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Contabilidade Aula 02 Contas e Teoria das Contas

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CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE – CURSO REGULAR 
PROFESSOR LUIZ EDUARDO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
1 Roteiro 
a) Contas e Teoria das Contas. 
a. Conceito de Conta Contábil 
b. Teorias das Contas 
i. Patrimonialística 
ii. Personalística 
iii. Materialística 
b) Lançamentos. 
a. Conceito 
b. Livros Contábeis e Fiscais 
c. Elementos 
d. Débito e Crédito 
2 Introdução 
Esta terceira aula do nosso curso, que eu reputo como o mais 
importante para os que iniciam o estudo em Contabilidade, é aquela em 
que “os adultos se distinguem das crianças”. Em outras palavras, após 
a leitura – e o entendimento – dos conceitos aqui apresentados (sempre 
de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e à luz do 
conceito de patrimônio, e de fato contábil, já vistos), o aluno estará apto 
a entender a linguagem da Contabilidade. Muito daquilo que – até 
agora – era visto como um emaranhado de conceitos, que não faziam 
muito sentido, mas deviam ser decorados, será visto como algo lógico, 
óbvio. 
Nosso objetivo é que o aluno, ao final da aula, tenha a seguinte 
sensação: mas porque não me disseram isso antes? Sendo esse o 
nosso objetivo, tentaremos – sempre – explicar TUDO nos mínimos 
detalhes, lançando mão de comparações, ilustrações e exemplos. 
Antes de entrar no assunto próprio da aula, faz-se necessário lembrar 
nossa proposta didática de representação do patrimônio, entendido 
como o conjunto de bens, direitos e obrigações, apoiada na metáfora da 
caixa de areia, pois o raciocínio será sempre realizado a partir dessa 
premissa. 
Seja uma caixa de areia, dessas em que nossas crianças brincam – nas 
praças públicas – durante o dia, em finais de semana (e que os gatos 
utilizam, durante a noite, como banheiro). Considere que a caixa tenha 
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um formato quadrado e divida essa caixa ao meio, por uma linha 
vertical, separando dois lados: 
a) o lado esquerdo – representando os bens e direitos 
componentes do patrimônio; e 
b) o lado direito – representando as obrigações componentes do 
patrimônio, bem como a diferença entre bens/direitos e 
obrigações. 
Ora, considerando que o patrimônio é representado como se fosse uma 
caixa de areia e que bens e direitos são itens que aumentam o 
patrimônio, quanto mais bens e direitos no patrimônio, maior a 
quantidade de areia na caixa. Assim, metaforicamente, um bem (ou um 
direito) pode ser encarado, no patrimônio, como um montinho de areia 
do lado esquerdo da caixa de areia e, quanto maior for o valor do bem, 
maior será o tamanho do referido montinho de areia. 
Ainda considerando que o patrimônio seja representado como uma caixa 
de areia, pelo contrário, obrigações seriam itens que reduzem o total do 
patrimônio. Assim, obrigações reduziriam a quantidade de areia 
existente na caixa. Dessa forma, metaforicamente, as obrigações 
podem ser vistas, no patrimônio, como buracos feitos na caixinha de 
areia (de onde foi retirada areia). 
Por fim, o Patrimônio Líquido (que, conforme já visto, não é definido 
como uma obrigação), consiste na diferença entre bens/direitos e 
obrigações. Porém, observa-se que essa diferença corresponde 
exatamente ao valor que ao final da existência da empresa (na extinção 
da pessoa jurídica) deverá ser entregue aos sócios. Assim, 
metaforicamente, entende-se também o Patrimônio Líquido como uma 
“obrigação de longuíssimo prazo e exigibilidade muito pequena”, porém 
– como se trata de valor a ser em algum momento entregue a terceiros 
(sócios) pode ser visto também como um buraco no patrimônio. 
Seguindo nosso modelo de apresentação do patrimônio, temos o 
Patrimônio Líquido (PL) também representado por um buraco na areia. 
Repare que a quantidade de areia do montinho que representa o ativo 
(bens e direitos) é exatamente aquela necessária e suficiente para 
preencher os buracos representantes do passivo (obrigações) e do 
patrimônio líquido (valor a ser um dia entregue aos sócios). Isso está 
de acordo com a equação fundamental do patrimônio já apresentada 
acima: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
Abaixo, apresentamos a representação gráfica do (1) Ativo (conjunto de 
bens e direitos) como montinhos de areia do lado esquerdo da caixa, do 
(2) passivo (obrigações) como buracos na areia do lado direito superior 
da caixa e do (3) patrimônio líquido (diferença entre bens/direitos e 
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obrigações – a ser um dia entregue aos sócios) também como buracos 
do lado direito inferior da caixa de areia. 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
Lembrado esse conceito inicial e partindo do pressuposto de que é 
melhor explicar em excesso, do que pecar, pela falta de explicação, 
vamos ao que interessa. 
3 Contas e Teorias das Contas 
Neste item serão apresentados alguns importantes conceitos, para o 
correto entendimento da contabilidade. Entre esses conceitos, se 
destacam: 
a) o da classificação de contas (patrimoniais e de resultado) 
– explicado pela teoria patrimonialística das contas e que 
permite o entendimento da função de demonstrações 
contábeis. 
b) o da natureza credora ou devedora de contas 
(respectivamente, de passivo e de ativo) – explicado pela 
teoria personalística das contas e que permite o 
entendimento de lançamentos; e 
c) o da relação entre Receitas e Despesas com o Patrimônio 
Líquido (Relativo ao Fechamento do Exercício) – explicado 
pela teoria materialística. 
3.1 Contas 
Para que se tenha idéia clara do conceito de conta contábil, não basta 
sua apresentação. Faz-se necessária, também, sua contextualização no 
sistema de informações contábil – o que será feito em seguida. 
3.1.1 Conceito de conta contábil 
Contas são elementos do patrimônio que merecem registro e controle 
individualizado. Cada grupo de elementos semelhantes, integrantes do 
patrimônio, forma uma “conta” e nela serão registrados os aumentos e 
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reduções de valores, ocorridos no elemento patrimonial (pela ocorrência 
de fatos contábeis). 
Assim, por conta entende-se um nome que agrega elementos 
patrimoniais de características semelhantes e que, por isso, 
demandam controle e acompanhamento conjunto, e em separado dos 
demais elementos patrimoniais. Como exemplo, temos: 
- o nome Veículos, para designar a conta que comporta os 
elementos patrimoniais que possuem características que 
permitam sua classificação como veículos (automóveis de 
passeio, utilitários, caminhões, motocicletas, etc.); 
- o nome Estoques, para designar a conta que comporta os 
elementos patrimoniais que tenham a característica de 
serem destinados à venda ou ao consumo no curto prazo 
(mercadorias, produtos, matéria-prima, itens de 
almoxarifado, etc.); 
- o nome Máquinas e equipamentos, para designar a 
conta que comporta elementos patrimoniais que tenham 
por características o uso nas atividades industriais ou 
administrativas como, por exemplo, computadores, 
prensas, serras, caldeiras, etc.; 
- o nome fornecedores, para designar a conta que indica a 
obrigação de pagar um valor aos fornecedores pela 
aquisição (a prazo) de bens (mercadorias, matérias-primas 
e produtos). 
Até aqui, os exemplos de contas vistos são referentes a nomes que 
representam bens, direitos e obrigações (componentes do patrimônio). 
Entretanto, conforme será visto com detalhes mais adiante neste curso, 
para entendimento da dinâmica patrimonial (o que houve com o 
patrimônio, para que ele tenha ficado da maneira que – nesse instante– 
se apresenta), faz-se necessária a utilização de um tipo de informação 
diferente daquele que foi acima apresentado: trata-se de um elemento 
de informação referente ao patrimônio, mas que não representa 
exatamente um item existente no patrimônio em um determinado 
momento (bem, direito ou obrigação). Ao contrário, trata-se de um 
elemento denotativo de uma razão pela qual o patrimônio tenha 
aumentado (ou diminuído) em um determinado período de 
tempo. Esse também é um elemento importante, com função 
informativa sobre o patrimônio, e merece um nome que o identifique. 
Como exemplos desse tipo de conta temos: 
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- o nome Receita bruta de vendas, designando um motivo 
pelo qual o patrimônio aumentou durante um determinado 
período de tempo; 
- o nome Receita de aluguéis, designando um motivo pelo 
qual o patrimônio aumentou durante um determinado 
período de tempo; 
- o nome Custo da mercadoria vendida, designando um 
motivo pelo qual o patrimônio diminuiu durante um 
determinado período de tempo. 
Dessa forma, repita-se, conta contábil é um nome, que designa um 
elemento do sistema contábil de informações, composto por vários itens 
de características semelhantes. 
Cabe aqui uma breve observação: os nomes escolhidos para referenciar 
as contas existentes em um patrimônio podem ser determinados 
conforme a situação, o interesse e a necessidade de informação de cada 
patrimônio. Assim, cada empresa poderá ter um elenco diferente de 
contas para representar seu patrimônio, pois não há norma 
determinando, de forma cogente, nomes para contas.1 
Em nosso curso, não nos preocuparemos em discutir se as contas 
representam uma idéia que transmita a essência dos itens patrimoniais 
a que se referem (ontologia) ou se são nomes aleatoriamente 
determinados pelos administradores da azienda. Essa é uma 
preocupação da filosofia e que escapa ao nosso interesse. O importante 
é que para cada conjunto de elementos que, pela sua essência ou pela 
vontade dos administradores, tem controle em conjunto (e separado dos 
demais elementos), haverá um nome que o identifique e será conhecido 
como uma conta. 
Pela diversidade de componentes do patrimônio, são utilizadas, pela 
Contabilidade, inúmeras contas. Por isso, cada entidade deverá planejar 
as contas que lhe serão necessárias, considerando seu ramo de 
atividade, suas necessidades internas e transações específicas. 
3.1.2 Contas analíticas e contas sintéticas 
As contas, propriamente ditas (definidas no item anterior), são 
denominadas contas analíticas. Contas analíticas são aquelas que 
 
