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Água no mundo

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Universidade Federal de Ouro Preto
Escola de Minas
Departamento de Engenharia de Produção
PRO241 – Economia I – Turma 43
Água no Mundo: Futuro
Pedro Henrique 
Priscila Kelly da Silva
Wallace Gabriel Cararo Guizardi
Ouro Preto
4 de Março de 2016
Sumário
Introdução	3
Os Usos da Água	3
Poluição da Água	6
Água em Números	6
Preservação	7
Soluções	8
A importância do aquífero Alter Chão para o Mundo	9
Referências	11
	
Introdução
	
As Nações Unidas definiram 2013 como o ano mundial da cooperação pela água. A preocupação com o tema não é de forma alguma infundada. De acordo com dados da própria ONU, pelo menos 780 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, enquanto 2,5 bilhões não possuem saneamento básico adequado.
	A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) propõe examinar princípios como: a disposição de bons sistemas de gestão da água como requisito indispensável (através da legislação hídrica), um sistema eficiente de conflitos e de valorização da água que promova o investimento do desenvolvimento e conservação do recurso (assegurando seu uso eficiente e ordenado) e um sistema de controle da contaminação hídrica capaz de mobilizar os recursos econômicos para financiar grandes investimentos exigidos para o tratamento de esgotos.
	A crise mundial é multifacetada e já foi anunciada: pobreza, poluição dos rios, derrubada de matas, falta ou má gestão das águas, expansão agropecuária, urbanização e industrialização. Pode ser a oportunidade para as pessoas se sensibilizarem, promoverem boas práticas, motivar e mobilizar os recursos para gerir a água de um modo sustentável, considerando as necessidades humanas em toda sua complexidade e plenitude.
Os usos da água
	São os seguintes principais usos da água:
Abastecimento doméstico 
Abastecimento industrial
Irrigação
Dessedentação de animais
Preservação da flora e da fauna
Recreação e lazer
Criação de espécies 
Geração de energia elétrica
Navegação
Harmonia paisagística
Diluição e transporte de despejo
	Entre os usos, os quatro primeiros (abastecimento doméstico, abastecimento industrial, irrigação e possivelmente dessedentação de animais) implicam na retirada da água das coleções hídricas onde se encontram. Os outros usos são desempenhados na própria coleção de água.
	O uso que acaba sendo mais evidente é o doméstico: para beber, tomar banho, lavar as mãos, escovar os dentes (higiene pessoal, de modo geral), lavar louças e roupas, para a limpeza, para cozinhar e regar plantas:
Distribuição do consumo doméstico. Fonte: http://aguavsenergia.blogspot.com.br
	O uso industrial é muito variado: algumas empresas utilizam esse bem somente para seus funcionários (o que se assemelha ao uso doméstico), outras como produto principal (empresas que engarrafam água) ou ainda, produto secundário (refrigerante, sucos ou cervejas). Os problemas aparecem quando a água utilizada no processo industrial passa a ser carregada de poluentes e tóxicos (lavagens de pisos, peças e máquinas) ou tem sua temperatura alterada (torres de refrigeração ou caldeiras).
Consumo da água em cada alimento. Fonte: http://www.ecoltec.com.br/
	Para a geração de energia, a movimentação de turbinas hidráulicas e sua transformação pelos geradores, tem relação direta com volume de água disponível e altura de queda d’água. Como por exemplo, para cada metro cúbico de água que cai de uma altura de 2 metros, são gerados 16 watts (W) de energia. É considerada uma fonte renovável pelo aspecto da “renovação” da água no ciclo hidrológico, mas gera problemas como: impactos nas populações que vivem na área do reservatório (perda de moradias, laços comunitários e destruição de construções), alagamento de importantes áreas florestais e desaparecimento do habitat de animais.
	Já para agricultura, a irrigação fornece água necessária para crescimento e desenvolvimento das plantas, representando 70% da água usada no mundo (segundo a ONU) e 72% no Brasil, um valor correspondente ao consumo diário de até 300 habitantes de uma cidade.
Uso da água na agricultura: Fonte: http://fernandaprofessorageografia.blogspot.com.br/
Uso da água no mundo. Fonte: http://planetaorganico.com.br/
	Outro uso é para navegação, onde os rios viram “estradas” para barcos, sendo necessária a construção de obras civis para tornar esse uso possível, como as eclusas, onde barcos sobem e descem em locais onde existem quedas d’água. Na França, esse transporte é utilizado desde Napoleão, que por motivos estratégicos, ligou os rios ao Mar do Norte e ao Mediterrâneo como alternativa pela passagem do Estreito de Gibraltar (controlado na época por ingleses e espanhóis).
