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Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Acordo Ortográfico da língua portuguesa Tautograma inédito João Guimarães Rosa Apresenta�ão, Exercícios e Revisão Zacharias Bezerra de Oliveira 90% das Palavras Modificadas pelo Acordo PAÍSES ONDE SE FALA O PORTUGUÊS Endereço do autor: Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Cúria Geral dos Capuchinhos Via Piemonte, 70 00187 -Roma-ITALIA freiherkol@yahoo.com.br spt@ofmcap.org .- , ®Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Produção Zacharias Bezerra de Oliveira Regina Estela Bonfim Revisão Final Zacharias Bezerra d, Oliveira Agradecimentos Especiais OBRA DAS VOCACÕES MISSIONÁRIAS/ CAPUCHINHAS DO CEARÁ Biblioteca Nacional No Registro: 453.416 Livro: 852 Folha: 76 Protocolo do Requerimento: EDA/DF n°. 1213, 23/12/2008 Site: www.bn.br Ficha Catalográfica Teima Regina Abreu Camboim - Bibliotecária - CRB-3/593 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 047a Oliveira, Hermínio Bezerra de, Frei. Acordo ortográfico da língua portuguesa I Frei Hermínio Bezerra de Oliveira. - Roma: Expressão Gráfica, 2009. 208p. : il. ; 33 em. Tautograma: João Guimarães Rosa. Apresentação, exercícios e revisão: ·· Zacharias Bezerra de Oliveira. Bibliografia: p. 206-207. ISBN 978-85-7563-368-7 l-LÍNGUA PORT UGUESA- ORTOGRAFIA E SOLET RAÇÃO. I- T ítulo. CDD(2r ed.) 469.813 01108 TJTTJICJtÇ�O Tudo o 9ue eu aprendí ao longo dos anos me aperfeíçoou) mas em nada mudou os meus valores básícos ad9uírídos nos prímeíros sete anos de vída com mínha mãe .. ..À.minham& . LUIZA 5EZEJZRA DE_ OLIVEIRA Frei Hermínio Bezerra de Oliveira ÍNDICE GERAL O 1 - À guisa de de Introdução ........................................................................................ 11 02 -Apresentação ............................................................................................................ 13 03 -Organização da grafia da língua portuguesa ...................... · ·� · · · · ................................. 17 ---------- 04- Acordo Ortográfico de 1990: (Resolução), (Decreto do Presidente ........................... 21 05 - Base 1: Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados ..................... 25 06 - Base II: Do h inicial e final ..................................................................................... 28 07 - Exercícios. Bases I e 11 .............. . ............................................................................... 29 08 - Base III: Da homofonia de certos grafemas consonânticos ...................................... 30 09- Exercícios. Base 111 ................................................................................................. �. 32 1 O - Base IV: Das sequências consonânticas .................................................................... 34 11 - Base V: Das vogais átonas ........................... ................................................. : ............ 44 12- Exercícios. Base V . . .................................................................... ............................... 46 13- Base VI: Das vogais nasais ........................................................................................ 47 14- Base VII: Dos ditongos ............................................................................................. 48 15- Base VIII: Da acentuação gráfica das palavras oxítonas ............................................. 50 16- Base IX: Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas ....... ......... . .......................... 52 17 - Base X: Da acentuação das vogais tônicas, i e u oxítonas e parbxítonas .................. 63 18- Exercícios. Bases VII, VIII, IX e X ...................................................................... ..... 66 19 - Base XI: Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas .................... .................. 67 20- Base XII: Do emprego do acento grave-(Regras para o uso da crase) ........ .............. 82 21 - Exercícios. Base XII ...... ......................................................................... ................... 8 5 22 - Base· XIII: Da supressão dos acentos em palavras derivadas ........... ........................... 86 23 - Base XIV: Do trema ........... ...................... .......... ...................................................... 88 Acordo Urrogràtlco d.a Lingua l'ortuguesa 2 - Base XV: Do uso do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares .... 90 25 - Exercícios. Gentílicos .. ... .... .. .. ... ..... ........ .. .... .. .. ... ... ..... ........... ...... .... ........ . . . . . ........ . 100 26 - Exercícios. Hífen - 1 a. parte .................................................................................. 1 O 1 27-:- Base XVI: O hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação . ... .. ... .. 104 28 -Exercícios. Hífen- 2a. parte .............. .. . ... .. .. .. . .... .... ...... ... ...... ..... ... ... . . ... . ....... .... . . ... . 116 29- Base XVII: Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver .. .. .. ..... .. ... . . . . ...... ..... 119 30- Exercícios. Hífen- Ja. parte (final) . ........... . . . ..... ... .. ... ..... . . .. .. .. / ... .. ... ..... .. .. . .. ..... 120 31- Base XVIII: Do uso do apóstrofo .. ... ... ... ........... ... ... .. . . . .. .... 7/. .. ... ........ .... ... .... . . .... .. 124 32- Base XIX: Das minúsculas e maiúsculas ... .. ... ... .... . . . ..... ... .. .. . . ... .... . .. .. ... .. .. ... ... .. . . ..... 126 33- Base XX: Da divisão silábica .... ...... .... .... ..... .... ..... ..... ... . ... .. ....... .... ..... .. ... ... ... ..... ... .. 128 34- Base XXI: Das assinaturas e firmas .. ... ........ ... .... .... ..... .. ... .... ..... .. .. .... . . ... . ... . ... .. .. ..... . 130 35- Suplemento I: O alfabeto grego, prefixos vernáculos, termos latinos e gregos . . .... .. . 133 36 - Suplemento 11: Você pode criar palavras . .. .. .. ..... ....... ..... .. .. ....... ......... ... .. .. . .. .. .. .... ... 149 37- Exercícios. Neologismos ..... .. . .. ... .. .. ... .. . .. .... .... ... ...... ..... .. . . . .... ..... ... . . . . . . . .. .. ... .. .... ... .. 151 38 - Suplemento I li: Tautogramas e textos . . ...... ....... . . . . .. ... .. ........... ... . . .... ... .. . .. .... .. .. .. ... . 154 39 - Suplemento IV: Palavras homófonas, homógrafas, homônimas e parônimas .. .... ... . 161 40 - Suplemento V: A formação do plural em português .. .. ... ... .... .. ... .. ....... .. ... ..... .. . ..... .. 168 41- Suplemento VI: Siglas e Abreviaturas ........................................................ : ............. 175 42 - Suplemento VII: Palavras que pela etimologia poderão ser escritas com k, w, y ..... . 184 43 - Respostas dos exercícios .......................................................................................... 191 44- Notas dos Suplementos I, IV, V ..................................... .' ........................................ 203 45- Posfácio ... ........................ ................................................ . . . . ..................... . . . . . . . . . ..... 205 46 - Bibliografia Consultada .... ... . ..... .. ... . . ...... ... .. ....... . . . . .... .. ....... ...... . . ... .. ..... .. .... ........... 206 ncuruu vaugraucu ua Lrug;ua runug;w::�a À guisa de Introdução Os oito países de língua portuguesa: Angola, com 17 milhões de habitantes; Brasil, 191 milhões; Cabo Verde, com 530 mil; Guiné-Bissau, com 1 milhão e 695 mil; Moçambique, com 21 milhões; Portugal, com 10 milhões e 600 mil; São Tomé e Príncipe, com 158 mil e Timor Leste com 1 milhão, finalmente, assinaram o Novo Acordo Ortográfico da Língua Po�tuguesa, para unificar a escrita do português1• As Academias de Letras e os governos desses países, desde 1931, tentavam, sem êxito, o Acordo. Os países de língua espanhola, mais numerosos, fizeram, há muitos anos, um acordo para a unificação da grafia do espanhol. Do ponto de vista do dicionário, o espanhol é unificado em todo o mundo. Língua é convenção. Este Acordo já deveria ter sido feito, mesmo que alguns pontos fossem decididos através de par-ou-ímpar, já que, para muitas regras não existem razões realmente justificáveis, é só uma questão de decisão. Nessa longa história para assinar o Acordo e unificar a língua, de modo a que se possa fazer um dicionário válido para os 8 países que têm o português como língua oficial, existiu muito desacordo. O Brasil fez reformas unilaterais nas décadas de 30, 40 e 70 do século passado, que ampliaram ainda mais o fosso entre a língua falada no Brasil e em Portugal, dificultando a aprendizagem e correta utilização, sobretudo para o estrangeiro. Depois de dezenas de anos entre desejos, projetos e discussões, o Acordo foi assinado em Lisboa dia 16/12/1990. Pelo Brasil, assinou o Ministro da Educação naquela época, Carlos Alberto Gomes Chiarelli. Cálculo estatístico indica que Portugal terá o seu vocabulário modificado em cerca de 1,6°/o e o Brasil, em / orno de 0,5°/o. Portugal, sendo um país com mais tradição e mais longa história, fez e faz raior resistência à reforma do que o Brasil. Um dos nossos primeiros dicionarista/, Raphael Bluteau, francês radicado em Portugal, em seu grande dicionário Portugês-Latino, (1725), cita o estudioso alemão Heinrich Cornelius Agrippa, que nasceu em Colônia em 1486 e morreu em Lion em 1534. Na sua obra: "De incertitudine et vanitate scientiarum" (1527) isto é, Tratado da vaidade das ciências, ele diz: ''A única razão para as regras da gramática é a decisão dos que as fizeram". E justifica a sua afirmação dizendo: "O melhor gramático latino não seria capaz de explicar logicamente porque o genitivo de Jupiter é Jovis e não Jupiteris". Pela primeira previsão, o Acordo deveria ter entrado em vigor em 01/01/1994. Mas não entrou por causa da burocracia, falta de interesse e resistências, sobretudo da parte de Portugal, onde a homologação final só aconteceu em maio de 2008. Com isso, a nova grafia entrou em vigor efetivamente a 01/01/2009 no Brasil e em Portugal. Inicialmente, deve haver um período de adaptação ou aprendizagem das novas regas. Espera-se que o governo faça, em todos os níveis, através do Ministério da Educação e das Secretarias de Cultura, estaduais e municipais, a necessária e conveniente divulgação. Com certeza, para a adaptação total com relação aos livros de didática, à edição atualizada de dicionários como o do Aurélio Buarque de Holanda, do Antônio Houa.ls e os principais de Portugal, serão necessários cinco ou seis anos, na melhor das hipóteses. 