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DESPACHO ADUANEIRO NA IMPORTAÇÃO

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DESCRIÇÃO
Análise detalhada dos procedimentos operacionais do despacho aduaneiro de importação, bem
como conceitos e textos legais vigentes.
PROPÓSITO
Compreender a dinâmica da legislação aduaneira, o detalhamento das rotinas e os
procedimentos com ênfase nas punições em caso de descumprimento.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, certifique-se de ter disponíveis recursos
computacionais, com acesso à Internet, para consultar a legislação aduaneira vigente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a estrutura do despacho aduaneiro fundamentada na legislação vigente
MÓDULO 2
Descrever as rotinas operacionais do despacho aduaneiro
MÓDULO 3
Definir o fluxo operacional do despacho aduaneiro
MÓDULO 1
 Reconhecer a estrutura do despacho aduaneiro fundamentada na legislação vigente
CONTROLE ADUANEIRO
Para entender a atividade do despacho aduaneiro, precisamos conhecer o controle aduaneiro
exercido pela Receita Federal, conforme disciplinado no decreto 6.759/2009.
A Receita Federal exerce o controle aduaneiro em todo o território aduaneiro, ou seja, em todo
o território nacional. Segundo a legislação mencionada:
ART. 3O A JURISDIÇÃO DOS SERVIÇOS ADUANEIROS
ESTENDE-SE POR TODO O TERRITÓRIO ADUANEIRO
E ABRANGE: 
 
I – A ZONA PRIMÁRIA, CONSTITUÍDA PELAS
SEGUINTES ÁREAS DEMARCADAS PELA
AUTORIDADE ADUANEIRA LOCAL: 
 
A) A ÁREA TERRESTRE OU AQUÁTICA, CONTÍNUA OU
DESCONTÍNUA, NOS PORTOS ALFANDEGADOS; 
B) A ÁREA TERRESTRE, NOS AEROPORTOS
ALFANDEGADOS; 
C) A ÁREA TERRESTRE, QUE COMPREENDE OS
PONTOS DE FRONTEIRA ALFANDEGADOS; 
 
II – A ZONA SECUNDÁRIA, QUE COMPREENDE A
PARTE RESTANTE DO TERRITÓRIO ADUANEIRO,
NELA INCLUÍDAS AS ÁGUAS TERRITORIAIS E O
ESPAÇO AÉREO.
ZONAS PRIMÁRIAS
O controle aduaneiro é diferenciado dependendo do local onde a mercadoria se encontra. No
caso de estar em zona primária, o controle aduaneiro é ininterrupto.
A zona primária corresponde ao primeiro local de entrada da mercadoria procedente do
exterior, compreendendo os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados. Toda
mercadoria procedente do exterior deverá, obrigatoriamente e por lei, ingressar no Brasil pela
zona primária.
O controle aduaneiro possui três vertentes principais:
O controle das mercadorias;
O controle dos veículos que transportam as mercadorias;
O controle dos locais por onde elas transitam ou ficam armazenadas.
 
Fonte: asiandelight/Shutterstock.com
ALFÂNDEGAS
O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de fronteira é formalizado pelo governo
federal por meio de ato declaratório. Tal ato autoriza que, nesses lugares, seja possível:
Estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;
Efetuar operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas;
Embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados
(Regulamento Aduaneiro, art. 3º e 5º).
Outra restrição adotada é a referente aos recintos (locais) nos quais as mercadorias
importadas podem ficar aguardando o despacho aduaneiro. Tais recintos têm de ser
alfandegados.
Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente — na
zona primária ou na zona secundária — a fim de que possam ocorrer neles, sob controle
aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro.
ENTENDENDO O DESPACHO ADUANEIRO
CONCEITO DE DESPACHO ADUANEIRO
O artigo 542 do Regulamento Aduaneiro (decreto nº 6759/2009) estabelece que:
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO É O PROCEDIMENTO
MEDIANTE O QUAL É VERIFICADA A EXATIDÃO DOS
DADOS DECLARADOS PELO IMPORTADOR EM
RELAÇÃO À MERCADORIA IMPORTADA, AOS
DOCUMENTOS APRESENTADOS E À LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA.
Já o artigo 543 acrescenta que:
TODA MERCADORIA PROCEDENTE DO EXTERIOR,
IMPORTADA A TÍTULO DEFINITIVO OU NÃO, SUJEITA
OU NÃO AO PAGAMENTO DO IMPOSTO DE
IMPORTAÇÃO, DEVERÁ SER SUBMETIDA A
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO, QUE SERÁ REALIZADO
COM BASE EM DECLARAÇÃO APRESENTADA À
UNIDADE ADUANEIRA SOB CUJO CONTROLE
ESTIVER A MERCADORIA.
A seguir, vamos analisar cada parte do artigo 542, que conceitua o despacho aduaneiro:
“DESPACHO DE IMPORTAÇÃO É O PROCEDIMENTO”
O despacho aduaneiro não é um fato único nem uma ação isolada. Trata-se de um
procedimento, uma sucessão de etapas e rotinas.
“(...) MEDIANTE O QUAL É VERIFICADA A EXATIDÃO
DOS DADOS DECLARADOS (...)”
Como vimos, a autoridade aduaneira é exercida pela Receita Federal, que verifica a exatidão,
integridade e veracidade das informações declaradas. 
 
Note como o texto é atemporal ― não detalha como ocorre o procedimento, não denomina a
Receita Federal como autoridade aduaneira, nem estabelece como e quais informações são
objeto da verificação.
“(...) PELO IMPORTADOR EM RELAÇÃO À
MERCADORIA IMPORTADA, AOS DOCUMENTOS
APRESENTADOS E À LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA”
O importador pode ser pessoa física ou jurídica. A pessoa física deve ser plena de direitos,
com CPF ativo e regular. A pessoa jurídica deve estar com CNPJ ativo, regular e com as
obrigações de mercado interno cumpridas, garantindo o status de legalmente constituída.
Ambas devem estar devidamente habilitadas a atuar junto ao Siscomex. 
 
Note que quem declara as informações é sempre o importador, por meio de seu representante
legal, devidamente credenciado. Não importa se quem efetua o registro das informações é um
funcionário ou um despachante aduaneiro. Para todos os efeitos legais, quem declara as
informações é o importador, por meio de seu representante legal.
Agora, chegamos ao eixo que forma a tríade de definição:
 
Fonte: Imagem adaptada de Dilen/Shutterstock.com
O procedimento consiste na verificação, pela Receita Federal, da veracidade das informações
declaradas pelo importador. Tais informações dizem respeito à mercadoria, ao objeto da
importação e aos documentos apresentados, segundo a legislação específica vigente.
Perceba o quanto o conceito de despacho aduaneiro é atemporal. Ele vem sendo
recepcionado, desde 1966, a cada nova regulamentação aduaneira, sem modificação do texto.
MODALIDADES DE DESPACHO
ADUANEIRO
A instrução normativa RECEITA FEDERAL nº 680/2006 estabelece duas formas de despacho
aduaneiro aplicáveis às mercadorias procedentes do exterior — o despacho para consumo e o
despacho para admissão em regime aduaneiro especial. Vejamos o que diz a normativa:
ART. 2º – O DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO
COMPREENDE: 
 
