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Despacho Aduaneiro

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Curso "Atividade Aduaneira na Proteção da Sociedade" 
Promoção: ESMAFE-CE 
Coordenação: Dra. Germana Moraes de Oliveira 
Apoio Técnico: Alfândega do Porto de Fortaleza (ALF/FOR) 
24 a 28 de maio de 2010 
Fortaleza (CE) 
 
 
 
Despacho Aduaneiro 
-------------------------------------------------------------------------------- 
 
Elaboração: 
Flávio José Passos Coelho 
 
Coordenação Técnica de Disciplina: 
Flávio José Passos Coelho 
 
Coordenação Técnica de Área: 
Rosaldo Trevisan 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualização: abril/2010 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
1. DESPACHO ADUANEIRO - GENERALIDADES 
O papel desempenhado pelas administrações aduaneiras está geralmente 
vinculado a três objetivos essenciais: arrecadação, regulação econômica e proteção da 
sociedade. A ênfase normalmente atribuída a cada uma dessas funções pode variar 
conforme as especificidades econômicas e sociais dos países, bem como de acordo com a 
estrutura político-administrativa de seus governos. 
 
Assim, mesmo em um cenário atual de gradativa queda das chamadas barreiras 
tarifárias, em âmbito mundial, a importância da atuação das administrações aduaneiras 
não chega a ser questionada, posto que o controle aduaneiro extrapola o contexto 
meramente arrecadatório para assumir um caráter extrafiscal. Nessa perspectiva, as 
administrações aduaneiras passam a abranger novas funções ligadas à proteção da 
sociedade, à defesa da concorrência e à promoção da competitividade empresarial, o que 
lhes exige uma atuação multidisciplinar aliada a uma maior capacidade de integração 
interna e com outros órgãos de governo. 
 
O cenário descrito sucintamente nas linhas acima não destoa da realidade 
brasileira, nem tampouco da atuação da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no 
que diz respeito ao controle aduaneiro. E para a execução desse controle, o despacho 
aduaneiro consiste em atividade essencial. 
 
 
1.1. SOBRE O SISCOMEX 
 
No Brasil, em regra, o despacho aduaneiro é processado no Sistema Integrado 
de Comércio Exterior (SISCOMEX), uma ferramenta informatizada que integra as 
atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior do 
Brasil, mediante fluxo único e computadorizado de informações. No entanto, existem 
exceções, em razão da natureza da mercadoria, da operação ou da qualidade do 
exportador ou importador, quando é realizado o processamento do despacho aduaneiro 
sem registro no sistema. 
 
Por intermédio do SISCOMEX, as operações de exportação e importação são 
registradas e, em seguida, analisadas em tempo real pelos órgãos gestores do sistema, 
que são os responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento dentro de suas 
respectivas áreas de competência. Os órgãos gestores do SISCOMEX são os seguintes: 
a) Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), responsável pelos aspectos 
tributário e aduaneiro das operações; e 
b) Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com responsabilidade pelo controle 
administrativo. 
 
Além dos órgãos gestores, na etapa administrativa ou comercial das operações 
também interagem com o SISCOMEX os órgãos anuentes, responsáveis pela autorização 
do processo de importação e exportação de determinadas mercadorias sujeitas a controles 
específicos, por exemplo, de ordem sanitária, de interesse da segurança nacional ou de 
proteção ao meio ambiente. São órgãos anuentes, entre outros: 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
a) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde 
(MS); 
b) Exército Brasileiro; 
c) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); 
d) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(Ibama) do Ministério do Meio Ambiente (MMA); e 
e) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), do MDIC. 
 
Considerando a multiplicidade de funções executáveis por meio do sistema, os 
diferentes módulos do SISCOMEX estão disponíveis para os seguintes usuários principais: 
a) Aduana: Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB), Analistas 
Tributários da Receita Federal do Brasil (ATRFB) e outros servidores 
aduaneiros; 
b) SECEX, Banco Central do Brasil (BACEN) e órgãos anuentes: atuam no 
controle administrativo e cambial; 
c) importador; 
d) exportador; 
e) depositário: responsável pelo recinto alfandegado (RA), fiel depositário das 
cargas sob controle aduaneiro; e 
e) transportador: tanto o transportador de cargas do percurso internacional, 
quanto transportador de cargas sob trânsito aduaneiro. 
 
Os atos legais, regulamentares e administrativos que alteram, complementam ou 
produzem efeitos sobre a legislação de comércio exterior vigente são implementados no 
SISCOMEX concomitantemente à sua entrada em vigor no País. Dessa forma, o SISCOMEX 
permite tanto aos órgãos gestores quanto aos demais órgãos e entidades de governo que 
intervêm no comércio exterior o acompanhamento e o controle sobre a entrada de 
produtos do País e sua saída deste, no âmbito das respectivas competências. 
 
Vê-se, portanto, que o SISCOMEX tornou-se um instrumento indispensável no 
dia-a-dia do despacho aduaneiro. Mesmo que se leve em conta a previsão normativa para 
o processamento de algumas importações e exportações sem o uso do sistema, conforme 
o que se verá mais adiante, não se pode ignorar que mais de 99% das operações de 
comércio exterior são executadas no SISCOMEX. 
 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2. DESPACHO DE IMPORTAÇÃO 
2.1. INTRODUÇÃO 
 
O despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a 
exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas, 
aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço 
aduaneiro.1 A atividade é disciplinada basicamente pelas Instruções Normativas (IN) SRF 
nº 680, de 2/10/2006, e n° 611, de 18/1/2006. 
 
Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, 
sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação (II), deve ser submetida a 
despacho de importação, que é realizado com base em declaração apresentada à unidade 
aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. 
 
Por outro lado, está dispensada de despacho de importação a entrada, no País, 
de mala diplomática ou consular, assim considerada a que contenha tão-somente 
documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial.2 
 
O despacho de importação é processado com base em declaração prestada pelo 
importador e, em geral, é realizado no SISCOMEX. No entanto, existem exceções 
relacionadas à natureza da mercadoria ou da operação, bem como à qualidade do 
importador, nas quais o despacho pode ser processado de modo simplificado, com ou sem 
registro no SISCOMEX. 
 
Pode-se classificar o despacho de importação em duas categorias genéricas: (a) 
o despacho para consumo; e (b) o despacho para admissão em regime aduaneiro especial 
ou aplicado em áreas especiais. 
 
O despacho para consumo ocorre quando as mercadorias ingressadas no País 
forem destinadas ao uso, pelo aparelho produtivo nacional, como insumos, matérias-
primas, bens de produção e produtos intermediários, bem como quando forem destinadas 
ao consumo próprio e à revenda. Visa, portanto, à nacionalização da mercadoria 
importada e a ele se aplica o regime comum de importação. 
 
O despacho para admissão em regimes aduaneiros especiais (ou aplicados em 
áreas especiais) tem por objetivo o ingresso no País de mercadorias, produtos ou bens 
provenientes do exterior, que devam permanecer por prazo certo e conforme a finalidade 
para os quais estão destinados, com tributos suspensos até a extinção do regime. Entre 
outros casos, aplica-se às mercadorias a serem entrepostadasou admitidas 
temporariamente. 
 
As mercadorias de origem estrangeira que vierem a ser transferidas para outro 
regime aduaneiro, bem assim aquelas introduzidas no restante do território nacional, 
procedentes da Zona Franca de Manaus (ZFM), Amazônia Ocidental ou Área de Livre 
Comércio (ALC), devem ser submetidas a novo despacho aduaneiro de importação. 
 
1 Art. 542 do Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759, de 5/2/2009). 
2 Art. 547 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
 
Antes de iniciar uma operação de importação, o interessado deve verificar se a 
mercadoria a ser importada está sujeita a controle administrativo, pois, em regra, esse 
controle deve ser efetuado anteriormente ao embarque da mercadoria no exterior. 
 
 
2.2. CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES 
O controle administrativo das importações brasileiras encontra-se disciplinado 
pela Portaria SECEX nº 25/2008, que define as situações nas quais as operações estão 
sujeitas a Licenciamento de Importação, a ser emitido pela Secretaria de Comércio 
Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 
 
Em geral, as importações estão dispensadas de licenciamento, devendo os 
importadores tão-somente providenciar o registro da declaração de importação no 
SISCOMEX, com o objetivo de dar início aos procedimentos de despacho junto à unidade 
de RFB onde se encontrar a mercadoria.3 
 
Para algumas mercadorias (tais como produtos agrícolas e medicamentos) ou 
operações específicas (tais como importações de material usado), que estão sujeitas a 
determinados controles, o licenciamento deve ser providenciado, também por meio do 
SISCOMEX, em regra, previamente ao embarque no exterior. Em situações específicas, 
tais como as importações ao amparo do regime de drawback, o licenciamento pode ser 
obtido após o embarque, mas antes do registro da declaração de importação.4 
 
O pedido de licença de importação (LI), a ser vinculada a Declaração de 
Importação (DI), ou de licença simplificada de importação (LSI), a ser vinculada a 
Declaração Simplificada de Importação (DSI), deve ser registrado no SISCOMEX, 
recebendo numeração específica e ficando disponível para análise pelos órgãos anuentes. 
onforme legislação própria, os seguintes órgãos, entre outros, podem anuir importações: 
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do MS; 
- Exército Brasileiro; 
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); 
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(Ibama) do MMA; e 
- Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), do MDIC. 
 