1 Dados colhidos no webarchive, países, do ano de 2007. 11 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira O texto do Acordo consta de Documento de cerca de 33 páginas, dividido em XXI Bases, que corresponderiam a vinte e um capítulos, alguns com várias subdivisões, perfazendo um total de aproximadamente 100 regras. O texto é técnico e tem partes de difícil compreensão para o grande público. Por esta razão, nesta explanação, optei por indicar a norma oficial, explicada no essencial, de modo simples e exemplificada o máximo possÍvel ou conveniente. O português é a sexta língua mais falada no mundo: chinês (mandarim), inglês, espanhol, híndi (Índia), árabe, português, bengali, russo, japonês, alemão, francês. Com cerca de 220 milhões de falantes na América, na África, na Europa e na Oceania (Timor Leste), ela é a terceira língua mais falada no ocidente, após o inglês e o espanhol. E, das línguas neolatinas, só é superada pelo espanhol. A unificação traz vários benefícios: tornará a língua mais simples e com menos acentos; facilitará a aprendizagem, inclusive aos estrangeiros e, por isto, será mais utilizada também na internet e poderá vir a ser proposta como uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas. As línguas oficiais da ONU são: inglês, chinês, espanhol, francês e russo. Estas duas últimas, embora mais importantes, são menos faladas que o português. Inevitavelmente, passaremos por período de confusão linguística, de três a seis anos, depois virá a estabilidade. A desvantagem da reforma é o surgimento de muitas palavras homófonas com a supressão de consoantes advindas da etimologia. Com certeza, as Academias de Letras deverão pronunciar-se sobre os casos omissos ou duvidosos. 12 cf'C.el cfie'Uní.n.i.o �eze'C.'t.a t:Le f}li.vel'C.a Roma, 19 de março de 2009 I Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Apresentação Um trabalho de Monge O livro Acordo Ortográfico da língua portuguesa, escrito em um mosteiro de Roma, em 2008, pelo frade capuchinho, frei Hermínio Bezerra de Oliveira, é um tratado sobre o mais recente Acordo que tenta unificar a língua portuguesa, assinado pelos países que falam estc;t língua. Este livro pode ser considerado um verdadeiro trabalho de monge. O autor realiza um passeio pelos mistérios do dicionário do A até o Z, passando pelas mais novas letras incorporadas ao nosso alfabeto: K, W e Y, ressaltando palavras clássicas e esdrúxulas, com abrangência ampla, geral e irrestrita, que vai das palavras eruditas aos termos sertanejos. O autor Filósofo, teólogo, psicólogo, professor, numismata, filatelista, dicionarista e colecionador de palavras e objetos, Frei Hermínio Bezerra, nascido em 13 de julho de 1945, em Quiterianópolis, nos sertões dos Inhamuns, Ceará, é um típico sertanejo, que gosta de dar a conhecer, aonde chega, quais são as suas raízes, usando para isso um legítimo chapéu de vaqueiro do sertão. Atualmente, Frei Hermínio é tradutor da língua portuguesa da Cúria Geral dos Capuchinhos em Roma, Itália. O bom conhecimento de prefixos e sufixos latinos e gregos ajuda na compreensão vocabular e, consequentemente, na qualidade dos textos por ele traduzidos. Grande conhecedor de palavras clássicas de origem grega e latina, mas sem descuidar das coisas e dizeres do sertão: mundéu, arapuca, preá, mocó ... além de ter grande interesse por palavras de origem das línguas indígenas e das línguas africanas. "Formação histórica da Religiosidade Popular no Nordeste" (1985), seu primeiro livro publicado, é a Tese de Mestrado em Psicologia da Religião pela Universidade Católica de Lovaina, Bélgica. O segundo livro, "Légua Tiranà' (1998), uma coletânea de artigos publicados, em vários periódicos, conferências e outros escritos, é uma reflexão sobre os 25 anos de caminhada sacerdotal, que começou lá nas terras dos avós maternos e paternos "com o exemplo de homens e mulheres que nunca estudaram, mas que sempre tiveram muito a ensinar". Ele foi também organizador do livro: "Luiza Bezerra de Oliveira - 80 anos de vida dedicados ao próximo" (2004), que conta a saga de uma família cearense, no caso, a sua. Embora já tenha passado por "gênio", algumas vezes, posso afirmar, sem dúvida, que tenho uma inteligência mediana. O sucesso, se o obtive, foi devido a ser bem dotado de "força de vontade" e de "capacidade de trabalho". Tudo o que aprendi nestes anos me aperfeiçoou, mas em nada mudou os meus valores básicos adquiridos nos primeiros sete anos de vida. Hoje, sinto-me perfeitamente à vontade, no sertão ou na cidade, no palácio ou na favela. Sinto que há pessoas e também colegas que se mostram surpresos com essa possibilidade, mesmo porque alguns se deixam facilmente condicionar por experiências e orientam-se apenas por uma faixa de atividade, tornando-se incapacitados para atividades diversificadas. Creio ser essencial para o meu trabalho a disponibilidade de serviço e a capacidade de adaptar-me a realidades e situações diferentes (Messejana, 13/07/1991; In: Légua Tirana, 1998, p. 13). 13 / · -o Bezerra de Oliveira A obra A primeira Reforma da língua portuguesa ocorreu em 1911, sem a participação da Academia Brasileira de Letras, convidada a participar dos trabalhos somente em 17 de janeiro de 1912. O Brasil ratificou este acordo em 1931, apesar de oscilar entre sucessivas adoções e rejeições. Em 1 O de agosto de 1945 foi celebrado novo Acordo na tentativa de diminuir as disparidades e evitar um caos ortográfico entre as nações de fala portuguesa. Em 1973 ocorreu a sup1;essão do acento grave em palavras como avozinha e somente. A importância deste acordo é tornar mais prático e possível o domínio e o ensino da língua portuguesa, fazendo com que professores e professoras formados estejam conformados e não deformados pelo que está reformado. Se o rio é a certeza de que existe o lugar geográfico, como bem frisa Manoel Fernandes de Sousa Neto (1996), parafraseando Adélia Prado, podemos afirmar que a língua é a garantia de que um povo existe. No País Basco, nação que resiste, apesar de inserida em territórios da França e da Espanha, é considerado nacional Euskaldun aquele que fala a língua basca, conforme diz a própria acepção da palavra. Podemos, assim, todos nós, angolanos, brasileiros, caboverdianos, guineenses, moçambicanos, portugueses, são tomeenses e timorenses ser considerados uma grande nação, pois estamos consagrando "uma Língua que a todos nos une e que é nossa Pátria, nossa Mátria, nossa Frátria" (GOMES, 2008, p. 43). O português é uma língua neolatina, novilatina ou românica, formada a partir de evoluções históricas: o protoportuguês, do século IX ao século XII; o português histórico, do século XII até hoje; o português-galego, do século XII ao século XV; o português clássico, nos séculos XVI e XVII, e o pós-clássico, do século XVII até hoje. Além de ser a língua oficial do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, como já foi mencionado pelo autor, o português é falado em dialetos em Macau, China, e em Goa, Damão e Diu, Índia. A melhor descrição do que é o significado da língua portuguesa eu encontrei nos versos do poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918), que aprendi ainda nos bancos escolares do curso primário. A última flor, no caso, é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo "incultà' representa os que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas, ainda assim, ela continua a ser bela: Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela_ .. Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gên:io sem ventura e o amor sem brilho! (Olavo Bilac) 14 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Concordamos que correto é "aquilo que corre ou que se tem dito" (GOMES, 2008, p. 72). São os usos que fazem a língua, que a tornam coerente e facilitam a sua compreensão. As normas e as formas, portanto, existem para facilitar e para evitar disparates como as 288 maneiras diferentes de escrever o nome próprio Hipólito (op. cit., 2008. p. 70-71), conservando a mesma pronúncia. Frei Hermínio apresenta as XXI bases de apoio do acordo, com exemplos e exercícios que facilitam muito a compreensão do texto. A Base I, além das letras novas já mencionadas, tráS os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th e as consoantes b, c, d, g e t. A Base li trata da supressão e manutenção do h inicial e final de algumas palavras. A Base III retrata a homofonia de certos grafemas consonânticos, tais como, x e ch; g e j; s, ss, c, ç e x; bem como, da distinção gráfica entre s, x e z. A Base IV, sobre as sequências consonânticas cc, cç e ct; pc, pç e pt, traz também as sequências interiores mpc, mpç e mpt, que eliminam o p e transformam o m em n. A Base V cuida da grafia das vogais átonas. Já a Base VI discorre sobre o uso das vogais nasais. A Base VII considera que os ditongos são representados por i ou por u, por sequências vocais e por vogal seguida da consoante nasal m, como em am e em. A Base VIII trata da acentuação gráfica das palavras oxítonas; a Base IX, da acentuação das palavras paroxítonas; a Base X, da acentuação das vogais tônicas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas e a Base XI, da acentuação das palavras proparoxítonas. A Base XII mostra o emprego do acento grave, com as principais informações sobre o uso da crase. A Base XIII traz a supressão dos acentos em palavras derivadas. A Base XIV demonstra que houve a supressão total do trema na língua portuguesa. A Base XV explica como fica o uso do hífen ef!l compostos, nas locuções e encadeamentos vocabulares. A Base XVI informa que o hífen atua na formação de palavras por prefixação, recomposição e sufixação. Ainda sobre o hífen, a Base XVII mostra-o na ênclise, na tmese ou divisão e como interage com o verbo haver. A Base XVIII fala sobre o uso do apóstrofo. As Bases XIX e XX tratam, respectivamente, das maiúsculas e minúsculas e da divisão silábica. E, finalmente, a Base XXI explica como devem ser as assinaturas e firmas. Não se trata aqui de apresentar simplesmente a letra fria da lei ou do acordo, mas de trazer também o máximo de exemplos sobre a sua aplicação e como fica a nova ortografia das palavras para que o entendimento fique gravado na mente do leitor e possa ser consultado sempre que a dúvida surgir. Esta é a verdadeira importância deste trabalho de fôlego e de paciência, que, como já foi contextualizado, só poderia ter sido realizado por um monge, recluso em um mosteiro e em completa contemplação com as palavras. Ademais das Bases, este livro traz sete suplementos: 1) alfabeto grego, prefixos e termos vernáculos, latinos e gregos; 2) você pode criar palavras; 3) tautogramas e textos; 4) palavras homófonas, homógrafas, homônimas e parônimas; 5) a formação do plural em português; 6) siglas e abreviaturas; 7) palavras que por sua etimologia poderão vir a ser escritas com k, w e y, além de exercícios práticos. Desnecessário é assinalar que existem erros, imprecisões e casos duvidosos, compreensíveis nesse tipo de trabalho. Nas listas dos vocábulos mudados há casos contraditórios, como por exemplo, admite-se apenas a forma: "reta'', mas aceita-se "reto" e "recto2", ora o termo latino: rectus, recta rectum, está na origem dessas palavras. O mesmo acontece com verbos 2 Janssen, Maarten (Org.) ILTEC- Instituto de Lingüística Teórica e Computacional- Ortografia em mu dança VOCABULARIO as palavras que mudam com o Acordo Ortográfico Editorial Caminho- Rio Tinto -Portugal-2008, pág. 129. 15 frei Hermínio Bezerra de Oliveira como: refletir para o qual não admite "reflectir", mas admite "reflectido" e "refletido3", que é o particípio passado do verboj portanto da mesma raiz. Como ainda não saiu o prometido Vocabulário Ortográfico Comum da língua portuguesa, (na sua versão definitiva), não temos uma referência segura. Existem contradições entre ds poucos já existentes. Em notas são assinaladas diversas contradições. As Academias de Letras dos diversos países, com certeza, deverão se pronunciar sobre os casos duvidosos, sobretudo no caso do uso do hífen, em que as regras são duvidosas e deixam furos, no sentido de que não abrangem todos os casos. A reticência após uma palavra indica que existem outras palavras correlatas que normalmente seguem a regra. No caso da reticência após o infinitvo de um verbo signfica que os particípios presente e passado, o adjetivo verbal..., em princípio, seguem a regra. Existem exceções e casos a serem ainda esclarecidos. 3 Idem ibidem, pág. 130. 16 Fortaleza, 05 de abril de 2009 Zacharias Bezerra de Oliveira Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Organização da grafia da língua portuguesa (Informação sucinta) A língua como meio de comunicação, além de falada, é também grafada com os símbolos que chamamos escrita. A ortografia, do grego, orthós = correto, direito, + grafia = escrita, é o conjunto de normas que a sociedade de determinada época, convencionou serem corretas e aptas para representar os sons emitidos na fala. Essas normas de tempos em tempos devem ser atualizadas para acompanhar a célere evolução da língua falada e para facilitar o ensino da língua. Portugal existe como nação desde 1143, quando se tornou reino independente e desde 1290 tem o português como língua oficial. Mas somente em 1911 foi feita a primeira sistematização ou organização da escrita da língua portuguesa. Normatização da língua em 1911 A primeira intervenção visando estabelecer normas para escrever e falar a língua portuguesa usada desde a Idade Média, coube a Portugal que, para isso, no final de 191 O nomeou uma Comissão com os membros: Aniceto dos Reis Gonçalves Viana, Adolfo Coelho, Carolina Michaelis, Borges Grainha, Cândido Figueiredo, Gonçalves Guimarães, José Joaquim Nunes, Júlio G. Moreira (e Epifânio da Silva Dias, que se escusou por não poder participar). A Academia Brasileira de Letras, que existe desde 20/01/1897 por iniciativa de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, recebeu comunicação sobre esse fato, no dia 17/01/1912. Essa normalização seguiu a indicação do grande filólogo, foneticista e lexicógrafo português Aniceto dos Reis Gonçalves Viana, que, em 1904, escandalizou a muitos, ao publicar um livro intitulado: ORTOGRAFIA NACIONAL, quando, pela norma vigente, deveria ser: ORTHOGRAPHIA NACIONAL. Gonçalves Viana, para simplificar a escrita do português, propunha: a) A eliminação dos grupos, ph, rh, th; e do y; b) A eliminação das consoantes dobradas, com exceção de rr e ss; c) A eliminação das consoantes não pronunciadas, quando estas não influíssem na pronúncia da vogal anterior. d) Regularização da acentuação gráfica. A sistematização do português feita por essa Comissão, que estabelecia a simplificação da ortografia portuguesa, foi oficializada em Portugal no dia 01/09/1911. Ela preocupou-se em melhorar a correspondência entre a língua escrita e a língua falada, em detrimento da etimologia, o que representa um prejuízo para a compreensão da origem das palavras e de seu significado preciso. E com isso criaram-se resistências em diversos setores da comunidade lusófona, tanto em Portugal, quanto no Brasil. Relutante, o Brasil, somente em 1915, aprovou as decisões dessa normatização portuguesa, mas com reservas e com fortes oscilações entre pontos a serem adotados e rejeitados. Por conta da insatisfação de muitos setores, em 1919, o poeta Osório Duque Estrada -o autor da letra do Hino Nacional Brasileiro-mobilizou a Academia Brasileira de Letras e 17 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira diversos setores da sociedade brasileira e conseguiu que o Brasil revogasse a aprovação feita em 1915. Com essa revogação voltamos a escrever: azymo, cavallo, cysne, hydra, phalange, photo, phantasma, pharmácia, phósforo, labyrintho, lágryma, lymphoma, lyra, lynce, lyrio, theatro, myxoscopia, martyr, mytho, neóphito, nympha, philosophia, rhetórica, rhinite, rhombo, rhonco, tyroide, thema, theologia, thesouro, thorax, typho, typo, xysto, zygoto ... Sabemos que é muito difícil, se não impossível, legislar sobre fonética sem controvérsias. Na prát!ca, não se consegue estabelecer normas gerais, que englobem as particularidades da pronúncia de Portugal, das várias regiões do Brasil, de Angola, de Cabo Verde, de Moçambique, de Timor Leste, etc. É por isso que todos os Acordos tentados foram muito difíceis e encontraram tantas e tão cerradas resistências. O Acordo de 1931 A partir de 1929 começaram os entendimentos para se estabelecer um modelo ortográfico para a língua portuguesa que satisfizesse a todos os países lusófonos. Após longas e difíceis tratativas, o Acordo foi concluído no dia 30 de abril de 1931, na 10a. Sessão da Conferência Interamericana, realizada em Lisboa. Na prática, o Acordo era uma espécie de ratificação do que fora proposto em 1911, com pequenos ajustes. O Acordo tinha a resistência de diversos grupos dos vários países participantes. Nesse Acordo teve papel destacado o grande escritor e dramaturgo português Júlio Dantas, que depois foi embaixador no Brasil, de 1941 a 1949. Em 1932 aconteceu no Brasil a chamada Revolução Constitucionalista com Getúlio Vargas. Foi lançada uma nova Constituição, em 1934, que extinguiu o Acordo O"rtográfico de 1931, restaurando a ortografia vigente em 1891, sob os protestos da Academia Brasileira de Letras, de universidades, de professores, de juristas ... Em 1938 foi estabelecido que voltaria a vigorar o Acordo de 1931. Pode-se imaginar a confusão. O Acordo de 1945 No início da década de quarenta, Portugal e Brasil decidiram estabelecer, em conjunto, novo Acordo Ortográfico para o uso da língua portuguesa. Após três anos de trabalho, conseguiram organizar um vocabulário comum que, na realidade, não era tão completo e não foi muito divulgado. Na hora da assinatura, em agosto de 1945, o que era para ser Acordo virou desacordo. No centro da polêmica estavam as consoantes mudas, sobretudo o "c" e o "p", que o Brasil queria retirar, seguindo a proposta de 1911 ratificada em 1931, mas Portugal não aceitava. Outro ponto de discórdia era o uso do trema em certas palavras, que, ao contrário das consoantes, o Brasil queria conservar e Portugal queria retirar. O Acordo foi assinado em setembro de 1945, mas com a cláusula do respeito mútuo às opções divergentes. Em outras palavras: Houve um Acordo assinado, mas não a tão desejada unificação da ortografia da língua portuguesa. Portugal adotou as consoantes não articuladas, mas o Brasil eliminou-as da ·sua escrita. Isto pode parecer secundário, mas representa, no contexto Geral de uma língua, a grande diferença. O Brasil decidiu seguir as normas organizadas até 1943, em que se faz a opção de tentar aproximar a escrita (grafema) da realidade sonora (fonema), conforme se pronuncia, além de acentuar diversas palavras segundo a pronúncia brasileira. Portugal optou por privilegiar as normas que se atinham à etimologia. 