1 Esta é uma das grandes dificuldades do candidato que, em concursos públicos, 
enfrenta questões de classificação de contas. Esse tipo de questão demanda, na 
maioria das vezes, além de um conhecimento de contabilidade, uma capacidade de 
interpretação de texto e, acima de tudo, uma experiência (somente adquirida com 
leitura de textos sobre o assunto) que permita identificar o sentido usual das palavras 
utilizadas para indicar contas contábeis. 
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demandam controle e acompanhamento em separado das demais. 
Assim, para cada fato contábil ocorrido, serão alterados os valores 
patrimoniais das respectivas contas analíticas envolvidas. 
Exemplificando, quando há compra de móveis a prazo (exemplo visto 
com detalhes na aula 02 – quando do estudo de fatos contábeis): 
- a conta analítica que representa móveis (conta Móveis) 
tem seu valor patrimonial aumentado, pela entrada de 
novos móveis no patrimônio; e 
- a conta analítica que representa a obrigação de pagar 
pelos móveis (conta Fornecedores) tem – também – seu 
valor patrimonial aumentado, pelo surgimento da 
obrigação de pagar pelos móveis adquiridos a prazo. 
Ora, se uma conta (propriamente dita) é uma conta analítica, o que 
seria uma conta sintética? Uma conta sintética é um nome que 
referencia um conjunto de contas analíticas ao mesmo tempo. 
Assim, o valor patrimonial de uma conta sintética é igual à soma 
(algébrica) dos valores patrimoniais das contas analíticas que a 
compõem. 
Como exemplo de uma situação que comporta a existência de contas 
sintéticas e de contas analíticas, podemos citar o caso de uma empresa 
que tenha estabelecimentos comerciais em Porto Alegre e em Novo 
Hamburgo (cidades do estado do Rio Grande do Sul) e que guarde 
dinheiro (em caixa) em ambos os estabelecimentos que possui. 
Na situação acima, haverá um elemento patrimonial representando o 
dinheiro em cada um desses estabelecimentos e cada um será 
representado por uma conta analítica: (1) Caixa - Porto Alegre e (2) 
Caixa - Novo Hamburgo. Adicionalmente, para referenciar o valor 
patrimonial do dinheiro guardado na totalidade dos estabelecimentos da 
empresa, haverá uma conta sintética denominada simplesmente 
Caixa, cujo valor patrimonial será exatamente a soma dos valores 
patrimoniais das contas analíticas (1) Caixa - Porto Alegre e (2) Caixa - 
Novo Hamburgo. 
São exemplos notórios de contas sintéticas as contas denominadas (1) 
Ativo, (2) Passivo e (3) Patrimônio Líquido, já referenciadas em nosso 
curso. A conta sintética Ativo tem um valor patrimonial equivalente à 
soma dos valores patrimoniais de todas as contas analíticas que 
representam bens ou direitos. A conta sintética Passivo tem um valor 
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patrimonial equivalente à soma dos valores patrimoniais de todas as 
contas analíticas que representam obrigações2. 
Resumindo, contas sintéticas são conjuntos formados por contas 
analíticas e, ao contrário, contas analíticas são elementos de conjuntos 
representados por contas sintéticas. 
Uma última observação sobre contas sintéticas ou analíticas: há 
referência a esses termos (em livros e questões) de forma relativa, ou 
seja, uma mesma conta pode ser considerada sintética ou analítica 
dependendo da conta em relação a qual ela está sendo analisada. 
Seguindo o exemplo, já apresentado acima, da conta Caixa, temos que: 
a) a conta Caixa é considerada uma conta sintética, em 
relação às contas (1) Caixa - Porto Alegre e (2) Caixa - 
Novo Hamburgo – pois seu valor patrimonial é composto 
pela soma dos valores patrimoniais das contas Caixa - 
Porto Alegre e Caixa - Novo Hamburgo; e 
b) a mesma conta Caixa pode ser considerada uma conta 
analítica se encarada em relação à conta Ativo – pois seu 
valor patrimonial compõe o valor patrimonial da conta 
Ativo. 
3.1.3 Elementos da conta 
O elementos da conta são as informações que cada conta deve trazer, 
para bem descrever e caracterizar o elemento patrimonial – no sistema 
contábil de informações, são eles: 
a) o nome da conta; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial); 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta 
(Registrados como Débitos ou com Créditos – conforme o 
caso)3; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta 
(Registrados como Débitos ou com Créditos – conforme o 
caso)4; 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final). 
 
2 O Patrimônio Líquido, por suas especificidades (e regramento normativo) será 
estudado mais adiante em nosso curso. 
3 Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver 
Teoria Personalística – adiante nesta aula. 
4 Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver 
Teoria Personalística – adiante nesta aula. 
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Os aumentos e reduções no valor patrimonial da conta ocorrerão 
quando da ocorrência de fatos contábeis que ensejem tais 
aumentos/reduções. O registro desses aumentos e dessas reduções 
(lançamento) será efetuado de acordo com a natureza de cada conta. 
3.1.4 Plano de Contas 
À relação lógica e ordenada dos títulos das contas que serão utilizadas 
para demonstrar o patrimônio de uma azienda e as respectivas 
mutações, dá-se o nome de “Plano de Contas”. 
Um plano de contas, portanto, é um conjunto de contas que representa 
o patrimônio por completo (bem como os motivos pelos quais este 
patrimônio pode aumentar ou diminuir – durante um exercício). Um 
plano de contas deve conter a relação de todas as contas, cada uma 
delas com uma respectiva explicação de sua função, do seu 
funcionamento, de sua abrangência e relacionada e um número de 
codificação. 
Importante, o nome dado à relação de todas as contas (componentes do 
plano de contas da empresa), cada uma seguida de seu saldo é 
balancete de verificação. Até aqui, utilizamos a idéia do balancete de 
verificação para representar situações patrimoniais iniciais (antes da 
ocorrência de um fato contábil – objeto de estudo) e situações 
patrimoniais final (imediatamente após a ocorrência de um fato 
contábil). Daqui por diante, continuaremos utilizando balancetes de 
verificação para (conforme o próprio nome diz) verificar a situação de 
um patrimônio em um determinado momento. 
3.2 Teorias das Contas 
Apresentado o conceito de conta contábil, acima, parece ficar faltando 
alguma coisa. O estudante, nesta altura (mormente aquele que já teve 
algum contato com a Contabilidade), pode se perguntar acerca da razão 
pela qual os conceitos já apresentados (apesar de claros) não são 
suficientes para explicar, por exemplo: (1) a razão da existência de 
débitos e créditos, entre as informações constantes de contas, ou (2) a 
razão pela qual há contas que não representam nem bens, nem direitos 
nem obrigações, mas que também são representadas por débitos e 
créditos. 
Essas dúvidas serão sanadas agora, com a leitura dos itens a seguir, 
componentes do presente tópico da matéria. Esses itens, que tratam 
das teorias das contas (Patrimonialística, Personalística e Materialística), 
trazem relevantes informações que são complementadas pela leitura do 
próximo tópico, que, a partir dos conceitos aqui apresentados, classifica 
as contas contábeis por diferentes critérios. 
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Antes de adentrar ao assunto, porém, cabe fazer uma ressalva. Toda e 
qualquer teorias, que consiste em mero modelo de apreensão da 
realidade, apresenta vantagens e desvantagens. A desvantagem de 
uma teoria/modelo reside no fato de que, tratando-se de uma 
simplificação de algo que é – notadamente – complexo, acaba por 
perder detalhes do objeto estudado. A vantagem, porém, reside no fato 
de que a teoria, simplificando algo complexo, possibilita conhecer e 
entender (ainda que em parte) sua essência. Portando, nenhuma das 
teorias das contas é completa, mas, sem dúvida, em seu conjunto, 
muito contribuem para a compreensão de como se opera o processo 
contábil. 
3.2.1 Teoria Patrimonialística 
A escola patrimonialista distingue os elementos que compõem o 
patrimônio (estática patrimonial) dos elementos que o modificam 
(dinâmica patrimonial). Com base nesta teoria, surgiu uma importante 
classificação das contas, pela qual estas são divididas em patrimoniais 
(representativas do aspecto estático) e de resultado (as quais 
demonstram a dinâmica patrimonial). 
Esta teoria reflete o pensamento contábil mais moderno quanto à 
classificação das contas, que se reflete nos principais demonstrativos 
contábeis exigidos pela Lei das S/A (Lei 4.5050, de 1976 – e alterações 
posteriores), quais sejam: (1) o Balanço Patrimonial e (2) a 
Demonstração do Resultado do Exercício. 
Apresentada a teoria – do ponto de vista teórico, conforme constante de 
todo bom livro de Contabilidade – vamos aprofundar a análise, no 
intuito de aproveitar idéias, dessa teoria, que nos ajudem a entender o 
sistema de informações contábil. Para isso, vamos aplicar o conceito 
considerando a passagem do tempo – apresentando a informação 
contábil ao longo de um determinado período denominado exercício. 
Exercício é o período de 12 meses, não necessariamente coincidente 
com o ano civil5, mas com início e fim determinados pelos órgãos de 
administração da Azienda. Nesse período, é possível verificar a 
existência de: (1) uma configuração inicial e uma configuração final para 
o patrimônio (o que permite, justamente a comparação do patrimônio 
final em relação a sua configuração anterior – 12 meses antes) e (2) 
informações que permitem verificar se, nesse período de 12 meses, o 
patrimônio aumentou ou diminuiu (e as razões desse 
aumento/diminuição). 
 