	Embora menos expressivo, o uso para recreação também deve ser considerado. Depois do consumo doméstico é o mais importante quanto ao quesito qualidade, pois o contato direto com o ser humano pode gerar problemas de saúde. Na Inglaterra, pescadores relatam mortandade de peixes para que o sistema de Autoridade da água possa investigar e punir os responsáveis. 
Poluição da Água
Orgânica: introdução ou aumento danoso de organismos ou microrganismos como vírus, bactérias, protozoários, helmintos (platelmintos e nematelmintos) e algas.
Química: altera a composição da água, pois reagem com ela, podendo ser orgânicos (proteínas, gorduras, ceras ou solventes) ou inorgânicos (ácidos, álcoois, sais solúveis ou inertes ou metais).
Física: altera a composição da água, mas não reage com ela, como por exemplo, o calor (poluição térmica), a radioatividade (poluição radioativa) e movimentos de terra (geram partículas sólidas).
Água em números
Cada milímetro de chuva equivale a 1 litro em 1m². 
A vazão do amazonas é de 200.000 m³/s.
Em média, uma pessoa usa 200 litros de água por dia.
A maior temperatura registrada foi: 58,8ºC, em Basra, Iraque (em 8 de julho de 1921) e a menor foi -88,03ºC no Polo Sul, na Estação Vostok (em 24 de agosto de 1960).
97,3% da água existente no planeta é salgada (1.343.000.000.000.000.000L, equivalente a 1.343.000 km³), e somente 2,7% é doce (37.000.000.000.000.000L, equivalente a37.000 km³).
Em relação a toda essa água doce, 77,20% estão nas calotas polares (28.000 km²), 22,40% em águas subterrâneas (8.288 km³), 0,01% nos rios (4 km³), 0,35% em lagos e pântanos (128 km³) e 0,04% é umidade da atmosfera (16 km³).
0,027% da água do mundo é potável. 
23% de toda água disponível está na América do Sul, sendo que 12% estão no Brasil: a cada 100 litros de água doce, 12 litros estão no Brasil.
A ONU calcula que cerca de 1,2 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável e pelo menos 2 bilhões não conseguem água adequada para beber, lavar-se e comer. E segundo dados estatísticos projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.
Viver com a escassez de água tem associação com milhões de mortes causadas por doenças, má nutrição e fome crônica (cerca de 1 bilhão de pessoas).
A União Europeia importa aproximadamente 468,9 milhões de euros em frutas brasileiras, que não são aceitas se for constatada a presença de agrotóxicos – utilizados amplamente no Brasil (22 tipos), além de metais pesados (13), solventes (13) e desinfetantes (6).
Segundo a ONU, 2,4 bilhões de pessoas não contam com serviço adequado de esgoto sanitário. 
A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas.
Entre 1990 e 1950, o consumo passou de 580 para 1400 km³ anuais de água, o que representa um aumento de 2,4 vezes em um período de cinquenta anos. Nos cinquenta anos seguintes, o aumento foi de 2,8 vezes, saltando para 4000 km³/ano na virada do milênio. A ONU, seguindo esses dados e as tendências de consumo atuais, estima que, no ano de 2025, o consumo mundial de água será de 5200 km³/ano — uma alta de 1,3 vezes em um período de 25 anos.
Dados sobre o crescimentodo consumo de água no mundo. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consumo-agua-no-mundo.htm
Preservação
	Bacias Hidrográficas
	Todos estão vivendo e morando em uma bacia hidrográfica, por mais distante que ela esteja, pois a chuva de uma área vai para o leito de um rio, efluentes de indústrias escoam pelo solo e vão através do esgoto para o leito de um rio, assim como o esgoto residencial, por isso, o Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas tem por objetivo recuperar, conservar e preservar as bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade ambiental.
	Por meio de ações permanentes e integradas, há promoção do uso consciente dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais e da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os diversos usos. Essas ações estão inseridas no Programa de Conservação e Gestão de Recursos Hídricos (PPA 2012/2015), como por exemplo, nos rios São Francisco, Tocantins-Araguaia, Paraíba do Sul e Alto Paraguai (Pantanal).
	Mudanças Climáticas
	Por mais difícil que seja isolar os efeitos do fenômeno para níveis locais, as alterações hidrometeorológicas tem impacto direto no ciclo da água, afetando as reservas hídricas em geral, tanto nos centros urbanos quanto nos ambientes rurais – gerando problemas com energia, saúde humana e produção de alimentos.
