação 
de “aparente vício do projeto original”, impor, 
cautelarmente, ao Presidente do Tribunal de 
Justiça, que se abstenha de cumprir o 
diploma legislativo editado. Limitações que 
incidem sobre a competência do Conselho 
Nacional de Justiça (CF, art. 103-B, § 4º). 
Precedentes. Magistério da doutrina. A 
instauração do processo legislativo como ato 
de caráter eminentemente político e de 
extração essencialmente constitucional. 
Doutrina. A questão do controle de 
constitucionalidade pelo Conselho Nacional 
de Justiça. Reconhecimento, pelo Relator 
desta causa, de que há, na matéria, 
controvérsia doutrinária. Inadmissibilidade, 
contudo, de referida fiscalização segundo 
precedentes do STF e do próprio CNJ. 
Medida cautelar deferida. 
DECISÃO: Trata-se de mandado de 
segurança, com pedido de liminar, impetrado 
contra ato emanado de eminente Conselheiro 
Relator do E. Conselho Nacional de Justiça, 
ratificado pelo Plenário daquele órgão, que 
determinou ao eminente Senhor Presidente 
do E. Tribunal de Justiça do Estado do 
Amazonas que se abstenha de adotar 
providências necessárias à execução da Lei 
Complementar amazonense nº 126/2013, por 
aparente vício de inconstitucionalidade de 
referido diploma legislativo, além de haver 
neutralizado os efeitos decorrentes do envio 
de outro projeto de lei que dispõe sobre a 
criação de cargos administrativos no âmbito 
do “2º grau de jurisdição”. 
Rel. Ministro Celso de Mello, STF MS 32.582 
(transcrições). Inf. 744. 
 
9. Perda de mandato – Deputado Estadual 
O Plenário julgou procedente pedido 
formulado em ação direta, para declarar a 
inconstitucionalidade da expressão “nos 
crimes apenados com reclusão, atentatórios 
ao decoro parlamentar”, contida no art. 16, VI, 
da Constituição do Estado de São Paulo, 
introduzido pela EC 18/2004 (“Artigo 16 - 
Perderá o mandato o Deputado: ... VI - que 
sofrer condenação criminal em sentença 
transitada em julgado, nos crimes apenados 
com reclusão, atentatórios ao decoro 
parlamentar”). O Tribunal asseverou que 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
contrariaria a Constituição Federal jungir a 
atuação da Assembleia Legislativa, quanto à 
perda de mandato de deputado estadual, no 
caso de condenação criminal, aos crimes 
apenados com reclusão e atentatórios ao 
decoro parlamentar. Apontou que os 
princípios do § 1º do art. 27 da CF (“§ 1º - 
Será de quatro anos o mandato dos 
Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as 
regras desta Constituição sobre sistema 
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças 
Armadas”) deveriam ser observados. 
Destacou que a limitação da Constituição 
paulista conflitaria com o que a Constituição 
Federal dispõe relativamente a deputados 
federais. 
O relator acolheu a tese de que o art. 55, VI, 
da CF/88, segundo o qual ocorre a perda do 
mandato do parlamentar que sofrer 
condenação criminal em sentença transitada 
em julgado (independentemente da natureza 
do delito ou da pena imposta - reclusão ou 
detenção) é norma de reprodução obrigatória 
nas constituições estaduais, e por isso os 
Estados não podem dispor de maneira 
diversa. 
ADI 3200/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 
22.5.2014. (ADI-3200). Inf. 747. 
 