18 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Exemplificando: No Brasil, escreve-se: ação, ativo, fator, batismo e ótimo, mas, em Portugal, escreve-se: acção, activo, factor, baptismo e óptimo, até hoje, 31 de outubro de 2008. Algumas palavras que pronunciamos com som fechado, os portugueses pronunciam com som aberto, o que implica na diferença de acento, por exemplo, nós dizemos: fenômeno e os lusitanos, fenómeno; nós pronunciamos Antônio e eles, António. · Em 1971, no governo do Gen. Emílio G. Médici, foi feita pequena reforma retirando o trema de algumas palavras: saudade, vaidade ... , excluindo alguns acentos circunflexos: almoço, ele, doce, endereço, gosto ... suprimindo o acento grave dos advérbios terminados em "mente", de alguns diminutivos: avozinha, etc. Posteriormente, houve uma renegociação em 1975, que não implicou em grandes alterações, mas só foi aprovada pelo presidente José Sarney, em 1986. O Acordo de 1990 Em 12 de outubro de 1990, após longas discussões, foi assinado mais um Acordo para a unificação da língua portuguesa. Este é o primeiro que faz jus ao nome, pois na realidade foi o único em que houve anuência de todos os participantes a todos os pontos propostos. Mas isso só foi conseguido com concessões feitas de todas as partes. Aproveitando a experiência adquirida ao longo do século XX, após acaloradas discussões todos aceitaram como fato inegável ser impossível unificar a variação fonética da nossa língua e encontrar a grafia que satisfaça plenamente a todas essas variações. O impasse foi resolvido com a aceitação da dupla grafia, tanto com relação às consoantes mudas, (vide exemplos, na Base IV), como em relação ao uso do acento agudo ou circunflexo, (vide exemplos, na Base XI). O Acordo previa a elaboração até 01/0111993 de Vocabulário Ortográfico comum da língua portuguesa, que seria normalizador das terminologias técnicas e científicas e que o Acordo entraria em vigor em O 1 de janeiro de 1994. Porém, no entusiasmo da assinatura do Acordo a Comissão esqueceu a lentidão com que se aviam decisões em nossos países. O prazo da entrada em vigor extrapolou sem que os diversos governos tivessem conseguido organizar esta mudança. Foi remarcado o início da entrada em vigor para 2007, depois para 2008 e, finalmente, remetido para 2009. Parafraseando o dramaturgo G. Bernard Shaw podemos dizer: "Brasil e Portugal são dois países separados pela mesma línguà'. O Documento final do Acordo consta de XXI Bases com cerca de 100 normas, visando a sonhada unificação da língua portuguesa. Se não pode ser considerado o Acordo ideal, pelo menos foi o melhor que já se conseguiu. A questão da dupla grafia, bem como as normas, nem sempre claras e, podemos dizer, incompletas, sobre o uso do hífen, serão fator de confusão por um certo tempo. Por exemplo, terão grafia dupla, as palavras: batismallbaptismal, batismo/baptismo, batista/ baptista, batistério/baptistério; mas terão grafia única: batizado, batizando, batizante, batizar, que são palavras da mesma raiz etimológica. Casos como este, pois não o único, causarão certa confusão. 19 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira O presidente Luis Inácio Lula da Silva, em Sessão Solene na Academia Brasileira de Letras, assinou, no dia 29 de setembro de 2008, as mudanças da ortografia da língua portuguesa no Brasil, as quais entraram em vigor em 1° de janeiro de 2009. Este livro oferece ao leitor a exposição do texto base do Acordo com numerosos exemplos, notas explicativas no texto, no pé das páginas e no final do livro, acompanhado de exercícios e importantes suplementos que ajudarão na compreensão da nossa bela língua. Com to.do o respeito ao Acordo e aos que trabalharam por ele, como o saudoso dicionarista Antônio Houa!s, considero a exclusão da etimologia uma sensível perca para a compreensão da língua. Por isto, eu compreendo e sou solidário aos que fizeram e fazem resistência ao Acordo, tanto em Portugal, como no Brasil e alhures. Por força do meu trabalho como tradutor em Roma e por ter que atender a todos os países de língua portuguesa, eu não posso desconhecer a nova grafia, por isso trabalhei todo o ano de 2008 nesse texto, que passo a todos os interessados. Os três primeiros suplementos, após o texto do Acordo, querem ajudar, ao leitor interessado, a entender um pouco as raízes etimológicas, sobretudo latinas e gregas do português. Eles visam recuperar, pelo menos em parte, esta lamentável perca e, assim, melhor compreender a essência das palavras portuguesas a partir de suas raízes. 20 !\Corao urrogranco aa ungua l'Orruguesa Acordo Ortográfico de 1990 . Considerando que o projeto de texto de ortografia unificada da língua portuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia de Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e Delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com adesão da Delegação de Observadores da Galícia, constitui passo impartante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional; Considerando que o texto do Acordo que ora se aprova resulta de aprofundado debate nos países signatários, a República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República de Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa, e a República Democrática de São Tomé e Príncipe, acordam no seguinte: Artigo 1°- É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) e vai acompanhado da respectiva nota explicativa, que consta como anexo 11 ao mesmo instrumento de aprovação sob a designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990). Artigo 2°- Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas. Artigo 3°- O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 de janeiro de 1994, após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto ao Governo da República Portuguesa. Artigo 4°- Os Estados signatários adotarão as medidas que entenderem adequadas ao efetivo respeito da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3°. Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos autênticos. Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Angola, José Mateus de Adelino Peixoto, Secretário de Estado da Cultura. Brasil, Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Ministro da Educação. Cabo Verde, David Hopffer Almada, Ministro da Informação, Cultura e Desportos Guiné-Bissau, Alexandre Brito Ribeiro Furtado, Secretário de Estado da Cultura Moçambique, Luis Bernardo Honwana, Ministro da Cultura Portugal, Pedro Miguel de Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura São Tomé e Príncipe, Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa, Ministra da Educação e Cultura. Atenção: T imor Leste apesar de não estar presente quando foi assinado o Acordo - segundo informações- aderiu posteriormente ao mesmo. 21 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Resolução do Congresso Nacional CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, José Sarney, Presidente do Senado Fede�al, nos termos do art. 48, item 28, do Regime Interno, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATNO No 54, DE 1995 Aprova o texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. O Congresso Nacional decreta: Art. 1° É aprovado o texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Parágrafo único. São sujeitos à apreciação do Congresso Nacional quaisquer atos que impliquem revisão do referido Acordo, bem como quaisquer atos que, nos termos do art. 49,!, da Constituição Federal, acarretem encargos ou compromissos g�avosos ao ao patrimônio nacional. Art. 2° Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação. Senado Federal, 18 de abril de 1995. Senador José Sarney, Presidente. 