Deferida a licença de importação, considera-se que foram cumpridas as 
formalidades previstas na legislação específica expedida pelos órgãos anuentes. 
 
Para os despachos de importação processados sem registro no SISCOMEX, 
quando a mercadoria importada estiver sujeita a controle de outro órgão, é exigida a 
manifestação da autoridade competente, a ser registrada em campo próprio da declaração 
ou em documento específico por ela emitido. 
 
 
3 Art. 8º da Portaria SECEX nº 25/2008. 
4 Art. 11 da Portaria SECEX nº 25/2008. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
Em qualquer caso, o importador deve consultar o SISCOMEX, a fim de verificar o 
tratamento administrativo a que se subordina sua operação. Também é possível consultar 
o tratamento administrativo a que está sujeita a importação de uma determinada 
mercadoria por meio do Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das 
Importações (disponível no sítio da RFB na Internet). 
 
 
2.3. TIPOS DE DECLARAÇÕES E MODALIDADES DE DESPACHO DE 
IMPORTAÇÃO 
Vistas as informações essenciais acerca do controle administrativo das 
importações no Brasil, serão agora abordados os aspectos práticos do despacho aduaneiro 
de importação, iniciando-se com os tipos de declaração e as modalidades de despacho. 
 
O despacho de importação é processado com base em declaração efetuada pelo 
importador, a ser apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a 
mercadoria, na zona primária ou na zona secundária. 
 
A RFB pode estabelecer diferentes tipos de declaração de importação, 
apropriados à natureza dos despachos, ou a situações específicas em relação à mercadoria 
ou a seu tratamento tributário. 
 
As declarações do importador subsistem para quaisquer efeitos fiscais, ainda que 
o despacho de importação seja interrompido e a mercadoria abandonada. Podem ser 
processadas no SISCOMEX (DI e DSI eletrônica), regra geral, ou sem registro naquela 
sistema (DSI em formulário, DRE-I, NTS). 
 
Em síntese, os despachos de importação podem ser assim classificados: 
 
§ Quanto ao registro no SISCOMEX 
- Despachos com registro no SISCOMEX 
ü Declaração de Importação (DI) 
ü Declaração Simplificada de Importação (DSI) 
- Despachos sem registro no SISCOMEX 
ü DSI em formulário 
ü Declaração de Remessa Expressa – Importação (DRE-I) 
ü Nota de Tributação Simplificada (NTS) 
ü Rito Sumário 
 
§ Quanto à modalidade de despacho 
- Despacho normal 
- Despacho com registro antecipado de DI 
- Despacho com entrega fracionada 
 
 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2.3.1. Tipos de declarações 
 
2.3.1.1. Despachos de importação com registro no SISCOMEX 
 
I. Declaração de Importação (DI) 
 
A DI é formulada pelo importador ou seu representante legal no SISCOMEX, de 
acordo com o tipo de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro. A DI deve 
conter, entre outras informações5, a identificação do importador e do adquirente ou 
encomendante, caso não sejam a mesma pessoa, assim como a identificação, a 
classificação, o valor aduaneiro e a origem da mercadoria. 
 
As informações são inseridas na DI em dois conjuntos, por assim dizer: 
- informações gerais: correspondentes à operação de importação; e 
- informações específicas (nas adições da DI): contendo dados de natureza 
comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias declaradas. 
 
II. Declaração Simplificada de Importação (DSI) 
 
A maioria das mercadorias importadas é submetida a despacho aduaneiro 
comum. Entretanto, em algumas situações, o interessado pode optar pelo despacho 
aduaneiro simplificado, disciplinado pela IN SRF nº 611/2006. 
 
Na importação, o despacho simplificado pode ser processado no SISCOMEX, nas 
situações previstas no art. 3º da IN SRF nº 611, de 2006, por meio da DSI (eletrônica). As 
hipóteses descritas a seguir, entre outras, retratam situações passíveis de terem seus 
despachos de importação amparados por DSI eletrônica: 
- importações promovidas por pessoas físicas, em quantidade e frequência que 
não caracterizem destinação comercial, cujo valor total seja igual ou inferior a 
US$ 3.000,00; 
- importações realizadas por pessoa jurídica, com ou sem cobertura cambial, 
cujo valor não ultrapasse US$ 3.000,00; 
- bens submetidos ao regime de admissão temporária; 
- bens reimportados em cumprimento do regime de exportação temporária; 
- bagagem desacompanhada de viajantes; e 
- bens recebidos a título de doação por instituição de assistência social, ou por 
entidade integrante da administração pública direta. 
 
Em situações que caracterizem importação eventual, realizada por pessoa física, 
como, por exemplo, no caso de bagagem desacompanhada de viajante, a DSI pode ser 
transmitida por servidor aduaneiro da unidade da RFB onde for processado o despacho. 
 
 
 
5 Anexo Único da IN SRF nº 680/2006. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2.3.1.2. Despachos de importação sem registro no SISCOMEX 
 
I. DSI em formulário 
 
O despacho aduaneiro simplificado pode serrealizado sem registro no 
SISCOMEX, por meio do formulário para declaração simplificada de importação (DSI 
formulário), constante nos anexos da IN SRF nº 611/2006, nas situações de importações 
previstas no art. 4º daquela norma, entre as quais podem ser citadas: 
- amostras sem valor comercial; 
- mercadorias cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 500.00; 
- órgãos e tecidos humanos para transplantes; 
- medicamentos sob prescrição médica, importados por pessoa física a quem se 
destinem; 
- bens que retornem ao País, cujo despacho de exportação tenha sido realizado 
com base em Declaração Simplificada de Exportação (DSE) via formulário; 
- importações realizadas por representações diplomáticas; e 
- livros e documentos sem finalidade comercial. 
 
II. Declaração de Remessas Expressas – Importação (DRE-I) 
 
Remessa expressa consiste em documento ou encomenda internacional 
transportada, por via aérea, por empresa de transporte expresso internacional, porta a 
porta. 
 
O despacho aduaneiro de importação de remessas expressas é processado com 
base em Declaração de Remessas Expressas - Importação (DRE-I), conforme disciplinado 
pela IN SRF nº 560/2005, quando contiver: 
- documentos; 
- livros, jornais e periódicos, sem finalidade comercial; 
- importações promovidas por pessoas físicas, em quantidade e frequência que 
não caracterizem destinação comercial, cujo valor total seja igual ou inferior a 
US$ 3.000,00; 
- bens destinados a pessoas jurídicas, sem cobertura cambial, para uso próprio 
ou em quantidade estritamente necessária para dar a conhecer a sua 
natureza, espécie e qualidade, cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 
3.000,00; ou 
- bens nacionais ou nacionalizados, que retornem ao País, se devidamente 
comprovada a sua saída temporária, observado o limite de valor de até US$ 
3.000,00. 
 
O despacho aduaneiro de remessas expressas ao amparo de DRE-I está sujeito 
ao Regime de Tributação Simplificada (RTS). No RTS, em regra, as mercadorias são 
tributadas à alíquota de 60% do valor aduaneiro, a título de Imposto de Importação, 
independentemente de sua classificação tarifária. 
 
III. Nota de Tributação Simplificada (NTS) – Remessa Postal 
 
O despacho aduaneiro de remessas postais internacionais destinadas a pessoas 
físicas ou jurídicas, até US$ 500,00, submetidas ao RTS, tem por base a Nota de 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
Tributação Simplificada (NTS), instituída pela IN SRF nº 101/1991. Por meio da NTS, o 
importador é notificado quanto aos bens tributados pela fiscalização aduaneira. 
 
O despacho aduaneiro de remessas postais internacionais independe de prova de 
propriedade pelo destinatário, que é o contribuinte do imposto de importação. A postagem 
de remessa como presente ou amostra ou o envio de bens a título gratuito não excluem a 
incidência de tributos. 
 
É permitido ao destinatário verificar o conteúdo da remessa, antes de seu 
recebimento ou do pagamento de tributo, na presença de funcionário da RFB (art. 7º do 
Decreto nº 1.789/1996). 
 
IV. Rito Sumário 
 
O despacho de importação de urnas funerárias, contendo restos mortais, é 
realizado em caráter prioritário e mediante rito sumário, logo após a sua descarga, com 
base no respectivo conhecimento de carga ou em documento de efeito equivalente.6 
 
O desembaraço aduaneiro da urna somente é efetuado após a manifestação 
favorável da autoridade sanitária competente. 
 
 
2.3.2. Modalidades de Despacho 
 
Em regra, o despacho aduaneiro tem seu início após a chegada da totalidade da 
mercadoria na unidade da RFB onde o despacho será processado. No entanto, de acordo 
com a natureza da mercadoria, a qualidade do importador ou a via de transporte utilizada, 
é permitido o registro da declaração de importação antes da chegada da mercadoria, ou 
de sua totalidade. 
 