10. Reclamação e MPE 
STF publica decisão monocrática do Min. 
Celso de Mello (Rcl 15.028) que confirma a 
jurisprudência atual do STF, no sentido de 
que "o Ministério Público estadual, quando 
atua no desempenho de suas prerrogativas 
institucionais e no âmbito de processos cuja 
natureza justifique a sua formal participação 
(quer como órgão agente, quer como órgão 
interveniente), dispõe, ele próprio, de 
legitimidade para ajuizar reclamação, em 
sede originária, perante o Supremo Tribunal 
Federal". O Ministério Público do Trabalho, no 
entanto, por pertencer ao MPU, não possui 
legitimidade para atuar perante do STF. Essa 
legitimidade é privativa do PGR, que é o 
chefe do MPU (Rcl 7318 AgR, Rel. Min. Dias 
Toffoli, Tribunal Pleno, j. em 23/05/2012; Rcl 
6239 AgR-AgR, Rel. p/ Acórdão Min. Rosa 
Weber, Tribunal Pleno, j. em 23/05/2012). 
Rel. Ministro Celso de Mello, Rcl 15.028 
(transcrições). Inf. 748. 
 
11. Direito à saúde e manutenção de 
medicamento em estoque 
A 1ª Turma negou provimento a recurso 
extraordinário para assentar a legitimidade de 
determinação judicial no sentido de que o 
Estado do Rio de Janeiro mantivesse 
determinado medicamento em estoque. No 
caso, o Ministério Público Federal ajuizara 
ação civil pública, cujo pedido fora julgado 
parcialmente procedente, na qual se 
postulava a aquisição, pelo referido ente 
federativo, de medicamento a portadores da 
doença de Gaucher, e a manutenção de 
estoque por certo período, para evitar 
interrupção do tratamento, tendo em conta 
lapsos na importação do produto. 
Preliminarmente, a Turma afastou o 
sobrestamento do feito por falta de similitude 
com o RE 566.471 RG/RN — processo com 
repercussão geral reconhecida, que versa 
sobre o dever do Estado de fornecer 
medicamento de alto custo a portador de 
doença grave —, por entender diversa a 
matéria. No mérito, reafirmou a jurisprudência 
da Corte quanto à ausência de violação ao 
princípio da separação dos Poderes quando 
do exame pelo Poder Judiciário de ato 
administrativo tido por ilegal ou abusivo. 
Aduziu, ademais, que o Poder Público, 
qualquer que fosse a esfera institucional de 
sua atuação no plano da organização 
federativa brasileira, não poderia se mostrar 
indiferente ao problema da saúde da 
população, sob pena de incidir, ainda que por 
censurável omissão, em grave 
comportamento inconstitucional. RE 
429903/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
25.6.2014. (RE-429903). (Informativo 752) 
 
12. MS: admissão de “amicus curiae” e 
teto remuneratório em serventias 
extrajudiciais 
Não é cabível a intervenção de “amicus 
curiae” em mandado de segurança. Com 
base nessa orientação, a 1ª Turma resolveu 
questão de ordem suscitada pelo Ministro 
Dias Toffoli (relator) no sentido de se indeferir 
pedido formulado pela Associação dos 
Notários e Registradores do Brasil - 
Anoreg/Br para que fosse admitida no 
presente feito na condição de “amicus curiae”. 
A Turma consignou que, tendo em conta o 
 
 
 
 
 
 
 
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quanto disposto no art. 24 da Lei 12.016/2009 
— dispositivo que afirma serem aplicáveis ao 
rito do mandado de segurança as normas doCPC que disciplinam exclusivamente o 
litisconsórcio —, a intervenção de terceiros 
nessa classe processual seria limitada e 
excepcional. Asseverou que entendimento 
contrário poderia, inclusive, comprometer a 
celeridade do “writ” constitucional. No mérito, 
a Turma denegou a segurança e, em 
consequência, cassou liminar anteriormente 
deferida. Reafirmou a jurisprudência do STF 
no sentido da necessidade de concurso 
público para o preenchimento de vaga em 
serventias extrajudiciais. Assentou, por outro 
lado, a legitimidade da incidência do teto 
remuneratório, aplicável aos servidores 
públicos em geral, àqueles interinamente 
responsáveis pelos trabalhos nas serventias 
vagas. 
MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 
19.8.2014. (MS-29192). (Informativo 755) 
 
