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Peneiramento = Screening = Cribado (tamizado) 1.8. Eficiência de peneiramento Uma das grandes preocupações na classificação é a eficiência de peneiramento. Basicamente, a eficiência é a qualidade de separação que a peneira nos fornece. Uma peneira trabalhando com eficiência inadequadamente poderão causar sérios problemas entre os quais: 1. Sobrecarga do circuito fechado de britagem: uma peneira trabalhando com baixa eficiência origina maior carga circulante pois parte do material que deveria passar pela peneira retornaria ao circuito, diminuindo a capacidade real dos britadores e sobrecarregando as correias transportadoras e outros equipamentos auxiliares. 2. Produtos fora de especificações: uma peneira classificadora final, trabalhando com baixa eficiência poderão originar produtos contaminados de dimensões fora de especificação além dos limites de tolerância. Em peneiramento industrial, a palavra eficiência não é empregada no seu sentido restrito, senão que para expressar a avaliação do desempenho de uma operação de peneiramento, quando comparado com a separação ideal granulométrica desejada. 1.7.1. Eficiência de remoção dos RETIDOS Quando o produto considerado é o material retido (oversize) na tela. Neste caso, deseja-se um mínimo de material “passante no retido”. A eficiência de remoção dos passantes è dada pelas seguintes expressões: (1) E1 = 100 – b b = % de passantes no retido como % do retido (2) E1= ((% de retido na alimentação) / (% da alimentação que é realmente retida))x100 (% de retido na alimentação) ou tph = é obtido da análise da alimentação (% da alimentação que é realmente retida) ou tph = obtido da análise do retido produzido pela peneira 1.7.2. Eficiência de recuperação dos PASANTES Quando o produto considerado é o material passante na tela. Neste caso, deseja-se recuperar o máximo possível do material “passante” existente na alimentação. Esta eficiência é dada pela expressão: (3) E2= ((% da alimentação que realmente passa) / (% da alimentação que deveria passar))x100 (4) E2= ((100 x (a – b))/ (a x (100 – b)) x 100 (% da alimentação que realmente passa) ou tph= obtém-se da análise do retido pela peneira (% da alimentação que deveria passar) ou tph= obtém-se este valor da análise da alimentação (a)= % do passante na alimentação como % da alimentação ( b)= % do passante no produto retido como % do retido Exemplo: analisando a alimentação (100 tph) da peneira em peneiras de ensaio, verifica-se que 90% (ou 90 tph) é menor que 1” , mas apenas 81tph passa pela tela da peneira. Assim , temos o seguinte quadro: 90% � passante na alimentação (deveriam de passar) 10% � retido na alimentação (deveriam ficar retidos) 81% � realmente passam 100 – 81 = 19% realmente ficam retidos 19 – 10 = 9% material passa no retido produzido a = 90% b = (9 / 19) 100 As eficiências conforme as formulações apresentadas serão: - Eficiência de remoção dos retidos - Pela fórmula (1) b = (9 / 19) x 100 = 47% E1 = 100% - 47% = 53% Pela fórmula (2) E1 = (10 / 19) x 100 = 53% Sendo que: 10% é % de retido na alimentação 19% é % da alimentação realmente retida - Eficiência de remoção dos passantes - Pela fórmula (3) E2 = (81 / 90) x 100 = 90% 81% realmente passam 90% deveriam passar Pela fórmula (4) E2 = ((100 x (90 -47)) / ((90 x (100 -47)) x 100= 90% Sendo que: 10% é % de retido na alimentação 19% é % da alimentação realmente retida Conforme se pode observar pelos resultados obtidos, podemos ter numa mesma peneira eficiências bastante divergentes, dependendo qual for o produto considerado. A contaminação do produto retido é determinada pela porcentagem de material passante em rejeito, considerando-se valores aceitáveis entre 5 e 20%. A contaminação do produto passante é determinada pela porcentagem de material rejeitado dentro do produto passante, sendo considerados aceites os valores entre 2 a 10%. 