 
2.3.2.1. Despacho normal 
 
O registro da declaração de importação deve ser realizado após a chegada da 
mercadoria no recinto alfandegado de zona primária ou secundária onde será processado 
o despacho de importação.7 
 
 
2.3.2.2. Despacho com registro antecipado de DI 
 
Em algumas situações, é permitido o registro da DI antes da chegada da 
mercadoria procedente diretamente do exterior na unidade da RFB de despacho. São 
exemplos de situações passíveis de despacho com registro antecipado de DI:8 
a) mercadoria transportada a granel, cuja descarga se realize diretamente para 
terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios, ou veículos apropriados; 
 
6 Art. 548 do Regulamento Aduaneiro. 
7 Inciso III do art. 15 da IN SRF n° 680/2006. 
8 Art. 17 da IN SRF nº 680/2006. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
b) mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características 
de periculosidade; 
c) plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente 
perecíveis ou suscetíveis de danos causados por agentes exteriores; e 
d) mercadoria transportada por via terrestre. 
 
 
2.3.2.3. Despacho com entrega fracionada 
 
O despacho com entrega fracionada é permitido nas importações por via 
terrestre quando, em razão do volume ou peso da mercadoria, o transporte não possa ser 
realizado por apenas um veículo.9 
 
A entrada de toda a mercadoria no território aduaneiro deve ocorrer dentro de 
15 dias úteis após o registro da DI, caso contrário, a DI será retificada para a quantidade 
efetivamente entregue. O desembaraço somente é registrado após a chegada do último 
lote ou após a retificação para menor, quando vencido o prazo sem a chegada de toda a 
carga. 
 
 
2.4. DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO 
Em regra, a declaração de importação deve ser instruída com os seguintes 
documentos: 
a) a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; 
b) a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; 
c) o romaneio de carga (packing list), quando aplicável; 
d) o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível; 
e) outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por 
força de lei, de regulamento ou de ato normativo. 
 
Os documentos de instrução da DI devem ser entregues à fiscalização da RFB 
sempre que solicitados e, por essa razão, o importador deve mantê-los pelo prazo previsto 
na legislação. 
 
 
2.4.1. Conhecimento de Carga 
 
O conhecimento de carga original comprova a posse ou a propriedade da 
mercadoria. Os seus requisitos regem-se pelos dispositivos da legislação comercial e civil, 
sem prejuízo da aplicação das normas tributárias, quanto aos efeitos fiscais. 
 
Para fins de verificação de infração às normas pertinentes ao controle 
administrativo das importações e para efeitos tributários, o embarque da mercadoria a ser 
importada considera-se ocorrido na data da emissão do conhecimento de carga.10 
 
 
9 Art. 61 da IN SRF nº 680/2006. 
10 Art. 5º da Lei 6.562/1978, reproduzido no art. 708 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
A cada conhecimento de carga deve corresponder uma única declaração de 
importação, salvo exceções estabelecidas pela RFB.11 
 
 
2.4.2. Fatura comercial 
 
A fatura comercial é o documento que espelha a operação de compra e venda 
entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro, podendo ser emitida por 
qualquer processo. A primeira via da fatura comercial será sempre a original, assinada 
pelo exportador, devendo ser apresentada pelo importador à unidade de despacho da 
RFB. 
 
 
2.4.3. Romaneio de carga, quando aplicável 
 
O romaneio de carga, ou packing list, é uma lista entregue pelo exportador ao 
transportador, contendo a descrição, a quantidade, as marcas, os númerose os modelos 
das mercadorias a serem transportadas com destino ao País. Tal documento, desde que 
emitido em virtude das características do envio das mercadorias, deve instruir a DI. Note-
se que não há que se falar em packing list, por exemplo, para cargas soltas ou granéis, 
em virtude da própria natureza da operação de transporte. 
 
 
2.4.4. Comprovante de pagamento dos tributos 
 
Quando o pagamento de crédito tributário não ocorrer por meio de débito 
automático em conta corrente bancária, deverá ser apresentado o comprovante de 
pagamento por meio de documento de arrecadação de receitas federais (DARF). 
 
 
2.4.5. Outros documentos de instrução da declaração 
 
Entre os demais documentos que podem instruir a declaração de importação, 
podem ser citados: 
§ Certificado de origem: para as importações de mercadorias que gozem de 
tratamento tributário favorecido em razão de sua origem, a comprovação 
desta será feita por qualquer meio julgado idôneo, em conformidade com o 
estabelecido no correspondente acordo internacional12 (o documento 
normalmente utilizado para a referida comprovação é o certificado de 
origem emitido por entidade autorizada); e 
§ Manifesto Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito 
Aduaneiro (MIC/DTA): quando a via de transporte for rodoviária, o MIC/DTA 
deve ser apresentado à repartição aduaneira.13 
 
 
 
11 Art. 555 do Regulamento Aduaneiro. 
12 Art. 563 do Regulamento Aduaneiro. 
13 IN DPRF nº 56/1991. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2.5. ETAPAS DO DESPACHO DE IMPORTAÇÃO 
Antes de passar aos comentários sobre cada uma das etapas, são apresentados 
a seguir dois fluxogramas representativos dos despachos com o uso de DI e de DSI, com 
vistas a proporcionar uma visão geral dos respectivos processos. 
 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
 
FLUXO DO DESPACHO DE IMPORTAÇÃO NO SISCOMEX (DI) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depositário entrega a 
mercadoria Importador entrega 
documentos e 
Aduana registra 
recepção 
Verde 
Cinza 
Licenciamento, 
quando exigível 
Vermelho ou 
Amarelo 
 
Embarque no exterior e 
transporte internacional 
 
Chegada e armazena-
mento da carga 
 
Importador registra a DI 
no SISCOMEX 
 
Aduana realiza a 
conferência aduaneira 
 
Aduana efetua 
análise 
Seleção 
parametri-
zada 
Irregulari-
dades 
sanáveis? 
Exigências 
atendidas? 
Aduana formula 
exigências 
 
Aduana registra 
desembaraço no 
SISCOMEX 
Aduana exige 
correção das 
irregularidades 
Outras 
Irregulari-
dades? 
Indícios 
de fraude? 
Exigências 
atendidas? 
Irregulari-
dades 
sanáveis? 
Procedimentos 
especiais de 
controle aduaneiro 
Outros desfechos e 
desdobramentos possíveis 
(autuação, perdimento, 
devolução ao exterior etc.) 
Sim 
Não 
Não 
Não 
Não 
Não 
Não 
Não 
Sim 
Sim 
Sim 
Sim 
Sim 
Sim 
 
Declaração é 
desembara-
çada automa-
ticamente 
B 
B 
B 
B 
Outras 
Irregulari-
dades? 
Há indícios 
de fraude? 
Não 
Sim 
A 
A 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
FLUXO DO DESPACHO DE IMPORTAÇÃO NO SISCOMEX (DSI) 
 
 
 
 
 
 
Depositário entrega a 
mercadoria 
Importador entrega 
documentos 
Licenciamento 
simplificado, quando 
exigível 
 
Embarque no exterior e 
transporte internacional 
 
Chegada e armazena-
mento da carga 
 
Importador registra a DSI 
no SISCOMEX 
 
Aduana realiza a 
conferência aduaneira 
Seleção 
para 
conferência 
Irregulari-
dades 
sanáveis? 
Exigências 
atendidas? 
Aduana formula 
exigências 
 
Aduana registra 
conclusão da 
conferência 
Procedimentos 
especiais de 
controle aduaneiro 
Outros desfechos e 
desdobramentos possíveis 
(autuação, perdimento, 
devolução ao exterior etc.) 
Não Não 
Não 
Sim 
Sim 
Sim 
Declaração é 
desembara-
çada automa-
ticamente 
B 
B 
B 
Outras 
irregulari-
dades? 
Há indícios 
de fraude? 
Não 
Sim 
A 
A 
Sem conferência 
Com 
conferência 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
Vistos os fluxogramas, serão agora descritas, nos tópicos seguintes, cada uma 
das etapas do despacho aduaneiro de importação. 
 
 
2.5.1. Registro da declaração 
 
O ato que determina o início do despacho aduaneiro de importação é o registro 
da DI no SISCOMEX. Após a completa elaboração da declaração em seu microcomputador, 
o importador a submete para registro no SISCOMEX, que procede à validação das 
informações prestadas. O registro da declaração (DI ou DSI) somente é efetivado: 
- se verificada a regularidade cadastral do importador; 
- após o licenciamento da operação de importação, quando exigido, e a 
verificação do atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos 
órgãos competentes; 
- após a chegada da carga, exceto na modalidade de despacho com registro 
antecipado de DI; 
- após a confirmação, pelo banco, da aceitação do débito relativo aos tributos 
devidos, inclusive da taxa de utilização do SISCOMEX (no caso de DI); e 
- se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro. 
 
Caso a DI ou DSI esteja corretamente preenchida, e após o pagamento dos 
tributos federais devidos na importação (efetuado por débito automático em conta 
corrente bancária), a declaração recebe um número de registro seguindo uma ordem 
sequencial, anual e nacional. 
 
O despacho de importação inicia-se na data do registro da DI ou DSI. Nesse 
momento, ocorre a perda da espontaneidade do sujeito passivo.14 
 
 
2.5.2. Seleção para conferência aduaneira 
 
Uma vez registrada a declaração de importação e iniciado o procedimento de 
despacho aduaneiro, a DI é analisada pelo sistema e selecionada para um dos canais de 
conferência. Tal procedimento de seleção recebe o nome de parametrização ou seleção 
parametrizada. Com esse procedimento, a DI é direcionada para um dos seguintes canais 
de conferência aduaneira: 
- verde – o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, 
dispensados o exame documental e sua verificação; 
- amarelo – é realizado o exame documental e, não sendo constatada 
irregularidade, efetua-se o desembaraço aduaneiro; 
- vermelho – a mercadoria somente é desembaraçada após a realização do 
exame documental e de sua verificação; ou 
- cinza – é realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a 
aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar 
elementos indicativos de fraude, inclusive no que se refere ao preço 
declarado da mercadoria. 
 