I – DESPACHO PARA CONSUMO, INCLUSIVE DA
MERCADORIA: 
 
A) INGRESSADA NO PAÍS COM O BENEFÍCIO DE
DRAWBACK; 
B) DESTINADA À ZONA FRANCA DE MANAUS (ZFM), À
AMAZÔNIA OCIDENTAL, A ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO
(ALC) OU A ZONA DE PROCESSAMENTO DE
EXPORTAÇÃO (ZPE); 
C) CONTIDA EM REMESSA POSTAL INTERNACIONAL
OU EXPRESSA OU, AINDA, CONDUZIDA POR
VIAJANTE, SE APLICADO O REGIME DE IMPORTAÇÃO
COMUM; 
D) ADMITIDA EM REGIME ADUANEIRO ESPECIAL OU
APLICADO EM ÁREAS ESPECIAIS, NA FORMA DO
DISPOSTO NO INCISO II, QUE VENHA A SER
SUBMETIDA AO REGIME COMUM DE IMPORTAÇÃO; E 
 
II – DESPACHO PARA ADMISSÃO EM REGIME
ADUANEIRO ESPECIAL OU APLICADO EM ÁREAS
ESPECIAIS, DE MERCADORIA QUE INGRESSE NO
PAÍS NESSA CONDIÇÃO.
O despacho para consumo será operacionalizado por meio do Siscomex, a partir do menu:
Operações > Declaração de Importação > Completa > Solicitação > DI >
Nacionalização/Saída/Internação ou Admissão em Regime
 
Fonte: Captura de tela do Site/Programa Siscomex
A Declaração de Importação (DI) compreende o conjunto de informações gerais
correspondentes à determinada operação de importação e conjuntos de informações
específicas de cada mercadoria objeto da importação.
Uma mesma DI não poderá conter mercadorias vindas diretamente do exterior e mercadorias
originárias de admissões em regime especial ou atípico.
MERCADORIAS ORIUNDAS DIRETAMENTE DO
EXTERIOR
Uma declaração relativa às mercadorias oriundas diretamente do exterior só poderá se
referir a uma das seguintes hipóteses, mutuamente excludentes:
a) Mercadoria para consumo
(inclusive drawback e originária do regime DAC)

javascript:void(0)b) Mercadoria para admissão
Em um dos seguintes regimes especiais ou atípicos:
Admissão Temporária;
Entreposto Aduaneiro;
Entreposto Industrial;
Depósito Especial Alfandegado;
Área de Livre Comércio;
Zona Franca de Manaus;
Entreposto Internacional da ZFM;
Depósito Aduaneiro de Distribuição;
Loja Franca.
É considerado, nos termos da Lei nº 8.402/1992, um incentivo fiscal à exportação. O
regime consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre a aquisição de
insumos utilizados na produção de bens a serem exportados.
O passo seguinte é selecionar o tipo de Declaração de Importação a ser elaborada, conforme
opções a seguir.
Para as declarações de Nacionalização/Saída/Internação, existem os seguintes tipos:
 
Fonte: Captura de tela do Site/Programa Siscomex
REGIME ADUANEIRO ESPECIAL OU ATÍPICO
Uma declaração relativa às mercadorias com admissão anterior em regime aduaneiro
especial ou atípico só poderá contemplar uma das seguintes hipóteses:
A) NACIONALIZAÇÃO:
De Admissão Temporária;
De Entreposto Aduaneiro;
De Depósito Especial Alfandegado (DEA);
De Regime Aduaneiro Especial – Geral.
B) INTERNAÇÃO:
De Área de Livre Comércio (ALC);
Da Zona Franca de Manaus – Produto Industrializado (ZFM-PI);
Da Zona Franca de Manaus – Produto Estrangeiro (ZFM-PE).
C) SAÍDAS:
Do Entreposto Internacional da ZFM;
De Entreposto Industrial.
Para as declarações de Admissão em Regime, existem os seguintes tipos:
 
Fonte: Captura de tela do Site/Programa Siscomex
O despacho aduaneiro de remessas expressas transportadas por empresas de courier (Default
tooltip) , de remessas postais internacionais submetidas ao RTS e o de urnas funerárias
contendo restos mortais serão processados, conforme estabelecido em normas específicas,
sem registro no Siscomex.
PRAZOS
MOMENTO INICIAL
O despacho aduaneiro se inicia com o registro da Declaração de Importação no Siscomex.
Nesse momento, ocorre o pagamento dos tributos federais, quando for o caso.
Como regra geral, o despacho aduaneiro somente deverá ter início após a chegada da
mercadoria na UNIDADE DA RECEITA FEDERAL de despacho. Trata-se da unidade na qual o
importador submeterá a mercadoria importada a despacho aduaneiro, independentemente da
unidade de entrada da mercadoria no território aduaneiro (zona primária).
javascript:void(0)
DESPACHO ANTECIPADO
A regra geral do momento inicial do despacho fica excetuada no despacho antecipado. O
despacho antecipado permite o registro da Declaração de Importação (DI) relativa à
mercadoria que proceda diretamente do exterior, antes da sua descarga na unidade da Receita
Federal de despacho, em situações determinadas.
Pagamento realizado por meio de débito automático em conta corrente indicada na DI,
junto à agência habilitada de banco integrante da rede arrecadatória de receitas federais
(da Receita Federal eletrônico).
As situações que permitem despacho antecipado, segundo art. 17 da IN RECEITA FEDERAL
nº 680/2006, são: 
 