5 O ano civil que vai de 01/01 até 31/12. 
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Assim, de acordo com a sistemática de apresentação de informações 
acerca do patrimônio, utilizada pela contabilidade, (a) no início do 
exercício, (b) durante o exercício e (c) ao final do exercício, ocorre o 
seguinte: 
a) No início do exercício, o patrimônio deverá apresentar uma 
determinada configuração (com bens e direitos – Ativo, obrigações – 
Passivo e a respectiva diferença – Patrimônio Líquido). Repare que, 
conforme definições já vistas neste curso, nesse momento, o patrimônio 
apresentado deve refletir uma igualdade � Ativo (-) Passivo (=) 
Patrimônio Líquido. Abaixo, apresentamos esquematicamente o 
patrimônio no início do período: 
iniciais iniciais
iniciais iniciais
Patrimônio Inicial 
Ativo-i Passivo-i
--------------------------- Patrimônio Líquido-i
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
b) Durante o período (exercício), ocorrem Fatos Contábeis e, portanto, 
há modificação no patrimônio inicial (com o aumento ou a redução do 
valor patrimonial de bens, direitos e obrigações constantes do 
patrimônio inicial). Esses Fatos Contábeis podem ser Fatos 
Permutativos (sem alteração do valor total do patrimônio, mas com 
simples troca de valores entre elementos patrimoniais). Esses Fatos 
Contábeis podem ser – também – Fatos Modificativos ou Mistos (que 
alteram o valor total do patrimônio, para mais ou para menos). Na 
ocorrência de Fatos Mistos ou Modificativos, o Patrimônio Líquido tem 
seu valor alterado, mas essas alterações do valor do Patrimônio Líquido 
não são imediata e diretamente registradas nele. É como se, do 
Patrimônio Líquido, fossem retiradas temporariamente informações e 
guardadas em algumas contas especiais (de Resultado). 
As informações sobre os motivos que ensejaram aumentos de 
patrimônio durante o exercício (e respectivos valores, genericamente 
denominadas Receitas), bem como as informações sobre os motivos que 
ensejaram reduções do patrimônio durante o exercício (e respectivos 
valores, genericamente denominadas Despesas) ficam registradas em 
contas especiais – CONTAS DE RESULTADO. 
Esquematicamente, temos a seguinte situação: 
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- Entre as contas patrimoniais temos (1) bens e direitos – 
Ativo (representado por montinhos de areia), (2) obrigações – 
Passivo (representado por buracos na areia) e (3) o valor da 
diferença entre Ativo e Passivo – valor inicial do Patrimônio 
Líquido (também representado por um buraco na areia); 
- Entre contas de resultado, temos (1) os motivos que 
ensejam redução no patrimônio, e respectivos valores – 
Despesas (representadas por uma latade lixo, onde se joga fora 
patrimônio, reduzindo-o) e (2) os motivos que ensejam aumento 
do patrimônio, e respectivos valores – Receitas (representadas 
por um pára-quedas, trazendo patrimônio novo – que cai do céu 
na azienda, aumentando seu patrimônio). 
A seguir, apresentamos uma figura, ilustrando os conceitos acima 
descritos, relativos a contas patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido) e a contas de resultado (Despesas e Receitas): 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Bens e Direitos (-) Obrigações
Bens e Direitos Obrigações 
 
 Essas contas, de resultado, têm uma vida efêmera – e data 
prevista para morrer – pois, ao final do exercício elas têm seu saldo6 
zerado (reduzido a zero) e o valor líquido nelas registrado (somatório 
das receitas, deduzido do somatório das despesas) transferido, de volta, 
para o Patrimônio Líquido – visto que receitas e despesas podem ser 
 
6 Conforme já apresentado, o saldo de uma conta é o valor nela registrado. 
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encaradas como informações sobre o comportamento do tamanho do 
Patrimônio Líquido, durante o exercício. 
Dessa maneira, durante o exercício, a igualdade (Ativo – Passivo = 
Patrimônio Líquido), característica da equação fundamental do 
patrimônio, fica temporariamente quebrada, pois o valor registrado no 
Patrimônio Líquido permanece “imexível”7 durante todo o exercício, 
sendo que o valor dos aumentos e reduções do Patrimônio Líquido 
(Receitas e Despesas, respectivamente), cujo saldo líquido restaura a 
igualdade (entre Ativo (-) Passivo e Patrimônio Líquido), fica registrado 
em contas a parte – contas de resultado. 
c) ao final do exercício, com o valor líquido da Receitas e Despesas, 
antes registrado em contas de resultado, transferido para o Patrimônio 
Líquido, a igualdade (Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido) é restaurada 
e é possível demonstrar a situação patrimonial final, conforme abaixo. 
finais finais
finais finais
Patrimônio Final 
Ativo-f Passivo-f
--------------------------- Patrimônio Líquido-f
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
A partir dos conceitos até aqui apresentados, é possível visualizar o 
modelo contábil de representação do patrimônio, e suas alterações no 
tempo (durante o exercício) conforme a seguir: 
 
7 Como dizia o ex-Ministro do Trabalho. 
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Ativo Passivo Ativo Passivo
------- PL ------- PL
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
Exercício
 
Pela figura acima, é possível visualizar as diferentes finalidades das 
diferentes informações trazidas ao usuário pelos saldos das contas 
Patrimoniais e de Resultado: 
- o saldo uma conta patrimonial (representando bens, 
direitos ou obrigações) informa o valor do respectivo 
elemento patrimonial – em um dado momento –, daí o 
nome de Estática Patrimonial, dado pela teoria 
patrimonialística a esse tipo de conta (numa alusão à idéia 
de fotografia – parada – do patrimônio); 
- o saldo de uma conta de resultado (representando receitas 
ou despesas) indica o motivo pelo qual o patrimônio teve 
seu valor majorado ou reduzido – durante um período de 
tempo, o exercício –, daí o nome de Dinâmica Patrimonial, 
dado pela teoria patrimonialística a esse tipo de conta 
(numa alusão à idéia de filme – em movimento e referente 
a um período de tempo – do patrimônio). 
Metaforicamente, encaro a relação entre as informações relativas a 
contas patrimoniais e a contas de resultado da mesma forma que 
interpreto o conteúdo de reportagens da revista “Pense Leve”8, 
especificamente na coluna “Antes e Depois”. Nessa coluna, são 
mostradas fotos de pessoas antes e depois da reeducação alimentar, 
sendo que – entre as fotos – há um breve texto contando o que foi feito 
no período (compreendido entre os momentos em que as duas fotos 
foram tiradas), para que o corpo da pessoa (seu “patrimônio”) tivesse 
sofrido a transformação mostrada pela comparação das duas fotos. Em 
outras palavras, na coluna “Antes e Depois” da Revista Pense Leve, são 
 