22 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa DECRETO No 6.586, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008 · Dispõe sobre a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e em observância ao disposto no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995, e promulgado pelo Decreto n° 6.583, de 29 de setembro de 2008, no Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Praia, em 17 de julho de 1998, aprovado pelo Decreto Legislativo no 120, de 12 de junho de 2002, e promulgado pelo Decreto no 6.584, de 29 de setembro de 2008, e no Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em São Tomé, em 25 de julho de 2004, e internalizado pelo Decreto no 6.585, de 29 de setembro de 2008, DECRETA: Art. 1 o Nos termos do artigo 2° do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, os Ministérios da Educação, da Cultura e das Relações Exteriores, com a solicitação de_ colaboração da Academia Brasileira de Letras e de entidades afins nacionais e dos Países signatários do Acordo, adotarão as providências necessárias para elaboração de vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa. Art. 2° Os livros escolares distribuídos pelo Ministério da Educação à rede pública de ensino de todo o País serão autorizados a circular, em 2009, tanto na atual quanto na nova ortografia, e deverão ser editados, a partir de 201 O, somente na nova ortografia, excetuadas a circulação das reposições e complementações de programas em curso, conforme especificação definida e disciplinada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação- FNDE. Art. 3o Este Decreto entra em' vigor na data de sua publicação. Brasília, 29 de setembro de 2008; 187° da Independência e 120° da República. DOU de 30/9/2008 LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Samuel Pinheiro Guimarães Neto Fernando Haddad João Luiz Silva Ferreira 23 v As PRINCIPAIS REGRAS DO ACORDO As XXI BASES DO ACORDO COM NUMEROSOS EXEMPLOS 24 Acordo Ortográfico da Líng4a Portuguesa Base I ' Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados 1 °) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula: Obs.: a A (á) h B (he} c C (ce} dD (de) e E (é) fF (efe} g G (ge ou gue} h H (agá) i I (i) j J (jota} k K (capa ou cá) I L (ele} mM (eme} a, h, c, d, e, f, Ou seja: n N (ene} o o (ó) P p (pe} q Q(que) r R (erre} s S (esse} tT (te} u U (u) v V (ve} w W(dáblio) xX (xis} y Y (ípsilon) z Z (ze) a) Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (gue-u) e qu (qu). b) Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de designá-las. Note-se a inclusão das letras: "k", "w" e "y". O ípsilon existia no português medieval quando se escrevia "lágrymà' .As novas letras "k" e "y" vêm do grego, o "w" do alemão e do inglês. O tupi-guarani 1, . d' b' " "k" " " "y'' e outras mguas m 1genas, tam em tem o , w e . 2°) As letras k, w, e y são usadas nos seguintes casos especiais: a) Em antropônimos/antropónimos originários de outras línguas e seus derivados: Copywriter, Franklin, frankliniano, guericke, Hollywood, hollywoodiano, Kafka, kafkiano; Kant, kitsch, kantiano, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista; yemenita, "Waimiri-atroári" (índios), palavra acentuada, (Cf. Base XI 1); wanderlandiense (TO), washingtoniano, Waterloo; Wesley, wesleyano; witmarsunense (SC), wittgensteiniano; wronskiano ... b) Em topônimos/topónimos originários de outras línguas e seus derivados: karma, Kênia, kmer (povo do Camboja), Kuwait, kuwaitiano, Malawi, malawiano ... c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TW A, KLM, TPA; K- potássio (de kaulium), W- oeste (de West); kg- quilograma, km- quilômetro/quilómetro, kW - kilowatt, yd- jarda (yard); Watt. 3°) Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos, não peculiares à nossa escrita, que figurem nestes nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; 25 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira jejfersônialjejfersónia, de Jefferson; mülleriano, de Müller; Shakesperiano, de Shakespeare... e outros como: halloween, kentiano, khrutcheviano, kierkegaardiano, kleiniano, kukluxismo, krishnamurtiano, kremlin ... Estas letras serão usadas nos topônimos, em siglas, nomes estrangeiros e originários de outras línguas, inclusive as africanas e as indígenas. Com K: Kabala, kaiaque/kayak, kaiser, kambeba, kamikaze, katanga, kart, kartismo, kefir, ketchup, keynesiano, kibutz, kielmeyera, kilobite, kit, kina (dinheiro, Nova Guiné), koiné, (é o grego popular), know-how, korao e kwamato (línguas africanas), kyriale, kyrie, kopec (moeda), kraepeliano, kuvala (língua) kwanza (moeda da Angola), kwacha (moeda da Zâmbia, desde 1968). Além de várias outras palavras e expressões: copy desk, haikai, husky, kilobyte, ruskiniano, sokklate, sudoku, taikonauta, telemarketing4, trotskista ... Povos Indígenas: Vide suplemento VII. Com W: walkie-talkie, walkman, watt, wattado, wattímetro, web, weberiano, webmania, weBmaster, websterista, wedkindiano, welfare, western, westfaliano, wiclefismo, wildiano, willemita, winchester, windsurfe, wólffia, wolfrâmio, wollastonita, wolof, won, workaholic, workshop, workstation, wrestling, wysiwyg, hemingweyano. Com ys: Yacht, Yachting, Yagi, Yakusa, yamagatiano, yang, yanke, yard, yearling, "Yanomani, Yawanáwa, Yekuana e Yvaparé" (índios), yeatsiano, yen (moeda do Japão), yersínia, yersiniano, yeti, yetsiano, yídiche yin-yang, yoga, yo-yo6, yob, yobcultura, yom kippur, yoni, yorkshire terrier, Yuan, yudja, yué (dialeto chinês), younguiano, yuppie, yvaparé, yvoniano, rye (uísque canadense á base de centeio), rugby ... Os vocabulários autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem, a exemplo de fúcsia/fúchsia e derivados, buganvília/buganvílea/bouganainvíllea. 4°) Os dígrafos finais de origem hebraica c h, ph e th podem conservar-se em forma onomásticas da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então podem simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Sendo também possível a simplificação ou aportuguesamento: José em vez de Joseph, Nazaré em vez de Nazareth, Judite em vez de Judith. 5°) As consoantes finais b, c, d, g e t são mantidas quer sejam mudas, quer pronunciadas, nas formas onomásticas consagradas, em antropônimos/antropónimos e topônimos/topónimos da tradição bíblica: ]acob, ]ob, Moab, Isaac, David, Gad, Gog, Magog, Bensabat, ]osafot. Integram-se nesta forma nomes como: Cid, em que o d sempre é pronunciado; Madrid e Valhadolid, em que o d ora é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut em que o testá nas mesmas condições. 4 Palavra que começou a existir em 1980. Vem de dois termos: do grego téle =longe, e do inglês, marketing = ação de negociar em mercado. Téle é do grego antigo e o termo marketing existe desde 1561. 5 A rigor o "y', não deve ser considerado uma letra estrangeira, pois fazia parte do alfabeto português. Ele foi proscrito do nosso alfabeto em virtude do Acordo luso-brasileiro de 1931. Teixeira Pascoaes queixava-se: 'lágryma' sem Y' não é lágrima, "lyrio" sem "Y' não é lírio. E Fernando Pessoa ainda escrevia "sphyngico". (Cf. Francisco Álvaro Gomes, O Acordo Ortográfico, Porto Editora, 2008, pág. 80). 6 O ioiô, cujo nome inglês é yo-yo, surgiu em 1915, a partir de uma das línguas das Filipinas. Foi registrado· como brinquedo nos EUA em 1932 e, a partir daí, tornou-se mundial. Mas ele tem ancestrais bem antigos. 26 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Nada impede que antropônimos seJam usados sem a consoante final: Jó, Davi, Jacó. 6°) Recomenda-se que os topônimos/topónimos de línguas estrangeiras sejam substituídos, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem ou possam entrar no uso corrente. Exemplos: Antuérpia, porto de Anvers (Bélgica); Bordéus por Bordeaux, Cherburgo, por Cherbourg; Garona, por Garonne, Tolosa por Toulouse, (França); Basileia, por Basel; Friburgo por Freiburg; Genebra, por Geneve, Zurique por Zurich (Suíça); Jutlândia, por Jutland; Londres, por London; Florença por Firenze; Lovaina, por Louvain (Bélgica), Milão, por Milano; Munique, por München; Turim, por Torino; Veneza por Venezia ... 27 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Base 11 Do h inicial e final 1 °) O h inicial emprega-'se: a) Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor. b) Em virtude de adoção convencional: há? hem? hum! 2°) O h inicial suprime-se: a) Em casos já consagrados pelo uso: erva, em vez de herva e portanto nos derivados. Exemplos: ervaçal, ervanário, ervoso. Isto, em contraste com as formas de origem erudita: herbáceo, herbanário, herboso. Atenção: Palavra com "h'' com duas grafias: húmido e úmido. b) Quando em palavras compostas fica no interior da palavra e aglutina-se ao precedente. Exemplos: biebdomadário, desabilitar, desábito7, desarmonia, desumano, exaurir, inábil inabilitar, inabituar, lobisomem, reabilitar, reaver. 3°) O h inicial mantém-se, no entanto, quando, numa palavra composta, pertence a um elemento que esteja ligado ao anterior por meio de hífen. Exemplos: anti-higiênico/ anti-higiénico, contra-haste, pré-história, sobre-humano .. 4°) O h final emprega-se em interjeições: ah! ih! oh! uh! 8 7 Rui Barbosa cita essa palavra: "Eis o a que reduz a eloquência e a arte da palavra, ainda nos merecimentos mais bem dotados pela natureza, o exclusivismo absorvente dos negócios, o cotidiano exercício da improvisação, o meio vulgar das grandes assembleias, o desábito das letras". (Rui, Réplica, 47). 8 Ah! = admiração, alegria, dor, compaixão, impaciência, dúvida, espanto, ironia, tristeza ... Eh! = chamar atenção, ânimo, incitamento ... Eh puxa (RS) = exprime admiração, espanto, surpresa ... Ih!= admiração, espanto, ironia, ou sensação de perigo iminente ... Oh!= Desejo, dor, espanto, pena, repreensão, surpresa .... Uh! = Vaia, desdém, repulsa ou assombro ... 