14 Regulamento Aduaneiro, arts. 545 e 683, § 1º, I; IN SRF nº 611/2006, art. 10; e IN SRF nº 680/2006, art. 
15. A exclusão da espontaneidade será melhor detalhada na disciplina Fiscalização Aduaneira (FIA). 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
 
Na constatação de indício de fraude, independente do canal de conferência 
atribuído à DI, o servidor deve encaminhar os elementos verificados ao setor competente, 
para avaliação da necessidade de aplicação dos procedimentos especiais de controle.15 
 
Os bens submetidos a despacho aduaneiro com base em DSI podem ser 
desembaraçados, após seleção efetuada pelo supervisor lotado na unidade da RFB de 
despacho: 
- sem conferência aduaneira, hipótese em que são dispensados o exame 
documental, a verificação da mercadoria e o exame de valor aduaneiro; ou 
- com conferência aduaneira, hipótese em que a mercadoria somente é 
desembaraçada e entregue ao importador após a realização do exame 
documental e de sua verificação e, se for o caso, do exame do valor 
aduaneiro.16 
 
 
2.5.3. Entrega dos documentose registro da recepção 
 
Os documentos de instrução e o extrato da declaração devem ser entregues pelo 
importador à unidade da RFB em envelope contendo a indicação do número atribuído à 
declaração, na hipótese de DI selecionada para conferência aduaneira. O servidor da RFB 
então registra no SISCOMEX a recepção documental. 
 
É vedado o recebimento dos documentos quando: 
- a documentação estiver incompleta relativamente à indicada pelo importador, 
na DI; ou 
- o representante do importador não estiver credenciado junto a RFB, nos 
termos da norma específica. 
 
Atualmente, existe previsão normativa para a entrega dos documentos que 
instruem a DI em meio digital, no momento do registro.17 A implementação desse 
procedimento, no entanto, ainda depende da conclusão das adaptações em curso no 
SISCOMEX. 
 
No caso de importação de bens realizada com base em DSI, o importador deve 
entregar na unidade da RFB de despacho o extrato da DSI (ou a DSI em formulário), em 
conjunto com os respectivos documentos de instrução da declaração. 
 
Após a conferência aduaneira, os documentos que instruíram a declaração 
aduaneira são devolvidos ao importador ou seu representante legal, mediante recibo no 
extrato da declaração, para que este os mantenha sob sua guarda pelo prazo e na forma 
prevista na legislação, e os apresente em caso de solicitação da fiscalização. 
 
 
 
15 Art. 23 da IN SRF nº 680/2006. 
16 Art. 13 da IN SRF nº 611/2006. 
17 Art. 19 da IN SRF nº 680/2006. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2.5.4. Distribuição 
 
Ocorrida a seleção para conferência aduaneira em canal de conferência diferente 
do verde, a DI deve ser distribuída para AFRFB lotado na unidade de despacho, para 
execução dos procedimentos previstos para o canal correspondente. 
 
De modo análogo, também a DSI a ser submetida à conferência aduaneira deve 
ser distribuída pelo supervisor para AFRFB lotado na unidade de despacho. 
 
 
2.5.5. Conferência Aduaneira 
 
A conferência aduaneira tem por finalidade identificar o importador, verificar a 
mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, 
quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, 
exigíveis em razão da importação.18 
 
A conferência aduaneira das declarações selecionadas pode ser realizada na zona 
primária ou na zona secundária e deve ser iniciada após a entrega do extrato da 
declaração e dos documentos que a instruem. Quando realizada na zona secundária, a 
conferência aduaneira pode ser feita em recintos alfandegados, no estabelecimento do 
importador ou, excepcionalmente, em outros locais, mediante prévia anuência da 
autoridade aduaneira.19 
 
O AFRFB responsável pelo despacho poderá limitar a conferência às hipóteses 
determinantes da seleção parametrizada, conforme estabelecido pela Coana, o que não 
impede a extensão da conferência aduaneira a outras hipóteses, a critério do AFRFB 
responsável. 
 
 
2.5.5.1. Exame documental 
 
O exame documental destina-se a constatar: 
- a integridade dos documentos apresentados; 
- a exatidão e correspondência das informações prestadas na declaração em 
relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que 
se refere à origem e ao valor aduaneiro da mercadoria; 
- o cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar 
correspondentes aos regimes aduaneiro e de tributação solicitados; 
- o mérito de benefício fiscal pleiteado; e 
- a descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se estão 
presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta 
classificação fiscal. 
 
Na hipótese de descrição incompleta da mercadoria na DI, que exija a verificação 
desta para sua perfeita identificação, a fim de confirmar a correção da classificação fiscal 
 
18 Art. 564 do Regulamento Aduaneiro. 
19 Art. 565 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
ou da origem declarada, o AFRFB pode condicionar a conclusão do exame documental à 
realização da verificação da mercadoria.20 
 
 
2.5.5.2. Verificação das mercadorias 
 
A verificação das mercadorias destina-se a identificá-las e quantifica-las, a obter 
elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, 
bem como para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis. Será realizada 
mediante agendamento, em conformidade com as regras gerais estabelecidas pelo chefe 
do setor responsável pelo despacho aduaneiro. 
 
A verificação de mercadoria, no curso da conferência aduaneira ou em qualquer 
outra ocasião, é realizada por AFRFB, ou sob a sua supervisão, por outro servidor 
integrante da carreira ARF, na presença do importador, ou de seu representante. Poderão 
ser adotados critérios de seleção e amostragem estabelecidos pela RFB.21 
 
Quando a verificação da mercadoria for realizada por servidor que não o AFRFB 
responsável por essa etapa, ou quando for utilizado o critério de verificação por 
amostragem, deve ser lavrado o Relatório de Verificação Física (RVF). 
 
Na hipótese de mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificação 
pode ser realizada na presença do depositário ou de seus prepostos, dispensada a 
exigência da presença do importador. 
 
Regra geral, a conferência da mercadoria é realizada em recinto alfandegado. No 
entanto, o chefe da unidade de despacho pode autorizar, de ofício ou a requerimento do 
interessado, a verificação das mercadorias, total ou parcialmente, no estabelecimento do 
importador ou em outro local adequado, quando:22 
- o recinto ou instalação aduaneira não dispuser de condições técnicas, de 
segurança ou de capacidade de armazenagem e manipulação adequadas para 
a realização da conferência; 
- se tratar de bens de caráter cultural; ou 
- se tratar de bem cuja identificação dependa de sua montagem. 
 
Se a fiscalização aduaneira entender necessário, pode designar perito 
credenciado pela RFB para proceder à identificação e quantificação da mercadoria. 
Quando necessária a retirada de amostra para exame laboratorial ou de outra natureza, 
emite-se termo descrevendo a quantidade e a qualidade da mercadoria retirada. As 
despesas de perícia, assim como de assistência técnica do perito, são de responsabilidade 
do importador.23 
 
 
 
20 Art. 25, parágrafo único, da IN SRF nº 680/2006. 
21 Art. 50 do Decreto-Lei nº 37/1966, alterado pelo art. 77 da Lei nº 10.833/2003. 
22 Art. 35 da IN SRF nº 680/2006. 
23 Arts. 813 e 814 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
2.5.5.3. Interrupção e formulação de exigências 
 
Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência que impeça o 
prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após o registro da 
exigência correspondente, pelo AFRFB responsável. 
 
Caracterizam a interrupção do curso do despacho, entre outras ocorrências: 
- a divergência na declaração de importação em relação à mercadoria 
importada; 
- a falta de apresentação dos documentos exigidos pela autoridade aduaneira, 
desde que indispensáveis ao prosseguimento do despacho; 
- a falta de recolhimento de tributo; e 
- a ausência do importador para assistir à verificação da mercadoria, quando 
sua presença for obrigatória. 
 
As exigências formalizadas pela fiscalização aduaneira e o seu atendimento pelo 
importador, no curso do despacho aduaneiro processado com base em DI, devem ser 
registrados no SISCOMEX.24 A exigência em despacho realizado por meio de DSI, bem 
como a ciência do importador, devem ser formalizadas no extrato da declaração ou na DSI 
em formulário. 
 
Interrompidoo despacho, para atendimento da exigência, cientifica-se o 
importador ou seu representante, iniciando-se a contagem do prazo para caracterização 
de abandono da mercadoria: Se o despacho for interrompido por prazo superior a 
sessenta dias, por ação ou omissão do importador, a mercadoria será considerada 
abandonada.25 
 
Em se tratando de exigência relativa a crédito tributário, o importador pode 
efetuar o pagamento correspondente, independentemente de processo. Porém, havendo 
manifestação de inconformidade, por parte do importador, o AFRFB deve efetuar o 
respectivo lançamento em auto de infração. Nesse caso, a partir da impugnação do Auto 
de Infração e mediante a apresentação de depósito em dinheiro, caução de títulos da 
dívida pública federal ou fiança bancária, no valor do montante exigido no auto de 
infração, a mercadoria pode ser desembaraçada, desde que autorizado pelo chefe da 
unidade.26 
 
 
2.5.6. Desembaraço aduaneiro 
 
O desembaraço aduaneiro é o ato pelo qual é registrada a conclusão da 
conferência aduaneira.27 A partir do desembaraço aduaneiro é autorizada a efetiva 
entrega da mercadoria ao importador. 
 