8 A revista Pense Leve, é uma revista que trata de assuntos relacionados à saúde e 
alimentação, patrocinada pela organização “Vigilantes do Peso”. 
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mostradas duas situações “patrimoniais” (antes e depois da reeducação 
alimentar) e, no texto, são relatados os motivos que ensejaram a 
alteração do “tamanho do patrimônio” – corpo da pessoa. 
Ora, é exatamente isso que acontece, entre o momento inicial e final do 
exercício. São relatados (na forma de registro de receitas e despesas) 
os motivos pelos quais o tamanho do patrimônio foi alterado entre o 
início e o final do exercício. 
Apenas lembrando, contas patrimoniais têm vida indefinida, mantendo 
suas informações no sistema contábil enquanto houver valor naquele 
elemento do patrimônio. Ao contrário, contas de resultado têm seu 
período de vida limitado a um exercício (período de 12 meses). Para 
não esquecer, pensem nas contas de resultados como Replicantes,9 
semelhantes em tudo a seres humanos (até mesmo mais fortes e 
inteligentes), porém, com data marcada para morrer. Seres humanos 
(tal qual contas patrimôniais) têm sua existência caracterizada por um 
tempo indefinido, replicantes, no entanto, têm sua existência pré-
definida – morrendo ao final do período. 
Assim as contas de resultado podem ser encaradas como replicantes, 
que servem para armazenar informações sobre aumentos e reduções do 
patrimônio e que têm data para morrer (o final do exercício) quando sua 
alma (o valor líquido neles registrado) vai para o céu (para o Patrimônio 
Líquido – lugar a que pertencem), restaurando o equilíbrio (Ativo – 
Passivo = Patrimônio Líquido). 
3.2.2 Teoria Personalística 
A Teoria Personalística tem o mérito de esclarecer uma das maiores 
dúvidas daqueles que iniciam o estudo da Contabilidade, e que pode ser 
resumida em duas perguntas (que freqüentemente assolam a mente e a 
alma dos estudantes) a seguir reproduzidas. 
- Por que os valores do Ativo, que têm uma conotação 
positiva no patrimônio, são registrados como DÉBITOS 
(débitos nos passam uma idéia negativa) e os valores do 
Passivo que, ao contrário, têm uma conotação negativa no 
patrimônio, são registrados como CRÉDITOS (créditos nos 
passam uma idéia positiva)? 
- Por outro lado, os valores de Receitas, que trazem uma 
idéia positiva para o patrimônio, são registrados como 
CRÉDITOS (o que está de acordo com o senso comum) e 
 
9 Replicantes são andróides – personagens do inesquecível filme da década de 80 
Blade Runner (O Caçador de Andróides), estrelado pela Daryl Hanna, pelo Harisson 
Ford e pelo Rutger Hauer. 
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os valores de Despesas que, ao contrário, trazem uma 
idéia negativa para o patrimônio, são registrados como 
DÉBITOS (o que também está de acordo com o senso 
comum). Por que a Contabilidade de vez em quando é 
lógica e de vez em quando é louca? 
Em resposta a essa indagação, já vi várias tentativas de explicação 
(erradas!), com as quais não podemos concordar. A seguir, 
apresentamos duas delas (as mais recorrentes). 
a) Isso é mera convenção! Não ligue para isso, decore e vá em 
frente no estudo da matéria... 
b) Meu amigo, vou lhe dar uma dica... pense certo e depois 
inverta,vai funcionar na maioria das vezes (depois você acaba 
se acostumando a fazer o registro desse jeito) ... 
Entendo que a primeira tentativa de explicação esteja equivocada 
porque não explica nada. Ora, toda nomenclatura utilizada para 
referenciar fatos humanos (como é o caso do patrimônio) é, de alguma 
maneira, convencionada por pessoas. O que importa saber, portanto, 
não é que há uma convenção (isso é óbvio!), o ponto é saber a razão 
dessa convenção. Sabendo essa razão, o entendimento e a 
memorização ficam sobremaneira facilitados. 
A segunda tentativa está claramente equivocada, se pensando correto 
chegássemos a uma conclusão diversa daquela situação que estamos 
querendo demonstrar, a situação é que estaria errada (e não nossa 
conclusão). Além do mais, essa tentativa de explicação não resolve 
todos os casos, porque o registro de débitos e créditos nem sempre é 
contrário ao senso comum. 
É a Teoria Personalística que responde – com impressionante clareza – 
esses questionamentos. Portanto, vamos a ela. 
A Teoria Personalística vincula a conta à pessoa responsável pelos 
procedimentos administrativos a ela relacionados. Assim, quando se 
pensa em uma conta contábil, de acordo com essa teoria não se deve 
levar em consideração o objeto que a conta representa (bem, direito, 
obrigação, diferença entre bens/direitos/obrigações, razões para 
aumento ou redução do patrimônio), mas sim o sujeito que se relaciona 
com a empresa/azienda através daquele objeto. 
Em outras palavras, segundo essa teoria, para entender a natureza da 
conta, não se deve olhar para o objeto que a conta representa, mas sim 
para a pessoa que está ligada à empresa/azienda através daquele 
objeto. 
As contas, segundo a teoria Personalística, são classificadas em: 
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a) contas de agentes consignatários – representando BENS 
(ativo); 
b) contas de agentes correspondentes: 
• a débito – representando DIREITOS (ativo); 
• a crédito – representando OBRIGAÇÕES (passivo) 
c) contas dos proprietários – representando (1) a DIFERENÇA 
ENTRE BENS/DIREITOS e OBRIGAÇÕES (patrimônio líquido), 
(2) os AUMENTOS dessa diferença (Receitas) e (3) as 
REDUÇÕES dessa diferença (Despesas). 
3.2.2.1 Contas dos agentes consignatários 
As contas dos agentes consignatários são as que referenciam todos 
os bens – ATIVO – da empresa/azienda. Os agentes consignatários são 
os funcionários e gerentes da empresa. A palavra consignar, segundo o 
Novo Dicionário AURÉLIO da Língua Portuguesa, tem o sentido de 
confiar, ou enviar (mercadorias) a alguém, para que as negocie ou em 
comissão. Assim, metaforicamente, entende-se que os bens da 
empresa/azienda estão consignados (confiados) aos respectivos 
empregados, que deverão cuidar deles e, no caso de perda, deverão 
prestar contas à empresa/azienda. 
Ora, se um bem está confiado/consignado a alguém (ao empregado) 
pela empresa/azienda, esse alguém deve o valor desse bem à 
empresa/azienda, no caso de perda ou deterioração10. 
Exemplificando: 
a) O dinheiro em caixa – existente no patrimônio de uma empresa 
– está consignado ao Tesoureiro dessa empresa. O Tesoureiro, 
portanto, deve à empresa o valor desse dinheiro. Quanto mais 
dinheiro em caixa, mais o Tesoureiro deve à empresa. Dessa 
forma, o dinheiro, quando entra no caixa da empresa, é 
registrado como um débito. Ao contrário, o dinheiro, quando 
sai do caixa da empresa, deverá ser registrado como um 
crédito (o contrário do débito, pois diminui o valor que o 
Tesoureiro deve à empresa). 
 
10 Para ilustrar essa conclusão, basta lembrar de uma situação muito comum na classe 
média brasileira: a de se deixar o carro, em consignação, com um comerciante de 
carros usados, para que ele tente vendê-lo. Nesse caso, o comerciante fica nos 
devendo explicações sobre o que fez com o carro e, caso o perca, deverá nos pagar o 
valor do carro. Assim, o comerciante, enquanto estiver com nosso carro, fica sendo 
nosso devedor, no valor desse carro. 
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b) Com relação ao estoque de mercadorias, o agente 
consignatário seria o Almoxarife (empregado responsável pela 
administração de materiais na empresa). O estoque de 
mercadorias – existente no patrimônio da uma empresa – está 
consignado ao Almoxarife dessa empresa. O Almoxarife, 
portanto, deve à empresa o valor dessa mercadoria. Quanto 
mais mercadoria no estoque da empresa, mais o Almoxarife 
deve à empresa. Dessa forma, a mercadoria, quando entra no 
estoque da empresa, é registrada como um débito. Ao 
contrário, a mercadoria, quando sai do estoque da empresa, 
deverá ser registrada como um crédito (o contrário do débito, 
pois diminui o valor que o Almoxarife deve à empresa). 
c) Mais um último exemplo, relativo a máquinas e equipamentos. 
O agente consignatário das máquinas e equipamentos seria o 
Diretor Industrial (responsável pelo parque fabril da empresa). 
As máquinas e equipamentos – existentes no patrimônio da 
empresa – estão consignadas ao Diretor Industrial dessa 
empresa. O Diretor Industrial, portanto, deve à empresa o 
valor dessas máquinas e equipamentos. Quanto mais 
máquinas e equipamentos na empresa, mais o Diretor 
Industrial deve à empresa. Dessa forma, as máquinas e 
equipamentos, quando entram no patrimônio da empresa, são 
registradas como débitos. Ao contrário, as máquinas e 
equipamentos, quando saem do patrimônio da empresa, 
deverão ser registradas como créditos (o contrário do débito, 
pois diminui o valor que o Diretor Industrial deve à empresa). 
Concluindo: os bens componentes do patrimônio das empresas (ou, 
genericamente, das aziendas) têm natureza devedora – aumentam de 
valor a débito e reduzem seu valor a crédito. 
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e 
aplicando-os aos BENS (contas dos agentes consignatários) temos: 
a) o nome da conta – nome do bem a que a conta se refere; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – de 
natureza devedora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – registrados 
como débitos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – registrados 
como créditos; 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – de 
natureza devedora. 
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Retornando à metáfora da caixa de areia, já referenciada nas duas 
primeiras aulas de nosso curso, ou seja, considerando o Patrimônio 
como uma caixa de areia que contém (1) ativos – representados como 
montinhos de areia, (2) passivos – representados como buracos na 
areia e (3) o Patrimônio Líquido – representados também como buracos 
na areia, temos que os BENS (contas dos agentes consignatários), na 
qualidade de ativos, são representados por montinhos de areia. Seja, 
para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por R$ 
50.000,00 em dinheiro (e nenhuma obrigação), abaixo. 
Dinheiro 50.000,00 Obrigações - 
Diferença (A-P) 50.000,00 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
 