28 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Exercícios. Bases I e 11 Seguindo as Bases I e II do Acordo Ortográfico escreva F ou V para as assertivas Falsas ou Verdadeiras: 1. As novas letras do alfabeto português: K, W e Y poderão vir a serem usadas em topônimos, siglas, estrangeirismos e palavras originárias de línguas africanas e indígenasD. 2. Os dígrafos ch, ph e th são grupos de letras que podem ser utilizados em nomes próprios de tradição bíblica O. 3. Podem ser mantidas as consoantes finais h, c, d, g e tem nomes próprios de pessoas ou de cidades, que poderão também ser usados sem esta consoanteO. 4. O alfabeto português tem 23letras0. 5. O h inicial e final das palavras em português passam a ser sempre suprimidos. 6. A grafia das palavras herva, hervaçal, hervanário e hervoso está corretaO. 7. A grafia das palavras biedomadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobisomen, reabilitação e reaver não está correta, pois falta o hD. 8. As palavras compostas perdem o h no interior da palavraO. 9. No caso de anti-higiênica; contra-haste; pré-história e sobre-humano mantém-se o h e separa-se o prefixo por hífen O. 10. As interjeições conservam sempre o h no final da palavraO. 29 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Base 111 Da homofonia de certos grafemas consonânticos Dada a homofonia existente entre certos grafemas consonânticos, torna-se necessário diferençar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela etimologia e pela história das palavras9• Estes são os casos principais: 1 °) Disrinção gráfica entre x e ch: Achar, archote, bucha, capacho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, penacho, rachar, sachar, tacho, ameixa, anexim, baixei, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara. 2°) Distinção entre g, com valor de fricativa palatal, ej: Adágio, alfageme, Álgebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estrangeiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tanger, virgem, adjetivo, ajeitar, ajeru (planta da Índia e uma ave), canjerê, canjica, enjeitar, granje�r, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, Jerônimo/Jerónimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró jiquitaia, jirau, jiriti, jitirana, laranjeira, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trejeito. 3°) Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç, e x, sibilantes surdas: Com S: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa. Com SS: abadessa, acossar, amassar, arremessar, Asseiceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso, (identicamente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar. Com C: acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo. Com Ç: açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçanje, caçula, caraça, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada. Mação, maçar, Moçambique, Monção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Seiça, (ela pretere as errôneas/ erróneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça, terço. Com X: auxílio, Maximiliano, Maximino, maximiza-r, máximo, próximo, sintaxe. 4°) Distinção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou interior) e X e Z com idêntico valor fônico/fónico: Com "s": adestrar, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, espontâneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável. Com "x?': extensão, explicar, extraordinário, inextrincável, inexperto, sextante, têxtil. C " " . c l' 1 om Z : capazmente, mre IZmente, ve ozmente. 9 Ver Suplemento IV: Palavras homófonas, homógrafas, homônimas e parônimas. 30 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Em decorrência disto, convém notar dois casos: a) Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = s muda para s sempre que está precedido de i ou u: justapor, justalinear, misto, sistino (cf. Capela Sistina), Sisto, em vez de: juxtapor, juxtalinear, mixto, sixtina, Sixto. b) Só nos advérbios em -mente se admite z com valor idêntico ao de s, em final de sílaba seguida de outra consoante (cf. capazmeme, sagazmente, etc.); do contrário, o s toma sempre o lug�r do z: Biscaia, e não Bizcaia . . 5°) Distinção gráfica entres final de palavra em X e z com idêntico valor fônico/fónico: E " " A ' 1· ' . ' ' ' A . B ' D. . G " ' G " I " m S : guarras, a tas, an1s, apos, atras, atraves, v1s, ras, 1n1s, arces, gas, eres, nes, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdês. E " " '1. F '1. F" . /F' . fl m X : ca 1x, e 1x, en1x en1x, ux. Em "z": assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substantivo e forma do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz, matiz, petiz, Queluz, Romariz, (Arcos de) Valdevez, Vaz. Observe-se que é inadmissível z final equivalente as em palavra não oxítona: Cádis e não Cadiz. 6°) Distinção gráfica entre as letras interiores s, x e z que representam sibilantes sonoras: Em "s": aceso, analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, brasão Brasil, brisa, Canaveses, coliseu, defesa, Duquesa, Elisa, empresa Ermesinde, Esposende, frenesi, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, lousa, Lousã, Luso (nome mitológico e de lugar), Matosinhos, Meneses, narciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso, represa, Resende, sacerdotisa, Sesimbra, Sousa, surpresa, tisana, transe, trânsito, vaso ... E " " al 1 "b" b" b . . , 1 m X : ex ar, exemp o, ex1 1r, exor ltar, exu erante, mexa to, mexorave ... Em "z": abalizado, alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina, búzio, comezinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lambuzar, lezíria, Mouzinho, proeza, sazáo, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela. 31 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Exercícios. Base 111 Seguindo a Base III do acordo ortográfico escreva C ou E para os termos abaixo, conforme a grafia esteja Certa ou Errada: 1. A. Xará O. B. Xuxu O. C. Chuchu O. D. Chave O. E. Xereta O. ·F. Chilique O. G. Xilique O. H. Xérox O. I. Xale O. J. Chalé O. K. Machado O. L. Chafariz O. M. Xafariz O. 2. A. Privilégio O. B. Jiló O. C. Giló O. D. Vagem O. E. Garagem O. F. Ogeriza O. G. Ojeriza O. H. Aspergir O. I. Asperjir O. J. Agiota O. Complete com ch ou com x: 3. A. En_oval. B. En_urrada. C. Fa_ina. D. _ícara. E. _ará. F. Co_i_o. G. Ca_umba. H. Pi_ação. I. _ilique. J. Ri_a. 4. A. _ale. B. _alé. C. _ulé. D. Capi_aba. E. Ca_imbo. F. Me_er. G. _ereta. H. Co_ear . I. Col_a. J. Pa_á. Escreva viagem ou viajem nos espaços, conforme seja o correto: 5. Espero que os diretores ______ logo. 6. Vocês fizeram uma boa ______ t 7. Nunca ______ sem verificar os freios do carro. 8. Vamos fazer uma ______ de negócios. 9. Recomendamos que vocês nunca ______ à noite. 10.0 prevenido, tem mais tranquilidade na ______ . 11. Não esqueça os equipamentos de ______ . Escreva seção, sessão ou cessão, conforme o caso: 12.A _____ de cama e mesa estava vazia. 13.Hoje, a ______ espírita durou duas horas. 14.A ______ de território aos indígenas é justa. 15.A _ _____ de direitos autorais é livre. 16. Cheguei atrasado à ______ de teatro. 32 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Escreva concerto ou conserto, conforme o caso: 17.Hoje tem ________ no Te atro. 18.A máquina de lavar pre ci sa de ________ . Escreva cesta, sesta ou sexta, conforme o caso: 19.De ixou a roupa na _____ e sai u. 20.Após a _____ e le foi e studar. 21.Ele se mpre che gava numa _____ . 22.Esta já é a _____ vez que e u re pi to. 23.Ganhe i de anive rsári o uma _____ de frutas. Escreva caçado ou cassado, conforme o caso: 24. O ani mal ficou acuado e com me do. ------ 25.Todo políti co ______ pode voltar um di a. Acre scente nos e spaços s, x ou z, conforme o caso: 26. A. Si_udo. B. E_pe ctativa. C. Pu_e mos. D. Coi_a. E. U_ina. F. Ga_olina. G. Be le_a. H. Aci de_ I. Fai_ão. J. Bati_ado. K. Re pu_o. L. Fu_i co. M. Au_i li ar. N. Conte_to. 27. A. Coali_ão. B. E_i lado. C. Vi_inho. D. Mai ena. E. Coloni_ar. F. Ê_odo. G. A_i a. H. Fran_ino. I. Li_o. J. Burgue_i a. K. E_ibi do. L. Fi_. M. Qui_. 