Mercadoria transportada a granel, cuja descarga deva ser realizada diretamente para
terminais de oleodutos, silos, depósitos próprios ou veículos;
Mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características de
periculosidade;
Plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecíveis ou
suscetíveis de danos causados por agentes exteriores;
Papel para impressão de livros, jornais e periódicos;
Órgão da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal,
inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas;
Mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre;
Mercadoria importada por meio aquaviário, quando o importador for certificado como
operador econômico autorizado (OEA (Default tooltip) ), na modalidade OEA –
Conformidade Nível 2, conforme disciplinado em ato da Coana;
Outras situações ou produtos, a serem avaliados pelo chefe da unidade da RECEITA
FEDERAL de despacho, mediante justificativa.
O registro da declaração de importação consiste em sua numeração pela Receita Federal, por
meio do Siscomex.
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO
Segundo o artigo 546 do Regulamento Aduaneiro, o despacho de importação deverá ser
iniciado em:
Até noventa dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto alfandegado de zona
primária;
Até quarenta e cinco dias após esgotar-se o prazo de permanência da mercadoria em
recinto alfandegado de zona secundária;
Até noventa dias, contados do recebimento do aviso de chegada da remessa postal.
 ATENÇÃO
Em relação a bagagens, acompanhadas ou desacompanhadas, o despacho aduaneiro deve
ser iniciado em até 45 (quarenta e cinco) dias da chegada no País (art. 29 da IN º RF
1.059/2010).
CARACTERIZAÇÃO DE ABANDONO
O descumprimento dos prazos fixados para o início do despacho de importação acarreta a
presunção de abandono, podendo resultar na aplicação da pena de perdimento das
mercadorias, nos termos do artigo 642 do Regulamento Aduaneiro.
Na mesma situação de abandono e com as mesmas implicações, estarão mercadorias
importadas cujo despacho aduaneiro seja interrompido por mais de 60 dias, por ação ou
omissão do importador.
São consideradas ação ou omissão do importador, entre outras ocorrências:
i) A não apresentação de documentos exigidos pela repartição, indispensáveis ao
prosseguimento do despacho; 
ii) A ausência ao ato de verificação da mercadoria objeto do despacho.
CASOS ESPECÍFICOS
Para alguns produtos sujeitos à selagem na importação, o importador terá o prazo para registro
da declaração de importação contado a partir da data de fornecimento do selo de controle pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Os artigos 348 e 352 do Decreto nº 7.212/2010 determinam que o importador de cigarros e
cigarrilhas ― classificados nos códigos 2402.20.00 e 2402.10.00 ― terá o prazo de 90
(noventa) dias, a partir da data do fornecimento do selo de controle, para efetuar o registro da
declaração de importação.
Já o importador de produtos classificados no código 2208.30 (uísques) terá o prazo de 180
(cento e oitenta) dias, contado da data de fornecimento do selo de controle, para efetuar o
registro da declaração de importação (artigos 49 e 51, § 4° da IN RF n° 1.432/2013).
 EXEMPLO
Supondo que, em uma importação de cigarros, a carga tenha chegado ao porto no dia
01/02/2020. A DI teria de ser registrada até o dia 01/05/2020 – no prazo de 90 (noventa) dias
da chegada. Caso os selos de controle tenham sido fornecidos no dia 15/01/2020 — antes da
chegada da carga —, então o prazo de 90 (noventa) dias para registro da DI deverá ser
contado do fornecimento do selo, e não da chegada.
PENALIDADES
Caso o importador não registre a declaração de importação no prazo de 90 (noventa) dias, a
contar do fornecimento dos selos de controle, ficará sujeito às penalidades previstas na
legislação aplicáveis às hipóteses de uso indevido de selos de controle (art. 586 do Decreto nº
7.212/2010).
O importador poderá, antes de ser aplicada a pena de perdimento, iniciar ou retomar o
despacho aduaneiro mediante o cumprimento das formalidades exigidas, bem como do
pagamento dos tributos incidentes, acrescidos de juros e da multa de mora, e das despesas
decorrentes da permanência da mercadoria no recinto alfandegado.
A pena de perdimento, aplicada por decurso de prazo, poderá ser convertida, a requerimento
do importador, em multa, antes de ocorrida a destinação.
DISPENSA
Está dispensada de despacho de importação a entrada, no País, de mala diplomática, assim
considerada a que contenha tão somente documentos diplomáticos e objetos destinados para
uso oficial (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, art. 27, promulgada pelo
Decreto nº 56.435/1965).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COM RELAÇÃO ÀS MERCADORIAS QUE DEVEM SER SUBMETIDAS
AO DESPACHO DE IMPORTAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR:
A) Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não
ao pagamentodo imposto de importação, deverá ser submetida ao despacho de importação.
B) Não se sujeitam ao despacho aduaneiro de importação as mercadorias de origem
estrangeira que já tenham sido submetidas ao despacho e venham a ser transferidas para
outro regime aduaneiro especial ou despachadas para consumo.
C) Tem-se por iniciado o despacho de importação na data do registro da declaração de
importação.
D) Estão dispensadas de despacho de importação a entrada, no País, de mala diplomática, de
mala consular, de urna funerária e bagagem acompanhada.
E) Não se sujeitam ao despacho de importação as mercadorias contidas em remessa postal
internacional ou expressa ou, ainda, conduzida por viajante, em qualquer regime aplicado.
2. UMA MERCADORIA QUE PERMANECER EM UM RECINTO
ALFANDEGADO DE ZONA PRIMÁRIA SEM QUE O SEU DESPACHO DE
IMPORTAÇÃO SEJA INICIADO SERÁ CONSIDERADA ABANDONADA,
APÓS TRANSCORRIDOS, A PARTIR DE SUA CHEGADA:
A) 60 dias.
B) 75 dias.
C) 90 dias.
D) 120 dias.
E) 45 dias.
GABARITO
1. Com relação às mercadorias que devem ser submetidas ao despacho de importação, é
correto afirmar:
A alternativa "A " está correta.
 
O artigo 542 estabelece que o despacho de importação ocorre quando são conferidos os dados
declarados pelo importador sobre mercadoria importada. O artigo 543 traz informações sobre
as mercadorias que devem ser submetidas ao despacho de importação. Trata-se,
basicamente, de todas as mercadorias procedentes do exterior.
2. Uma mercadoria que permanecer em um recinto alfandegado de zona primária sem
que o seu despacho de importação seja iniciado será considerada abandonada, após
transcorridos, a partir de sua chegada:
A alternativa "C " está correta.
 
O prazo de permanência será de até 90 dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto
alfandegado de zona primária. Após esse prazo, a mercadoria será considerada abandonada.
MÓDULO 2
 Descrever as rotinas operacionais do despacho aduaneiro
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO – DI
A declaração de importação é o documento base do despacho de importação (Decreto-Lei n.
37, de 1966, art. 44, com redação do Decreto-Lei n. 2.472, de 1988, art. 2o).
A declaração de importação deverá conter:
Identificação do importador;
Identificação, classificação, valor aduaneiro e origem da mercadoria.
A Receita Federal poderá exigir, na declaração de importação, outras informações, inclusive as
destinadas a estatísticas de comércio exterior.
REGISTRO DA DI
A Declaração de Importação (DI) é registrada pelo importador no Siscomex, que lhe atribui
numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano (arts. 14 a 16 da IN
SRF nº 680/2006). Essa numeração consiste na prestação das informações correspondentes à
operação de importação, contendo dados de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as
mercadorias (art. 551 do Regulamento Aduaneiro).
O registro da DI caracteriza o início do despacho de importação e a perda da espontaneidade
do sujeito passivo (art. 33, inciso IV e §1º, do Decreto nº 7.574/2011 e art. 545 do Regulamento
Aduaneiro), inclusive em caso de retificação da DI antes de sua parametrização.
O registro da DI somente é efetivado:
Se verificada a regularidade cadastral do importador;
Após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a verificação do
atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos órgãos e agências da
administração pública federal competentes;
Após o registro da chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da DI;
Se a carga não estiver em situação que impeça a vinculação da DI ao conhecimento de
carga correspondente no Mantra ou no Siscomex Carga (IN SRF n. 102/1994, art. 38 da
IN SFR n. 800/2007);
Após a confirmação, pelo banco, da aceitação do débito relativo aos tributos, às
contribuições e aos direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização do Siscomex;
Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro.
Consiste em irregularidade impeditiva do registro da DI aquela decorrente da omissão de
informação obrigatória ou o seu fornecimento com erro, bem como a que decorra de
impossibilidade legal absoluta.
Para a elaboração e o registro da DI, o importador deverá estar em posse dos documentos e
das informações que fundamentam a elaboração da DI.
REGULAMENTO ADUANEIRO
O regulamento aduaneiro dispõe, em seu artigo 553, que a Declaração de Importação será
obrigatoriamente instruída com:
Via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente;
Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;
Comprovante de pagamento dos tributos, se exigível.
O parágrafo único estabelece, ainda, que poderão ser exigidos outros documentos instrutivos
da declaração aduaneira em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de
regulamento ou de outro ato normativo.
A Instrução Normativa SRF n. 680/2006, em seu artigo 18, dispõe que:
ART. 18. A DI SERÁ INSTRUÍDA COM OS SEGUINTES
DOCUMENTOS: 
 