Considerando, também – conforme já visto – que um aumento do valor 
do BEM corresponde a um débito, para que o montinho aumente, é 
necessário colocar areia nele. Assim, o débito de valores em uma conta 
contábil que represente um BEM, pode ser metaforicamente encarado 
como a aplicação de areia no montinho que representa esse bem, 
aumentando seu tamanho. No caso, a entrada de R$ 10.000,00 em 
dinheiro no caixa deve ser registrada como um débito de R$ 10.000,00 
na conta caixa e pode ser interpretada – metaforicamente– como a 
aplicação de “dez mil grãos de areia” no elemento patrimonial dinheiro 
em caixa, conforme esquematicamente apresentado a seguir. 
ação
areia aplicada no montinho
Conseqüência
Dinheiro ==> de 50.000,00 para 60.000,00 
- o montinho aumenta de tamanho
- a conta representativa do bem aumenta de saldo
Conclusão
Débitos em contas representativas de bens podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um montinho de areia. 
Ao contrário, analisando o crédito, partindo do mesmo exemplo, a saída 
de R$ 10.000,00 em dinheiro do caixa deve ser registrada como um 
crédito de R$ 10.000,00 na conta caixa e pode ser interpretada – 
metaforicamente – como a retirada de “dez mil grãos de areia” no 
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elemento patrimonial dinheiro em caixa, reduzindo o tamanho do 
montinho que representa este BEM, conforme esquematicamente 
apresentado a seguir. 
ação
retirada de areia do montinho
Conseqüência
Dinheiro ==> de 50.000,00 para 40.000,00 
- o montinho diminui de tamanho
- a conta representativa do bem reduz o saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de bens podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um montinho de areia. 
3.2.2.2 Contas dos agentes correspondentes (a débito e a 
crédito) 
As contas de agentes correspondentes – que correspondem aos direitos 
e obrigações – se subdividem em contas dos agentes correspondentes a 
débito (DIREITOS - Ativo) e em contas dos agentes correspondentes a 
crédito (OBRIGAÇÕES – Passivo). 
3.2.2.2.1 Contas dos agentes correspondentes a débito 
As contas dos agentes correspondentes a débito são as que 
referenciam todos os direitos – ATIVO – da empresa/azienda. Os 
agentes correspondentes a débito são aqueles que contrataram com a 
empresa e, no âmbito desse contrato, deram a ela algum direito. Assim, 
entende-se que os direitos da empresa/azienda são devidos por 
agentes que se correspondam com a empresa através desses direitos. 
Ora, se a empresa tem um direito, é porque alguém deve algo a ela. 
Portanto, o agente correspondente é devedor da empresa exatamente 
no valor do direito que a empresa possui, permitindo, assim, que a 
empresa exija dele a satisfação de seu direito. 
Exemplificando: 
a) Vamos analisar, inicialmente, o direito que da empresa, de 
exigir que clientes paguem pelas vendas a prazo realizadas, 
registrado na conta clientes. Os clientes devem à empresa o 
valor das mercadorias vendidas a prazo, assim, quanto maior 
for o direito da empresa, de receber dos clientes, mais os 
clientes devem à empresa. Dessa forma, o surgimento (ou o 
aumento) do direito (de exigir que o cliente pague pelas vendas 
a prazo), na empresa, é registrado como um débito (porque o 
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cliente fica devendo esse valor à empresa). Ao contrário, 
quando deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) nesse 
direito, deverá ser registrado um crédito (o contrário do débito, 
pois diminui o valor que o cliente deve à empresa). 
b) Agora, vamos analisar o caso de um dos direitos mais 
conhecidos de uma empresa (e que é responsável por uma 
grande confusão de conceitos – conforme veremos em seguida) 
– o direito que a empresa tem de sacar seu dinheiro do banco – 
registrado na conta banco conta movimento. O banco deve à 
empresa o valor por ela nele depositado (e, portanto, deve 
permitir que ela exerça o direito de retirar seu dinheiro quando 
assim o desejar), assim, quanto maior for o direito da empresa, 
de sacar seu dinheiro do banco, mais o banco deve à empresa. 
Dessa forma, o depósito de valores em conta bancária, que 
corresponde ao surgimento (ou ao aumento) do direito (de 
sacar esse valor da conta) no patrimônio da empresa, é 
registrado como um débito (porque o banco fica devendo esse 
valor à empresa). Ao contrário, o saque de valores da conta 
bancária, que corresponde ao desaparecimento (ou à 
diminuição) desse direito, deverá ser registrado como um 
crédito (o contrário do débito, pois diminui o valor que o banco 
deve à empresa). 
Conforme havíamos dito, essa explicação (sobre a conta banco conta 
movimento), perfeitamente lógica e de acordo com a teoria 
personalística, geralmente, faz uma confusão nos conceitos já 
conhecidos do estudante que está vendo pela primeira vez a teoria. 
A confusão decorre do fato de que – geralmente – o estudante nunca 
viu um sistema contábil de informações com registro de depósitos 
bancários a débito, mas, geralmente, tendo uma conta corrente própria, 
em algum banco, já viu o seu extrato bancário. E, no extrato bancário, 
sempre que ele realiza um depósito de valores em sua conta corrente, é 
apontado o registro de um CRÉDITO; ao contrário, quando ele realiza 
um saque de sua conta corrente, é apontado o registro de um DÉBITO. 
Assim, o estudante pode pensar: – Muito bem, o que foi acima 
colocado, apesar de lógico, não resiste à dura realidade, pois em meu 
extrato bancário, o depósito, que enseja o surgimento do direito de 
sacar, está demonstrado como um crédito e o saque, que enseja o 
desaparecimento desse direito, está demonstrado como um débito. E 
concluir: – Ou eu não entendi nada ou a teoria está errada. 
Aproveito o ensejo para esclarecer que o problema não está no 
estudante, nem na teoria. O PROBLEMA ESTÁ NOS BANCOS! Os 
bancos não têm o menor respeito por nós (meros correntistas), pois, 
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quando nós pedimos para ver o nosso extrato bancário, o banco 
(além de nos cobrar uma tarifa por isso), não nos mostra o nosso 
extrato bancário (em outras palavras, não nos mostra a evolução do 
nosso direito). Ao invés disso, o banco nos mostra um pedaço de sua 
própria contabilidade – onde figura (é claro) sua obrigação de nos 
permitir sacar nosso dinheiro nele depositado. O extrato bancário que o 
banco nos mostra não se refere ao nosso direito (ativo), mas a sua 
obrigação (passivo). Aí sim, conforme veremos a seguir, o passivo tem 
aumentos registrados a crédito e reduções registradas a débito. 
Concluindo: os direitos componentes do patrimônio das empresas (ou, 
genericamente, das aziendas) têm natureza devedora – aumentam de 
valor a débito e reduzem seu valor a crédito. 
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e 
aplicando-os aos DIREITOS (contas dos agentes correspondentes a 
débito) temos: 
a) o nome da conta – nome do direito a que a conta se refere; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – 
de natureza devedora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – 
registrados como débitos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – 
registrados como créditos; 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – 
de natureza devedora. 
Retornando à metáfora da caixa de areia, o que faremos quase sempre 
daqui em diante, ou seja, considerando o Patrimônio como uma caixa de 
areia que contém (1) ativos – representados como montinhos de areia, 
(2) passivos – representados como buracos na areia e (3) o Patrimônio 
Líquido – representados também como buracos na areia, temos que os 
DIREITOS (contas dos agentes correspondentes a débito), na qualidade 
de ativos, são representados por montinhos de areia. Seja, para fins de 
ilustração, o patrimônio composto somente por R$ 50.000,00 em 
depósito bancário (e nenhuma obrigação), abaixo. 
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Banco 50.000,00 Obrigações - 
Diferença (A-P) 50.000,00 
Ativo Passivo--------------------------- Patrimônio Líquido
 