33 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira Base IV Das sequências consonânticas 1 °) O c com valor de oclusiva velar, das sequências interiores cc (2o c com valor de sibilante) , cç e ct e o p das sequências interiores pc (c com valor de sibilante) , pç e pt, ora se conservam, ora se eliminam. Vejamos: a) Consérvam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias cultas da língua. Exemplos: abrupto e abruptela, actinômetro/actinómetro, (aparelho que mede a intensidade da luz) adaptado, adaptar, adaptômetro/adaptómetro, adenectômico/adenectómico, adepto, aptidão, inaptidão, apto, bactéria, capcioso, captação, captar... compactar... compacto, convicção, convicto, díptico, egípcio, egiptologia, enterectasia (dilatação do estômago), erupção, esofagectômico/ esofagectómico, eucalipto, evicção, expectador, facto ide, factótum (faz-tudo, expressão latina aportuguesada), faringectômico/faringectómico (embora admita faringectomia e faringetomia); ferrielectricidade (embora admita ferrieléctrico e ferrielétrico), ficcional, ficção, ficcional, ficcionismo, ficcionista, fictício, fricção, friccionar, impacto, inapto, inepto, intelecção, intelectivo, intelectual, intelectualidade, intelectualismo, intelectualização, intelectualizar ... interrupção, interruptivo, laringectômico/laringectómico, néctar, nectozoide, nefrectômico/ nefrectómico; nictêmero/nictémero (espaço de 24 horas), noctígeno, núpcias, octante, octogenário, octogésimo, octogonal, octógono, opção, opcional, optômetro/ optómetro, pacto, paratireoidectômico/paratireoidectómico, péctico (relativo à pectina); péptico (relativo à digestão), pictórico, pictural, proctorreia (corrimento mucosa pelo ânus), réptil, rapto, simpatectômico/ simpatectómico (mas admite simpatectomia ou simpatetomia); subreptício, subrepção. Obs.: A reticência colocada após um nome significa que outras palavras afins seguem a sua grafia. No caso de um verbo, os particípios, gerúndios, advérbios ... b) Elimina-se nos casos em que são invariavelmente mudos nas pronúncias cultas da língua. Exemplos: ação, acionar ... afetivo, aflição, aflito, ato, ator, atuação, atual, atualidade, atualizar ... atuar, atuário, adjetivar... antártico, ártico, arefação, atração, batizar ... cetro, coação, coleção, colecionar ... coletivo, contração, contrafação, corredator, correção, corretivo, correto, desativar ... desatualizar ... desarquitetar, desbatizar, descontração, detração, detrator, didática ... difração10, difratar ... dileção, dileto ... direção, direcionar ... direto, diretor ... eclético ... edital, edito, efetivar ... efetivo ... efetuar ... Egito, eletrete, o mesmo que íman (no Brasil: eletreto), eletricidade, eletricismo, eletricista11, espetacular ... exação, exatamente ... exatidão; exato, exceção, extração, faturar ... (mas admite, fatura e factura), fraturante (apesar de admitir fracturar e fraturar), fraturável, imunorreação, imunorreativo, inação, inativar... inatividade, inativo, inatual, inadotável, inafetivo, incorreção, incorreto, indireto ... inexatidão, inexato, infrator (mas admite infracto ou infrato), injeção, injetar ... inspeção, inspecionar, inspetar (mas admite inspectivo e inspetivo), inspetor, inspetorado, inspetoria, insurrecional (embora admita insurreccionar e insurrecionar, / insurrecto e insurreto), interação, interatividade, interativo, interatuar... irrefletidamente, irrefletido, irretratável, irretroatividade, irretroativo, madefação12, maquinofatura (mas admite 10 Atenção: só admite difração (do latim, diffratio, diffrationis), mas admite fração e fracção (do latim, fractio, fractionis). Essas diferenças ilógicas confundem as pessoas e dificultam a aprendizagem. 11 Atenção para a palavra elétrico, que admite também a forma, "eléctrico". 12 Do latim, madefactio, madefactionis = umedecer, regar, banhar. A contradição é admitir a forma dupla para: madefacto e medefato, "madefactum" em latim, que é da mesmíssima raiz de madefação. 34 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa manofacturar e manufaturar ... ), megaprojeto, noturnal, noturnamente, noturno13, ônibus/ ónibus1\ objeto (mas admite objetar e objectar), objetor, obstupefação, obstupefato, otimamente, pluriatividade, plurirreator, predileção, predileto, preleção, prelecionar ... preletor, projeção, projetar ... projétil, projetista, projeto, projetor, proteção, protetor ... quadrirreator, radiativo, radioatividade, radioativo, reação, reacional, reacionário, reacionarismo, reacionarista, reativação, reativar ... reativo, reator, rearualizar ... rebatismo, rebatizar ... reta, (mas admite forma dupla para: reto e recto), subtração, redação, redator, refletidor, refletir (admite refletido e reflectido, re�etividade e reflectividade), refletivo, refletor, refratometria (mas admite refractar e refratar . .. ) regioletal ... retração, retratação e retratar ... retroação, retroatividade, retroativo, retroator, retroprojeção, retroprojetor, retrotração, rícia, riciáceas, rubefação, seleção, selecionar .. . seleta, seletar ... sobrefaturar ... sobrejeção, sobrejetivo, subfaruração, subjetivar ... subjetivizar .. . subtração ... subtrativamente, subtrativo, substrato r, superproteção, tecnoletal ... teleobjetiva, telobjetiva, teleprojétil, tensioativo, transacional, transacionar ... transacionável, transacionista, ultracorreção, ultracorreto, ultrarreacionário, unidirecional, vasoativo, vetorizar ... (embora admita vector e vetor, bem como vectorial e vetorial). Exemplos de sequências sonânticas em que se suprimem as consoantes mudas ou não pronunciadas CC Abstracionismo, acionamento, acionar ... colecionador, colecionável, colecionar ... colecionismo, colecionístico, confecionar, correcional, correcionalmente, direcional15, direcionar ... direcionável, fracionar ... inspecionador, insurrecionaP6, lecionar ... prelecionar ... prelecionista, projecionista, protecional, protecionismo, protecionista, reacional, reacionário, reacionarismo, reacionarista, neta, riciáceas, selecionador, selecionamento, selecionar... selecionável, selecionismo, transacionador, transacional, transacionar... tansacionista, transacionável, ultrarreacionário, unidirecional ... cç Abstração, ação, aflição, arefação, atração, autocorreção, autoproteção, codireção, coleção, contração, contrafação (mas admite contrafactor e contrafator) correção, cutirreação, descontração, desproteção, detração, difração, dileção, direção, direcionar ... direcionável, direcionamento, distração, ejeção, ereção (mas permite ereto ou erecto; eretor ou erector), exação, exato, extração, liquefação, fração, fracionar ... inação, incorreção, infração, injeção, inspeção, inspecionar ... inspetar, inspetor, interação, introspeção, madefação17, menção, objeção, obstupefação18, olfação, projeção, projecional, projetação, proteção, putrefação, reação, reacional, reacionário, reacionarismo, reacionarista, redação, redator, recoleção, retificação, retração, retratação, retratar ... retroação, retroatividade, retroativo, retrotração, retroprojeção, rubefação, seleção, seleta, seletar ... seletivamente, seletividade, seletivo, seleto, seletor, sobrejeção, subdireção, subfaturação, subrogação, subtração, superproteção, transação (mas admite transacto ou transato), ul tracorreção ... 13 Mas admite forma dupla, noctívago e notívago, ora esta e as três palavras anteriores, vêm de nox, noctis, noite, em latim. Todas elas poderiam ter forma dupla, ou esta ter apenas uma forma: notívago .. 14 Do latim, omnibus = todos. Essa é a única palavra portuguesa de origem latina com "omni" que não admite as duas formas, ex.: omnímodo ou onímodo, omníparo ou oníparo ... (Ver relação na letra "0", pág. 41). 15 Inexplicavelmente, no composto admite as duas formas: multidirecional ou multidireccional. 16 Contraditoriamente têm forma dupla: insurreccionar ou insurrecionar e insurrecto ou insurreto. 17 Curiosamente admite-se madefacto e madefato ... como se uma palavra nada tivesse a ver com a outra. 18 Embora admita as duas formas: facção e fação. J 35 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira ct Abstratamente, abstrativo, abstratizado, abstratizar... abstrato, adjetivar... adjetivo, aflito, antarnco, anteato, anteprojeto, apendicectômico/apendicectómico, areotectônica/ areotectónica, arquitetar ... arquiteto ... arquitetura ... ártico19, ato, ata (s.f.), ativo, ativar ... atrativo ... ator, atuação, atual, atualidade, atualismo, atualíssimo, atualista, atualização, atualizado, atualizador, atualizar ... atualmente, atuar ... atuário, atuoso, arquiteto, arquitetura, ativar ... autoco_rretivo, autocorretor, autodidata, autodidática ... bactéria, caquético, coação, codiretor, coletivo, coprotetor, cojetor, corredator, corretivo, correto, corretor, corretória, corretório, deadjetival, desarquitetar, desativar ... desatualização, desatualizar ... detetar ... detrator, dialeto, didata, didático ... didatismo, difratar ... difrativo, dileto, diretiva ... direto ... diretor ... diretoria, diretório, ecleticismo, eclético, ecletismo, edital, edito, efetivação, efetivamente, efetivar ... efetivável, efetível, efetividade, efetivo, efetuação, efetuador, efetuar ... efetuável, eletividade, eletivo, eletrete/ eletreto, eletricidade, eletricismo, eletricista, entreato, espetacular ... espetáculo '{mas admite espectador e espetador), espetaculoso ... exatamente ... exatidão, exatissimamente, exato, exatoria, (mas concede exactor e exator); faturação, faturar ... faturável, fratura, fraturar ... indireto, inexato, infrator, injetado, injetar ... inspetar, inspetor, inspetorado, inspetoria, interativo, irretroatividade, letivo, megaprojeto, noturna!, noturnamente, noturno, objeto (mas admite objecção e objectar ... ), objetor, obstupefato, olfato, olfatômetro, Otávia, paleártica20, perfetibilizar. .. piezeletricidade, piezoeletricidade, pireletricidade, pirelétrico, piroelétrico, projetação, projetante, projetar ... maquinofatura21 noturna!, noturnamente, noturno22, obstrito, objetor objetivo, organotético, perfetível perfetivo, perspetiva, perspetivar... pluratividade, predileto, preletor, projetar ... projétil, projetista, projetivo, projeto, projétil, projetista, projetor, projetoscópio, projetura, protetor, protetorado, protetora!, pro teto ria, protetório, prospetar ... prospeto, prospetor, pulsorreator, quadrirreator, radiatividade, radiativo, radioatividade, radioativo, reativação, reativar ... , reatividade, reativo, reator, reatualização, reatualizar ... recoto, recoleto, redator, redatorial, refletidor, refletir ... refletivo, refletor, refratometria, refratométrico, · regioletal, regioleto, refratometria, refrator, reinfetar ... respetivamente, respetivo, reta, retalgia, retamente, retração, retratação, retratar, retratável, retricial, retriz, retrativo, retroatividade, retroativo, retroator ... retroprojetor, retrospetiva, retrospetivo, seletar ... seletivo, seleto, seletor, sintático, sobrefaturação, sobrejetivo... subdialeto, subdiretor, subdiretoria, subdiretório, subinspetor, subjetivação, subjetivar... subjetivisar... subjetivismo, subjetivizar... subjetivo, subtração, subtrativo, subtrato, subtrator, tateamento, tecnoktal, tecnolecto, teledeta, teleobjetiva, telobjetiva, teleprojetil, tensioativo, termelétrico, termotatismo, trajeto, trajetor, trajetória, trato, trator, (admite, porém, tractório e tratório), tratorista, trajeto, trajetória, transacto ou transato ... trato, trator, tratocarro, tratorista, turborreator, ultracorreto, vasoativo, veredito, vetorizar ... (mas admite: vector e vetor, vectorial e vetorial) vetrices, vice-diretor, zooeletricidade, zootático. pc Exceção, (mas concede excepcionar e excecionar, excepcional e excecional, excepcionalidasde e excecionalidade, excepcionalmetne e excecionalmente, bem como outros nomes correlatos: excepto e exceto, exceptuar e excetuar ... ), subrepção, subreptício ... 