I – VIA ORIGINAL DO CONHECIMENTO DE CARGA OU
DOCUMENTO EQUIVALENTE; 
II – VIA ORIGINAL DA FATURA COMERCIAL,
ASSINADA PELO EXPORTADOR; 
III – ROMANEIO DE CARGA (PACKING LIST), QUANDO
APLICÁVEL; E 
IV – OUTROS, EXIGIDOS EXCLUSIVAMENTE EM
DECORRÊNCIA DE ACORDOS INTERNACIONAIS OU
DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
ELABORANDO UM CHECKLIST (LISTA DE
VERIFICAÇÃO)
CONHECIMENTO DE CARGA
O conhecimento de carga original ― ou documento de efeito equivalente ― constitui prova de
posse ou de propriedade da mercadoria (Decreto-Lei n. 37, de 1966, art. 46, caput, com
redação do Decreto-Lei n. 2.472, de 1988, art. 2o).
Cada conhecimento de carga deverá corresponder a uma única declaração de importação,
salvo exceções estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.
Os requisitos formais e intrínsecos, a transmissibilidade e outros aspectos atinentes aos
conhecimentos de carga devem ser regulados pelos dispositivos da legislação comercial e civil,
sem prejuízo da aplicação das normas tributárias quanto aos respectivos efeitos fiscais.
DOCUMENTAÇÃO
A DI será instruída com os seguintes documentos (art. 553 do Regulamento Aduaneiro e art. 18
da IN SRF n. 680/2006):
Via original do Conhecimento de Carga ou documento equivalente (obrigatório);
Via original da Fatura Comercial, assinada pelo exportador (obrigatório);
Comprovante de pagamento dos tributos (obrigatório, se exigível);
Packing list (Romaneio de Carga), quando aplicável;
Prova de Origem, quando aplicável;
Manifesto de Carga, a ser exigido, exclusivamente, em decorrência de acordos
internacionais ou de legislação específica.
Atualmente, os documentos instrutivos do despacho devem ser disponibilizados à Receita
Federal em meio digital e autenticados via certificado digital. A disponibilização digital deve ser
feita por meio da funcionalidade Anexação de Documentos Digitalizados, disponível no
Portal Único de Comércio Exterior. As instruções para utilização do sistema constam do Manual
Visão Integrada e Módulo Anexação, disponível no mesmo portal.
O importador deverá vincular o dossiê eletrônico, com os documentos instrutivos digitalizados,
à Declaração de Importação (art. 19 da IN SRF n. 680/2006). Essa vinculação fica dispensada
quando a DI for direcionada para o canal verde de conferência (Portaria COANA n. 30, 02 de
março de 2015).
Os originais dos documentos referidos no caput deverão ser entregues à Receita Federal
sempre que solicitados. Além disso, tais originais devem ser mantidos em poder do importador
pelo prazo previsto na legislação tributária a que está submetido (art. 19, § 1º, da IN SRF n.
680/2006).
 ATENÇÃO
A transferência de titularidade de mercadoria de procedência estrangeira por endosso no
conhecimento de carga somente será admitida mediante a comprovação documental da
respectiva transação comercial. Essa obrigação será dispensada no caso de endosso bancário
ou em outras hipóteses estabelecidas em ato normativo.
FUNÇÕES E DENOMINAÇÕES
O conhecimento de carga, também conhecidocomo conhecimento de transporte emitido pelo
transportador:
Define a contratação da operação de transporte internacional;
Comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar
de destino;
Constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria;
É um documento que ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte.
O conhecimento de carga recebe denominações específicas em função da via de transporte:
Rodoviário – Conhecimento de Transporte Rodoviário (CRT);
Ferroviário – Conhecimento de Carga Ferroviária (TIF/CTF);
Marítimo – Bill of Landing (BL);
Aéreo – Airway Bill (AWB).
CONSIGNAÇÃO
A consignação, no conhecimento de carga, prova a propriedade da mercadoria e pode ser:
NOMINATIVA
Quando conste, do conhecimento original, o nome por extenso do destinatário da mercadoria.
  À ORDEM   DO   EMBARCADOR  
Quando a propriedade se consigna ao remetente.
AO PORTADOR
O proprietário será qualquer pessoa que apresente o conhecimento.
EMISSOR E CONSIGNATÁRIO
O conhecimento de carga se classifica, conforme o emissor e o consignatário, em:
ÚNICO
Se emitido pelo próprio transportador (agência de navegação, companhia aérea, armador),
quando o consignatário não for um agente desconsolidador.
GENÉRICO OU MASTER
Se emitido pelo próprio transportador (agência de navegação, companhia aérea, armador),
quando o consignatário for um desconsolidador.
AGREGADO, HOUSE OU FILHOTE
Quando for emitido por um agente consolidador de cargas e o consignatário não for um
desconsolidador.
  SUBMASTER   OU   COLOADER  
Quando for emitido por um agente consolidador de cargas e o consignatário for outro agente
desconsolidador de cargas.
A cada conhecimento de carga deve corresponder uma única DI. As exceções estão
estabelecidas nos art. 67 e 68 da IN SRF n. 680/2006, art. 555 do Regulamento Aduaneiro.
A DI deve ser registrada em nome do consignatário do conhecimento, ressalvados os casos de
nacionalização em determinados regimes aduaneiros especiais. Por exemplo, caso da
admissão temporária e entreposto aduaneiro.
Os conhecimentos do tipo filhote e único são os que podem amparar o despacho aduaneiro
de importação. Já os conhecimentos genéricos e submaster não podem amparar DI, mas
podem amparar o regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro.
O endosso de conhecimento na via aquaviária deve ser efetuado pelo consignatário no
Sistema de Controle da Arrecadação do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha
Mercante.
Os dispositivos da legislação comercial e civil devem regular, sem prejuízo da aplicação das
normas tributárias quanto aos respectivos efeitos fiscais, os requisitos formais e intrínsecos, a
transmissibilidade e outros aspectos atinentes aos conhecimentos de carga.
Segundo o Ato Declaratório SRF n. 2/2020, é válida a apresentação, pelo importador, da via do
conhecimento de carga assinada pelo procurador, inclusive quando o importador é domiciliado
no País, desde que legalmente constituído e habilitado pelo transportador. Tal apresentação
tem como objetivo a retirada de mercadoria depositada em recinto alfandegado e em
cumprimento ao inciso IV do art. 54 da IN SRF n. 680/2006.
 ATENÇÃO
É válido o conhecimento de carga emitido no País, desde que assinado por procurador
legalmente constituído para esse fim pelo transportador.
DISPENSA
Não será exigida a apresentação do conhecimento de carga:
No despacho para consumo de mercadoria desnacionalizada ou estrangeira que, após ter
sido submetida ao despacho aduaneiro de exportação, permaneça no País, em caráter
definitivo ou temporário, nos termos da legislação específica;
Nos despachos para consumo de mercadoria de origem estrangeira que venha a ser
transferida para outro regime aduaneiro especial ou despachada para consumo,
independentemente do despacho a que foi submetida por ocasião do seu ingresso no
país;
Na hipótese de a mercadoria ingressar no País:
Por seus próprios meios;
Transportada em mãos;
Em condição ou finalidade para a qual a legislação não obrigue sua emissão;
Em outras hipóteses estabelecidas em ato da COANA.
Nos despachos de mercadoria transportada ao País no modal aquaviário, acobertada por
Conhecimento Eletrônico (CE).
Considera-se ocorrido o embarque da mercadoria, para efeitos fiscais, na data de emissão do
conhecimento de carga, que deve identificar a unidade de carga em que a mercadoria
amparada por ele esteja contida.
FATURA COMERCIAL
A fatura comercial é o documento de natureza contratual que espelha a operação de compra e
venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro.
A Declaração de Importação (DI) deverá ser obrigatoriamente instruída com a via original da
fatura comercial, assinada pelo exportador ou seu representante. A não apresentação da via
original acarretará na interrupção do curso do despacho (art. 570, § 1º, inciso I, do
Regulamento Aduaneiro).
A primeira via da fatura comercial será sempre a original, podendo ser emitida por qualquer
processo (art. 559 do Regulamento Aduaneiro), assim como as demais vias. Quando emitida
por processo eletrônico, será aceita como primeira via da fatura comercial aquela em que
conste, expressamente, tal indicação.
A fatura deve conter as seguintes indicações (art. 557 do Regulamento Aduaneiro):
 