Considerando, também – conforme já visto – que um aumento do valor 
do DIREITO corresponde a um débito, para que o montinho aumente, é 
necessário colocar areia nele. Assim, o débito de valores em uma conta 
contábil que represente um DIREITO, pode ser metaforicamente 
encarado como a aplicação de areia no montinho que representa esse 
direito, aumentando seu tamanho. No caso, a entrada de R$ 10.000,00 
na conta-corrente bancária deve ser registrada como um débito de R$ 
10.000,00 na conta contábil Banco e pode ser interpretada – 
metaforicamente – como a aplicação de dez mil grãos de areia no 
elemento patrimonial Banco, conforme esquematicamente apresentado 
a seguir. 
ação
areia aplicada no montinho
Conseqüência
Depósito Bancário ==> de 50.000,00 para 60.000,00 
- o montinho aumenta de tamanho
- a conta representativa do direito aumenta de saldo
Conclusão
Débitos em contas representativas de dirietos podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um montinho de areia. 
Ao contrário, analisando o crédito, partindo do mesmo exemplo, a saída 
de R$ 10.000,00 da conta-corrente bancária deve ser registrada como 
um crédito de R$ 10.000,00 na conta contábil Banco e pode ser 
interpretada – metaforicamente – como a retirada de dez mil grãos de 
areia do elemento patrimonial Banco, reduzindo o tamanho do montinho 
que representa este DIREITO, conforme esquematicamente apresentado 
a seguir. 
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ação
retirada de areia do montinho
Conseqüência
Depósito bancário ==> de 50.000,00 para 40.000,00 
- o montinho diminui de tamanho
- a conta representativa do direito reduz o saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de direitos podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um montinho de areia. 
Como o Ativo é composto por bens e direitos e, conforme já vimos, 
tanto os bens como os direitos têm natureza devedora, conclui-se que o 
Ativo (como um todo) tem natureza devedora – aumenta de valor a 
débito e reduz seu valor a crédito. 
3.2.2.2.2 Contas dos agentes correspondentes a crédito 
As contas dos agentes correspondentes a crédito são as que 
referenciam todas as obrigações – PASSIVO – da empresa/azienda. 
Os agentes correspondentes a crédito são aqueles que contrataram com 
a empresa e, no âmbito desse contrato, a sujeitaram a alguma 
obrigação. Assim, metaforicamente, entende-se que as obrigações da 
empresa/azienda são créditos da titularidade de agentes que se 
correspondam com a empresa através dessas obrigações. 
Ora, se a empresa tem uma obrigação, é porque alguém é credor dela 
em algum valor. Portanto, o agente correspondente é credor da 
empresa exatamente no valor da obrigação que a empresa contraiu, 
fazendo, assim, com que a empresa possa ser exigida do cumprimento 
da obrigação. 
Exemplificando: 
a) Vamos analisar, inicialmente, a obrigação que a empresa tem, 
de pagar pelas compras realizadas a prazo, registrada na conta 
fornecedores. Os fornecedores são credores da empresa no 
valor das mercadorias por ela compradas a prazo, assim, 
quanto maior for a obrigação da empresa, de pagar os 
fornecedores, mais os fornecedores detém créditos contra a 
empresa. Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) da 
obrigação (de pagar pelas compras a prazo) no patrimônio da 
empresa, é registrado como um crédito (porque o fornecedor 
fica credor da empresa nesse valor). Ao contrário, quando 
deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) nessa obrigação, 
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deverá ser registrado um débito (o contrário do crédito, pois o 
valor do crédito do fornecedor, contra a empresa, diminui). 
b) Agora, vamos analisar o caso da obrigação referente a um 
empréstimo tomado junto a um banco – registrada na conta 
Empréstimos bancários. O banco é credor da empresa no 
valor do empréstimo ela dele tomado (e, portanto, pode exigir 
que seu dinheiro seja devolvido – pela empresa – nos termos 
do contrato de empréstimo celebrado), assim, quanto maior for 
a obrigação da empresa, de pagar o empréstimo ao banco, 
mais o banco é credor da empresa. Dessa forma, a 
contratação de empréstimos bancários, que corresponde ao 
surgimento (ou ao aumento) da obrigação (de devolver o valor 
tomado) no patrimônio da empresa, é registrada como um 
crédito (porque o banco fica credor da empresa nesse valor). 
Ao contrário, a quitação do empréstimo, que corresponde ao 
desaparecimento (ou à diminuição) dessa obrigação, deverá ser 
registrada como um débito (o contrário do crédito, pois diminui 
o valor do qual o banco é credor da empresa). 
Repare que, voltando ao caso do depósito bancário, do ponto de vista do 
patrimônio do banco trata-se de uma obrigação (do banco para com o 
cliente). Trata-se da obrigação de permitir que o correntista efetue o 
saque do valor antes depositado. Ora, como toda obrigação, essa 
(constante do patrimônio do banco) deve ser registrada (no patrimônio 
do banco) como um crédito. É por isso que o banco (ao nos apresentar 
nosso extrato) apresenta um crédito quando nós efetuamos um depósito 
bancário – ele está, tão somente, apresentando o registro de sua 
obrigação (a crédito) de permitir o saque do valor antes depositado. 
Isso elucida o fato de que, no extrato de conta-corrente bancária, um 
depósito realizado por uma empresa em sua conta aparece como um 
crédito, enquanto em sua contabilidade, esse mesmo depósito deve 
estar registrado com um débito. 
Concluindo: as obrigações componentes do patrimônio das empresas 
(ou, genericamente, das aziendas) têm natureza credora – aumentam 
de valor a crédito e reduzem seu valor a débito. Como o Passivo é 
composto por obrigações, que têm natureza devedora, conclui-se que o 
Passivo (como um todo) tem natureza credora – aumenta de valor a 
crédito e reduz seu valor a débito. 
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e 
aplicando-os às OBRIGAÇÕES (contas dos agentes correspondentes a 
crédito) temos: 
a) o nome da conta – nome da obrigação a que a conta se refere; 
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b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – 
de natureza credora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – 
registrados como créditos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – 
registrados como débitos; 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – 
de natureza credora. 
Retornando, mais uma vez, à metáfora da caixa de areia, ou seja, 
considerando o Patrimônio como uma caixa de areia que contém: (1) 
ativos – representados como montinhos de areia, (2) passivos – 
representados como buracos na areia e (3) o Patrimônio Líquido – 
representados também como buracos na areia, temos que as 
OBRIGAÇÕES (contas dos agentes correspondentes a crédito), na 
qualidade de passivos, são representados por buraquinhos cavados de 
areia. Seja, para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por 
R$ 50.000,00 em dinheiro e uma obrigação de R$ 20.000,00, de pagar 
fornecedores, abaixo. 
Banco 50.000,00 Fornecedores 20.000,00 
Diferença (A-P) 30.000,00 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
 
Considerando, também – conforme já visto – que um aumento do valor 
de uma OBRIGAÇÃO corresponde a um crédito, para que o buraco 
aumente, é necessário retirar areia dele. Assim, o crédito de valores em 
uma conta contábil que represente OBRIGAÇÃO, pode ser 
metaforicamente encarado como a retirada de areia de um buraco que 
representa essaobrigação, aumentando seu tamanho. No caso, o 
surgimento (no patrimônio acima) de mais uma obrigação, de pagar 
fornecedores, no valor de R$ 10.000,00, deve ser registrado como um 
crédito de R$ 10.000,00 na conta contábil Fornecedores e pode ser 
interpretada – metaforicamente – como a retirada de dez mil grãos de 
areia no elemento patrimonial Fornecedores, conforme 
esquematicamente apresentado a seguir. 
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ação
retirada de areia do buraco
Conseqüência
Fornecedores ==> de 20.000,00 para 30.000,00 
- o buraco aumenta de tamanho
- a conta representativa da obrigação aumenta de saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas de obrigação podem ser encarados,
metaforicamente, como areia retirada de um buraco cavado na areia. 
Ao contrário, analisando o débito, partindo do mesmo exemplo, a 
extinção de uma obrigação de pagar fornecedores, no valor de R$ 
10.000,00 (pelo seu pagamento ou pelo perdão da dívida, por exemplo) 
deve ser registrada como um débito de R$ 10.000,00 na conta contábil 
Fornecedores e pode ser interpretada – metaforicamente – como a 
aplicação de dez mil grãos de areia no elemento patrimonial 
Fornecedores, reduzindo o tamanho do buraco (cavado na areia) que 
representa esta OBRIGAÇÃO, conforme esquematicamente apresentado 
a seguir. 
ação
Aplicação de areia no buraco
Conseqüência
Fornecedores ==> de 20.000,00 para 10.000,00 
- o buraco reduz o tamanho
- a conta representativa da obrigação tem seu saldo reduzido
Conclusão
Débitos em contas representativas de obrigações podem ser encarados,
metaforicamente, como areia aplicada em um buraco (tapando-o), ainda que 
parcialmente. 
3.2.2.3 Contas dos Proprietários 
3.2.2.3.1 Patrimônio Líquido 
As contas dos proprietários são as que referenciam a diferença entre 
os bens/direitos e as obrigações – PATRIMÔNIO LÍQUIDO – da 
empresa/azienda, bem como seus respectivos aumentos e reduções 
(aumentos do patrimônio líquido representam RECEITAS e reduções do 
patrimônio líquido representam DESPESAS). 
O valor da diferença entre bens, direitos e obrigações corresponde ao 
valor que sobra para os proprietários – a ser a eles entregue ao final da 
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existência da empresa/azienda. Assim, os proprietários podem ser 
vistos como “credores” da empresa no valor dessa diferença (entre 
bens/direitos e obrigações). Digo que os proprietários podem ser vistos 
como “credores” com o objetivo apenas, pois não se trata de uma 
obrigação exigível, propriamente dita. Porém, essa metáfora (ver os 
proprietários como “credores” da empresa, no valor da diferença entre 
bens/direitos e obrigações, sem exigibilidade até o final da existência 
dessa empresa) é clara o suficiente para ilustrar a natureza das contas 
que representam o Patrimônio Líquido da empresa/azienda – natureza 
de créditos. 
Ora, se a empresa tem a “obrigação” (metaforicamente falando) de 
entregar a seus proprietários o valor correspondente ao Patrimônio 
Líquido, é porque os proprietários são (metaforicamente) “credores” 
dela, nesse valor. 
Exemplificando: Vamos analisar a “obrigação” que a empresa tem, de 
devolver o valor do capital inicial, colocado pelos proprietários na 
empresa para formação de seu patrimônio, registrado na conta de 
Patrimônio Líquido denominada Capital social. Os proprietários são 
“credores” da empresa no valor desse capital, por eles colocado na 
empresa – esse capital enseja o nascimento da diferença entre bens, 
direitos e obrigações11 (conforme já visto, ao final da existência da 
empresa, esse valor deve ser devolvido aos proprietários). Assim, 
quanto maior for o capital colocado pelos sócios, maior será a diferença 
entre bens/direitos e obrigações e, conseqüentemente, maior será o 
“crédito” que os proprietários terão contra a empresa (ainda que não 
exigível até o final da existência da empresa). 
Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) de Patrimônio Líquido enseja 
a “obrigação” para a empresa (de entregar esse valor aos proprietários, 
ao final de sua existência) e deve ser registrado como um crédito 
(porque os proprietários se tornam “credores” da empresa nesse valor). 
Ao contrário, quando deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) no 
patrimônio líquido, deverá ser registrado um débito (o contrário do 
crédito, pois o valor do crédito do proprietário, contra a empresa, 
diminui). 
Referenciando, de novo, a metáfora da caixa de areia (confirmando que 
ela funciona em todos os casos), ou seja, considerando o Patrimônio 
 