A mercadoria objeto de exigência fiscal de qualquer natureza, formulada no 
curso do despacho aduaneiro, somente será desembaraçada após o respectivo 
 
24Art. 42 da IN SRF nº 680/2006. 
25 Art. 642, § 1º, inc. II, do Regulamento Aduaneiro. 
26 Portaria MF nº 389/1976. 
27 Art. 571 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
cumprimento ou, quando for o caso, mediante a apresentação de garantia, nos termos de 
legislação específica.28 
 
A mercadoria pode ser desembaraçada quando a conclusão da conferência 
depender somente do resultado de análise laboratorial, iniciando-se, ato contínuo, 
procedimento de revisão interna da declaração. Será exigida garantia se existir laudo 
anterior desfavorável às pretensões do importador. 
 
No SISCOMEX, o desembaraço das mercadorias constantes em DI ocorre por 
uma das seguintes formas: 
- canal verde: o desembaraço ocorre automaticamente;29 
- canal amarelo: o desembaraço é registrado pelo AFRFB designado para 
realizar o exame documental; 
- canal vermelho: o desembaraço é registrado pelo AFRFB designado para 
realizar a verificação da mercadoria; ou 
- canal cinza: o desembaraço é registrado pelo AFRFB responsável pelo 
procedimento especial de controle aduaneiro. 
 
Caso o chefe do setor responsável pelo despacho tenha conhecimento de fato ou 
da existência de indícios que requeiram a verificação da mercadoria, ou a aplicação de 
procedimento aduaneiro especial, poderá determinar que se proceda à ação fiscal 
pertinente, independentemente do canal de conferência aduaneira.30 
 
Para os bens declarados em DSI Eletrônica selecionada para conferência 
aduaneira, o desembaraço ocorre após o registro da conclusão da conferência, no 
SISCOMEX, pelo AFRFB responsável. Para aqueles bens cuja declaração tenha sido 
dispensada de conferência aduaneira, o desembaraço ocorre mediante procedimento 
automático do sistema. 
 
O desembaraço dos bens constantes em declaração não registrada no SISCOMEX 
é realizado mediante consignação em campo próprio do formulário. 
 
 
 
 
2.6. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE CONTROLE ADUANEIRO 
A mercadoria introduzida no País sob fundada suspeita de irregularidade punível 
com a pena de perdimento ou que impeça seu consumo ou comercialização no País, deve 
ser submetida a procedimentos especiais de controle aduaneiro, de acordo com o 
estabelecido nos artigos 65 a 69 da Instrução Normativa SRF nº 206/2002.31 
 
Nesse caso, a mercadoria fica retida até a conclusão do correspondente 
procedimento de fiscalização, independente de encontrar-se em despacho aduaneiro de 
 
28 Art. 48, § 1º, da IN SRF nº 680/2006. 
29 O que não impede a adoção de procedimentos fiscais (revisão aduaneira) antes da entrega da mercadoria 
ao importador.. 
30 Art. 49 da IN SRF nº 680/2006. 
31 A matéria será detalhada na disciplina Fiscalização Aduaneira (FIA). 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
importação ou desembaraçada. O prazo máximo de retenção é de noventa dias, 
prorrogável por igual período, em situações justificadas. 
 
 
2.7. IMPORTAÇÃO POR CONTA E ORDEM E IMPORTAÇÃO POR ENCOMENDA 
Após conhecer os principais aspectos práticos do despacho aduaneiro de 
importação, faz-se oportuna uma breve introdução ao estudo das operações por conta e 
ordem e das importações por encomenda, levando em conta não somente as tendências 
atuais do comércio exterior, mas também os efeitos dessas operações sobre os 
procedimentos a serem observados pelos importadores e pela fiscalização. 
 
Cada vez mais e por diversos motivos, as organizações vêm optando por focar-se 
no objeto principal do seu próprio negócio (atividades-fim) e por terceirizar as atividades-
meio do seu empreendimento. Essa tendência ocorre também no comércio exterior, 
quando, por exemplo, uma ou mais atividades relacionadas à execução e gerenciamento 
dos aspectos operacionais, logísticos, burocráticos, financeiros, tributários, entre outros, 
da importação de mercadorias são transferidas a um especialista. 
 
Atualmente, duas formas de terceirização das operações de comércio exterior 
são reconhecidas e regulamentadas pela RFB: a importação por conta e ordem e a 
importação por encomenda. 
 
Para que sejam consideradas regulares, tanto a prestação de serviços de 
importação realizada por uma empresa por conta e ordem de uma outra - chamada 
adquirente - quanto a importação promovida por pessoa jurídica importadora para 
revenda a uma outra - dita encomendante predeterminada - devem atender a 
determinadas condições previstas na legislação. 
 
A escolha entre importar mercadoria estrangeira por conta própria ou por meio 
de um intermediário contratado para esse fim é livre e perfeitamente legal, seja esse 
intermediário um prestador de serviço ou um revendedor. Entretanto, tanto o importador 
quanto o adquirente ou encomendante, conforme o caso, devem observar o tratamento 
tributário específico dessas operações e alguns cuidados especiais. 
 
 
2.7.1. Importação por conta e ordem 
 
A importação por conta e ordem de terceiro é um serviço prestado por uma 
empresa - a importadora -, a qual promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de 
importação de mercadorias adquiridas por outra empresa - a adquirente -, em razão de 
contrato previamente firmado, que pode compreender ainda a prestação de outros 
serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de cotação de preços, 
a intermediação comercial, contratação de transporte e seguro, entre outros.32 
 
Assim, na importação por conta e ordem, mesmo que a atuação da empresa 
importadora possa abranger desde a simples execução do despacho de importação até a 
 
32 Art. 1º da IN SRF nº 225/2002 e art. 12, § 1°, I, da IN SRF nº 247/2002. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
totalidade dos serviços, o importador de fato é a adquirente, a mandante da importação, 
aquela que efetivamente faz vir a mercadoria de outro país, em razão da compra 
internacional. Nesse caso, portanto, a importadora por conta e ordem é uma pessoa 
interposta, atuando como mera mandatária da adquirente. 
 
Em última análise, é a adquirente que pactua a compra internacional e dispõe de 
capacidade econômica para o pagamento, pela via cambial, da importação. Entretanto, 
diferentemente do que ocorre na importação por encomenda, a operação cambial para 
pagamento de uma importação por conta e ordem pode ser realizada em nome da 
importadora ou da adquirente. 
 
Dessa forma, mesmo que a importadora por conta e ordem efetue ospagamentos ao fornecedor estrangeiro, antecipados ou não, não se caracteriza uma 
operação por sua conta própria, mas, sim, entre o exportador estrangeiro e a empresa 
adquirente, pois dela se originam os recursos financeiros. 
 
 
2.7.1.1. Requisitos, condições e obrigações tributárias acessórias 
 
Para que uma operação de importação por conta e ordem de terceiro seja 
realizada de forma perfeitamente regular, é necessário, antes de tudo, que tanto a 
empresa adquirente quanto a empresa importadora sejam habilitadas para operar no 
SISCOMEX, nos termos da IN SRF nº 650/2006. 
 
Além de providenciar a sua própria habilitação, a pessoa jurídica que contrata 
empresa para operar por sua conta e ordem deve apresentar à unidade da RFB com 
jurisdição para fiscalização aduaneira sobre o seu estabelecimento matriz cópia do 
contrato de prestação dos serviços de importação firmado entre as duas empresas 
(adquirente e importadora), caracterizando a natureza de sua vinculação, a fim de que a 
contratada seja vinculada no SISCOMEX como importadora por conta e ordem da 
contratante, pelo prazo previsto no contrato. 
 
Embora a importadora seja a contribuinte dos tributos federais incidentes sobre 
as importações, a adquirente das mercadorias é responsável solidária pelo recolhimento 
desses tributos, seja porque ambos têm interesse na situação que constitui o fato gerador 
dos tributos, seja por previsão expressa de lei.33 
 
Ressalte-se que a caracterização de indícios de irregularidades nesse tipo de 
operação autoriza a aplicação, conforme o caso, dos procedimentos especiais de controle 
previstos na IN SRF nº 52/2001 e na IN SRF nº 206/2002, assim como dos procedimentos 
especiais de fiscalização previstos na IN SRF nº 228/2002. 
 
 
2.7.2. Importação por encomenda 
 
 
33 Vide arts. 124, I e II da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional - CTN); e arts. 104, I, e 106, 
III, do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
A importação por encomenda é aquela em que uma empresa adquire 
mercadorias no exterior com recursos próprios e promove o seu despacho aduaneiro de 
importação, a fim de revendê-las, posteriormente, a uma empresa encomendante 
previamente determinada, em razão de contrato entre a importadora e a encomendante, 
cujo objeto deve compreender, pelo menos, o prazo ou as operações pactuadas (art. 2º, § 
1º, I, da IN SRF nº 634/2006). 
 