 
a) Nome e endereço completos do exportador; 
b) Nome e endereço completos do importador; 
c) Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre
Tarifas e Comércio. 
 
Caso as especificações das mercadorias estejam em outro idioma, devem ser acompanhadas
de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade, contendo as denominações
próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita
identificação. Os idiomas oficiais do Acordo GATT são o inglês, o francês e o espanhol. 
 
d) Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; 
e) Quantidade e espécie dos volumes; 
f) Peso bruto dos volumes – mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais
envoltórios; 
g) Peso líquido – mercadoria livre de todo e qualquer envoltório; 
h) País de origem – aquele onde houver sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a
última transformação substancial; 
i) País de aquisição – aquele onde a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil,
independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; 
j) País de procedência – aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua
aquisição; 
k) Preço unitário, total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza
das reduções e dos descontos concedidos ao importador; 
l) Frete e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; 
m) Condições e moeda de pagamento; 
n) Termo da condição de venda (INCOTERM).
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Trata-se de um conjunto de normas tarifárias destinadas a impulsionar o livre comércio e
a combater protecionistas nas relações comerciais internacionais.
 ATENÇÃO
O conhecimento de carga aéreo se equipara à fatura comercial. Para isso, no entanto, é
necessário que constem nele as indicações de quantidade, espécie e valor das mercadorias
que lhe correspondam (art. 560 do Regulamento Aduaneiro).
ROMANEIO DE CARGA (PACKING LIST)
O romaneio de carga é o documento de embarque que discrimina todas as mercadorias
embarcadas ou todos os componentes de uma carga em quantas partes estiver fracionada.
O objetivo do romaneio é detalhar como a mercadoria está apresentada, a fim de facilitar a
identificação e localização de qualquer produto dentro de um lote. Além disso, o romaneio
auxilia a conferência da mercadoria por parte da fiscalização, tanto no embarque como no
desembarque.
 
Fonte: FOTOGRIN/Shutterstock.com
Não existe um modelo padrão para o romaneio. No entanto, ele contém os seguintes
elementos usualmente:
Quantidade total de volumes (embalagem);
Marcação dos volumes;
Identificação dos volumes por ordem numérica;
Espéciede embalagens (caixa, pallet etc.) contendo peso líquido, peso bruto, dimensões
unitárias e volume total da carga.
O romaneio é exigível em situações em que sua emissão é prática corrente. A previsão
normativa que exige apresentação do documento são as disposições do § único do art. 553 do
Regulamento Aduaneiro c/c inc. III do art. 18 da IN SRF n. 680/06. Em tal normativa, menciona-
se que a declaração de importação será instruída com o romaneio de carga, quando aplicável.
A função básica do romaneio é a identificação de conjuntos de volumes, em regra, mercadorias
embaladas. Em situações em que não é prática usual a emissão de tal documento, não há o
que se falar em instrução da Declaração de Importação com o romaneio e, por conseguinte,
em imposição de multa.
Algumas das situações em que a emissão do romaneio de carga não é prática são: granéis e
cargas não embaladas que, por si só, identificam-se como automóveis (número do chassi) ou
máquinas e equipamentos de grande porte (número de série).
 ATENÇÃO
A não apresentação do romaneio de carga (packing list) na instrução do despacho aduaneiro
(em situações em que seja prática corrente sua emissão) acarreta a aplicação da multa de
R$500,00 prevista na alínea “e”, inciso VIII do art. 728 do Regulamento Aduaneiro.
CERTIFICADO DE ORIGEM
PROVA DE ORIGEM OU REGIME DE ORIGEM
Na importação de mercadoria que goze de tratamento tributário favorecido em razão de sua
origem, sua comprovação será feita por qualquer meio julgado idôneo, em conformidade com o
estabelecido no correspondente acordo internacional (art. 563 do Regulamento Aduaneiro).
Os Acordos Internacionais de Comércio possuem:
Regras de origem;
Maneira pela qual a origem será comprovada;
Procedimentos de verificação e controle dessas regras.
Esse conjunto de elementos recebe o nome de regime de origem. Normalmente, os regimes
de origem constam como anexos dos acordos comerciais.
Deve-se observar que a IN SRF n. 1864/2018 dispõe sobre os procedimentos de controle de
verificação de origem de mercadorias importadas com tratamento tarifário preferencial.
CERTIFICADO E DECLARAÇÃO DE ORIGEM
Os regimes de origem dos acordos comerciais dos quais o Brasil é signatário estabelecem que
a comprovação da origem de uma mercadoria pode ser realizada, em regra, mediante a
apresentação de um certificado de origem, mas também por uma declaração de origem do
exportador ou produtor.
CERTIFICADO DE ORIGEM
DECLARAÇÃO DE ORIGEM
É emitido, em regra, por autoridade competente no país exportador, definida no acordo a que
se refira.
A declaração de origem, por sua vez pode ser feita na própria fatura comercial ou outro
documento comercial que descreva o produto originário o suficiente para identificá-lo.
Dependendo do acordo comercial, pode haver um conjunto mínimo de informações que a
declaração de origem deve conter.
CASOS ESPECIAIS
Em alguns casos excepcionais, pode até mesmo ser dispensada a prova de origem em razão,
por exemplo, do baixo valor da mercadoria.
Alguns acordos também podem prever a possibilidade de a prova de origem cobrir um
determinado período, e não apenas uma operação. Também há hipóteses em que a assinatura
da prova de origem pode ser dispensada para alguns operadores cadastrados.
Em resumo, na dúvida, deve-se sempre consultar o correspondente texto do acordo comercial
para se certificar de como deve ser comprovada a origem.
MERCADORIA IMPORTADA ACOMPANHADA DE
CCROM E CCPTC
Uma mercadoria importada, acompanhada de um Certificado de Origem Mercosul, é
identificada pelo sistema informatizado de comércio exterior do Estado Parte ― no Brasil, pelo
Siscomex ― mediante a geração de um código alfanumérico. Tal código é denominado
Certificado de Cumprimento do Regime de Origem Mercosul (CCROM) e é atribuído às
importações, conforme definido na IN SRF n. 646/2006.
A mercadoria amparada por um CCROM pode circular livremente no bloco, sem o pagamento
de imposto de importação.
CERTIFICADO DE ORIGEM NÃO PREFERENCIAL
O certificado de origem poderá ser exigido para comprovação de origem não preferencial nos
casos em que a mercadoria esteja sujeita à medida de defesa comercial. Nesses casos, o
certificado de origem é o documento utilizado para comprovar que a mercadoria não é
originária do país para o qual foi estabelecida a medida de defesa comercial.
 ATENÇÃO
A falta de comprovação da origem não preferencial sujeita o importador ao recolhimento da
multa de 30% sobre o valor aduaneiro das mercadorias (art. 42 da Lei n. 12.546/2011).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA OS DOCUMENTOS
CORRETOS INDISPENSÁVEIS À INSTRUÇÃO DO DESPACHO
ADUANEIRO:
A) Declaração de importação, conhecimento de carga e fatura proforma.
B) Declaração de importação, conhecimento de origem e fatura comercial.
C) Declaração de importação, fatura comercial e romaneio de carga.
D) Declaração de importação, prova de origem e fatura comercial.
E) Declaração de importação, conhecimento de carga e fatura comercial.
2. O EMBARQUE DA MERCADORIA, PARA EFEITOS FISCAIS, É
CONSIDERADO:
A) Na data da emissão da fatura comercial.
B) Na data da emissão do romaneio de carga.
C) Na data da emissão do BL.
D) Na data do registro da DI.
E) Na data de emissão do certificado de origem.
GABARITO
1. Assinale a alternativa que indica os documentos corretos indispensáveis à instrução
do despacho aduaneiro:
A alternativa "E " está correta.
 