19 Mas ilogicamente admite no composto as duas formas: subártico e subárctico. 20 Região zoogeográfica entre o norte da áfrica, a Europa e a Ásia. Para alguns, aceitável também paleárctica. 21 Curiosamente admite-se a grafia dupla para: manufactura ou manufatura ... 22 Veja a nota 32, na página 41. (São numerosos os casos de duplicidade e divergência de informação nas listas disponíveis no momento. Deveremos conviver com certa confusão até a decisão oficial sobre eles). 36 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa pç Aceção, adoção, conceção, deceção, interceção, perceção, receção (não confundir com recessão), redenção .... pt Egito, batismo, batizado, batizar... cetro, desbatizar... inspetor, intercetono, organolético, otimamente (mas admite: óptimo e ótimo, optimista e otimista . . . ), ótica23, rebatismo, rebatizar. Obs.: Algumas listas trazem também: intercetor, intercetório ... outras aceitam optimizar ... c) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta da língua, ou quando oscilam entre a prolação e o emudecimento. Essa decisão é bastante variável e, em muitos casos, é pessoal. txemplos: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor; ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção. Exemplos de termos em que consoantes são supressas ou não A= Abjecção ou abjeção, abjecto ou abjeto, abreptício ou abretício, acataléptico ou acatalético, acepção ou aceção, aceptor ou acetor, acupunctura ou acupuntura ... adactilia ou adatilia, adopção ou adoção, adaptar ou adotar... adoptivo ou adotivo, adrectal ou adretal, afecção ou afeção, afectação ou afetação, afectar ou afetar ... afectável ou afetável, afectivo ou afetivo, afecto ou afeto, afectuoso ou afetuoso, aléctico ou alético, alecto ou aleto, alector ou aletor, alectório ou aletório, alectoromancia24 ou aletoromancia, alectoromante ou aletoromante, alectoromaquia ou aletoromaquia, alectriomancia ou aletriomancia, alectruro ou aletruro, amígdala ou amídala, amigdalectomia ou amidaletomia, amigdaliforme ou amidaliforme, amigdalite ou amidalite, amigdalotomia ou amidalotomia, amnistia ou anistia, amnistiar ou anistiar... amplectivo ou ampletivo, anabaptista ou anabatista... anabenodáctilo ou anabenodátilo, anafiláctico ou anafilático, analecta ou analeta, analéptica ou analética, anafiláctico ou anafilático, anaptíctico ou anaptítico, anfracto ou anfrato, anfractuosidade ou anfratuosidade, anfractuoso ou anfratuoso, anisadáctilo ou anisadátilo, anticoncepcional ou anticoncecional, anticonceptivo ou anticoncetivo, antidáctilo ou antidátilo, antidispéptico ou antidispético, apercepção ou aperceção, aperceptível ou apercetível... apéptico ou apético, apocalíptico ou apocalítico, apodecto ou apodeto, apopléctico ou apoplético, arctícola ou artícola, arctocéfalo ou artocéfalo, arctópode ou artópode, aritmética ou arimética, artiodáctilo ou artiodátilo, aspectável ou aspetável, aspecto ou aspeto, asseptizar ou assetizar5, assumpto ou assunto ... atréptico ou atrético. B = Bactéria ou batéria, bacteriáceo ou bateriáceo, bacteriano ou bateriano, bactericida ou batericida, bactérico ou batérico, bacteriemia ou bateriemia, bacteriófago ou bateriófago, bacteriologia ou bateriologia, bacteriologista ou bateriologista, bacterioscopia ou baterioscopia, bacteriose ou bateriose, bacterioterapia ou baterioterapia, bacteriúria ou bateriúria, bactromancia ou batromancia, baptismal ou batismal, baptismo ou batismo26 benodáctilo ou benodátilo (animal que caminha sobre os dedos), biebdomadário ou biedomadário, bijecção ou 23 É aceito também óptica em alguns casos ou regiões. 2� Ver no Suplemento I, os elementos gregos: asepsía, batería, cacós, catá, manteía, pepsía, podós ... .c5 Do verbo grego, asépein = a privativo, (sem) + sepein = apodrecer. Em grego asepía significa = eliminar os vermes que fazem apodrecer. Mas, de modo inexplicável e ilógico, "batizar" e derivados só admitem essa forma. 37 Frei Hermínio Bezerra de Oliveira bijeção, bissecção ou bisseção, bissectar ou bissetar, bissector ou bissetor, bissectriz ou bissetriz, bracteado ou brateado, bracteal ou brateal, bracteiforme ou brateiforme, bracteoleado ou brateoleado, bracteolear ou brateolear ... braquidáctilo ou braquidátilo. C = Cacto ou cato, calefactor ou calefator, camptodactilia ou camptodatilia, carácter ou caráter, caracterial ou caraterial, caracteriologia ou carateriologia, característica ou caraterística ... caracterização ou caraterização, caracterizador ou caraterizador, caracterizar ou caraterizar ... catabaptista ou catabatista, catafracta ou catafrata, cataléctico ou catalético, catalecto ou cataleto, céptico ou cético, cióptico ou ciótico, circunspecção ou circunspeção ... dinodactilia ou dinodatilia, coactar ou coatar ... (mas coação é forma única), coactivo ou coativo, coarctar ou coartar ... cocção ou coção, colecistectomia ou colecistetomia, colecta ou coleta, colectânea ou coletânea ... colectar ou coletar ... colectasia ou coletas ia, colectário ou coletário, colectável ou coletável, colectício ou coletício, colectividade ou coletividade, colectivo ou coletivo, colectivizar ou coletivizar ... colectomia ou coleto mia, colector ou coletor, colectoria ou coletoria, complectível ou completível, complectivo ou completivo, concepcionário ou concecionário, concepção ou conceção, conceptáculo ou concetáculo, conceptividade ou concetividade, conceptível ou concetível, conceptivo ou concetivo ... conceptual ou concetual ... conceptualizar ou concetualizar ... conectar ou conetar ... conectivo ou conetivo, conecto r ou co neto r, confecção ou confeção ... confeccionar ou confecionar ... conjectura ou conjetura ... conjecturar ou conjeturar, consectário ou consetário, conspecção ou conspeção, conspecto ou conspeto, contactar ou contatar ... contacto ou contato ... contracepção ou contraceção, contráctil ou contrátil. .. , contracto ou contrato, contractuante ou contratuante, contractura ou contratura, contrafactor ou contrafator; convecção ou conveção, convector ou convetor, correspectivo ou correspetivo, corrupção ou corrução, corruptela ou corrutela,' corruptível ou corrutível, corruptivo ou corrutivo, corrupto ou corruto, corrupto r ou corrutor ... D = Dactilado ou datilado, dactílico27 ou datílico, dactilino ou datilino, dactilite ou datilite, dactilográfico ou datilográfico, dactilologia ou datilologia, dactilólogo ou datilólogo, dactiloteca ou datiloteca (lugar onde se guardam as impressões digitais), dáctilo ou dátilo, dactilofasia ou datilofasia, dactilografia ou datilografia, dactilógrafo ou datilógrafo, dactilograma ou datilograma, dactilomancia ou datilomancia, dactiloscopia ou datiloscopia ... dactilozoário ou datilozoário, decadáctilo ou decadátilo, decepção ou deceção, decepcionar ou dececionar .. . defecção ou defeção, defectível ou defetível. .. , defectivo ou defetivo, deflectir ou defletir .. . deflector ou defletor, deíctico ou deítico, dejecção ou dejeção, dejectar ou dejetar... deodáctilo ou deodátilo, derrelicção ou derrelição, derrelicto ou derrelito, desafectação ou desafetação, desafectar ou desafetar... desafecto ou desafeto... desativar... desatualizar... descaracterizar ou descaraterizar ... deselectrizar ou deseletrizar ... desinfecção ou-desinfeção, desinfectar ou desinfetar... detectar ou detetar... detectável ou detetável, detective ou detetive, dialectal ou dialetal, dialéctica ou dialética, dialecto ou dialeto, dicção ou dição, dictafone ou ditafone, didáctilo ou didátilo, dieléctrico ou dielétrico, disléctico ou dislético, dispéctico ou dispético, dissecção ou disseção, dissectivo ou disssetivo, dissector ou dissetor ... distráctil ou distrátil, distractivo ou distrativo, dúctil ou dútil, ductilidade ou dutilidade, ductilizar ou dutilizar... dueto ou duto. E = Educção ou edução, efracção ou efração, efractura ou efratura, ejecção ou ejeção, ejectar ou ejetar ... electivo ou eletivo, Electra ou Eletra, electroencefalograma ou eletroencefalograma, electroexecução ou eletroexecução, electricamente ou eletricamente28 eléctrico ou elétrico, 27 Ver no Suplemento I, os elementos gregos: cardía, catá, dáctilo, dís, foné, forós, lógos ... 28 Curiosamente, três palavras foram poupadas da forma dupla: eletricidade, eletricismo e eletricista. Dezenas 38
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