13. Inconstitucionalidade de lei e decisão 
monocrática - 2 
É possível o julgamento de recurso 
extraordinário por decisão monocrática do 
relator nas hipóteses oriundas de ação de 
controle concentrado de constitucionalidade 
em âmbito estadual de dispositivo de 
reprodução obrigatória, quando a decisão 
impugnada refletir pacífica jurisprudência do 
STF sobre o tema. Com base nessa 
orientação, por maioria, o Plenário recebeu os 
embargos de declaração como agravo 
regimental e a este negou provimento. Na 
espécie, tratava-se de declaratórios opostos 
de decisão monocrática proferida pelo 
Ministro Dias Toffoli (CPC, art. 557, § 1º, a), 
na qual assentada — com fundamento na 
jurisprudência consolidada da Corte — a 
inconstitucionalidade de lei que dispõe sobre 
a criação de cargos em comissão para 
funções que não exigissem o requisito da 
confiança para o seu preenchimento. Na 
mencionada decisão, o relator destacara que 
os cargos, consoante a norma impugnada, 
deveriam ser ocupados por pessoas 
determinadas conforme a descrição nela 
constante — v. Informativo 707. Em 
acréscimo, o Ministro Teori Zavascki, tendo 
em conta a natureza objetiva do recurso 
extraordinário nesses casos, destacou que o 
procedimento se justificaria pelas mesmas 
razões que autorizariam a dispensa da 
cláusula da reserva de plenário (CPC, art. 
481, parágrafo único), invocáveis por 
analogia. Observou, também, que a análise 
pelo órgão colegiado não estaria excluída, 
pois poderia ser provocada por recurso 
interno. Vencido o Ministro Marco Aurélio 
quanto à conversão e ao mérito. Destacava 
impossibilidade de o relator, 
monocraticamente, julgar o tema de fundo de 
processo objetivo a envolver controvérsia 
constitucional. 
RE 376440 ED/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 
18.9.2014. (RE-376440). (Informativo 759) 
 
14. Ementa: AÇÃO PENAL CONTRA 
DEPUTADO FEDERAL. QUESTÃO DE 
ORDEM. RENÚNCIA AO MANDATO. 
PRERROGATIVA DE FORO. 
1. A renúncia de parlamentar, após o final da 
instrução, não acarreta a perda de 
competência do Supremo Tribunal Federal. 
Superação da jurisprudência anterior. 
2. Havendo a renúncia ocorrido anteriormente 
ao final da instrução, declina-se da 
competência para o juízo de primeiro grau. 
QUEST. ORD. EM AP N. 606-MG, 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO. 
(Informativo 759) 
 
15. EMENTA: CONSTITUCIONAL. 
ELEITORAL. ART. 5º DA LEI N. 
12.034/2009: IMPRESSÃO DE VOTO. 
SIGILO DO VOTO: DIREITO 
FUNDAMENTAL DO CIDADÃO. 
VULNERAÇÃO POSSÍVEL DA URNA COM O 
SISTEMA DE IMPRESSÃO DO VOTO: 
INCONSISTÊNCIAS PROVOCADAS NO 
SISTEMA E NAS GARANTIAS DOS 
CIDADÃOS. INCONSTITUCIONALIDADE DA 
NORMA. AÇÃO 
JULGADA PROCEDENTE. 
1. A exigência legal do voto impresso no 
processo de votação, contendo número de 
identificação associado à assinatura digital do 
eleitor, vulnera o segredo do voto, garantia 
constitucional expressa. 
2. A garantia da inviolabilidade do voto impõe 
a necessidade de se assegurar ser impessoal 
o voto para garantia da liberdade de 
manifestação, evitando-se coação sobre o 
eleitor. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. A manutenção da urna em aberto põe em 
risco a segurança do sistema, possibilitando 
fraudes, o que não se harmoniza com as 
normas constitucionais de garantia do eleitor. 
4. Ação julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade do art. 5º da Lei n. 
12.034/2009. ADI N. 4.543-DF, RELATORA: 
MIN. CÁRMEN LÚCIA. (Informativo 763) 
 