O romaneio de carga, quando não for necessário (aplicável), não é um dos documentos
indispensáveis. Entre as alternativas, a declaração de importação (DI), o conhecimento de
carga e a fatura comercial são indispensáveis.
2. O embarque da mercadoria, para efeitos fiscais, é considerado:
A alternativa "C " está correta.
 
Considera-se a mercadoria embarcada, para efeitos fiscais, independentemente do meio de
transporte, na data de emissão do conhecimento de carga. O BL é a denominação específica
do conhecimento de carga da via de transporte marítima.
MÓDULO 3
 Definir o fluxo operacional do despacho aduaneiro
DESPACHO ADUANEIRO EM ETAPAS
(LISTA DE VERIFICAÇÃO)
DESPACHO ADUANEIRO VERSUS
DESEMBARAÇO ADUANEIRO
Os procedimentos operacionais representam um conjunto de ações que o importador deve
seguir, por meio de seu representante, para obter o desembaraço aduaneiro.
Vimos que o registro da declaração de importação inicia o despacho aduaneiro. Também vimos
que as informações para registrar a declaração de importação são obtidas por meio dos
documentos que embasam a operação de importação ― conhecimento de carga, fatura
comercial e romaneio de carga.
É preciso ficar claro que o despacho aduaneiro é o procedimento mediante o qual é verificada
a exatidão dos dados declarados pelo importador referente à mercadoria importada, aos
documentos apresentados e à legislação específica. Atualmente, o procedimento está
disciplinado na Instrução Normativa SRF n. 680/2006.
Com base no conceito do despacho aduaneiro como um procedimento, uma sucessão de
etapas, que visam ao desembaraço aduaneiro, devemos entender a diferença entre despacho
aduaneiro e desembaraço aduaneiro.
O despacho é o conjunto de rotinas e etapas que visam ao desembaraço aduaneiro. Nesse
sentido, o desembaraço aduaneiro é a última etapa do despacho aduaneiro.
APRESENTAMOS OS PROCEDIMENTOS DO
DESPACHO ADUANEIRO DA IMPORTAÇÃO EM 11
ETAPAS (MODALIDADE NORMAL), A SEGUIR.
PROCEDIMENTOS DO DESPACHO
ADUANEIRO
CHEGADA E DISPONIBILIDADE DA CARGA NA
URF DE DESPACHO – ETAPA 1
A informação da presença da carga, qualquer que seja a forma, representa a comprovação,
pelo depositário, da disponibilidade da carga recolhida sob sua custódia.
A informação da presença de carga, no entanto, ocorre de maneiras distintas, conforme o
Modal de Transporte ― aéreo, marítimo ou terrestre. Vejamos:
AÉREO
O Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento (Mantra) se
destina ao controle informatizado das cargas procedentes diretamentedo exterior e das
procedentes de trânsito aduaneiro, desde a sua chegada até a sua saída da zona primária, nos
aeroportos internacionais do País. 
 
A manifestação da carga é o procedimento pelo qual o transportador, antes da chegada do
veículo em aeroporto internacional, informa, no sistema, as cargas procedentes diretamente do
exterior. 
 
O registro da chegada efetiva é o procedimento pelo qual o transportador ― ou, na sua
ausência, a Receita Federal ― registrará, no sistema, a chegada efetiva do veículo aéreo ou
rodoviário. O registro da chegada deverá ser efetuado tanto para veículos procedentes
diretamente do exterior quanto para veículos que transportem cargas em trânsito aduaneiro. 
 
Informada a chegada do veículo, o sistema gera automaticamente o número do termo de
entrada (TE), que passa a identificar o manifesto informatizado. 
 
O armazenamento é o procedimento pelo qual o depositário informa no sistema os dados da
carga que esteja sob sua custódia. No registro do armazenamento, o depositário confere a
carga recebida para armazenamento e informa, no sistema, quantidade, peso e eventual avaria
da carga. 
 
Encerrado o armazenamento, o sistema procede ao batimento automático dos dados do
armazenamento com os dados de informação da carga prestados pelo transportador, de forma
a identificar os casos de falta, excesso ou avaria. 
 
No caso de divergência, o transportador pode concordar com a informação ― função avaliza
sem ressalva ― ou discordar dela ― função avaliza com ressalva. A Receita Federal toma
ciência da divergência detectada ― função visa ―, que pode ser objeto de procedimento
específico, tal como vistoria aduaneira ou conferência final de manifesto. No caso de carga
sem divergências, o avaliza e o visa serão automáticos. 
 
Já a indisponibilização da carga é o procedimento de segurança que permite bloqueá-la no
sistema até a análise da Receita Federal, impedindo que seja submetida a despacho ou
entregue. 
 
A indisponibilização da carga é efetuada pela Receita Federal ― ao detectar indícios de
infração ― ou pelo sistema de forma automática ― caso sejam detectadas divergências ou
inconsistências entre as informações prestadas pelo transportador e pelo depositário. 
 
No momento do registro da DI, ocorre a vinculação da carga disponível à declaração, evitando
que uma mesma carga seja vinculada a mais de uma declaração.
MARÍTIMO
O módulo de controle de carga aquaviária do Sistema Integrado de Comércio Exterior
(Siscomex) é denominado Siscomex Carga. Esse módulo controla a entrada e a saída de
embarcações, a movimentação de cargas e unidades de carga em portos, bem como a entrega
de carga pelo depositário (IN RF n. 800/2007). 
 