11 Exemplificando, um capital inicial de R$ 50.000,00 (colocado pelos sócios, na 
formação do patrimônio da empresa) faz surgir uma diferença entre bens/direitos e 
obrigações no valor de R$ 50.000,00 – pois, Bens e Direitos (dinheiro em caixa) 
passam a ter o valor de R$ 50.000,00 e obrigações ficam com o valor R$ 0,00. Assim, 
o patrimônio líquido (inicialmente igual a zero) passa a ter o valor de R$ 50.000,00 � 
Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido; R$ 50.000,00 (-) R$ 0,00 (=) R$ 50.000,00; 
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como uma caixa de areia que contém: (1) ativos – representados como 
montinhos de areia, (2) passivos – representados como buracos na 
areia e (3) o Patrimônio Líquido – representados também como buracos 
na areia, temos que as contas que representam a DIFERENÇA entre 
Ativos e Passivos (contas dos PROPRIETÁRIOS), na qualidade de 
Patrimônio Líquido, são representadas por buraquinhos cavados de 
areia. Seja, para fins de ilustração, o patrimônio composto somente por 
R$ 50.000,00 em dinheiro (e nenhuma obrigação), resultando em 
patrimônio Líquido de R$ 50.000,00. 
Banco 50.000,00 Fornecedores - 
Diferença (A-P) 50.000,00 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
 
Considerando, também – conforme já visto – que um aumento do valor 
da DIFERENÇA entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido) corresponde a 
um crédito, para que o buraco aumente, é necessário retirar areia dele. 
Assim, o crédito de valores em uma conta contábil que represente a 
DIFERENÇA entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido), pode ser 
metaforicamente encarado como a retirada de areia do buraco que 
representa essa diferença, aumentando seu tamanho. No caso, o 
surgimento de uma diferença entre ativos e passivos, no valor de R$ 
10.000,00 (representado, por exemplo, pela colocação no patrimônio – 
por parte dos sócios – de mais R$ 10.000,00 em a título de capital), 
deve ser registrado como um crédito de R$ 10.000,00 na conta contábil 
Capital Social e pode ser interpretada – metaforicamente – como a 
retirada de dez mil grãos de areia do elemento patrimonial Capital 
Social, conforme esquematicamente apresentado a seguir. 
ação
retirada de areia do buraco
Conseqüência
Capital Social ==> de 50.000,00 para 60.000,00 
- o buraco aumenta de tamanho
- a conta representativa da diferença entre Ativo e Passivo aumenta de saldo
Conclusão
Créditos em contas representativas da diferença entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido)
 podem ser encarados, metaforicamente, como areia, retirada de um buraco cavado na areia. 
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Ao contrário, analisando o débito, partindo do mesmo exemplo, a saída 
de um sócio – do quadro societário – com a devolução do valor do 
capital que ele havia colocado na formação do patrimônio da empresa, 
reduzindo a diferença entre Ativo e Passivo no valor deR$ 10.000,00 
deve ser registrada como um débito de R$ 10.000,00 na conta contábil 
Capital Social e pode ser interpretada – metaforicamente – como a 
aplicação de dez mil grãos de areia no elemento patrimonial Capital 
Social, reduzindo o tamanho do buraco (existente na areia) que 
representa justamente a diferença entre Bens/Direitos-Ativo e 
Obrigações-Passivo, definida como Patrimônio Líquido, conforme 
esquematicamente apresentado a seguir. 
ação
Aplicação de areia no buraco
Conseqüência
Capital Social ==> de 50.000,00 para 40.000,00 
- o buraco diminui de tamanho
- a conta representativa da diferença entre Ativo e Passivo tem seu saldo reduzido
Conclusão
Débitos em contas representativas da diferença entre Ativo e Passivo (Patrimônio Líquido)
 podem ser encarados, metaforicamente, como aplicação de areia, de um buraco antes nela cavado,
 reduzindo-o, ainda que parcialmente. 
3.2.2.3.2 Receitas 
RECEITAS, conforme já foi visto na aula 01 deste curso, são definidas 
como aumentos no valor líquido do patrimônio12. Portanto, receitas 
somente podem ser registradas como créditos. Ora, se há aumento no 
valor líquido do patrimônio (há aumento do valor da diferença entre 
bens/direitos e obrigações) há aumento no valor do Patrimônio Líquido 
e, portanto, há aumento no valor a ser entregue aos proprietários, 
quando do final da existência da empresa. Em outras palavras, quando 
há receitas, há aumento do Patrimônio Líquido e, portanto, há aumento 
do “crédito” dos proprietários contra a empresa. Assim, as RECEITAS 
devem ser registradas – sempre – a crédito13. 
 
12 Ver definição de RECEITAS na aula 01 desse curso – quando do estudo do Princípio 
da Competência. 
13 Exceto no caso de retificação de erro e, ao final do exercício, no momento em que o 
valor das receitas é reduzido a zero, para sua transferência para o próprio Patrimônio 
Líquido (conforme será visto nos lançamentos de fechamento de exercício, adiante 
neste curso). 
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Mais uma vez, voltando a nossa metáfora da caixa de areia, as receitas 
podem ser encaradas como um “lugar de onde se origina areia”, que 
será aplicada no patrimônio, aumentando-o (aplicada nos bens/direitos, 
ou nas obrigações – respectivamente, aumentando o valor dos 
bens/direitos ou reduzindo o valor das obrigações). 
Abaixo, encontra-se quadro ilustrativo do conceito de Receita e da 
natureza credora de seu saldo, conforme acima descrito. 
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
O desenho acima demonstra a Receita como um pára-quedas, ou 
seja, uma “fonte de areia”, externa ao Patrimônio, de onde “cai areia 
nova – do céu”, para ser aplicada em elementos patrimoniais, 
aumentando o patrimônio (aumentando os “montinhos” dos ativos ou 
tapando os “buracos” dos passivos). 
Repare que essa “fonte externa de areia” (que aumenta o 
patrimônio) refletirá – ao final do período – no aumento do buraco que 
representa o Patrimônio Líquido, pois, aumentando o Patrimônio Líquido, 
aumenta-se o crédito que os proprietários têm para com a empresa. 
Assim, a areia que parece cair do céu durante o exercício, é, com efeito, 
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retirada do buraco que representa o Patrimônio Líquido ao final do 
exercício.14 
3.2.2.3.3 Despesas 
DESPESAS são definidas como reduções no valor líquido do 
patrimônio15. Portanto, despesas somente podem ser registradas como 
débitos. Ora, se há redução no valor líquido do patrimônio (há redução 
do valor da diferença entre bens/direitos e obrigações), há redução no 
valor do Patrimônio Líquido e, portanto, há redução no valor a ser 
entregue aos proprietários, quando do final da existência da empresa. 
Em outras palavras, quando há despesas, há redução do Patrimônio 
Líquido e, portanto, há redução do “crédito” dos proprietários contra a 
empresa. Assim, as DESPESAS devem ser registradas – sempre – a 
débito16 (o contrário do crédito, pois o valor do crédito dos proprietários, 
contra a empresa, diminui). 
Voltando a nossa metáfora da caixa de areia, as despesas podem ser 
encaradas como um “lugar onde se aplica a areia que está sendo jogada 
fora do patrimônio”, reduzindo-o (retirada dos bens/direitos, ou nas 
obrigações – respectivamente, reduzindo o valor dos bens/direitos ou 
aumentando o valor das obrigações). 
Abaixo, encontra-se quadro ilustrativo do conceito de Despesa e da 
natureza devedora de seu saldo, conforme acima descrito. 
 