16. EMENTA: ARGUIÇÃO DE 
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL. ATOS QUE INSTITUÍRAM 
SISTEMA DE RESERVA DE VAGAS COM 
BASE EM CRITÉRIO ÉTNICO-RACIAL 
(COTAS) NO PROCESSO DE SELEÇÃO 
PARA INGRESSO EM INSTITUIÇÃO 
PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR. 
ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 1º, CAPUT, 
III, 3º, IV, 4º, VIII, 5º, I, II XXXIII, XLI, LIV, 37, 
CAPUT, 205, 206, CAPUT, I, 207, CAPUT, E 
208, V, TODOS DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. AÇÃO JULGADA 
IMPROCEDENTE. 
I – Não contraria - ao contrário, prestigia – o 
princípio da igualdade material, previsto no 
caput do art. 5º da Carta da República, a 
possibilidade de o Estado lançar mão seja de 
políticas de cunho universalista, que 
abrangem um número indeterminados de 
indivíduos, mediante ações de natureza 
estrutural, seja de ações afirmativas, que 
atingem grupos sociais determinados, de 
maneira pontual, atribuindo a estes certas 
vantagens, por um tempo limitado, de modo 
a permitir-lhes a superação de desigualdades 
decorrentes de situações históricas 
particulares. 
II – O modelo constitucional brasileiro 
incorporou diversos mecanismos 
institucionais para corrigir as distorções 
resultantes de uma aplicação puramente 
formal do princípio da igualdade. 
III – Esta Corte, em diversos precedentes, 
assentou a constitucionalidade das políticas 
de ação afirmativa. 
IV – Medidas que buscam reverter, no âmbito 
universitário, o quadro histórico de 
desigualdade que caracteriza as relações 
étnico-raciais e sociais em nosso País, não 
podem ser examinadas apenas sob a ótica de 
sua compatibilidade com determinados 
preceitos constitucionais, isoladamente 
considerados, ou a partir da eventual 
vantagem de certos critérios sobre outros, 
devendo, ao revés, ser analisadas à luz do 
arcabouço principiológico sobre o qual se 
assenta o próprio Estado brasileiro. 
V - Metodologia de seleção diferenciada pode 
perfeitamente levar em consideração critérios 
étnico-raciais ou socioeconômicos, de modo a 
assegurar que a comunidade acadêmica e a 
própria sociedade sejam beneficiadas pelo 
pluralismo de ideias, de resto, um dos 
fundamentos do Estado brasileiro, conforme 
dispõe o art. 1º, V, da Constituição. 
VI – Justiça social, hoje, mais do que 
simplesmente redistribuir riquezas criadas 
pelo esforço coletivo, significa distinguir, 
reconhecer e incorporar à sociedade mais 
ampla valores culturais diversificados, muitas 
vezes considerados inferiores àqueles 
reputados dominantes. 
VII – No entanto, as políticas de ação 
afirmativa fundadas na discriminação reversa 
apenas são legítimas se a sua manutenção 
estiver condicionada à persistência, no tempo, 
do quadro de exclusão social que lhes deu 
origem. Caso contrário, tais políticas 
poderiam converter-se benesses 
permanentes, instituídas em prol de 
determinado grupo social, mas em detrimento 
da coletividade como um todo, situação – é 
escusado dizer – incompatível com o espírito 
de qualquer Constituição que se pretenda 
democrática, devendo, outrossim, respeitar a 
proporcionalidade entre os meios 
empregados e os fins perseguidos. 
VIII – Arguição de descumprimento de 
preceito fundamental julgada improcedente. 
ADPF N. 186-DF, RELATOR: MIN. RICARDO 
LEWANDOWSKI. (Informativo 764) 
 