As informações necessárias aos controles serão prestadas à Receita Federal pelos
intervenientes. Já os dados relacionados ao veículo transportador serão prestados, na escala,
pela empresa de navegação operadora da embarcação ou agência de navegação. 
 
A informação do Conhecimento de Carga prestada à autoridade aduaneira na forma eletrônica
― Conhecimento Eletrônico (CE) ― compreende os dados constantes do conhecimento de
carga ― Bill of Lading (BL) ― informado à autoridade aduaneira na forma eletrônica. 
 
O depositário de mercadoria procedente do exterior pela via marítima, fluvial ou lacustre deverá
informar, no sistema, o armazenamento da carga destinada ao seu recinto. Enquanto a função
de controle de armazenamento não estiver disponível no Siscomex Carga, a informação do
número identificador da carga (NIC) da carga sob a sua custódia deverá ser prestada pelo
depositário, no Siscomex Importação.
TERRESTRE (FRONTEIRAS)
Há um módulo no Siscomex, nas importações realizadas por via terrestre, denominado
presença de carga. A função desse módulo é registrar/controlar o armazenamento da carga,
permitindo o registro da DI somente para as cargas efetivamente armazenadas e ainda não
submetidas a despacho, salvo exceções admitidas pela legislação. 
 
O depositário gera o NIC com base no conhecimento de carga. Por sua vez, a informação do
NIC, no sistema, corresponde à confirmação da presença de carga no recinto alfandegado e é
registrada na situação disponível. 
 
O Siscomex Importação permite somente o registro da DI para NIC disponível. Registrada a DI,
o sistema indisponibiliza o NIC automaticamente, impedindo novas vinculações para a mesma
carga. Em ponto de fronteira sem depositário, a RFB gera o NIC e o informa ao sistema. 
 
Para verificar se o veículo transportador está habilitado ao transporte rodoviário internacional,
deve-se consultar o website da ANTT, na parte de Consulta de Veículos Habilitados. 
 
Em ponto de fronteira sem depositário, o MIC/DTA deve ser apresentado em vias originais por
ocasião do registro da presença de carga.
VERIFICAÇÃO PRÉVIA DA MERCADORIA –
ETAPA 2
O importador poderá requerer sua verificação previamente ao registro da DI, no caso de haver
dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro a ser aplicado à mercadoria importada ―
inclusive no que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal e à
descrição detalhada (art. 10 da IN SRF n. 680/2006).
O requerimento deverá ser instruído com a cópia do conhecimento de carga correspondente e
dirigido ao chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro. O chefe do setor deverá
indicar um servidor para acompanhar o ato. (§ 1º do art. 10 da IN SRF n. 680/2006 com
redação dada pela IN RFB n. 1.759/2017)
 ATENÇÃO
Essa verificação prévia não dispensa a verificação física pela autoridade aduaneira, por
ocasião do despacho de importação, se for o caso.
O importador também poderá requerer a retirada de amostra. No entanto, tal retirada somente
será autorizada mediante solicitação formal, por escrito ou por meios informatizados.
O exame prévio da mercadoria e a retirada de amostras serão efetuados sob controle da
autoridade aduaneira. A autorização para retirada de amostras indicará a quantidade de
mercadoria a ser coletada, segundo sua natureza.
A desembalagem, pesagem, reembalagem e qualquer outra manipulação da mercadoria, assim
como os gastos correspondentes ― inclusive para sua análise, quando for necessária ―
correrão por conta e risco do interessado.
LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO E OUTROS
CONTROLES – ETAPA 3
O controle administrativo nas importações é realizado, atualmente, por meio da Licença de
Importação (LI) sujeita à anuência de órgãos governamentais.
O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades
(Portaria Secex n. 23/2011):
Importações dispensadas de licenciamento;
Importações sujeitas a licenciamento automático;
Importações sujeitas a licenciamento não automático.
Como regra geral, as importações estão dispensadas de licenciamento, de forma que os
importadores devem apenas efetuar o registro da DI no Siscomex para dar início aos
procedimentos do despacho aduaneiro junto à unidade da RFB (art. 13 da Portaria Secex n.
23/2011).
Em alguns casos, no entanto, a importação de mercadoria pode estar sujeita ao licenciamento,
de acordo com a legislação específica. Nesses casos, o licenciamento pode ocorrer de forma
automática ou não automática (art. 550 do Regulamento Aduaneiro e Portaria Secex n.
23/2011).
A manifestação dos órgãos anuentes ocorre por meio do Siscomex, e todas as verificações de
cumprimento de formalidades legais ou regulamentares exigidas na importação serão sempre
efetuadas pelos respectivos órgãos anuentes na fase de licenciamento ― que é anterior ao
início do despacho aduaneiro.
Ao registrar a Declaração de Importação, o contribuinte deverá atentar para a exigência de
Licenciamento. Existe previsão de penalidades se:
O licenciamento for obtido após o embarque da mercadoria, quando deveria ter sido
providenciado antes do embarque no exterior;
O embarque ocorrer depois de vencido o prazo de validade do licenciamento.
As penalidades serão aplicadas, nesses casos, porAuditores-fiscais da Receita Federal do
Brasil em atos de conferência ou revisão aduaneira.
OUTROS CONTROLES
A solicitação dos benefícios de isenção, suspensão e não incidência do Adicional ao Frete para
a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) deverá ser registrada pelo consignatário no
Sistema Mercante, com o devido enquadramento legal, antes do registro da DI correspondente.
O interessado deverá, nesse caso, apresentar os documentos que comprovem o direito ao
benefício acompanhado dos documentos que instruem a DI correspondente. (art. 27, §§ 1º e 3º
e art. 29 da IN RFB n. 1.471/2014).
REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO
– ETAPA 4
Os tributos federais devidos na importação e a taxa de utilização do SISCOMEX serão
recolhidos, no momento do registro da declaração no sistema, mediante de DARF eletrônico,
por débito automático em conta corrente. Para isso, o código do banco, o número da agência e
da conta corrente em que deverá ocorrer o débito deverão ser informados pelo declarante.
O débito dos tributos deverá ter sido efetuado para que o registro da DI se concretize.
ANÁLISE FISCAL PARA SELEÇÃO DE CANAL –
PARAMETRIZAÇÃO – ETAPA 5
A DI será submetida à análise fiscal, após o registro, e selecionada para um dos seguintes
canais de conferência aduaneira:
 
Fonte: EnsineMe
VERDE
O sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame
documental e a verificação da mercadoria.
 
Fonte: EnsineMe
AMARELO
Será realizado o exame documental. Não sendo constatada irregularidade, o desembaraço
aduaneiro será efetuado e dispensada a verificação da mercadoria.
 
Fonte: EnsineMe
VERMELHO
A mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da
verificação da mercadoria.
 