Assim, uma vez que na importação por encomenda o importador adquire a 
mercadoria junto ao exportador no exterior, providencia sua nacionalização e a revende 
ao encomendante, tal operação tem, para o importador contratado, os mesmos efeitos 
fiscais de uma importação própria. 
 
Em última análise, em que pese a obrigação do importador de revender as 
mercadorias importadas ao encomendante predeterminado, é o próprio importador que 
pactua a compra internacional e deve dispor de capacidade econômica para o pagamento 
da importação, pela via cambial. Da mesma forma, o encomendante também deve ter 
capacidade econômica para adquirir, no mercado interno, as mercadorias revendidas pelo 
importador contratado. 
 
Ressalte-se ainda que, diferentemente da importação por conta e ordem, no 
caso da importação por encomenda, a operação cambial para pagamento da importação 
deve ser realizada exclusivamente em nome do importador. 
 
 
2.7.2.1. Requisitos, condições e obrigações tributárias acessórias 
 
Para que uma operação de importação por encomenda seja realizada de forma 
perfeitamente regular, é necessário, antes de tudo, que tanto a empresa encomendante 
quanto a empresa importadora sejam habilitadas para operar no SISCOMEX, nos termos 
da IN SRF nº 650/2006. 
 
Além de providenciar a sua própria habilitação, a pessoa jurídica que encomenda 
mercadorias importadas a uma outra empresa deve apresentar à unidade da RFB com 
jurisdição para fiscalização aduaneira sobre o seu estabelecimento matriz cópia do 
contrato firmado entre as duas empresas (encomendante e importadora), caracterizando a 
natureza de sua vinculação, a fim de que a contratada seja vinculada à encomendante no 
SISCOMEX, pelo prazo ou operações previstos no contrato. 
 
Outra condição para que a importação seja considerada “por encomenda” é que 
a operação seja realizada integralmente com recursos do importador contratado, pois, do 
contrário, seria considerada uma operação de importação por conta e ordem. 
 
Embora o importador seja o contribuinte dos tributos federais incidentes sobre as 
importações, a empresa encomendante das mercadorias é também responsável solidária 
pelo recolhimento desses tributos, seja porque ambos têm interesse comum na situação 
que constitui o fato gerador dos tributos, seja por previsão expressa de lei.34 
 
 
34 Vide arts. 124, I e II do CTN; e arts. 104, I, e 106, IV, do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
Ressalte-se ainda que, a fim de coibir eventuais tentativas de fraude, conforme 
estabelece o artigo 5º da IN SRF nº 634/2006, sempre que o valor das importações for 
incompatível com o capital social ou o patrimônio líquido do importador ou do 
encomendante, a importação está sujeita à prestação de garantia. Nesse caso, o 
importador e o encomendante podem ser submetidos ao procedimento especial de 
fiscalização previsto na Instrução Normativa SRF nº 228/2002. 
 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
3. DESPACHO DE EXPORTAÇÃO 
3.1. INTRODUÇÃO 
Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a 
exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos 
apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro e à sua 
saída para o exterior.35 
 
Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, está sujeita a 
despacho de exportação, com as exceções estabelecidas na legislação específica. 
 
A saída do País de mala diplomática ou consular, assim considerada a que 
contenha tão-somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial, será 
dispensada de despacho de exportação.36 
 
Em geral, o despacho de exportação será processado por meio de Declaração de 
Exportação (DE), registrada no SISCOMEX37. Existem, ainda, despachos que podem ser 
processados por Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e despachos sem registro 
no SISCOMEX. 
 
Para efeito de despacho, as unidades aduaneiras da RFB são designadas como: 
a) unidade de despacho: é aquela que jurisdiciona o local de conferência e 
desembaraço de mercadoria; e 
b) unidade de embarque: é a última unidade que exerce o controle aduaneiro 
antes da saída da mercadoria do território nacional. 
 
 
3.2. CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS EXPORTAÇÕES 
É chamado de tratamento administrativo o procedimento de análise e anuência 
realizado previamente à exportação pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e por outros órgãos 
e agências governamentais. 
 
A relação dos produtos sujeitos a anuência prévia e seus respectivos órgãos 
anuentes está disponível no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 
 
Além disso, encontram-se relacionados em portaria emitida pela SECEX38 os 
produtos sujeitos a procedimentos especiais, a normas específicas de padronização e 
classificação, a imposto de exportação ou que tenham a exportação contingenciada ou 
suspensa, em virtude da legislação ou em decorrência de compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil. 
 
 
35 Art. 580 do Regulamento Aduaneiro. 
36 Arts. 581 e 582 do Regulamento Aduaneiro. 
37 NoSISCOMEX ainda se utiliza a sigla DDE (Declaração para Despacho de Exportação). 
38 Atualmente, encontra-se em vigor a Portaria SECEX nº 25/2008. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
Mesmo as operações realizadas sem registro no SISCOMEX podem estar sujeitas 
a tratamento administrativo, pois alguns desses controles se devem ao tipo de 
mercadoria, tais como produtos agrícolas e medicamentos, e não ao tipo de operação 
realizada. 
 
A operação de exportação inicia-se pela fase administrativa ou comercial, 
controlada pela SECEX. Esse controle é composto de duas operações principais realizadas 
no sistema pelas instituições financeiras ou pelo próprio exportador: 
a) Registro de Operação de Crédito (RC); e 
b) Registro de Exportação (RE). 
 
As instruções para o correto preenchimento dos RC e RE estão disponíveis no 
próprio sistema, podendo ser consultadas por qualquer operador habilitado pela SRF ou 
por instituição financeira integrante do Sistema de Informações do Banco Central do Brasil 
(Sisbacen). 
 
O Registro de Operação de Crédito (RC) representa o conjunto de informações 
de caráter comercial, financeiro e cambial relativo às exportações financiadas, assim 
consideradas aquelas com prazo de pagamento superior a 360 dias. Facultativamente, 
exportações com prazo igual ou inferior também podem ser financiadas. 
 
O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro do qual devem ser 
efetuados os correspondentes RE a ele vinculados e respectivas solicitações para 
desembaraço aduaneiro. Como regra geral, o exportador deve solicitar o RC e obter o seu 
deferimento antes do RE e, por conseguinte, antes do embarque da mercadoria. 
 
O Registro de Exportação (RE) é o conjunto de informações de natureza 
comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação e 
definem o seu enquadramento. Deve ser obtido previamente à Declaração de Exportação 
(DE). 
 
No RE são informados: 
- dados gerais - referentes ao exportador, ao importador, ao enquadramento 
da operação (exportação comum, drawback, reexportação etc.), ao RC 
(quando for o caso), às URF de despacho e de embarque, à condição de 
venda (incoterm) e ao esquema de pagamento total; e 
- dados específicos da mercadoria – por exemplo, classificação fiscal (NCM), 
descrição, quantidade, peso e preço. 
 
Somente podem constar em um RE mercadorias classificadas em um mesmo 
código da NCM. O prazo de validade do RE é de 60 dias contados a partir de sua 
efetivação. Se nesse prazo o RE não for vinculado a uma DE, perderá sua validade, 
passando para a situação “Vencido”. A critério da SECEX, um RE pode ter seu prazo de 
validade prorrogado, ou ainda, se vencido, ser revalidado. 
 
Uma vez concluído o seu preenchimento, o RE passará à situação "Efetivado" ou, 
no caso de existência de tratamento administrativo, "Pendente de Efetivação", quando 
então será analisado pela SECEX ou por algum outro órgão governamental. Após 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
efetivado, passa a estar disponível para ser vinculado a uma Declaração de Exportação 
(DE). 
 
 
3.3. TIPOS DE DESPACHO DE EXPORTAÇÃO 
Tal como ocorre na importação, também os despachos aduaneiros de exportação 
podem ser realizados com ou sem registro no SISCOMEX. 
 
§ Despachos com registro no SISCOMEX 
- Declaração de Exportação (DE) 
ü DE anterior ao embarque 
ü DE posterior ao embarque 
· RE prévio ao embarque 
· RE posterior ao embarque 
- Declaração Simplificada de Exportação (DSE) 
ü sempre anterior ao embarque 
 
§ Despachos sem registro no SISCOMEX (sempre anteriores ao embarque) 
- DSE em formulário 
- outros casos 
 
 
3.3.1. Despachos de exportação com registro no SISCOMEX 
 
3.3.1.1. Declaração de Exportação (DE) 
 
I. DE anterior ao embarque 
 
A DE é registrada antes do embarque ou saída da mercadoria do território 
nacional. Trata-se da regra geral nos despachos de exportação. 
 
II. DE posterior ao embarque 
 
A DE poderá ser registrada após o embarque da mercadoria ou sua saída do 
território nacional. 
a. Com RE prévio ao embarque da mercadoria39 
Tipo de despacho autorizado pelo chefe da unidade da RFB de 
despacho à vista de pedido do interessado e de termo de 
responsabilidade, para formulação da declaração "a posteriori". 
Constitui requisito para a concessão dessa autorização a indicação do 
número do RE correspondente. 
Aplica-se, por exemplo, à exportação de granéis, produtos da indústria 
metalúrgica e de mineração, e perecíveis. 
 
b. Com RE posterior ao embarque da mercadoria40 
 
39 Parágrafo único do art. 52 da IN SRF nº 28/1994. 
40 Art. 52, caput e incisos I a III; art. 53, § 2º, da IN SRF nº 28/1994. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
(independentemente de autorização do chefe da unidade de 
despacho) 
Aplica-se, principalmente, aos casos de fornecimento de combustíveis, 
lubrificantes, alimentos e outros produtos destinados ao consumo a 
bordo de embarcações ou aeronaves, em tráfego internacional. 
 