14 Essa idéia será detalhadamente trabalhada adiante neste curso – na aula que trata 
dos lançamentos de fechamento do exercício. 
15 Ver definição de DESPESAS na aula 01 desse curso – quando do estudo do Princípio 
da Competência. 
16 Exceto no caso de retificação de erro e, ao final do exercício, no momento em que o 
valor das despesas são reduzidos a zero, para sua transferência para o próprio 
Patrimônio Líquido (conforme será visto nos lançamentos de fechamento de exercício, 
adiante neste curso). 
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Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
 
O desenho acima demonstra a Despesa como uma lata de lixo, ou 
seja, um “destino”, externo ao Patrimônio, onde “onde é aplicada a areia 
que sai do patrimônio”, reduzindo-o (aumentando os “buracos” dos 
passivos ou reduzindo os “montinhos” dos ativos). 
Repare que essa lata de lixo, que funciona como um “destino 
externo ao patrimônio” onde é aplicada a areia que sai do patrimônio, 
reduzindo-o, refletirá – ao final do período – na redução do buraco que 
representa o Patrimônio Líquido, pois, reduzindo-se o Patrimônio 
Líquido, reduz-se o crédito que os proprietários têm para com a 
empresa. Assim, a areia que parece ter sido jogada na lixeira (durante 
o exercício), é, com efeito, derramada da lixeira no buraco que 
representa o Patrimônio Líquido, ao final do exercício.17 
3.2.2.3.4 Conclusão sobre contas dos proprietários 
Concluindo: os elementos patrimoniais que denotam a existência de 
diferença entre o valor de bens/direitos e de obrigações, ensejando a 
 
17 Essa idéia será detalhadamente trabalhada adiante neste curso – na aula que trata 
dos lançamentos de fechamento do exercício. 
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existência de Patrimônio Líquido das empresas (ou, genericamente, das 
aziendas) têm natureza credora – aumentam de valor a crédito e 
reduzem seu valor a débito. Como RECEITAS são definidas, 
justamente, como aumentos do valor do Patrimônio Líquido, conclui-se 
que elas têm natureza credora – aumentam de valor a crédito. 
DESPESAS, por outro lado, são definidas, justamente, como reduções do 
valor do Patrimônio Líquido e, assim, conclui-se que elas têm natureza 
devedora – reduzem seu valor a débito. 
Voltando aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) e 
aplicando-os ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO (contas dos proprietários) 
temos: 
a) o nome da conta – nome o motivo do nascimento da diferença 
entre bens/direitos e obrigações; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – 
de natureza credora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – 
registrados como créditos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – 
registradoscomo débitos; 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – 
de natureza credora. 
Ainda, com relação aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) 
e aplicando-os às RECEITAS (contas dos proprietários) temos: 
a) o nome da conta – nome o motivo pelo qual ocorreu um 
aumento da diferença entre bens/direitos e obrigações; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – 
de natureza credora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – 
registrados como créditos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – 
registrados como débitos (somente aplicável ao caso de 
retificação de erro ou, no final do exercício, de redução a zero 
do valor da receita, para sua transferência ao Patrimônio 
Líquido); 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – 
de natureza credora. 
Ainda, com relação aos elementos das contas (vistos acima nesta aula) 
e aplicando-os às DESPESAS (contas dos proprietários) temos: 
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a) o nome da conta – nome o motivo pelo qual ocorreu uma 
redução no valor da diferença entre bens/direitos e obrigações; 
b) o valor patrimonial inicial da conta (denominado Saldo Inicial) – 
de natureza devedora; 
c) os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – 
registrados como débitos; 
d) as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – 
registrados como créditos (somente aplicável ao caso de 
retificação de erro ou, no final do exercício, de redução a zero 
do valor da despesa, para sua transferência ao Patrimônio 
Líquido); 
e) o valor patrimonial final da conta (denominado Saldo Final) – 
de natureza devedora. 
A partir das conclusões acima apresentadas é possível resumir a 
natureza das contas, conforme demonstrado na tabela abaixo: 
Grupo de contas Natureza Aumento de saldo por Redução de saldo por Obs.
Ativo Devedora débitos créditos
Passivo Credora créditos débitos
Patrimônio Líquido Credora créditos débitos
Receitas Credora créditos débitos (*)
Despesas Devedora débitos créditos (**)
(*) As receitas recebem somente créditos durante todo o exercício (exceto em retificações de erro ou no fechamento do exercício)
(**) As despesas recebem somente débitos durante todo o exercício (exceto em retificações de erro ou no fechamento do exercício)
 
De uma forma visual, seguindo a proposta de apresentação do 
patrimônio até aqui utilizada, podemos verificar que, no lado esquerdo 
do patrimônio, encontram-se contas de natureza devedora e, do lado 
direito, contas de natureza credora, conforme a seguir: 
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Saldos de natureza Devedora Saldos de natureza Credora
Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
Pela própria disposição do desenho acima, intui-se que o total de saldos 
de natureza credora deve ser equivalente ao total de saldos de natureza 
devedora, em um dado patrimônio. Isso também está de acordo com a 
terminologia utilizada na contabilidade (Balanço Patrimonial, Balancete 
de verificação) que dá uma idéia de equilíbrio entre dois lados. Esse 
conceito – apenas tangenciado, no momento – será analisado com 
profundidade daqui a algumas linhas, quando da apresentação do débito 
e do crédito no âmbito do fato contábil. 
3.2.3 Teoria Materialística 
Esta teoria divide as contas em integrais e diferenciais. 
As contas integrais, também chamadas de elementares são as que 
representam valores patrimoniais – bens, direitos e obrigações. Em 
outras palavras, as contas integrais referem-se apenas a ativos ou 
passivos, excluídos os itens que compõem a situação líquida do 
patrimônio (Patrimônio Líquido). 
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As contas diferenciais, também chamadas derivadas, são as que 
evidenciam a diferença entre Bens/Direitos e Obrigações, ou seja, 
evidenciam a situação líquida do patrimônio (o Patrimônio Líquido), bem 
como suas variações (receitas e despesas). 
O grande mérito dessa teoria é o de enfatizar a relação entre o 
Patrimônio Líquido e as contas de resultado. 
Conforme já visto acima, o valor da diferença entre Ativo e Passivo 
corresponde ao valor do Patrimônio Líquido. Os motivos que ensejam 
redução no patrimônio, e respectivos valores, consistem em Despesas e 
os motivos que ensejam aumento do patrimônio, e respectivos valores, 
consistem em Receitas. 
Metaforicamente, é como se as despesas e receitas de destacassem 
temporariamente do Patrimônio Líquido para, ao final do exercício, 
deixando de existir voltassem para ele. 
A seguir, apresentamos duas figuras, ilustrando os conceitos acima 
descritos, e enfatizando a relação entre o Patrimônio Líquido e a contas 
de resultado (Despesas e Receitas): 
- a primeira figura, demonstrando receitas e despesas 
destacando-se do Patrimônio Líquido; e 
- a segunda figura demonstrando o valor das receitas e 
despesas do exercício sendo transferidas de volta para o 
Patrimônio Líquido. 
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Ativo Passivo
--------------------------- Patrimônio Líquido
Despesas Receitas
Bens e Direitos Obrigações 
Bens e Direitos (-) Obrigações
 
Ativo Passivo Ativo Passivo
------- PL ------- PL
Início Final
Despesas Receitas
-----
Saldo líquido (Receitas-Despesas)
Exercício
 
3.3 Classificação das Contas 
Com base nas definições e nas teorias até aqui apresentadas é possível 
fazer uma classificação das contas, segundo vários critérios, com o 
objetivo de conhecê-las melhor, bem como suas características. 
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3.3.1 Contas Patrimoniais x Contas de Resultado 
3.3.1.1 Contas Patrimoniais 
Contas Patrimoniais são aquelas que ficam constantemente 
representadas no patrimônio. Um exemplo de conta Patrimonial é a 
conta caixa. Caixa é um elemento do patrimônio que registra o 
numerário disponível. 
As contas patrimoniais podem ser de Ativo, Passivo e de Patrimônio 
Líquido. 
No Ativo, encontram-se, por exemplo, as contas: caixa, mercadorias, 
veículos, imóveis, aplicações financeiras, etc. 
No Passivo, são encontradas as contas: fornecedores, contas a pagar, 
empréstimos bancários, salários a pagar, etc. 
No Patrimônio Líquido, entre outras, estão as contas Capital e Lucros 
Acumulados. 
Ao final de cada período de apuração (exercício), o conjunto de contas 
patrimoniais deve ser apresentado para identificar a situação do 
patrimônio da entidade naquele instante. Esta apresentação consiste 
em uma demonstração financeira denominada “Balanço Patrimonial” – 
matéria a ser estudada adiante neste curso. 
3.3.1.2 Contas de Resultado 
Contas de Resultado são aquelas que não representam elementos 
constantes do patrimônio, mas somente suas alterações que, em última 
análise, se incorporarão ao Patrimônio Líquido. 
As Contas de resultado são as receitas e despesas que, 
respectivamente, aumentam e diminuem o Patrimônio Líquido. Estas 
contas são transitórias, pois ao final de um dado período (denominado 
exercício) seu saldo é incorporado ao Patrimônio Líquido. 
Ao final de cada período de apuração (exercício), devem ser 
relacionadas as contas de resultado e apresentado seu comportamento 
durante o referido período. Esta apresentação consiste em uma 
demonstração financeira denominada “Demonstração do Resultado do 
Exercício” – matéria a ser estudada adiante

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