Fonte: EnsineMe
CINZA
Serão realizados o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de
procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude,
inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma
específica.
ANEXAÇÃO DIGITAL DE DOCUMENTOS – ETAPA
6
Nessa etapa, deve ser feita a anexação digital de alguns documentos para as DI(s)
selecionadas nos canais amarelo, vermelho e cinza de despacho.
A anexação ― a ser feita no formato PDF ― refere-se aos seguintes documentos:
Extrato da DI, assinado pelo representante do importador;
Via original do conhecimento de carga ou documento equivalente;
Via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;
Romaneio de carga (packing list), quando aplicável;
Comprovante de pagamento do ICMS e/ou guia de liberação de mercadoria sem o
pagamento do ICMS emitida pela Secretaria de Fazenda do estado;
Outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de
legislação específica.
DISTRIBUIÇÃO PARA O FISCAL – ETAPA 7
O importador deverá aguardar e acompanhar, após a recepção dos documentos, a distribuição
do despacho para o auditor fiscal ― responsável pela conferência documental e física (canal
amarelo/vermelho).
AGENDAMENTO/MARCAÇÃO – ETAPA 8
Uma vez nomeado um auditor fiscal, o importador deverá resgatar o processo com esse fiscal,
que já terá acesso à documentação que instrui o despacho anexado digitalmente.
Nesse primeiro contato, o fiscal agenda (marca) a conferência documental ― no caso do canal
amarelo ― e a verificação física da carga ― no caso de canal vermelho.
AGENDAMENTO/POSICIONAMENTO DA
MERCADORIA PARA CONFERÊNCIA – ETAPA 9
A verificação da mercadoria, no despacho de importação, será realizada mediante
agendamento. Por sua vez, o agendamento será realizado em conformidade com as regras
gerais estabelecidas pelo chefe da unidade da Receita Federal com jurisdição sobre o recinto
alfandegado em que a mercadoria se encontre.
O representante deverá verificar os procedimentos para o posicionamento da carga com o
depositário, visto que esse procedimento varia de recinto para recinto.
CONFERÊNCIA ADUANEIRA – ETAPA 10
No dia e horário agendados, o representante do importador deverá comparecer para a
conferência aduaneira. Trata-se de uma etapa pessoal, em que o representante será atendido,
em geral, por ordem de chegada.
Antes da conferência física, é sugerido que o representante se dirija ao local reservado para
conferência a fim de se familiarizar com a carga.
DESEMBARAÇO ADUANEIRO – ETAPA 11
Concluída a conferência aduaneira, a mercadoria será desembaraçada. Nessa etapa, o auditor
fiscal encerra a conferência aduaneira no Siscomex.
Concluído o despacho aduaneiro e autorizada a entrega da mercadoria pela Receita Federal, o
importador deverá cumprir as rotinas de pagamento dos serviços devidos pelo depositário ―
por exemplo, armazenagem, movimentação, pesagem, posicionamento, etc.
ENTREGA DA MERCADORIA AO
IMPORTADOR
A verificação da regularidade do pagamento ou exoneração do AFRMM ― Adicional ao Frete
para a Renovação da Marinha Mercante ― será realizada mediante consulta eletrônica do
Siscomex ao sistema Mercante, do Departamento do Fundo da Marinha Mercante.
Tal verificação deve ser feita para autorizar a entrega, ao importador, da mercadoria importada
por via marítima, fluvial ou lacustre.
A autorização de entrega da mercadoria fica condicionada à:
Vinculação do NIC, indicado na DI, ao correspondente Conhecimento de Embarque (CE)
no sistema mercante pelo importador;
Liberação da carga naquele sistema.
DECLARAÇÃO DE PAGAMENTO OU DE
EXONERAÇÃO DO ICMS
O importador deverá apresentar, por meio de transação própria no Siscomex, a declaração
sobre o ICMS devido no desembaraço aduaneiro da mercadoria submetida ao despacho de
importação.
A declaração de que trata o caput deverá ser efetivada após o registro da DI e constitui
condição para a autorização de entrega da mercadoria desembaraçada ao importador. Na
hipótese de exoneração do pagamento do ICMS, nos termos da legislação estadual
aplicável, o importador deverá indicar essa condição na declaração.
Os dados da declaração serão fornecidos pela Receita Federal à Secretaria de Estado da
Unidade da Federação indicada na declaração, pelo importador, com base no respectivo
convênio para intercâmbio de informações de interesse fiscal.
Entende-se por exoneração do pagamento do ICMS qualquer hipótese de dispensa do
recolhimento do imposto no momento do desembaraço da mercadoria. Nesse caso, estão
incluídos os casos de exoneração, compensação, diferimento, sistema especial de
pagamento ou de qualquer outra situação estabelecida na respectiva legislação estadual.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. SOBRE DESPACHO ADUANEIRO E DESEMBARAÇO ADUANEIRO,
PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) O despacho aduaneiro está contido no desembaraço aduaneiro.
B) O despacho aduaneiro é um conjunto de procedimentos que visam ao desembaraço
aduaneiro.
C) O despacho aduaneiro é a etapa mais importante do desembaraço aduaneiro, pois é a sua
meta.
D) O desembaraço aduaneiro é o procedimento em que se verificam os dados declarados pelo
importador referente à mercadoria importada.
E) As importações não necessitam do desembaraço aduaneiro, apenas do despacho
aduaneiro.
2. LOGO APÓS O REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO,
OCORRE:
A) O licenciamento da importação, que é sujeita à anuência dos órgãos governamentais.
B) A digitalização de documentos para verificar se estão de acordo com a legislação.
C) O despacho aduaneiro.
D) O desembaraço aduaneiro, que é a liberação da mercadoria para a entrada no País.
E) A análise fiscal para seleção de canal.
GABARITO
1. Sobre despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro, podemos afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
 
O desembaraço aduaneiro é composto de várias etapas em que são verificados se os dados
declarados pelo importador, referente à mercadoria importada, estão de acordo com a
legislação. O desembaraço aduaneiro é a última etapa do despacho aduaneiro, que é a
liberação da mercadoria para a entrada no País.
2. Logo após o registro dadeclaração de importação, ocorre:
A alternativa "E " está correta.
 
Logo após o registro da declaração de importação, ocorre a análise fiscal para seleção de um
dos canais para conferência aduaneira. Nesse caso, o canal cinza é o mais restritivo e o verde,
o menos, em que são dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, conhecemos a estrutura do despacho aduaneiro com base na atual legislação
vigente. Além disso, aprendemos as rotinas operacionais do despacho aduaneiro e vimos
como elaborar um fluxo operacional do despacho aduaneiro.
Conseguimos observar, desse modo, a relevância do pleno entendimento do conceito do
despacho aduaneiro e da necessidade de consulta constante à legislação. Também estudamos
os documentos indispensáveis ao despacho aduaneiro e constatamos a importância da
exatidão das informações prestadas, sob pena de punição.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Brasília, DF: [s.d].
LIMA, M. Manual de comércio exterior e negócios internacionais. Rio de Janeiro: Saraiva,
2017.
LUZ, R. Comércio internacional e legislação aduaneira. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
2012.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os tópicos abordados, leia o Manual aduaneiro de importação, no
website da Receita Federal. Neste, pode-se obter informações sobre os procedimentos, os
sistemas e a legislação atualizados e disponíveis.
CONTEUDISTA
Naila Meyre de Céia Freire Sanderson
 CURRÍCULO LATTES
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