17. ADI: norma processual e competência 
legislativa da União 
O Plenário julgou procedente pedido 
formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade do art. 7º e parágrafos 
da Lei 6.816/2007 do Estado de Alagoas. O 
dispositivo criara como requisito de 
admissibilidade, para a interposição de 
recurso inominadono âmbito dos juizados 
especiais, o depósito prévio de 100% do valor 
da condenação. O Tribunal sublinhou que a 
norma atacada versaria sobre admissibilidade 
recursal e, consequentemente, teria natureza 
processual. Dessa forma, seria evidente a 
 
 
 
 
 
 
 
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inconstitucionalidade formal por ofensa ao art. 
22, I, da CF (“Compete privativamente à 
União legislar sobre: I - direito civil, comercial, 
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho”). 
Ademais, a mencionada lei dificultaria ou 
inviabilizaria a interposição de recurso para o 
conselho recursal. Assim, vulneraria os 
princípios constitucionais do acesso à 
jurisdição, do contraditório e da ampla defesa, 
contidos no art. 5º, XXXV e LV, da CF. 
ADI 4161/AL, rel. Min. Cármen Lúcia, 
30.10.2014. (ADI-4161). (Informativo 765) 
 
18. Vedação ao nepotismo e iniciativa 
legislativa – 1 
Leis que tratam dos casos de vedação a 
nepotismo não são de iniciativa exclusiva do 
Chefe do Poder Executivo. Esse o 
entendimento do Plenário, que, por maioria, 
deu provimento a recurso extraordinário para 
reconhecer a constitucionalidade da Lei 
2.040/1990, do Município de Garibaldi/RS, 
que proíbe a contratação, por parte do 
Executivo, de parentes de 1º e 2º graus do 
prefeito e vice-prefeito, para qualquer cargo 
do quadro de servidores, ou função pública. 
Discutia-se eventual ocorrência de vício de 
iniciativa. Na espécie, o acórdão recorrido, 
proferido em sede de ação direta de 
inconstitucionalidade, declarara a 
inconstitucionalidade formal do referido 
diploma normativo sob o fundamento de que, 
por se tratar de matéria respeitante ao regime 
jurídico dos servidores municipais, a iniciativa 
do processo legislativo competiria ao Chefe 
do Poder Executivo. O Colegiado, de início, 
rejeitou preliminares suscitadas acerca das 
supostas intempestividade do recurso e 
ilegitimidade do Procurador-Geral do Estado 
para a interposição de recurso extraordinário 
contra acórdão proferido em ação direta de 
inconstitucionalidade estadual. No tocante à 
legitimidade do Procurador-Geral do Estado 
para o recurso, a Corte destacou o que 
disposto no § 4º do art. 95 da Constituição do 
Estado do Rio Grande do Sul (“Quando o 
Tribunal de Justiça apreciar a 
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal 
ou de ato normativo, citará previamente o 
Procurador-Geral do Estado, que defenderá o 
ato ou texto impugnado”), que repetiria, por 
simetria, o disposto no § 3º do art. 103 da CF 
(“Quando o Supremo Tribunal Federal 
apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de 
norma legal ou ato normativo, citará, 
previamente, o Advogado-Geral da União, 
que defenderá o ato ou texto impugnado”). 
Pela teoria dos poderes implícitos, se a 
Constituição atribuísse competência a 
determinada instituição jurídica, a ela também 
deveria ser reconhecida a possibilidade de se 
utilizar dos instrumentos jurídicos adequados 
e necessários para o regular exercício da 
competência atribuída. No caso, a 
Constituição Estadual conferira ao 
Procurador-Geral do Estado — em simetria 
com o Advogado-Geral da União — o papel 
de defesa da norma estadual ou municipal 
atacada via ação direta, o que o tornaria, 
portanto, legitimado para a interposição de 
recurso extraordinário contra acórdão que 
tivesse declarado a inconstitucionalidade da 
norma defendida, sob pena de se negar a 
efetiva defesa desta última. 
RE 570392/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 
11.12.2014. (RE-570392). (Informativo 771) 
 
 
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