 
3.3.1.2. Declaração Simplificada de Exportação (DSE) 
 
Tal como ocorre na importação, também na exportação o interessado pode 
optar, em algumas situações, pelo despacho aduaneiro simplificado, que é disciplinado 
pela IN SRF nº 611/2006. O despacho simplificado, na exportação, é processado com base 
em declaração simplificada de exportação, formulada pelo exportador. 
 
São várias as situações previstas para o uso da DSE eletrônica. Eentre elas, 
podem ser mencionadas as seguintes, de forma resumida: 
- exportados por pessoa física ou jurídica, com ou sem cobertura cambial, até o 
limite de US$ 50,000.00; 
- bens submetidos ao regime de exportação temporária; 
- bens reexportados, quando anteriormente admitidos no regime de admissão 
temporária; e 
- bagagem desacompanhada de viajantes. 
 
No caso de exportação eventual, realizada por pessoa física, como, por exemplo, 
no caso de bagagem desacompanhada de viajante, a DSE pode ser elaborada e/ou 
transmitida por servidor aduaneiro da unidade da RFB onde for processado o despacho 
aduaneiro. 
 
3.3.2. Despachos de exportação sem registro no SISCOMEX 
 
3.3.2.1. DSE em formulário 
 
A IN SRF nº 611/200641 prevê a possibilidade de realização de despachos de 
exportação sem registro no SISCOMEX, com a utilização da DSE em formulário impresso, 
instruída com os documentos próprios para cada caso. Entre as possibilidades de uso da 
DSE formulário, podem ser citados os seguintes exemplos: 
- amostras sem valor comercial; 
- exportações realizadas por pessoa física ou jurídica, sem cobertura cambial e 
sem finalidade comercial, cujo valor não ultrapasse US$ 1.000,00, não se 
aplicando aos casos em que o produto esteja com a exportação proibida, 
sujeita ao controle de cota ou ao pagamento do imposto de exportação; 
- exportações realizadas por missão diplomática, repartição consular de carreira 
e de caráter permanente, representação de organismo internacional de que o 
Brasil faça parte, ou delegação acreditada junto ao Governo Brasileiro; e 
- bens destinados a assistência e salvamento em situações de guerra, 
calamidade pública ou de acidentes de que decorra dano ou ameaça de dano 
à coletividade ou ao meio ambiente. 
 
41 Art. 31 da IN SRF nº 611/2006. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
 
3.3.2.2. Outros casos de despachos sem registro no SISCOMEX 
 
Os bens integrantes de remessas postais internacionais enviadas ao exterior por 
pessoa física ou jurídica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial, até o limite de 
US$ 1.000,00, ou o equivalente em outra moeda, podem ser submetidos a despacho 
aduaneiro com base no documento “Declaração para a Aduana”, emitido pela Empresa 
Brasileira de Correiose Telégrafos (ECT), dispensando a apresentação de DSE.42 
 
O despacho de exportação de urnas funerárias é processado em caráter 
prioritário e mediante rito sumário, antes do embarque, com base no respectivo 
conhecimento de carga ou documento equivalente, e após manifestação da autoridade 
sanitária competente.43 
 
 
3.4. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO 
O despacho de exportação pode ser realizado em recintos alfandegados de zona 
primária (portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados), de zona secundária 
(incluídos aí os armazéns de encomendas postais internacionais) e em recintos não 
alfandegados. 
 
O recinto não alfandegado de zona secundária no qual é permitida a realização 
do despacho é denominado Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação 
(REDEX), podendo estar localizado no estabelecimento do próprio exportador ou ser 
instalado em endereço específico para uso comum de vários exportadores.44 
 
 
3.5. DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DA DECLARAÇÃO DE EXPORTAÇÃO 
Os seguintes documentos deverão instruir a declaração de exportação, conforme 
o caso: 
a) primeira via da nota fiscal; 
b) via original do conhecimento e do manifesto internacional de carga, nas 
exportações por via terrestre, fluvial ou lacustre; e 
c) outros, indicados em legislação específica, como, por exemplo: 
- Certificado de Kimberley, no caso de exportação de diamantes; 
- Certificado de Origem, para a exportação de café; 
- Relação de notas fiscais, no caso despacho de exportação com mais de 
dez notas fiscais e com registro consolidado desses documentos; e 
- Guia de liberação do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional 
(IPHAN) para objetos de interesse arqueológico ou pré-histórico. 
 
Nos casos de mercadorias gravadas com imposto de exportação, o SISCOMEX 
exibe mensagem no RE e na DE. Não pode ser autorizado o embarque ou a transposição 
de fronteira da mercadoria cujo imposto de exportação não tenha sido pago. Portanto, o 
 
42 Art. 32 da IN SRF nº 611/2006. 
43 Art. 583 do Regulamento Aduaneiro. 
44 O REDEX é disciplinado na IN SRF nº 114/2001. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
exportador deve apresentar o comprovante de quitação do imposto (DARF, por exemplo) 
juntamente com os documentos que instruem o despacho. 
 
 
3.6. ETAPAS DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO 
A exportação no SISCOMEX é processada em diversas etapas a serem 
executadas pelo exportador, pelo depositário, pela fiscalização aduaneira e pelo 
transportador. 
 
Cabe ao exportador a elaboração da DE e o registro da DSE no sistema. Ao 
depositário, a confirmação no sistema de que a carga a ser desembaraçada encontra-se 
em seus armazéns. À fiscalização aduaneira, a recepção dos documentos, a conferência 
aduaneira e o desembaraço. Ao transportador, a informação referente ao embarque da 
carga com destino ao exterior. 
 
A seguir, são apresentados dois fluxogramas, o primeiro para despacho com DE 
e o segundo com DSE, contendo as diversas etapas que compõem o processo de 
exportação. 
 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
FLUXO DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX (RE/DE) 
 
 
 
 
 
 
Averbação de 
embarque e trans-
posição de fronteira 
Verde 
Registro de 
Exportação 
Vermelho ou 
Laranja 
 
Declaração de 
exportação 
 
Confirmação da 
presença da carga 
 
Recepção de 
documentos 
 
Aduana realiza a 
conferência aduaneira 
Seleção 
Parametri-
zada 
 
Emissão do 
comprovante de 
exportação 
Mesma 
unidade 
Outra 
unidade 
 
 
Desembaraço 
automático 
Local de 
embarque
? 
Registro dos dados de 
embarque 
 
Distribuição do 
despacho 
Aduana registra 
desembaraço no 
SISCOMEX 
 
Início de trânsito 
 
Conclusão de trânsito 
 
Registro dos dados de 
embarque 
Via de 
transporte
? 
Vias aérea, 
marítima e 
ferroviária 
Outras 
vias 
Validação: 
- Automática 
- SECEX 
- Anuentes 
RC 
Via de 
transporte 
Via rodoviária, 
fluvial ou 
lacustre 
Outras 
vias 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
FLUXO DO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX (DSE) 
 
 
 
 
 
 
 
Averbação de 
embarque e trans-
posição de fronteira 
Verde 
Elaboração da DSE 
Vermelho 
 
Confirmação da 
presença da carga 
 
Registro da DSE 
 
Aduana realiza a 
conferência aduaneira 
Seleção 
parametriz
ada 
Emissão do 
comprovante de 
exportação 
Mesma 
unidade 
Outra 
unidade 
 
 
Desembaraço 
automático 
Local de 
embarque
? 
Registro dos dados de 
embarque 
 
Distribuição do 
despacho 
Aduana registra 
desembaraço no 
SISCOMEX 
 
Início de trânsito 
 
Conclusão de trânsito 
Registro dos dados de 
embarque 
Via de 
transporte
? 
Vias aérea, 
marítima e 
ferroviária 
Outras 
vias 
Via de 
transporte 
Via 
rodoviária 
Outras 
vias 
Armaze-
namento? 
Sem 
armaze- 
namento 
Com 
armazenamento 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
3.6.1. Elaboração e registro da declaração 
 
3.6.1.1. Declaração de Exportação (DE) 
 
A formulação da Declaração de Exportação (DE) no SISCOMEX dá início ao 
despacho aduaneiro de exportação. Nesse momento, a DE recebe uma numeração 
automática, única, nacional, sequencial e reiniciada a cada ano pelo sistema. 
 
Com a DE o exportador informa os Registros de Exportação (RE) já efetivados, 
que serão submetidos a despacho e, consequentemente, as mercadorias que ele pretende 
destinar ao exterior. A DE pode conter um ou mais RE, desde que se refiram, 
cumulativamente: 
a) ao mesmo exportador; 
b) a mercadorias negociadas na mesma moeda e na mesma condição de venda; 
c) às mesmas unidades de despacho e de embarque. 
 
Entretanto, um RE somente poderá ser vinculado a uma única DE. 
 