	Agenda 21
	É um instrumento de planejamento para construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Apresenta como objetivos:
Desenvolvimento e gerenciamento integrado dos recursos hídricos: satisfazer as demandas de recursos, considerando a proteção e identificação das fontes potenciais de abastecimento (levando em consideração aspectos tecnológicos, econômicos, ambientais e sanitários), planejar o uso racional da água e implantar mecanismos legais e financeiros para que a política de recursos hídricos proporcione progresso social e econômico.
Avaliação dos recursos hídricos: avaliar a quantidade e qualidade dos recursos, estimar o volume total dos recursos e possibilidades de abastecimento no futuro e determinar condições atuais de qualidade.
Proteção dos recursos hídricos, da qualidade de água e dos ecossistemas aquáticos: avaliar consequências da utilização dos recursos e apoiar medidas que controlem enfermidades de veiculação hídrica, além de proteger os ecossistemas.
Abastecimento de água potável e saneamento: promover a gestão integrada da água e dejetos líquidos ou sólidos e estimular práticas financeiras racionais (melhor administração de ativos existentes e uso de tecnologias adequadas).
Água e o desenvolvimento urbano: sustentar a produtividade e desenvolvimento nacional, mediante gestão ambiental racional – permitir que o abastecimento da água seja contínuo e acessível para todos, assim como reverter tendências de degradação e esgotamento do recurso.
Água para produção e desenvolvimento rural: considerar a água um recurso finito, portador de valor econômico, de onde derivam consequências econômicas e sociais consideráveis; planos de atenuação de desastres naturais, proteção do meio ambiente e conservação dos recursos naturais pela proteção da contaminação da água pelas atividades agrícolas.
Impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos: compreender e quantificar a ameaça de repercussões das mudanças climáticas nos recursos de água doce, proporcionar a adoção de medidas eficazes de preservação sempre quando houver uma ameaça e estudar feitos dessas mudanças em zonas habitualmente submetidas à secas e inundações.
Soluções
Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda é um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos. 
Tratamento de águas servidos: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Através de microfiltragens sucessivas e de filtros de osmose reversa com desinfecção por ultra violeta a planta transforma a água poluída e os esgotos em água potável 100% pura. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas. 
Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.
A importância do Aquífero Alter Chão para o Mundo
Cientistas sabiam do seu potencial, só não tinham a dimensão de seu tamanho. Somente em 2010 pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) descobriram a importância desse grande tesouro da humanidade.
Aquífero Alter do Chão. Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/importancia-aquifero-alter-chao-mundo/
Localizado sob as regiões do Amazonas, Pará e Amapá, o aquífero Alter Chão é considerado o maior aquífero do mundo em volume, tendo 86 mil km³, podendo assim abastecer em cerca de 100 vezes a população mundial. Possui quase o dobro de volume de água potável que o aquífero Guarani, que possui 55 mil km³ de volume.
Mapa ilustrando os aquíferos Alter do Chão e Guarani. Fonte: https://sites.google.com/site/infoaquiferos/aquifero-alter-do-chao
Além de possuir mais água que o Guarani, o aquífero Alter Chão tem maior nível de acessibilidade, ou seja é mais fácil de se extrair água e de se recarregar na época de chuva. Por está sob uma camada arenosa, facilita a sua extração, filtragem e recarga, enquanto que o Guarani está sob uma camada rochosa, dificultando sua extração e recarga. 
Por estar em uma localização longe de grandes centros populacionais e comerciais do Brasil ele é pouco utilizado, sendo usado mesmo somente em Manaus com 10 mil poços particulares e 130 mil de rede pública, o que facilita muito na distribuição de água da cidade, abastecendo 40% de sua população. Se bem administrado será uma das reservas mais valiosas do mundo, pois contém uma quantidade impressionante de água doce, o que atualmente está valendo ouro.
Referências 
A importância do Aquífero Alter do Chão para o mundo. Disponível em: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/importancia-aquifero-alter-chao-mundo/
Água online. Disponível em: http://www.aguaonline.com.br/imprimir.php?id=731
Água, Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/
Irrigação e consumo de água no Brasil. Disponível em: http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/320413/Irriga-o-respons-vel-pelo-consumo-de-72-da-gua-no-Brasil.
Consumo de Água no Mundo. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consumo-agua-no-mundo.htm
InfoAquíferos. Disponível em: https://sites.google.com/site/infoaquiferos/aquifero-alter-do-chao
Poluição da água. Disponível em: http://biologiaambiental-ufal2008.wikidot.com/poluicao-da-agua.
ROMERA E SILVA, Paulo Augusto. Água: Quem vive sem? 2ª edição: FCTH/CT-Hidro (ANA, CNPq/SNRH), São Paulo, 2003.

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