100 TPH: 90 TPH – 10 TPH + 81 TPH 19 TPH 10 TPH + 9 TPH (53%) + (47%) 1.7.3. Eficiência x taxa de alimentação (vazão) Para uma dada peneira e características do material, a eficiência depende fundamentalmente da taxa de alimentação, segundo o gráfico que segue (eficiência de recuperação dos passantes). Figura 18: Gráfico da eficiência da recuperação da peneira VS a taxa de alimentação Para taxas de alimentação pequenas, à esquerda do ponto “a” a eficiência real aumenta com o crescimento da taxa. A camada de oversize (material de tamanho maior que abertura nominal da tela) sobre as partículas marginais as impede de saltar excessivamente, aumentando seu número e tentativas, bem como as forçando a passar através da superfície de peneiramento. Além do ponto ótimo “a” a eficiência decresce rapidamente com o aumento da taxa de alimentação, pois as peneiras perdem sua capacidade de separar todo o material passante contido na alimentação. Não existe um valor fixo a determinar para a eficiência, pois também depende da rigidez das especificações do produto, para tamanhos intermédios poderiam ser suficiente de 60 a 70%. Na maioria dos casos, pode-se considerar comercialmente perfeita um peneiramento entre 90 e 95%. Em casos de peneiramento de material lamelar pode estar a contaminação entre 15 ou 20%. 1.9. Seleção e dimensionamento As peneiras são selecionadas basicamente em função da característica do material e do tipo de serviço, a tabela relacionando os equipamentos (METSO). Uma aproximação para decidir o tipo de equipamento para peneiramento é o tamanho das partículas a peneirar: Figura 18: Esquema de escolha de peneiras pelo intervalo de tamanhos de partículas a 1.9.1 Dados necessários Características do material a ser peneirado - densidade - tamanho máximo na alimentação - distribuição granulométrica - forma da partícula - umidade - porcentagem de argilas - temperatura Capacidade Faixas de separação do produto Eficiência desejada Tipo de serviço: - lavagem - Classificação final - Classificação de controle Existência ou não de espaço e peso Grau de conhecimento do material e produto desejado Resumindo os principais fatores comerciais a considerar são: 1. Vazão, produção desejada 2. Intervalo de tamanhos (análises granulométricos teste) 3. Características do material: solto, aglomerado, massa específica, densidade real e aparente 4. Perigos: inflamável, tóxico, pulverulento, grisu 5. Peneiramento a úmido ou seco 1.9.2 Calculo da área de peneiramento - Grelhas de barras fixas: utilizadas no peneiramento de grossos, quando são toleráveis eficiências baixas (60 a 70%) e o despejamento do material não tem importância. São comuns na primeira etapa de britagem de minérios. As separações das barras entre 60 a 70 mm, a área da peneira (m2) pode ser determinada pela fórmula pratica: Onde Q é rendimento da peneira em (t/h); a, espaçamento das barras (mm) A área de peneiramento para peneiras vibratórias é dada pela fórmula da (METSO): A: área necessária da superfície da peneira em m2 T: alimentação do deck da peneira em m3/h γ: densidade aparente do material em t/m3 C: capacidade básica para separação desejada em m3 por hora por 1 metro quadrado de área da peneira (Fator C) M: fator dependente da porcentagem de material retido (Fator M) K: fator relativo à porcentagem de material da alimentação inferior à metade de tamanho da separação desejado (Fator K) Qn: fator de correção: Q1 x Q2 x Q3 x Q4 x Q5 x Q6 P: este fator pode tomar valores entre 1 e 1.4, dependendo do conhecimento (certeza) do material a peneirar = (1 para material bem conhecido) )(4,2 a QF ×= QnKMC PTA ××× × = γ/)/( htT = Tabela: 1.9.3 Fatores de correção de condições da aplicação Qn = Q1 x Q2 x Q3 x Q4 x Q5 x Q6 Q1 = Posição do deck: primeiro deck (Q1= 1); segundo deck (Q1=0,9). Terceiro deck (Q1=0,8) Q2= Formas das partículas: cúbica (Q2=1); lamelar (Q2=0,9) Q3= peneiramento via úmida: Q4 = Porcentagem da umidade Menos que 3% (Q4=1); entre 3 a 5% (Q4=0,85); entre 6 a 8% (Q4=0,7) Q5= % de área aberta da tela. Este fator é aplicável tanto para telas de arame como de aço, borracha e poliuretano desde que adotadas para realizar uma mesma separação. Serviço Tamanho Max. De alimentação mm (pol.) Separação mm (pol.) Tipo de peneira aplicável Faixa de capacidade m3/h Pré- classificação 1.200 (48”) 100 – 300 (4” – 12”) Grelhas inclinadas de movimento circular (Grelhas M) 150 – 3000 Classificação graúda intermediária 400 (16”) 50 – 200 (2” – 8”) Peneiras inclinadas de movimento circular (peneiras M e XH) 300 – 1500 Classificação média 250 (10”) 3 – 100 (1/8” – 2”) Peneiras inclinadas e banana de movimento circular ou linear (Incl. SH – Banana CBS; modular MSH – Banana BS) 100 – 800 Classificação fina 200 (8”) 3 – 50 (1/8” – 2”) Peneiras inclinadas e banana de movimento circular ou linear (Incl. SH – Banana CBS; Horizontal LH – Modular MLH) 50 – 400 Classificação extrafina 25 (1”) 0,2 – 6 (N60 – ¼) Peneiras horizontais de movimento linear (Peneiras Horizontais F) 10 – 40 Desaguamento 13 (1/2”) ? � 0,5 mm Peneiras com inclinação ascendente de movimento linear (Desaguadora D – Modular MLH) 100 - 250 Separação (mm) 1 - 6 6 - 12 12 - 25 26 - 40 41 - 50 51 - 75 + 75 Q(3) 1,4 1,3 1,25 1,2 1,1 1,15 1,0 % aberta 10 15 25 30 40 50 60 70 Q(5) 0,78 0,83 0,9 0,93 0,97 1 1,03 1,05 As áreas abertas de telas de arame são na faixa de 40 a 60% e de borracha, plástico ou placas de aço de 10 a 30%. Na prática é mais correto relacionar o fator de área aberta somente ao tipo de tela usada seguindo a recomendação de abaixo: Q6= Tipo de peneira: - para peneiras convencionais de movimento circular (Q6=1) e de movimento linear (Q6=1,1) - para peneiras tipo banana CBS NOTA DA METSO: Na metodologia de cálculo foi assumida a eficiência de classificação de 90% e a contaminação de produto em nível de 5%. Tipo de tela Tela de arame Placa de aço Poliuretano/borr acha Borracha flexível Tipo de abertura Quadr ada Retang ular Quadr ada Retang ular Quadr ada Retang ular Quadr ada Retang ular Q5 = 1 1,05 0,75 0,8 0,8 0,9 0,9 1 % de material passante 70 60 50 40 30 Fator Q(6)= 1,4 1,3 1,2 1,1 1 1.9.3 Calculo da área de peneiramento (método do fator empírico – Kely pg 221 - 223) A formula básica para o calculo de uma peneira é ( / ) .u b b IA I Kρ ρ Σ = A = área da superfície de peneiramento I = velocidade da alimentação Ρb = densidade global da alimentação KΣ = produto de diversos fatores (Kn) K1 = fator de área aberta K2 = fator de tamanho médio K3 = fator de sobre tamanho K4 = fator de eficiência do peneiramento K5 = fator de números de decks K6 = fator de ângulo de inclinação da peneira K7 = fator de peneiramento a úmido K8 = fator de forma K9 = fator da forma da abertura K10 = tenacidade ou condição de umidade da superfície A peneira deve ter uma relação de (comprimento: largura) de (1,5 a 2,0: 1). A largura efetiva das peneiras é 150 mm menor que a largura real. Uma vez calculada a área ativa necessária da superfície de peneiramento o próximo passo é a escolha de tamanho do equipamento. 1.10. Determinação da largura mínima da peneira Nas grelhas fixas quando na alimentação existem grande quantidades de grossos, a largura da peneira (W) é considera maior a três vezes o tamanho do fragmento maior (A), por enquanto as quantidades de grossos fossem menores, é adotado o valor de (W) maior a duas vezes o tamanho do fragmento maior e adicionalmente 100 mm a mais. Por regra geral o comprimento da peneira é duas vezes a largura, na pratica estão entre 3,5 a 6m. As inclinações destas grelhas oscilam entre 37 a 45° no caso de minérios e entre 30 a 35° para carvão mineral, quando a umidade produz aderências, as inclinações aumentam entre 5 a 10° a mais. BL ×= 2 AW ×= 3 )2(100 AmmW ×+= A fórmula genérica de largura da peneira é: Para dada largura a espessura da camada em mm: Onde: D: espessura de camada de material (mm) T: capacidade em m3/h (dividir a capacidade em t/h pela densidade aparente do material em t/m3) W: largura nominal da peneira (m). Sampaio J. A. França S. C. Braga P. F. 2007. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT. RJ. 557 p. Brown G. G. 1983. Operaciones básicas de la ingenieria química. Editorial Marin S.A. 290 p. Gupta A. & Yan D. S. 2006. Mineral Processing Design and Operations, an Introduction. First edition, Elsevier. Andery P. A. 1980. Tratamento de minérios e hidrometalurgia. Fundação Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco (ITEP), Recife. Zveriévich V. V., Perov V. A., Andréiev S. E. 1980. Trituración, desmenuzamento y cribado de minerales. Editorial MIR. Moscu. Kelly E. G., Spottiswood D. J. 1990. Introducción al procesamiento de minerales. Noriega editores. 530 p. FAÇO, 1985. Manual de britagem. 4ta edição. Fábrica de aço paulista. SP. 14 Cap. METSO 2005. Manual de britagem. 6ta edição. Metso-Minerals. SP. 14 Cap. Razumov K. A. & Perov V. A. 1982. Proyectos de fábricas de preparación de minerales. Editorial MIR. Moscu. 544 p. 15,0 6 100 + ×× × = DS TW )15,0(6 100 −×× × = WS TD
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