 
3.6.1.2. Declaração Simplificada de Exportação (DSE) 
 
A DSE elaborada e registrada pelo exportador ou seu representante legal recebe 
numeração automática, única, nacional e sequencial reiniciada a cada ano pelo 
SISCOMEX. 
 
Para os bens contidos em remessa postal internacional ou encomenda aérea 
internacional, até o limite de US$ 50.000,00, é admitido o registro de DSE por solicitação, 
respectivamente, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de 
transporte internacional expresso porta a porta (courier). 
 
Quando se tratar de exportação eventual realizada por pessoa física, a DSE pode 
ser formulada por servidor da RFB lotado na unidade onde será processado o despacho 
aduaneiro. 
 
Nos casos de utilização de DSE formulário, o seu registro será feito pela unidade 
de despacho e terá numeração local. 
 
 
3.6.2. Confirmação da presença da carga 
 
No caso de despacho realizado com base em DE, a informação da presença de 
carga no sistema deve ser registrada anteriormente à apresentação dos documentos à 
unidade da RFB, para todos os despachos de exportação, independentemente da via de 
transporte. 
 
Essa etapa compete ao: 
- depositário, em recinto alfandegado (onde haja depositário); 
- administrador responsável pelo REDEX; ou 
- exportador, nos demais casos. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
 
No caso de despacho realizado com base em DSE, com carga sujeita a 
armazenamento, a informação da presença de carga será prestada previamente ao 
registro da declaração, pelo depositário ou pelo administrador do REDEX, conforme o 
caso. 
 
 
3.6.3. Recepção dos documentos 
 
A recepção consiste na entrega à unidade de despacho, pelo exportador, dos 
documentos instrutivos da DE, com o imediato registro do fato no sistema, por AFRFB ou 
ATRFB. 
 
A partir do registro da DE no SISCOMEX, o exportador tem um prazo de quinze 
diaspara fazer a entrega da documentação na unidade de despacho. Caso isto não 
ocorra, a DE é cancelada pelo sistema por expiração de prazo, e os RE a ela vinculados 
ficam liberados para utilização em nova DE, se estiverem dentro do prazo de validade. 
 
O registro da entrega dos documentos de instrução da declaração no SISCOMEX 
dá início ao procedimento fiscal e impede quaisquer alterações na declaração pelo 
exportador. 
 
No despacho de exportação processado com base em DSE, não há registro de 
entrega dos documentos no sistema. Somente quando a DSE é selecionada para 
conferência aduaneira o exportador deve apresentar à fiscalização os documentos 
instrutivos da declaração. 
 
 
3.6.4. Seleção parametrizada 
 
Uma vez registrada a declaração de exportação e iniciado o procedimento de 
despacho aduaneiro, a DE é submetida a análise fiscal e selecionada para um dos canais 
de conferência, conforme os critérios estabelecidos pela Administração Aduaneira. Tal 
procedimento de seleção recebe o nome de parametrização. A seleção parametrizada é a 
função que estabelece graus de conferência para a declaração de exportação. 
 
A unidade da RFB estabelece, no sistema, o percentual de despachos que será 
analisado pela fiscalização a fim de adaptar a carga de trabalho aos recursos humanos 
disponíveis. A Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) pode determinar 
um percentual mínimo de verificação dos despachos para unidade ou do recinto. De 
acordo com o risco da operação, a autoridade aduaneira, seja local ou nacional, também 
pode utilizar parâmetros do despacho de exportação com vistas à seleção para 
conferência, tais como: país de destino, NCM, CNPJ etc. 
 
A seleção parametrizada poderá ser executada de forma automática, em horários 
previamente estabelecidos pela unidade da RFB, ou de forma imediata a qualquer 
momento, a critério do supervisor do recinto aduaneiro. São três os canais de conferência, 
na exportação: 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
- canal verde – o sistema procede ao desembaraço automático da declaração, 
sendo dispensado o exame documental e a verificação da mercadoria. 
- canal laranja – implica a conferência dos documentos de instrução da DE e 
das informações constantes da declaração. 
- canal vermelho – a fiscalização aduaneira procede ao exame documental e à 
verificação da mercadoria. 
 
A declaração selecionada para o canal verde ou laranja pode ser redirecionada 
para o canal vermelho, mediante fundamentação. 
 
Quando se tratar de despacho realizado com base em DSE de mercadoria sujeita 
a armazenamento, somente há seleção parametrizada para os canais vermelho ou verde. 
No caso de mercadoria não sujeita a armazenamento, a DSE é automaticamente 
direcionada para o canal vermelho de conferência aduaneira. 
 
 
3.6.5. Distribuição 
 
Uma vez realizada a seleção parametrizada pelo sistema, os despachos de 
exportação selecionados para os canais laranja e vermelho são distribuídos para os AFRFB, 
que efetuarão o exame documental e, se for o caso, a verificação da mercadoria, com 
vistas ao desembaraço aduaneiro. 
 
 
3.6.6. Conferência aduaneira e desembaraço 
 
A conferência aduaneira na exportação tem por finalidade identificar o 
exportador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, 
classificação fiscal, quantificação e preço, e confirmar o cumprimento de todas as 
obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da exportação.45 
 
A conferência aduaneira é composta por duas etapas: 
- exame documental – para os canais laranja e vermelho; e 
- verificação da mercadoria – para o canal vermelho. 
 
O exame documental consiste na verificação dos documentos que instruem a 
declaração de exportação à vista das informações registradas no SISCOMEX. 
 
A verificação da mercadoria consiste na sua identificação e quantificação, em 
face das informações constantes da declaração e dos documentos que a instruem. Essa 
etapa é realizada na presença do exportador ou de seu representante. Na hipótese de 
mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificação pode ser realizada na 
presença do depositário ou de seus prepostos, dispensada a exigência da presença do 
exportador. 
 
A verificação da mercadoria é efetuada por AFRFB, ou sob sua supervisão, por 
servidor integrante da carreira ARFB. A critério do servidor responsável, pode-se proceder 
 
45 Art. 589 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
à verificação por amostragem. Nesse caso, o servidor deve escolher, aleatoriamente, os 
volumes e embalagens da amostra a ser conferida. Em ambos os casos, pode ser lavrado 
o Relatório de Verificação Física (RVF). 
 
Havendo dúvida quanto à identificação ou à quantificação da mercadoria, a 
autoridade aduaneira poderá solicitar perícia, registrando a ocorrência no SISCOMEX. 
 
 
3.6.6.1. Formulação de exigências e interrupção do despacho 
 
O AFRFB lotado na unidade de despacho pode registrar exigências nas etapas de 
distribuição, desembaraço e início de trânsito. Após a conclusão do trânsito, o AFRFB 
lotado na unidade de embarque pode registrar exigências nesta etapa e na de averbação 
de embarque. 
 
O AFRFB lotado na unidade de despacho somente pode baixar exigências até 
antes da conclusão do trânsito. O AFRFB lotado na unidade de embarque, após a 
conclusão do trânsito, pode comandar baixa de exigências registradas por sua unidade ou 
pela unidade de despacho. Em se tratando de transporte por via rodoviária, tanto o AFRFB 
lotado na unidade de despacho quanto o lotado na unidade de embarque podem proceder 
à baixa de exigências após a conclusão do trânsito. 
 
Ao fazer exigências no curso do despacho, o AFRFB designado pode interrompê-
lo. Entretanto, é importante notar que a interrupção do despacho impede o desembaraço 
da mercadoria e só deve ocorrer: 
- em caso de tentativa de exportação de mercadoria com saída proibida, 
vedada ou suspensa, de acordo com a legislação vigente (interrupção em 
caráter definitivo); ou 
- quando as divergências apuradas caracterizarem, de forma inequívoca, 
fraude relativa a preço, a peso, à medida, à classificação e à qualidade da 
mercadoria (interrupção do despacho até o cumprimento das exigências 
legais). 
 
 
3.6.6.2. Desembaraço 
 
Desembaraço aduaneiro na exportação é o ato pelo qual é registrada a 
conclusão da conferência aduaneira, e autorizado o trânsito aduaneiro, o embarque ou a 
transposição de fronteira da mercadoria.46 
 
Constatada divergência ou infração que não impeça a saída da mercadoria do 
País, procede-se ao desembaraço com divergência, sem prejuízo da formalização de 
exigências, desde que assegurados os meios de prova necessários. 
 
 
 
46 Art. 530 do Regulamento Aduaneiro. 
 DESPACHO ADUANEIRO 
 
 
3.6.7. Trânsito aduaneiro 
 
Após o desembaraço aduaneiro, se o despacho de exportação tiver sido 
processado em recinto alfandegado de zona secundária, em local não alfandegado de 
zona secundária, ou quando a mercadoria já desembaraçada em zona primária deva ser 
removida para outro local de embarque, concede-se o regime de trânsito aduaneiro, 
registrado no próprio SISCOMEX Exportação (conforme mencionado na disciplina Controle 
de Carga e Trânsito Aduaneiro - CCA). 
 
Para autorizar o início de trânsito, cabe ao ATRFB ou ao AFRFB verificar o 
cumprimento da exigência de aplicação, à unidade de carga ou aos volumes, dos 
elementos de segurança necessários, ou dispensá-la, quando a mercadoria, por sua 
natureza, características ou condições de embalagem, prescindir da cautela, fazendo 
constar, em qualquer caso, os registros pertinentes no SISCOMEX. 
 
Quando a autoridade

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